quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 16/12/2020

ANO B


Lc 7,19-23

Comentário do Evangelho

O reconhecimento do Messias esperado

O que Jesus faz e ensina dá testemunho de sua origem divina e de seu messianismo. No entanto, era desconcertante para João Batista, como também para a família de Jesus e seus contemporâneos, compreender o modo de agir e de se comportar de Jesus. O messianismo que Jesus assume, caracterizado pelo serviço e por uma interpretação da Lei desconcertante, fugia de todas as expectativas das correntes messiânicas do seu tempo. Era algo absolutamente novo e surpreendente. É por isso que João tem dúvidas em relação a Jesus e manda os seus discípulos perguntarem a ele se, de fato, era o Messias. A dificuldade de João Batista continuou a ser também a de seus discípulos. Jesus não responde diretamente aos discípulos de João. Apoiado em Is 35,5-6, que ajuda a descrever e compreender o que ele faz, Jesus sugere aos discípulos de João que tirem a própria conclusão e a comuniquem a seu mestre. Jesus crê que o que está acontecendo na sua ação e no seu ensinamento é suficiente para João reconhecer o “hoje” da salvação e Jesus, de fato, como o Messias esperado.
Pe. Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, enviaste teu Filho ao mundo, na condição de Messias dos pobres. Que eu saiba reconhecê-lo no gesto simples de solidariedade com os pobres e sofredores.
Fonte: Paulinas em 16/12/2015

Vivendo a Palavra

Jesus lembra a João que o Reino de Deus não é anunciado apenas por palavras, mas por sinais: cegos, paralíticos, leprosos e surdos são curados, mortos ressuscitam, e a Boa Notícia é anunciada aos pobres. Mas, o Reino não virá com sinais exteriores, porque ele está dentro de nós!
Fonte: Arquidiocese BH em 14/12/2016

vIVENDO A PALAVRa

Jesus lembra a João e quer também nos ensinar que a proclamação da chegada do Reino de Deus em nós e entre nós não se faz apenas por belas palavras, mas pela realização dos sinais previstos pelos profetas: a cura, a libertação, a justiça e a fraternidade entre todos os homens. O anúncio da Boa Notícia do Reino não deve ser preparado apenas com estudos, mas com Vidas em seguimento do Caminho de Jesus.

Reflexão

O Antigo Testamento está no seu término e o Novo Testamento está no seu início. O Antigo Testamento está representado em João Batista, o seu último profeta, o maior entre os nascidos de mulher, e o Novo Testamento está representado em Jesus Cristo, o Filho de Deus que se fez homem e veio a este mundo. O sinal da mudança são os milagres que estão acontecendo como cumprimento de todas as profecias feitas no Antigo Testamento, deixando de serem promessas para tornarem-se realidade. Estamos nos tempos messiânicos, Deus está cumprindo todas as suas promessas em relação à sua realização.
Fonte: CNBB em 16/12/2015 e 14/12/2016

Reflexão

É possível que os discípulos do Batista tivessem alguma dúvida a respeito de Jesus e suas obras. Nada melhor que entrevistar o autor da obra. Vão ter com Jesus, que não lhes dá resposta pronta, nem tenta convencê-los com frases de efeito. Que vejam com os próprios olhos. Em companhia de Jesus, eles comprovam a realização do que os antigos profetas anunciavam para os tempos messiânicos: verdadeira presença e ação eficaz de Deus no meio do povo. Jesus é o Messias autêntico. Não o Messias nacionalista que chega dominando outros povos, prometendo independência nacional a Israel. O verdadeiro Messias vem para curar enfermos, ressuscitar mortos e proclamar a Boa-Nova aos pobres. Somente os que alimentam ilusões triunfalistas ficarão decepcionados com Jesus.
Oração
Senhor Jesus, recebes dois discípulos do Batista interessados em confirmar se és de fato o Messias. Não lhes dás longas explicações. Ao contrário, os convidas a testemunhar o que realizas em favor da população pobre, enferma e sofredora. Tais obras comprovam que és o verdadeiro Messias. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

Comentário do Evangelho

TESTEMUNHO DA LUZ

A pessoa e a missão de Jesus é que definiram a identidade de João Batista. Este fora enviado por Deus para ser testemunho da luz. Mediante sua pregação, muitas pessoas teriam a chance de chegar à fé e serem iluminadas pela luz, que é Jesus. A atividade de João preparava a chegada de Jesus, predispondo as pessoas para recebê-lo.
O pressuposto de seu ministério era que a humanidade estava mergulhada nas trevas e, por isso, vagava errante pelo caminho do pecado e da injustiça. Se não lhes fosse oferecida uma luz, não teriam condições de superar esta situação. Entretanto, o Pai decidira resgatar o ser humano para a vida. E o fez, por meio de seu Filho Jesus, cujo ministério consistiria em ser luz para o ser humano, mostrando-lhe o caminho para o Pai.
João Batista compreendeu este projeto de Deus e se colocou a serviço dele. Sua condição de servidor do Messias estava arraigada em sua consciência. Não cedeu à tentação de pensar de si mesmo, além do que correspondia ao plano de Deus. Não lhe cabia nenhuma das identificações do Messias, em voga na teologia popular. Ele não era nem o Messias, nem Elias, nem algum dos profetas. Era, simplesmente, um servo de Deus e do seu Messias. Este título era suficiente para defini-lo. Tudo o mais não passava de especulação.
Oração
Senhor Jesus, como João Batista, desejo colocar-me totalmente a teu serviço, dando ao mundo o testemunho de tua luz.
Fonte: Dom Total em 16/12/2015

Meditando o evangelho

TU ÉS O QUE HÁ DE VIR?

A ação messiânica de Jesus deixava João Batista decepcionado. O precursor esperava um Messias com pulso forte, que fizesse um limpeza em regra no povo de Israel, ou seja, punisse os pecadores, pusesse fim à já longa opressão, libertasse os cativos de toda sorte de prisões, enfim, criasse um sociedade ideal, plenamente de acordo com o projeto de Deus.
Jesus, porém, pautava sua ação por outros parâmetros. Sua atenção concentrava-se nos fracos, nos doentes, nos excluídos, nos pobres, servindo-os, de maneira incansável. Por sua ação, os cegos passavam a ver, os coxos, a andar, os surdos, a ouvir, os leprosos eram limpos, os mortos ressuscitavam e os pobres eram evangelizados. Esta era a sociedade que brotava do ministério de Jesus. Longe de ser um juiz inclemente, sua ação primava pela misericórdia. Longe de irar-se, mostrava-se benevolente e solícito com os fracos e pequeninos. Longe de anunciar castigos implacáveis, espalhava sinais do amor divino por onde passava.
A resposta de Jesus aos emissários de João comportava um apelo para que abrissem mão de seus preconceitos acerca do Messias e se mostrassem sensíveis à verdadeira maneira de agir de Deus na história humana. Afinal, Deus está mais interessado em salvar do que em castigar.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito que faz o amor derramar-se sobre a humanidade, ajuda-me a perceber que Jesus é o sinal mais convincente da misericórdia divina para com a humanidade.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Ide contar a João o que vistes e ouvistes
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2016’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Tem-se a impressão, pela pergunta feita, de que João não conhecia Jesus. Podiam até ser parentes, mas João não tinha clareza sobre a missão de Jesus. As composições teológicas dos evangelhos dificultam a reconstrução histórica dos fatos acontecidos. Tudo o que envolve o batismo de Jesus feito antes da prisão de João tem muito a ver com a visão teológica do evangelista. Sem fazer uma história sagrada, eles se completam. Lucas deixa João inteiramente do Antigo Testamento e não o menciona no batismo de Jesus. Coloca-o já na prisão. Evita também, segundo alguns comentaristas, identificá-lo com Elias, deixando Elias identificar-se com Jesus em sua missão. O importante são os sinais indicativos de quem é Jesus. As profecias falavam dos paralíticos que andam e dos cegos que recuperam a vista no Dia do Messias. Pois bem, vão dizer a João o que vocês viram e ouviram, e que nem João nem os seus discípulos se escandalizem a respeito de Jesus. O aspecto glorioso de sua messianidade está na Boa-Nova dada aos pobres. Para isso ele veio. Eles aguardam ansiosamente a sua segunda vinda.
Fonte: NPD Brasil em 14/12/2016

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A Dúvida de João Batista...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

De primeiro eu achava que Fé e Dúvida eram duas coisas incompatíveis, no nosso grupo de jovens entre as músicas preferidas, cantávamos sempre a Oração de São Francisco de Assis onde um dos versos dizia "Onde houver dúvida que eu leve a Fé". Passei a minha infância e adolescência sempre ouvindo isso, mas dentro de mim o que menos faltava eram as benditas dúvidas e por isso julgava-me fraco na Fé.
Quando comecei a prestar mais atenção na Palavra de Deus descobri que ter dúvida é algo positivo e que, inclusive, nos faz crescer na Fé. A maioria dos vocacionados da Bíblia, em um primeiro momento tiveram sim, dúvidas sobre a missão. No Novo Testamento uma das primeiras a ter a ousadia de questionar Deus foi Maria de Nazaré "Como isso vai acontecer se não conheço homem algum?" E no evangelho de hoje, o grande João Batista Precursor de Jesus, que recebeu dele um grande elogio sente a dúvida bater em seu coração “És tu que hás de vir ou devemos esperar outro?”
A dúvida faz parte do ser humano e quando transformada em reflexão, permite-nos crescer e muito tanto na vida de Fé como na realização como pessoa. Quem não tem dúvida é porque não tem um ideal de vida, nem almeja uma meta, é próprio de quem caminha sem rumo e não encontrou um sentido para a vida.
Na sala de aula, o aluno que nunca faz perguntas, ou é porque entendeu tudo, ou ao contrário, não entendeu nada e nem tem interesse em apreender. Na pós modernidade vemos tantos modelos de Jesus Cristo que muitas vezes a dúvida bate em nosso coração, como aconteceu com João Batista. Tem Jesus de tudo quanto é tipo, prá gente escolher, a maioria deles inventado pelo Consumismo. Um Jesus light que me faça sentir bem em determinada igreja... Um Jesus piegas que fica mais no céu do que na terra, ao nosso lado, um Jesus que não é tão exigente e nem cobra para que a gente "Vista prá valer a camisa do seu Evangelho", um Jesus de Esquerda ou de Direita, segundo as ideologias políticas, um Jesus da elite ou um Jesus só dos pobrezinhos. A Sociedade tem a ousadia de fazer Caricaturas de Jesus, é o Homem do Segundo milênio querendo reinventar um Deus á SUA imagem e semelhança... Justamente o contrario de quem realmente ele é, o Evangelho não nos aliena e nem nos aprisiona, mas nos liberta.
Jesus de Nazaré, que aparece no evangelho é aquele que ajuda o homem a se encontrar como Filho de Deus, é aquele que faz o ser humano enxergar o mundo, as pessoas e os acontecimentos da história, com outros olhos (Os Cegos enxergam) Jesus é aquele que irradia esperança e faz as pessoas sonharem e se projetarem para frente, caminhando pelas estradas da vida, livres de suas paralisias (Os Paralíticos andam) , Jesus é aquele que tira do homem todo pecado e sentimento de culpa, é aquele que restitui ao ser humano a liberdade de agir e de tomar decisões a partir do seu livre arbítrio (Os Leprosos são purificados) Jesus é aquele que faz ecoar a sua Palavra Vivificadora nas entranhas do homem, fazendo-o ouvir a Verdade para acreditar nela (os surdos ouvem) enfim, Jesus é aquele que arranca o homem da inércia do pecado ressuscitando-o á única e verdadeira luz e concluindo os sinais, Jesus é ainda aquele que tem uma noticia feliz aos pobres.
Se não descobrirmos o Cristo através desses sinais que são realizados na vida de todas as pessoas, vamos passar a vida toda correndo atrás de um Mito, que nunca conseguiremos alcançar, não porque ele se distancia de nós, mas porque nós o colocamos muito longe, pois muitas vezes, temos medo de realmente nos encontrar com ele.

2. És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro? - Lc 7,19-23
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Hoje nos despedimos de João Batista, que nos preparou para não sermos reprovados no juízo final e para a acolhida de Jesus, que vai nascer em Belém. A primeira parte do Advento termina aqui. Amanhã iniciamos a preparação mais imediata da festa do Natal do Senhor. Tudo o que Jesus dizia e fazia se difundia pela Judeia inteira e por toda a redondeza, escreve São Lucas. A notícia chegou também até João Batista, que enviou dois de seus discípulos com uma pergunta a Jesus, feita sem rodeios: “Tu és aquele que há de vir ou devemos esperar outro?”. Jesus responde com os fatos que os profetas indicaram como sinais do Messias. Os fatos são pessoas e as pessoas, cegos, paralíticos, leprosos, surdos, mortos e pobres em geral. Todos eles estão recebendo uma Boa Notícia. “Feliz de quem não se escandaliza” a respeito de Jesus. Esta frase pode ser entendida assim: é feliz quem soma com Jesus e faz sua companhia os deserdados deste mundo. Nada fácil, por isso Jesus dirá mais adiante que João não é um caniço agitado pelo vento nem um homem vestido com vestes finas. É alguém de opções radicais.

Oração Final
Pai Santo, faze de nós mensageiros do teu Reino de Amor! Que sejamos para os peregrinos que caminham conosco neste retorno ao Lar Paterno, fontes de esperança, testemunhas de fé e de Amor, parecidas com o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese em 14/12/2016

oRAÇÃO FINAl
Pai de Misericórdia, que formas a Luz e crias as trevas, faze-nos instrumentos de tua Paz e do teu Amor. Ajuda-nos a proclamar, com palavras inspiradas por teu Espírito e com o testemunho de uma vida em permanente processo de conversão, que o teu Reinado já está presente em nós, no aqui e agora deste mundo, embora não ainda em plenitude. Ele nos foi trazido pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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