segunda-feira, 14 de setembro de 2020

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 14/09/2020

ANO A


Jo 3,13-17

Comentário do Evangelho

Jesus, fonte de vida eterna

Neste texto temos um trecho da resposta de Jesus a Nicodemos que, interpretando ao pé da letra as palavras de Jesus, questiona como um homem, sendo velho, pode nascer de novo. Jesus é a fonte da vida eterna. Em sua trajetória, vindo do Pai e ao Pai voltando, Jesus, Filho do Homem, isto é, plenamente humano, realiza a salvação, que é a comunicação da vida divina e eterna a todos que creem nele. São os que creem no amor, na justiça e no direito, e que se empenham no serviço à vida, na preservação da natureza e na promoção humana dos pequeninos e excluídos.
Jesus de Nazaré, na plenitude de sua humanidade, é o dom de amor de Deus ao mundo. É a Palavra que se fez carne e veio morar entre nós. A elevação do Filho do Homem é a elevação do humano, com o resgate de sua dignidade. O antigo modelo da serpente de bronze no deserto (Nm 21,9), que motivava a fé, dá lugar a Jesus que comunica a vida e a todos atrai pela manifestação da graça e da verdade (Jo 1,17). A missão de Jesus não é a de condenação do mundo, mas de salvação, pela comunicação da vida divina e eterna a todos. É a missão da misericórdia e do amor, a que todos somos chamados.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, ao exaltar a cruz de teu Filho Jesus, quero abrir meu coração para que ela frutifique em mim, renovando minha disposição de ser totalmente fiel a ti.
Fonte: Paulinas em 14/09/2012

Comentário do Evangelho

A cruz de Cristo é um ato de amor de Deus por toda a humanidade.

O lugar próprio da “exaltação da Santa Cruz” é a Sexta-Feira Santa. Nunca é demais, no entanto, recordar que a cruz de Cristo é um ato de amor de Deus por toda a humanidade. Nós, cristãos, não temos uma mística da cruz ou do sofrimento, mas do Crucificado que “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o extremo” (Jo 13,1). O que nós podemos ler em Jo 15,13 se realiza no Filho de Deus pregado na cruz: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos”.
Nosso trecho é parte da catequese batismal do capítulo 3 do evangelho de João. Nestes versículos Jesus é apresentado como dom de Deus: “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único” para que, aquele que adere pela fé a ele, tenha a vida eterna (v. 15). O Filho único é doação do Pai para a salvação do mundo. A fé nele abre o coração do ser humano para receber este dom como salvação. Não é só a cruz de Cristo que nos salva, mas toda a sua vida terrestre e gloriosa.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, ao exaltar a cruz de teu Filho Jesus, quero abrir meu coração para que ela frutifique em mim, renovando minha disposição de ser totalmente fiel a ti.
Fonte: Paulinas em 14/09/2013

Comentário do Evangelho

A cruz de Jesus Cristo é expressão do amor de Deus.

A festa da exaltação da Santa Cruz remonta a meados do século IV d.C., quando o bispo de Jerusalém, na festa da dedicação da dupla basílica, constituída por duas igrejas, a igreja da Ressurreição e a igreja do martírio, levantou uma relíquia da cruz e a apresentou ao povo para a veneração. Desse gesto é que deriva o nome de exaltação da Santa Cruz. Mas é na Sexta-Feira Santa que, a cada ano, os cristãos veneramos a cruz do Senhor como penhor de nossa salvação. A cruz de Jesus Cristo é expressão do amor de Deus por toda a humanidade. No entanto, tenhamos todos muito claro que a mística cristã não é a mística da cruz, mas a mística do Crucificado.
O evangelho de hoje faz referência explícita ao episódio relatado no livro dos Números que lemos na primeira leitura. Durante a travessia pelo deserto rumo à terra da promessa, a tentação frequente do povo, que Deus havia tirado da casa da servidão, era de voltar atrás (Nm 21,5). Tinha sido libertado por Deus da escravidão, mas não tinha superado e se libertado da mentalidade de escravo. Será preciso um longo e dolorido caminho para que essa páscoa aconteça. A causa do que eles imaginavam ser o castigo de Deus, era, na verdade, consequência da falta de confiança e da murmuração contra Deus. A serpente de bronze levantada numa haste era expressão de uma crença de que, tendo o inimigo numa imagem, ele seria controlado. O texto apresenta uma novidade em relação a outros prodígios de Deus ao longo da travessia pelo deserto; ele exige, de quem quer ser salvo, fixar o olhar no emblema (vv. 8-9). O livro da Sabedoria, relendo esse fato, dá a ele um alcance teológico: é Deus quem liberta de todo mal (Sb 16,5-8).
Para o trecho do evangelho de hoje, no qual o episódio do livro dos Números é utilizado, a elevação de Jesus Cristo é o antítipo da serpente elevada. O trecho faz parte da catequese batismal do capítulo 3 do evangelho de João. Essa nossa perícope dá uma interpretação cristológica ao episódio narrado pelo autor do livro dos Números: quem salva e cura da morte é Jesus Cristo. É pela fé em Jesus Cristo, crucificado, morto e ressuscitado, que se é salvo e se tem a vida eterna.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Senhor Jesus, que a exaltação da cruz desperte em mim um empenho sempre maior de trilhar os teus caminhos.
Fonte: Paulinas em 14/09/2014

Vivendo a Palavra

Exaltamos hoje a Santa Cruz de Jesus Cristo, símbolo que devemos ter sempre presente na mente, não com o sentimento de prazer pelo flagelo, mas como lembrança de que o sofrimento e a dor fazem parte do nosso caminho e são meios de crescimento, assim como fizeram parte do caminho do Mestre.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/09/2012

Vivendo a Palavra

Repitamos, todos os dias, em uma única frase, toda a história da nossa salvação: “Deus amou de tal forma o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna.” Está aí resumida a razão da nossa fé, da nossa esperança e do amor que vivemos.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/09/2013

VIVENDO A PALAVRA

A vida de Jesus – ela é o nosso caminho de libertação! – tem a sua porta de saída, que é também o tempo da volta ao abraço do Amado Pai, no madeiro do Calvário. Nós, cristãos, exaltamos a Santa Cruz, como sinal do amor extremo de Deus, que nos deu seu Divino Filho; e do Cristo Jesus que se entregou por nós até a morte.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/09/2017

vIVENDO A PALAVRa

«Pois Deus amou de tal forma o mundo, que entregou o seu Filho Único, para que todo que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna.» Este versículo – Jo 3,16 – é considerado por muitos como a perfeita síntese de toda a História da Salvação. O maior presente do Pai Misericordioso – Jesus de Nazaré – é tão plenamente humano que só poderia ser Deus: o Cristo Libertador.

Reflexão

Todos os que crêem no Filho de Deus elevado entre o céu e a terra, suspenso na cruz, recebem dele a vida eterna. A cruz, instrumento de suplício e de maldição, torna-se, em Jesus Cristo, instrumento de salvação para todas as pessoas. Por isso, somos convidados a nos associar à cruz de Cristo. Quando falamos em união à cruz, logo pensamos em sofrimento, mas devemos pensar em algo que é mais importante que o sofrimento: Jesus, no alto da cruz, não era nada para si, mas todo para os outros, nos mostrando, assim, que cruz significa não viver para nós mesmos, mas fazer da nossa vida um serviço a Deus e aos irmãos e irmãs. A cruz só pode ser verdadeiramente compreendida sob o horizonte do amor maior.
Fonte: CNBB em 14/09/2012, 14/09/2013 14/09/2014

Reflexão

O imperador Constantino mandou construir em Jerusalém duas basílicas, uma sobre o Gólgota (morte de Jesus), e outra sobre o Sepulcro de Jesus. A dedicação dessas basílicas se realizou em 13 de setembro do ano 335. No dia seguinte, lembrando o significado profundo das duas igrejas, mostrou-se ao povo o que restava do lenho da Cruz do Salvador. Anualmente se repete esse ritual. Daí originou-se a celebração do dia 14 de setembro, que se faz também em Roma, desde o século VII. “A cruz é, ao mesmo tempo, o sofrimento e o troféu de Deus. É seu sofrimento, porque foi nela que ele morreu voluntariamente; ela é seu triunfo, porque o diabo foi ferido e derrotado e, com ele, foi vencida a morte. A cruz é proclamada como glória de Cristo e sua exaltação…” (Santo André de Creta, século VII).
Oração
Ó Jesus Redentor, para nos redimir e salvar, morreste crucificado. Mudaste, assim, o sentido da cruz: de instrumento de condenação a transformaste em trono de vitória e resgate em favor da humanidade. Embora traga a lembrança dos teus indizíveis sofrimentos, a cruz se torna para nós fonte de salvação. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

Recadinho

Que lugar ocupa a cruz, como símbolo, em sua vida? - Você faz o sinal da cruz? Mencione alguma circunstância concreta. - Em meio às cruzes de sua vida, você se lembra de Cristo na cruz? - Mencione algum local em que há uma cruz. - A cruz mencionada lhe diz alguma coisa de concreto?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 14/09/2013 e 14/09/2014

Meditando o evangelho

DA CRUZ, BROTA A VIDA ETERNA

A crucifixão de Jesus deu à cruz um sentido novo: deixou de evocar a morte, para ser evocação da vida. Não mais seria instrumento de castigo, mas de salvação. Seria motivo de exaltação e não de ignomínia.
Esta mudança radical do sentido da cruz deveu-se ao modo como Jesus a viveu. A morte de cruz foi a prova suprema da fidelidade do Filho ao Pai. Nela ficou patente que Deus era o senhor único e exclusivo da vida de Jesus, e que nenhuma criatura fora suficientemente forte para desviá-lo do caminho traçado pelo Pai. Somente neste sentido é possível entender a necessidade da morte de cruz. Seria praticamente impossível ter Jesus encontrado outra forma mais convincente para provar sua fidelidade a Deus. Ele não temeu enfrentar, de cabeça erguida, a infamante morte de cruz, quando estava em jogo a razão de ser de sua existência e de sua vinda ao mundo.
Daqui provém o respeito cristão pela cruz e o simbolismo de que é revestida. Ela evoca a fidelidade de Jesus e é apelo à essa mesma fidelidade. É a síntese do amor de Jesus pela humanidade, ao entregar-se para resgatá-la do pecado, e é um convite para o amor. Ela revela o serviço radical e incondicional de Jesus ao Reino, e estimula o cristão a fazer o mesmo. Exaltar a cruz é, pois, optar por trilhar os caminhos de Jesus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Senhor Jesus, que a exaltação da cruz desperte em mim um empenho sempre maior de trilhar os teus caminhos.
Fonte: Dom Total em 14/09/2017

Meditando o evangelho

SALVOS PELA CRUZ

A expressão “exaltação da cruz” deve ser corretamente compreendida para se evitar mal entendidos. Erraria quem a interpretasse como uma apologia do sofrimento, privando-a do contexto em que se deu na vida de Jesus.
O diálogo com Nicodemos ajuda-nos a encontrar o sentido da cruz, no conjunto do ministério do Mestre. Evocando a serpente de bronze erguida por Moisés no deserto, Jesus afirmava ser necessário que ele também fosse elevado para salvar os que haveriam de crer nele. Como a serpente de bronze era penhor de vida para o povo pecador que a contemplava no alto do mastro, o mesmo aconteceria com o Messias. A força salvadora do Filho erguido na cruz era uma clara manifestação da presença do Pai em sua vida. Afinal, na cruz, o Filho revelava sua mais absoluta fidelidade ao Pai. Por se recusar a não trilhar o caminho traçado pelo Pai, teve de se confrontar com a terrível experiência de sofrer a morte dos malfeitores. Assim, tornou-se fonte de salvação.
A exaltação da cruz tem por objetivo glorificar Jesus por seu testemunho de adesão incondicional ao querer do Pai. Só é capaz deste gesto quem acolheu a salvação de que é portadora, e deseja mostrar-se agradecido a Jesus, por tamanha prova de amor. Quem se dispõe a abrir o coração e deixar a cruz dar seus frutos de vida e salvação, irá beneficiar-se do amor infinito que o Pai demonstrou pela humanidade pecadora.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Oração
Pai, ao exaltar a cruz de teu Filho Jesus, quero abrir meu coração para que ela frutifique em mim, renovando minha disposição de ser totalmente fiel a ti.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. CRUZ: A VITÓRIA DO AMOR!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Afirmar, antes do século IV, que Jesus foi um vencedor na cruz do calvário, era passar-se por ridículo, fazer zombaria com a desgraça e a tragédia que se abateu sobre o Nazareno. Na própria comunidade cristã, o uso da cruz como símbolo cristão, só viria após esse período. Falar de alguém que morreu numa cruz, ser seguidor de suas idéias e ensinamentos, era empreender uma caminhada incerta que poderia terminar em fracasso, pois antes da conversão do imperador Constantino, o Cristianismo era considerado uma seita.
Há uma linha crescente no evento Jesus de Nazaré, que começa com o seu batismo, prolongando-se nos grandes prodígios que realizou inclusive a ressurreição de mortos, que atinge o seu ápice quando o povo vê nele os sinais messiânicos aclamando-o como rei na subida para Jerusalém, cuja entrada triunfal era a concretização do ideal de libertação, sonhado e alimentado no coração do povo. Entretanto, esse evento marcou na verdade o início de uma tragédia, que iria culminar com a morte humilhante e vergonhosa na cruz do calvário.
A cruz foi assim, até o século IV o símbolo do fracasso e da vergonha, porém, no evento pós- pascal, os seguidores de Jesus, os discípulos e todos os que professavam nele a sua fé, são convidados agora a olhar para o lenho da cruz com um olhar diferente, iluminado pela glória da ressurreição.
Um olhar que transcende o próprio objeto, enxergando no crucificado a concretização do projeto de Deus, seria, portanto o ápice da glória do Filho do Homem, o momento da sua morte na cruz, ilumina a existência humana dando-lhe um novo sentido e mostrando a vocação do homem, criado a imagem e semelhança de Deus, à plenitude do amor.
Os que rejeitavam Jesus, sua pessoa e seu anúncio revolucionário, ao ser levantada a cruz no alto do Gólgota, enxergaram apenas um homem agonizante, um derrotado que o poder Imperial e Religioso fez calar a boca, o poder religioso tinha boas razões para querer acabar definitivamente com Jesus, ele ousara falar de uma salvação que não passava pelos padrões religiosos do Povo de Israel, e isso era imperdoável.
Entretanto, aquela cruz, sinal de aparente fracasso, torna-se a maior e mais explícita declaração de amor de Deus pela humanidade, e nesse caso, o homem olhando para o crucificado, sentindo-se tocado em seu íntimo por um tão grande amor, reconhecerá em Jesus, esmagado na cruz, a glória de um amor nunca antes conhecido por nenhum homem, nesse sentido, deve-se olhar para a cruz com o coração.
Contrariando o princípio imperialista da desigualdade social, que facilita a classe dominante, o cristianismo se fundamenta na igualdade e justiça social, a partir da liberdade. Nesse sentido o Deus dos Cristãos é o Deus Libertador, que assim manifestou-se no fato histórico do Povo Hebreu no Êxodo do Egito, uma prefiguração da libertação plena do mal do pecado, que Jesus, o novo Moisés realizou.
Confiança e fidelidade na ação Divina a favor do povo oprimido e explorado é o que as leituras desse domingo nos pedem, os deuses de ontem e de hoje, apesar de muito sedutores, conduzem o povo à morte, como as serpentes do deserto. Há um só Deus Criador, Redentor, Libertador, que pode salvar o homem: é Jesus, o Filho de Deus, encarnado na história do homem. A salvação e a libertação estão disponíveis à todo homem que crer nele.
Olhar para a cruz com um olhar de esperança e fé, é um grande desafio, porque os olhos da carne vislumbram apenas um homem derrotado, esmagado, destruído pelo poder do mal, mas o olhar de fé sabe vislumbrar, além do fracasso a glória que envolveu Jesus, no preciso momento em que o Pai foi glorificado, porque seu amor, presente no mistério, oculto desde toda a eternidade, agora se torna visível, sendo impossível não crer nesse amor, pois como afirma João – Deus é amor e somente um amor grandioso como o de Jesus, foi capaz de tão grande sacrifício, a favor dos homens, transformando o fracasso da cruz na maior de todas as vitórias sobre o mal, de maneira definitiva. (Exaltação da Santa Cruz João 3, 13-17)

2. Deus enviou o seu Filho ao mundo para que o mundo seja salvo por ele - Jo 3,13-17
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

A cruz de Jesus Cristo encontrada por Santa Helena em Jerusalém é erguida e apresentada ao povo fiel, que a contempla com amor e gratidão. Ela é o altar no qual o corpo do Senhor Jesus foi oferecido em sacrifício para a salvação do mundo. Aos pés da cruz ouvimos hoje as palavras de Jesus a Nicodemos, conservadas no Evangelho de João. O Crucificado conhece o céu. Veio de lá e para lá está voltando. Fala do que conhece. Transmite o que viu. Ele foi levantado na cruz para que tenha a vida eterna quem nele crer. Nós cremos nele e cremos que, terminada nossa peregrinação neste mundo, nossa vida desabrochará na eternidade. Cremos que teremos a vida eterna. Quem nele crê não perece. O Pai não se deu ao trabalho de enviar o Filho até nós para nos condenar. Ele não veio condenar o mundo. Veio salvá-lo. A serpente de bronze que Moisés levantou no deserto para curar o povo do veneno das serpentes foi sinal e figura do que viria depois: Jesus, o Filho do Homem, erguido na cruz. A serpente continua destilando seu veneno e a cruz continua erguida para nos curar. Os braços permanentemente abertos de Jesus nos convidam a nos aproximarmos do trono da graça. Sem medo e confiantes. Faça o sinal da cruz, tenha a cruz na parede do quarto. Sinta nela a ternura do coração traspassado.

Liturgia comentada

O seu libertador... (Sl 78 [77])
Só temos dois caminhos: a liberdade com Deus ou a escravidão sem Deus. A condição de “criatura” – que é a nossa – é a condição de ser incompleto. Não somos autônomos, não nos bastamos. Só Deus nos basta, só ele nos preenche. Recuando o seu senhorio, ficamos desarmados diante de outros patrões que rondam nossa casa permanentemente. Sem Deus, acabamos tiranizados pela carne ou pelos demônios.
É uma grave ilusão o sentimento de que Deus nos prende com seus mandamentos. Ilusão semelhante leva alguns a avançarem o sinal vermelho que lhes dá segurança. Até os antigos, com o mito de Ícaro, já haviam entendido que o homem não pode ir além de sua medida de criatura. A mística cristã intuiu que ninguém é mais livre do que quem abre mão da pretensão de onipotência, abandonando-se nas mãos de Deus.
O homem rebelde se recusa a dobrar a cerviz (região cervical) diante da vontade amorosa de Deus, pensando com isso manter-se livre. Ledo engano! É exatamente pelo pescoço, o ponto mais frágil do corpo humano, que os vencidos na guerra são escravizados com coleiras de ferro.
No Antigo Testamento, o Senhor se refere a Israel como um “povo de dura cerviz”, isto é, renitente e empacado como um jumento (cf. Dt 31,27; Ne 9,29). Antes de ser lapidado, o primeiro mártir cristão, Estêvão, apontou a obstinação de quem se recusa a acolher a Palavra de Deus: “Homens de dura cerviz e de corações e ouvidos incircunciso! Vós sempre resistis ao Espírito Santo! Como procederam os vossos pais, assim procedeis vós também!” (At 7,51)
Conscientemente ou não, é como se alguém preferisse o estado de escravidão, ao recusar a oportunidade de uma vida livre em Deus, abrindo mão de seus vícios, degradações morais e intelectuais, e de uma vida centrada em si mesmo.
Deus é nosso único Libertador. É uma pena que os excessos cometidos por alguns teólogos da libertação tenham posto sob suspeita uma palavra tão rica: Libertação! Lamento igualmente que se tenha perdido o sentido da palavra Redentor, o adjetivo que acompanha o Cristo no alto das montanhas.
Em sua etimologia, “redentor” [do latim re + emere, isto é, “comprar de novo”] é aquele que vai ao mercado de escravos, paga seu resgate e quebra os grilhões que os prendiam. Cristo Redentor é o Cristo Libertador. São Paulo recorda-nos esse resgate e seu alto preço: “Ignorais que não pertenceis a vós mesmos? De fato, fostes comprados, e por preço muito alto!” (1Cor 6,20) Só faltou acrescentar: vocês custaram o sangue de Cristo!
Orai sem cessar: “Senhor, tu me livraste da morte! (Sl 56,13)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Fonte: NS Rainha em 14/09/2013

HOMILIA DIÁRIA

Exaltar a cruz enquanto há tempo

Postado por: michelle
setembro 14th, 2012

A Palavra de Deus nos convida, irmãos e irmãs, a uma profundidade que vem do Espírito Santo, o qual pode fazer calar a verdade em nossas almas, gerando atitudes concretas que apontam para o mistério dos mistérios, fonte de toda a graça: a Santíssima Trindade!
Em busca de beber da fonte, e talvez ainda marcado pelo medo de se expor, Nicodemos vai ter com Jesus no cair da tarde (cf. Jo 3). Sendo a Luz do mundo, o Senhor não o condena, mas o acolhe em sua procura e miséria para nos revelar o Senhorio no amor que salva! Senhorio que abrange o passado, presente, futuro e toda eternidade!
Jesus é Senhor para aproximar e nos levar ao Céu! Mesmo que, depois de mais dois milênios, Ele tenha de ouvir, até de cristãos: “Mas ninguém veio de lá!” “Ninguém voltou de lá para contar!”. A primeira interrogação pode expressar uma triste distração quanto à Palavra de Deus, enquanto a afirmação segunda pode patentear uma ignorância que precisa ser superada, pois Aquele que só tem palavras de vida eterna veio do Alto, para “lá” (mais a frente será explicada as aspas) retornou e, ao mesmo tempo, continua no meio de nós de diferentes maneiras. Fundou a Sua Igreja como sacramento universal do amor e da verdade que não abandona os amados: “Ninguém subiu ao céu, senão aquele que desceu do céu: o Filho do Homem” (Jo 3, 13).
Cristo é ponte de comunhão salvífica, Ele continua na história a se comunicar o Seu plano de amor pelo poder do Espírito Santo! Plano de salvação da Santíssima Trindade para toda realidade criada, tendo o ser humano como o centro e meio de plenificação de todas as coisas no amor: “De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o Seu Filho único, para que todo o que n’Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna» (cf. Jo 3,16).
Sabe-se que, no Evangelho de São João, diferente dos Evangelho Sinóticos, utiliza-se pouco a palavra Reino; no lugar desta, encontra-se os conceitos vida ou vida eterna. Par dizer que a comunhão com Jesus pela fé, esperança e amor significa participação real no Reino e certeza de uma vida plena e eterna a partir do tempo: “Esta é a vida eterna: que conheçam a ti, o Deus único e verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que enviaste” (Jo 17, 3). Sim! O Evangelho a ninguém engana! É possível experimentarmos a vida eterna (escatologia presente) já agora, mediante um relacionamento sincero com Ele: a vida eterna que apareceu no nosso meio! Uma graça que não merecemos, mas, por misericórdia, foi conquistada pela entrega total d’Ele por cada um de nós. Um amor oblativo e radical: “Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também será levantado o Filho do Homem, a fim de que todo o que nele crer tenha vida eterna” (Jo 3, 14-15).
O Filho de Deus, não se importou em humilhar-se cada vez mais (cf. Fl 2, 6-11), até o ponto de poder ser comparável àquela antiga serpente de bronze feita por Moisés (cf. Nm 21, 6-11). Tudo isto por força do humilde amor! Ou conceito chave, que encontramos também nas Escrituras, quando se refere ao mistério de Cristo.
Só Jesus poderia revelar a necessidade do Amor Eterno, em se expressar de tantas formas, que chegou a ligar, intimamente, o momento de Sua crucifixão e morte à glorificação-exaltação. Por isso, ensina o Catecismo da Igreja Católica, sem erro: “A Morte de Jesus não foi fruto do acaso, nem coincidência infeliz de circunstâncias várias. Faz parte do mistério do desígnio de Deus…” (CIC nº 599). Projeto de amor que não exclui ninguém e tampouco anula a liberdade humana para que ele se concretize totalmente na vida de cada um.
É verdade que Jesus já fez o “necessário” para a salvação de todos, mas o Seu incansável amor continua a agir mediante a Sua Igreja, ou ainda, por meio de membros do Seu Corpo Místico que, por influxo do Espírito Santo, caminha neste mundo como povo de Deus, rumo à pátria definitiva.
Explicando as aspas, e não só, uma morada Eterna revelada por Quem de “lá” veio, ainda que este “lá”, não seja um lugar geográfico-material no tempo e no espaço, enquanto realidade pós-morte, pois Céu é o jeito glorioso de Deus (cf. CIC nº 2794)! No entanto, o aqui e o agora da decisão de exaltar a cruz e todos demais mistérios de Cristo, com a nossas palavras e vida, não pode, de forma alguma, esperar o juízo particular ou final. O tempo da conversão é agora: “É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação” (2Cor 6,2). Exaltado seja a cruz do Senhor! A Ele toda a honra e toda a glória, por todos os séculos dos séculos! Amém!
Padre Fernando Santamaria - Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 14/09/2012

HOMILIA DIÁRIA

Olhemos para a cruz com olhar de fé

Olhemos para a cruz que temos na nossa casa, a cruz que, muitas vezes, carregamos conosco, aquela está na Igreja… A cruz nossa de cada dia. E olhemos para ela com olhar de fé.

“Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).

Nós celebramos, hoje, o dia da Exaltação da Santa Cruz. Louvores, honras e glórias se deem a Jesus Cristo Crucificado, Aquele que morreu por mim e por você.
Que nós, hoje, olhemos para a cruz que temos na nossa casa, a cruz que, muitas vezes, carregamos conosco, aquela está na Igreja, no cemitério… A cruz nossa de cada dia. E olhemos para ela com olhar de fé.
Sabe, meus irmãos, a cruz, no Antigo Testamento – o madeiro –, era tida como um sinal de maldição. O livro do Deuteronômio diz: “Maldito seja todo aquele que for pregado no madeiro” (cf. Dt 21,22-23). Era o pior dos espetáculos! Era o pior castigo para os crimes mais bárbaros, hediondos, que se cometiam naquela época. Era a pena de morte mais cruel: alguém ser exposto e pregado numa cruz.
Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, no entanto, que não cometeu pecado algum, não cometeu crime algum, por nós foi crucificado. Desde então, a cruz – que era maldição – tornou-se bênção. A cruz que era o sinal dos perdidos, tornou-se o sinal dos redimidos, dos salvos pelo Senhor. Por isso, a Igreja exalta a Santa Cruz. Não é a “cruz pela cruz”, mas a cruz onde foi crucificado Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Quando olhamos para o Cristo Crucificado, damos mais sentido às cruzes nossas de cada dia, os nossos sofrimentos, as nossas dores, a tudo aquilo que temos de passar na vida como consequência da nossa existência.
O Cristo Crucificado nos dá força. Ele dá um sentido novo, salvífico, um sentido redentor à cruz que cada um de nós carregamos.
No dia de hoje, eu quero convidar você a não desanimar, a carregar firme a sua cruz, a olhar para Jesus Crucificado e clamar: “Senhor, piedade, misericórdia de mim! Senhor, dê-me força, coragem, ânimo para que eu não desanime com a minha cruz”.
Que Jesus Crucificado seja para nós luz e salvação.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 14/09/2013

Oração Final
Pai Santo, que a contemplação da vida e da morte de Jesus no madeiro da Cruz nos inspire e dê forças para segui-lo pelos caminhos deste mundo, mantendo a coerência entre o que dizemos acreditar e o que praticamos em nossas relações com o próximo. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/09/2012

Oração Final
Pai Santo, nós te pedimos que uma possível rotina em nossas orações não destrua jamais o encantamento com o Sagrado Mistério de Amor que é a Encarnação do teu Filho Unigênito, o Verbo Criador que se fez humano como nós em Jesus de Nazaré e hoje, ressuscitado, contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/09/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, envia o teu Espírito, ilumina o nosso entendimento e aquece o nosso coração para que cada vez mais profundamente reconheçamos e veneremos o inefável Mistério de Amor que é a vida, paixão, morte, ressurreição e permanência em nós do Cristo, teu Filho que se fez humano em Jesus de Nazaré e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/09/2017

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