sábado, 23 de outubro de 2021

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 23/10/2021

ANO B


Lucas 13,1-9

Comentário do Evangelho

É a conversão que nos liberta

Temos neste tipo de narrativa de Lucas um caso único nos evangelhos: dois fatos recentemente acontecidos são exemplos para o ensinamento de Jesus.
Pilatos mandara matar, no Templo, galileus que faziam ofertas. "Algumas pessoas", provavelmente fariseus, vieram contá-lo a Jesus, para intimidá-lo: os galileus eram subversivos zelotas e o mesmo fim poderia acontecer com Jesus. Jesus responde com outro fato: a torre que desabara em Jerusalém matando várias pessoas, o que era tido como castigo de Deus. Em nenhum dos dois casos aquelas pessoas eram pecadoras. E a conclusão final: é a conversão que vos livrará da morte.
A parábola final esclarece sobre a longanimidade de Deus: ele conta com a conversão de todos.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, que a minha vida seja uma contínua busca de comunhão contigo, por meio de um arrependimento sincero e de minha conversão urgente para ti.
Fonte: Paulinas em 27/10/2012

Comentário do Evangelho

A teoria da retribuição é ultrapassada.

Jesus sobe para Jerusalém. Essa subida é ocasião de ensinamento, por isso ela é constituída de lições que Jesus dá aos seus discípulos. Nosso texto não encontra paralelo nos outros dois sinóticos. Do ponto de vista histórico, nós não temos nenhuma informação, nem mesmo na literatura extrabíblica, dos fatos mencionados nos versículos 1 a 4. No entanto, o importante, aqui, é o valor de interpelação dos fatos, repetido duas vezes: “... se vós não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo” (vv. 3.5). A teoria da retribuição é ultrapassada: “Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que qualquer outro Galileu? … Digo-vos que não! … Pensais que eram mais culpados do que qualquer outro morador de Jerusalém? Eu vos digo que não!” (vv. 2-5). A morte de uns e não de outros é sinal do julgamento definitivo, sinal que precisa ser discernido: “… sabeis discernir os aspecto da terra e do céu, e por que não discernis o tempo presente?” (Lc 12,56). São Paulo o exprime muito bem: “Esses acontecimentos se tornaram símbolos para nós, a fim de não desejarmos coisas más…” (1Cor 10,6). A morte dos galileus e dos moradores de Jerusalém é um convite à conversão e ao reconhecimento, no tempo presente, da “visita salvífica” de Deus.
Os versículos 6 a 9 ilustram os versículos precedentes. A figueira é, na tradição rabínica, símbolo da Torá. Ela está plantada na vinha. O povo de Deus tem a Lei cujo fruto deveria ser a conversão. Mas ela não produziu o fruto. Será cortada? Será arrancada do meio da vinha? A parábola acentua a bondade de Deus: a maldade humana não impede Deus de ser bom.
Carlos Alberto Contieri,sj
Fonte: Paulinas em 26/10/2013

Vivendo a Palavra

Nós somos os evangelizadores de hoje. Leigos ou ordenados, o nosso testemunho de vida é observado pela sociedade. Que frutos temos colhido dos nossos esforços de evangelização? Convencemos os companheiros em nossos ambientes de que, mesmo não sendo em sua plenitude, nós já vivemos a realidade do Reino de Deus?
Fonte: Arquidiocese BH em 27/10/2012

Vivendo a Palavra

Não poucas vezes nós julgamos nossos irmãos e ficamos desanimados de esperar a colheita de frutos saborosos de seus pomares. Diante daquilo que rotulamos seus desvios, nós perdemos a esperança. O Evangelho nos ensina a continuar confiando. O tempo do Senhor é diferente do nosso tempo. Cuidemos, antes, da nossa própria conversão.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/10/2013

VIVENDO A PALAVRA

Não poucas vezes nós julgamos nossos irmãos: ficamos desanimados e desistimos de esperar a colheita de frutos saborosos de seus pomares. Diante daquilo que rotulamos como seus desvios, nós perdemos a esperança. O Evangelho nos ensina a continuar confiando. O tempo do Senhor é diferente do nosso tempo. Cuidemos, antes, da nossa própria conversão.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/10/2019

Reflexão

Quem vive na graça de Deus tem a vida dentro de si. Ao contrário, a paga do pecado é a morte. Esta verdade deve sempre estar presente em nossas mentes, a fim de que possamos, apesar dos nossos pecados, buscar a verdadeira vida que vem de Deus. A partir dessa consciência, devemos procurar constantemente a conversão, a busca da santidade, a coerência da nossa vida com a fé que professamos. O Evangelho de hoje nos mostra que Deus tem paciência conosco e, por meio da sua graça, está sempre contribuindo para a nossa conversão e para a nossa santificação, mas é necessário que também nós procuremos fazer a nossa parte.
Fonte: CNBB em 27/10/2012 26/10/2013

Reflexão

“Se vocês não se converterem…” Estamos diante de um forte apelo à mudança de vida. A advertência é do próprio Jesus, que tem trabalhado intensamente em vista de implantar o Reino de Deus. Tem encontrado resistência, indiferença e, por vezes, afronta diante de sua mensagem de paz e amor. A admoestação de Jesus vale para galileus e judeus, para toda a Igreja. Para todos ele acrescenta a parábola da figueira, imagem da paciência de Deus. Há um fio de confiança e esperança por parte de Jesus em relação a todos. Ele, como administrador do Reino (vinha), fará ainda algumas tentativas, desdobrará seus esforços, dará a vida por todos. Terão chance de salvar-se, mas precisam adotar a proposta do Reino: justiça, liberdade e vida para todos. Nossa comunidade dá os frutos que Deus espera?
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 26/10/2019

Reflexão

“Se vocês não se converterem…” Estamos diante de um forte apelo à mudança de vida. A advertência é do próprio Jesus, que tem trabalhado intensamente com vista a implantar o Reino de Deus. Tem encontrado resistência, indiferença e, por vezes, afronta diante de sua mensagem de paz e amor. A admoestação de Jesus vale para galileus e judeus, para toda a Igreja. Para todos ele acrescenta a parábola da fi gueira, imagem da paciência de Deus. Há um fi o de confiança e esperança por parte de Jesus em relação a todos. Ele, como administrador do Reino (vinha), fará ainda algumas tentativas, desdobrará seus esforços, dará a vida por todos. Terão chance de salvar-se, mas precisam adotar a proposta do Reino: justiça, liberdade e vida para todos. Nossa comunidade dá os frutos que Deus espera?
Oração
Ó Jesus, divino Mestre, fazes vigoroso apelo para que as pessoas mudem de vida, assumindo os valores do Reino. Ao mesmo tempo, com a parábola da fi gueira, mostras a face tolerante de Deus, que continua dando novas oportunidades para que cada um de nós possa se converter. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)

Meditação

Em que consiste para você a conversão? - Procura examinar-se com frequência para saber como está agindo? - Compreende que os sofrimentos deste mundo nada são em face à vida eterna? - Tem consciência de que não adianta se desesperar diante dos problemas desta vida? - Procura confiar em Deus?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R.
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 26/10/2013

Meditando o evangelho

A FIGUEIRA INFRUTÍFERA

Os profetas do Antigo Testamento haviam comparado com uma árvore infrutífera a incapacidade do povo de praticar o bem. Por meio do profeta Jeremias, Deus ameaçou o povo com castigos porque, querendo fazer uma colheita, a videira estava sem uva, a figueira, sem figos, e a folhagem estava seca. O profeta Miquéias comparava a corrupção generalizada do povo com o término de uma colheita, quando não existe um só cacho de uva para ser colhido, nem um figo temporão para ser apanhado.
Esta imagem foi retomada por Jesus para ilustrar a situação do povo de sua época, cujos frutos, até então, havia esperado em vão. A parábola é carregada de esperança. Durante três anos, o dono da figueira veio procurar fruto, sem resultado. Por insistência de um empregado, ele se dispõe a dar mais um ano de prazo, durante o qual seriam tomadas todas as providências necessárias para fazê-la produzir frutos. Caso contrário, seria cortada.
Apesar da paciência divina, parecia que o povo não estava disposto a mudar de vida e converter-se. Mesmo assim, Jesus aposta na liberdade humana e na sua capacidade de conversão. Seu otimismo funda-se na certeza de que o ser humano pode abrir-se para a graça e deixar-se tocar por ela. O castigo vem somente quando, esgotadas todas as tentativas, a pessoa escolhe seguir o caminho do egoísmo. Logo, esse castigo é resultado de seu livre arbítrio.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Espírito do Deus paciente, mesmo conhecendo a paciência divina em relação ao meu egoísmo e aos meus erros, leva-me a mudar de vida, sem demora.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. A PENITÊNCIA NECESSÁRIA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Baseado em fatos conhecidos dos discípulos, Jesus exortou-os a não se considerarem isentos da necessidade de fazer penitência. A condição de discípulos poderia dar-lhes uma falsa segurança e levá-los a se considerarem perfeitos. Portanto, com a salvação garantida.
Por mais decidida que seja a entrega do discípulo ao Reino, ela tenderá sempre a ser precária. Além disso, a linha que delimita as fronteiras entre a fidelidade e a infidelidade é muito tênue. A passagem de um lado para outro acontece com facilidade. Só o discípulo insensato tem a pretensão de se considerar plenamente fiel e senhor de uma decisão intocável pelo Reino. Por isso, recomenda-se não excluir a penitência, pois ela manifesta a disposição de não acomodar-se no empenho de ser sempre mais fiel ao Senhor.
A exclusão da penitência pode tornar estéril a vida do discípulo. Seu orgulho não lhe permitirá agir de forma compatível com o Reino. Ele não produzirá os frutos de amor e justiça esperados pelo Senhor. Não se sentido pecador, colocar-se-á na condição de juiz do próximo e será incapaz de reconhecer a malícia de sua ação.
Jesus age com paciência em relação aos discípulos que se julgam dispensados de fazer penitência. Entretanto, a paciência tem seus limites. Chegará a hora em que se confrontarão com o Senhor e não terão como se justificar.
Oração
Senhor Jesus, que eu saiba reconhecer minha condição de pecador e expressar, pela penitência, minha disposição de ser fiel a ti.
Fonte: NPD Brasil em 27/10/2012

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Se não vos converterdes, perecereis - Lc 13,1-9
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Converter-se e dar frutos. Para dar frutos a planta precisa ser bem tratada e estar num ambiente favorável ao seu desenvolvimento. O agricultor pediu tempo para tratar a terra na qual estava plantada uma figueira que não dava frutos. Há plantas que precisam também da ajuda de uma abelha para a polinização. O dono da figueira dizia que ela estava ocupando inutilmente a terra. O agricultor pediu tempo e paciência antes de cortá-la. Se estamos conscientes da nossa situação, não é bom deixar a conversão para amanhã. Faça já o que tem que ser feito e tome decisões firmes. A conversão, porém, vem acompanhada do martírio da paciência, da paciência histórica e da paciência que tudo alcança!
Fonte: NPD Brasil em 26/10/2019

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O JULGAMENTO É CERTO!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Nesta vida tudo é discutível e negociável à exceção da morte, que irá nos acontecer mais cedo ou mais tarde, sendo que a morte nos trará o juízo de Deus. É uma verdade que não gostamos nem de pensar, mas que somos convidados pela palavra de Deus a pensarmos naquele primeiro momento, em que estaremos diante de Deus, após a morte.
Sabemos que haverá um julgamento e isso significa que Deus espera algo de cada um de nós e poderíamos até afirmar que temos uma meta a ser alcançada, uma missão a ser cumprida e nesse caso, a primeira coisa a ser feita é estarmos disponíveis para Deus, mesmo que não nos julguemos capazes para isso, como tantos vocacionados da Sagrada Escritura.
A nossa Fé deverá ser inabalável, mesmo que algo dê errado, pois como simples mortais, estamos sujeitos as imprevisibilidades desta vida que são aqueles acontecimentos que não esperamos, e que podem nos atingir ou a alguém do nosso relacionamento, como aqueles galileus, que se envolveram em um conflito com os soldados de Pilatos no templo de Jerusalém e foram brutalmente assassinados, ou como aquele grupo de trabalhadores que morreram tragicamente na queda de uma torre que estava sendo construída. Em minha paróquia, há duas semanas celebrei o batismo de 11 crianças, e o Pai de uma delas, que estava na celebração, na terça feira foi vítima de um acidente de trabalho e veio a falecer e eu fiz as exéquias na terça feira a noite, dois dias depois de celebrar com ele o Batismo de sua filhinha.
Não é Deus que provoca esses acontecimentos, para punir e castigar os pecadores, como podem pensar algumas correntes religiosas, o massacre dos galileus foi um ato de violência contra a vida, a mando de Pilatos, e a queda da torre, pelo menos naquele tempo, não foi nenhum atentado terrorista, mas um acidente de trabalho, aliás, que também merece uma reflexão, pois os acidentes de trabalho acontecem por causa de alguma falha humana ou alguma condição insegura. Porém, Deus consente estes fatos porque respeita a liberdade humana, mas a partir da tragédia, nos ensina alguma verdade que serve para a nossa edificação.
Sobre tudo o que ocorre no mundo de hoje, guerras, conflitos, chacinas, execuções, crimes hediondos até contra crianças, falamos e ouvimos muitos discursos inflamados, desde o simples cidadão até as altas celebridades que nos grandes meios de comunicação promovem debates acirrados, ao lado de uma imprensa sensacionalista, onde, indignados jornalistas gritam palavras de ordem, dando-se a impressão de que, por conta disso, grandes mudanças irão ocorrer. Mas ao final, tudo continua como antes até que aconteça a próxima tragédia, para sacudir a opinião pública.
Jesus não entra nessa onda, não declarou guerra contra Pilatos, que era o que muitas lideranças queriam, e nem arquitetou alguma severa punição para aplicar aos responsáveis pela queda da torre. De investigação e denúncias, o povo já está saturado, porque no final da história, os culpados sempre ficam impunes.
Jesus aproveita o fato para nos alertar sobre a urgência da nossa conversão, que se inicia quando mudamos a nossa mentalidade em relação a Deus, ele não é aquele que abençoa dando saúde e bens materiais a quem lhe obedece, e que faz cair a desgraça na cabeça de quem não o aceita, pois se fosse assim, não ocorreriam tragédias na vida de um cristão.
Ele quer que concentremos nossa atenção no presente, percebendo a cada minuto á sua vontade a nosso respeito, fazendo o reino acontecer a partir de pequenos gestos de amor e de solidariedade em nosso quotidiano, porque se deixarmos esta vida passar em branco, sem nos darmos conta de que temos uma missão a cumprir, frutificando segundo a palavra e a graça de Deus, iremos nos surpreender ao final, porque seremos semelhantes a uma árvore seca e improdutiva justo na hora da colheita.
Nesta vida Deus nos fertiliza todos os dias com a sua graça e a sua santa palavra dando-nos todas as condições para produzirmos bons frutos. Só depende de nós! E não precisa dizer o que vai acontecer com a árvore seca, que não dá nenhum fruto...

2. Se não der fruto, então a cortarás - Lc 13,1-9
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Galileus estavam oferecendo sacrifícios quando foram mortos por soldados romanos a mando de Pôncio Pilatos. Foi castigo de Deus porque aqueles galileus eram mais pecadores do que os outros? Os que morreram quando desabou a torre de Siloé, foi por castigo de Deus? Jesus responde: “A mesma coisa vai acontecer com vocês se vocês não se converterem”. Essas mortes não foram castigo de Deus. Temos que nos converter para não morrer como eles. Converter de quê? O que pode significar aqui conversão? Se conversão for mudar de direção, alguma coisa deve mudar entre nós para que edifícios não continuem desabando nem soldados continuem matando. A conversão pessoal tem dimensões sociais.

Liturgia comentada

Corta-a! (Lc 13, 1-9)
Cortar uma árvore é uma atitude radical. O dono da vinha parece violento. Parece que se cansou da esperança. Como conciliar esta parábola com a noção de um Deus misericordioso ao infinito?
Joachim Jeremias, exegeta alemão, nos ajuda a compreendê-la em seu contexto original. Começa por lembrar que a figueira faz sombra sobre a parreira, impedindo que as uvas amadureçam. Logo, o dono da vinha devia gostar muito de figos, do contrário não teria plantado a figueira. Além disso, já esperava por frutos há muito tempo. Segundo a lei do Levítico (19, 23ss), os frutos produzidos por uma árvore nova nos três primeiros anos de colheita eram considerados “incircuncisos”, isto é, impróprios para a alimentação. No quarto ano, os frutos colhidos eram oferecidos a Deus como primícias do pomar, em um gesto cultual: “Deus primeiro!” Só a partir do quinto ano é que o produto das frutíferas podia ser colhido como alimento humano.
Ora, já havia três anos que o dono da terra procurava por figos e não os achava. Façamos a soma: 3 + 1 + 3 = 7!!! São sete anos de esterilidade! Sete anos de decepção. E no mundo bíblico o número 7 significa a plenitude, a totalidade, isto é, todo o tempo...
Agora, fica mais fácil entender a mensagem desta parábola: TODO O TEMPO, Deus espera por nós e pelos frutos do Espírito em nossa vida. Mas esse tempo há de acabar, é limitado, tem um fim. Chegado o fim, não haverá outro recurso a não ser cortar a figueira...
Assim sendo, não podemos acusar a Deus – representado na figura do dono da vinha – de impaciente ou sem misericórdia. Ao contrário, nada mais justo que esperar pelos frutos de seu “investimento” em nossa vida. Em Isaías 5, o profeta nos dá o “canto de amor” a respeito da vinha (Israel), que se recusara a dar frutos: depois de cavar a terra, limpá-la das pedras e plantar cepas escolhidas, o “dono” ainda a cercou, ergueu uma torre e construiu um lagar, pois esperava fabricar o seu vinho. No tempo da colheita, a uva não prestava, só dava vinagre. Que fazer?
Sua cerca será arrancada e os javalis a pisarão. Nela crescerão apenas cardos e espinhos. Nem mesmo a chuva há de regá-la... A vinha predileta não correspondera ao amor...
E nós? Estamos correspondendo ao Amor que foi investido em nós?
Orai sem cessar: “Graças a mim é que produzes fruto...” (Os 14, 8b)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 26/10/2013

HOMILIA DIÁRIA

Somos a figueira que o Senhor escolheu para dar frutos

Postado por: homilia
outubro 27th, 2012

Este Evangelho traz hoje uma realidade de nossa fé, que é escatológica. Esca… O quê? “Escatológica” significa a realidade dos fins dos tempos, da segunda vinda de Jesus, do julgamento final, da vida depois da morte e da ressurreição da carne.
A Escatologia pode ser definida como um termo moderno que indica a parte da teologia que considera as fases ‘finais’ ou ‘extremas’ da vida humana ou do mundo: morte, juízo universal, pena ou castigo extraterrenos e fim do mundo. Os filósofos usam às vezes esse termo para indicar a consideração dos estágios finais do mundo ou do gênero humano (ABBAGNANO, Nicola, Dicionário de Filosofia, 1999).
Interpretando dois fatos de crônicas, Jesus desenvolve outra das exigências da vida cristã na espera escatológica: fazer penitência e emendar-se do mal feito, ou seja, um apelo à conversão. Lucas é o evangelista que enfatiza o amor e a misericórdia de Deus. Jesus aparece várias vezes exercendo o amor e a misericórdia neste Evangelho.
Nestes dois fatos Jesus lê os sinais dos tempos: a morte pode chegar de improviso, assim também como a segunda vinda de Jesus – disso Ele mesmo falou algumas vezes.
Esta “tensão” espiritual ocorre de maneira muito positiva. Podemos comparar com a tensão necessária e indispensável que precisa ter a corda de um violão, para que nenhuma nota comprometa toda a música ou peça que precisa ser tocada. Essa é a tensão espiritual que precisamos viver em nossa vida, sempre esperando o Senhor que vai chegar… Ou eu que posso ir ao encontro do Senhor! Entendeu?
De igual modo, o chamado e o juízo de Deus podem dar-se quando menos esperarmos. Daí a lição clara: converter-se e fazer penitencia para não ser surpreendido por acontecimentos decisivos.
Também a parábola da figueira estéril é um convite preciso a não viver uma existência vazia, porém, frutificar e enriquecer-se para o dia chamado “do Senhor”. A paciência de Deus, que sabe esperar que o homem se converta e frutifique, impele-nos a dar valor ao dom da vida.
A realidade da morte – sempre possível – não é um “espantalho”, mas o mais instante e seguro sinal dos tempos que cada homem deve saber interpretar. Pensando na morte e nos preparando para ela (pois acreditamos na vida eterna) encontramos forças para resistir ao mal e praticar o bem.
E Jesus contou esta parábola: “Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou. Então disse ao vinhateiro: ‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra? ’ Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás’” (cf. Lc 13,6-9).
Eu e você somos esta figueira que Deus tem plantado em meio a Sua grande vinha. Já pensou porque numa plantação de vinha alguém teria uma única figueira? Será que esta figueira seria particular, dele, para que ele desfrutasse dos figos desta figueira? Ou seja: os cristãos devem, como escolhidos por Deus, ser santos, diferentes e exemplos no mundo, que é a grande plantação de vinha.
Nós somos a “figueira” que o Senhor escolheu para dar frutos a Ele. Lembre-se desta Palavra: “Eu não rogo que os tires do mundo, mas que os guardes do maligno. Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo. Consagra-os pela verdade: a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, eu também os enviei ao mundo” (cf. Jo 17,15-18).
Nesta semana, a Liturgia da Palavra nos chamou à vigilância. Hoje, completa chamando-nos à conversão.
Padre Luizinho Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 27/10/2012

HOMILIA DIÁRIA

Saiba buscar as coisas do Senhor

Aqueles que receberam o Espírito do Senhor, precisam saber buscar as coisas do Senhor, aspirar às coisas espirituais.

“Os que vivem segundo a carne aspiram às coisas da carne; os que vivem segundo o Espírito, aspiram às coisas do Espírito” (Romanos 8,5).

Uma vez que estamos buscando levar a vida em Deus e queremos que a vida d’Ele seja plena em nossa vida, nós precisamos olhar as coisas pelos dois prismas apresentados pela Palavra de Deus, na Carta de Paulo aos Romanos.
O primeiro prisma é o da nossa natureza carnal, a natureza que nós recebemos dos nossos pais, da vida que nós vivemos, daquilo que vamos aprendendo de errado ao longo da vida. Você sabe que a carne tem um apelo dentro de nós – quando me refiro à carne, não estou me referindo apenas àquilo que diz respeito e que é próprio da sensualidade ou da sexualidade. Embora também elas exerçam um fascínio e um apelo ao nosso coração. A carne tem as suas múltiplas facetas de atuação em nós, pois nossas fraquezas são muitas, elas vêm pelos sentimentos, pela vontade enfraquecida, pela vontade de querer vencer e não conseguir.
Por isso, muitas vezes, a força do mal e a força da carne nos dominam. Mas, nós não somos só carne, o Espírito de Deus está em nós. A Palavra está justamente dizendo isso – aqueles que vivem segundo o Espírito, aspiram às coisas do Espírito. E o que são as coisas do Espírito? As realidades espirituais, os bens espirituais.
Meus irmãos, não adiantará irmos à igreja uma vez por semana se não permitirmos que o nosso espírito seja alimentado com o bem, para que sejamos fortalecidos. Uma vez que nós só vivemos para as tendências da carne, mesmo aquelas mais naturais: comer, beber e descansar, assim por diante, esses desejos crescem em nós e, muitas vezes, nos dominam, nos escravizam, sobretudo quando nós não sabemos alimentar o espírito.
Por isso aqueles que são do Espírito, aqueles que receberam o Espírito do Senhor, precisam saber buscar as coisas do Senhor, aspirar às coisas espirituais: orar, meditar, combater, vigiar, ler a Palavra, se alimentar do Espírito de Deus, receber oração, fazer oração, buscar auxílio nesse combate espiritual, ter sede de Deus e das coisas d’Ele. Isso vai alimentando o nosso espírito e vai nos tornando firmes nesse combate, que travamos contra a carne e o pecado.
Se eu alimento a carne, as forças do pecado crescem em mim; mas se eu alimento meu espírito, o Senhor vai me guiando, me dominando e me direcionando!
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 26/10/2013

HOMILIA DIÁRIA

A vigilância é importante para evitar tragédias

“Pensais que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo” (Lucas 13,4-5).

Jesus está falando a respeito das tragédias que aconteceram com os galileus, na qual Pilatos matou misturando o seu sangue com sacrifícios. Tantos outros casos poderiam ser tragédias que aconteceram lá e acontecem nos dias de hoje. E, logo, a pessoa movida pelo pensamento sem discernimento, diz: “Aconteceu porque era um castigo. Porque ele mereceu ou porque ele fez algo que desagradou a Deus”.
Querem colocar “nas costas” de Deus toda e qualquer tragédia ou acontecimento. Um avião que cai, falam: “Tinha algum pecador e foi isso que aconteceu”. Doeu o coração quando aconteceu a tragédia na boate Kiss há tantos anos, e, até hoje, marca a todos nós todas aquelas vítimas. Talvez, alguém sem discernimento possa ter dito: “É porque aqueles jovens eram pecadores”.
Não podemos mais permitir que esses desalentos ou a falta de conhecimento da fé, leve-nos a dizer certos desatinos, porque Deus, primeiro, não quer que nenhuma tragédia aconteça.

É importante sermos vigilantes com a nossa própria vida, não deixar que sejamos causa de tragédias

Dói o coração de Deus quando coisas trágicas acontecem com pessoas que são de Deus ou pessoas que achamos que não são de Deus, porque todos nós somos de Deus. As tragédias acontecem com pessoas boas e com pessoas que não tão boas. As tragédias acontecem com pessoas que frequentam a casa de Deus e com pessoas que não frequentam a casa de Deus. As tragédias acontecem com idosos e crianças.
Tudo que pedimos a Deus é que nos livre do mal, para que realmente combatamos o mal. É para isso que nós oramos e invocamos.
Muitas tragédias, é óbvio, acontecem por desastres e desatentos humanos. Há muitas tragédias que acontecem por muitos fatores, que não é o caso de aprofundarmos neste momento.Acontecem as fatalidades, a falta de atenção nos acidentes e tantas outras coisas na vida. É importante sabermos, primeiro, sermos vigilantes com a nossa própria vida, não deixar que sejamos causa de tragédias e, ao mesmo tempo, trabalhar para que tragédias não aconteçam no mundo. É o modo de colaborarmos com a graça de Deus. Não procurarmos culpados de formas fáceis, colocando para o além, para o divino, aquilo que, muitas vezes, é responsabilidade humana e a falta de cuidado humano.
“Um avião caiu. De quem foi a responsabilidade?”. “Aconteceu uma tragédia com o carro. Por que será que aconteceu?”.
Sejamos sensatos em tais coisas, mas o mais importante é aquilo que diz o Evangelho: “se não nos convertermos, todos morreremos”.
Se aquela morte foi trágica, não há tragédia pior do que morrer no pecado, do que morrer sem se converter, do que morrer sem realmente mudar de vida.
Pode ser que alguém morra numa tragédia, mas nem experimenta a tragédia porque ressuscitou para Deus. Mas quem morre na tragédia do pecado, não tem como reparar, é só se convertendo de verdade.
Na outra vida não tem como se converter, a hora de nos convertermos é agora! Por isso, procuremos superar essa tragédia do pecado e superaremos muitas outras tragédias na humanidade.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 26/10/2019

Oração Final
Pai Santo, dá-nos sabedoria para ouvir, força para viver e coragem para proclamar a tua Palavra ao mundo. Que o anúncio se faça através do testemunho de nossa vida e de palavras inspiradas por Ti. Faze-nos discípulos missionários da Igreja, seguidores do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/10/2012

Oração Final
Pai Santo, que nós vejamos nos nossos semelhantes a imagem de teu Amor Criador. Jamais perderemos, assim, a esperança de que todos os homens e mulheres ouçam, acolham e vivam a Mensagem Viva que nos enviaste – o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/10/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que nós vejamos nos nossos semelhantes a imagem de teu Amor Criador. Jamais perderemos, assim, a esperança de que todos os homens e mulheres ouçam com atenção, acolham com gratidão e vivam com entusiasmo a Mensagem Viva que nos enviaste – o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/10/2019

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