segunda-feira, 22 de junho de 2020

LEITURA ORANTE DO DIA - 21/06/2020



LEITURA ORANTE

Mt 10,26-33 – "Não tenhais medo!"



Preparo-me para a Leitura Orante com
Oração do Brasil na missão continental
Senhor, Deus da vida e do amor,
enviastes o vosso Filho
para nos libertar das forças da morte
e conduzir-nos no caminho da esperança.
Movei-nos pelo dom do vosso Espírito!
Fazei-nos discípulos,
comprometidos com o anúncio do Evangelho em
nossa Pátria.
Fazei-nos missionários,
caminhando ao encontro de nossos irmãos e irmãs,
acolhendo a todos, sobretudo os jovens,
os afastados, os pobres, os excluídos.
Virgem Mãe Aparecida,
Intercedei junto ao vosso Filho,
para que sejamos fiéis ao nosso compromisso
de discípulos missionários.
Amém!

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Lemos atentamente o texto: Mt 10,26-33, e observamos as
recomendações de Jesus aos discípulos e missionários
"Não tenham medo de ninguém. Tudo o que está coberto vai ser descoberto; e tudo o que está escondido será conhecido. O que estou dizendo a vocês na escuridão repitam na luz do dia. E o que vocês ouviram em segredo anunciem abertamente. Não tenham medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Porém tenham medo de Deus, que pode destruir no inferno tanto a alma como o corpo. Por acaso não é verdade que dois passarinhos são vendidos por algumas moedinhas? Porém nenhum deles cai no chão se o Pai de vocês não deixar que isso aconteça. Quanto a vocês, até os fios dos seus cabelos estão todos contados. Portanto, não tenham medo, pois vocês valem mais do que muitos passarinhos.
- Se uma pessoa afirmar publicamente que pertence a mim, eu também, no Dia do Juízo, afirmarei diante do meu Pai, que está no céu, que ela pertence a mim. Mas, se uma pessoa disser publicamente que não pertence a mim, eu também, no Dia do Juízo, direi diante do meu Pai, que está no céu, que ela não pertence a mim.
Jesus é claro. Quem se faz seu discípulo e missionário não é candidato a disputar cargos e carreira. Não pode ser uma pessoa medrosa. Deve ser transparente e confiar em Deus. “Vocês valem mais do que muitos passarinhos a quem o Pai tem cuidado especial”. Importa afirmar com a nossa vida e nossas palavras que pertencemos ao Reino de Jesus.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para  nós, hoje?
Como é nosso seguimento de Jesus Cristo?
O bispos, em Aparecida, disseram:
A Igreja deve cumprir sua missão seguindo os passos de Jesus e adotando suas atitudes (cf. Mt 9,35-36). Ele, sendo o Senhor, fez-se servo e obediente até a morte de cruz (cf. Fl 2,8); sendo rico, escolheu ser pobre por nós (cf. 2 Cor 8,9), ensinando-nos o caminho de nossa vocação de discípulos e missionários. No Evangelho aprendemos a sublime lição de ser pobres seguindo a Jesus pobre (cf. Lc 6,20; 9,58), e a de anunciar o Evangelho da paz sem bolsa ou alforje, sem colocar nossa confiança no dinheiro nem no poder deste mundo (cf. Lc 10,4 ss). Na generosidade dos missionários se manifesta a generosidade de Deus, na gratuidade dos apóstolos aparece a gratuidade do Evangelho.” (DAp 31).
Somos transparentes e confiamos em Deus que cuida de nós?
Levamos o Reino para outras pessoas comunicando a elas o amor e a misericórdia de Deus?

3. Oração (Vida)
Salmo 68(69)

Atendei-me, ó Senhor, pelo vosso imenso amor!

1. Por vossa causa é que sofri tantos insultos, / e o meu rosto se cobriu de confusão; / eu me tornei como um estranho a meus irmãos, / como estrangeiro para os filhos de minha mãe. / Pois meu zelo e meu amor por vossa casa / me devoram como fogo abrasador. – R.
2. Por isso elevo para vós minha oração, / neste tempo favorável, Senhor Deus! / Respondei-me pelo vosso imenso amor, / pela vossa salvação que nunca falha! / Senhor, ouvi-me, pois suave é vossa graça, / ponde os olhos sobre mim com grande amor! – R.
3. Humildes, vede isto e alegrai-vos: † o vosso coração reviverá / se procurardes o Senhor continuamente! / Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres / e não despreza o clamor de seus cativos. / Que céus e terra glorifiquem o Senhor / com o mar e todo ser que neles vive! – R.

4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Disseram os bispos em Aparecida: “O olhar cristão sobre o ser humano permite perceber seu valor que transcende todo o universo: Deus nos mostrou de modo insuperável como ama cada homem, e com isso confere a ele uma dignidade infinita” (DAp 388).

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patrícia Silva, fsp
https://leituraorantedapalavra.blogspot.com/

Leitura Orante
12º DOMINGO TEMPO COMUM, 21 de Junho de 2020



“Analisa com cuidado teus medos e verás que todos são ridículos”

“Não tenhais medo!” (Mt 10,31)

Texto Bíblico: Mateus 10,26-33

1 – O que diz o texto?

O ser humano amadurece no confronto entre desejo e medo. Não há medo sem um desejo escondido e não há desejo que não traga consigo um medo. O desejo e o medo estão profundamente ligados.
É constitutiva, na natureza humana, a tendência natural de tentar ultrapassar o imediato, de arriscar novos horizontes, de enfrentar perigos, de buscar, de criar, de se aventurar; mas, em seu interior, está também presente a tendência oposta, ou seja, poupar-se e acautelar-se, a necessidade inata de evitar o perigo, de se afastar dos obstáculos, de se acomodar no passado, no conhecido, no que dá segurança...
Há, em todos nós, um desejo de plenitude e o medo do fracasso. No nosso processo de crescimento humano, o medo não superado e o desejo bloqueado vão gerar frustrações; de outro lado, o medo superado e o desejo desbloqueado vão permitir que sejamos mais ousados e criativos.
O evangelho deste domingo nos revela que Jesus é um profundo conhecedor do coração humano; ele sabe de quê somos feitos e o que se passa no mais profundo de cada um de nós. Ele conhece profundamente as inseguranças e os medos que nos habitam.
Por isso, do seu humano coração, marcado com as fibras da coragem, brota este apelo: “Não tenhais medo!” Esta expressão está situada no contexto do envio dos discípulos em missão. Jesus acaba de dizer a seus seguidores que eles serão perseguidos e encarcerados.
Se Jesus nos convida a não ter medo, não é porque nos prometa um caminho de rosas. Não se trata de confiar em que não nos acontecerá nada desagradável, ou, se algo mal nos acontece, alguém nos livrará do perigo. Trata-se de uma segurança que permanece intacta em meio às dificuldades, sabendo que os contratempos não podem atrofiar nosso ser essencial. Deus não é a garantia de que tudo irá bem, mas a segurança de que Ele estará aí presente, em qualquer situação que estivermos envolvidos.
O apelo de Jesus também pode ser aplicado a todas as situações de medo paralisante que podemos encontrar na vida. Por detrás de numerosos comportamentos destrutivos – o consumo compulsivo, a dependência, o ódio, o racismo, a intolerância, a indiferença, a suspeita, a violência, a competição, a exclusão, a prepotência, o abuso de poder ... -  se oculta o medo. O medo continua enchendo nosso planeta de vítimas anônimas, impedindo que a humanização e a harmonia, nossa vocação última, se expressem.

2 – O que o texto diz para mim?

No atual momento, toda a humanidade está atravessada por um terrível medo: a contaminação pelo covid-19. Mas, os grandes medos não aparecem com frequência; são os pequenos medos, que surgem dos encontros diários com a realidade, que roubam da pessoa sua vitalidade e dinamismo. O medo inibe o pensamento, impede a concentração e é, portanto, muito responsável por se fazer às coisas de modo medíocre, sem valor, abaixo das possibilidades e contra as próprias expectativas.
O medo não é um ato moral nem uma omissão. Sem ser convidado, ele cresce no coração humano. Em tal atmosfera de medo, a imaginação e todas as energias criativas se atrofiam.
O medo é um câncer que ameaça a fé, o amor e a esperança de pessoas e instituições; ele corrói as fibras humanas, asfixia talentos, esvazia a vida e mata a criatividade. O medo encolhe o ser humano, inibe a decisão e bloqueia os movimentos em direção ao “mais”. Sua intensidade pode anular a capacidade de reação das pessoas ou das instituições; ele impede o discernimento e a busca da solução mais inteligente para os problemas; longe de resolvê-los, pode agravá-los a médio e longo prazo.
Enfim, o medo obscurece o sentido e a direção da vida, tira o brilho, tão própria do amor e seca as fontes da esperança; ele me acovarda e me enterra na acomodação mesquinha.
No evangelho, que acabei de escutar, Jesus faz referência ao medo que pode vir de fora, provocado por aqueles que se fecham e resistem frente à novidade do anúncio do Reino. Mas, também posso considerar o apelo de Jesus – “Não tenhais medo!” – em chave de interioridade; esta expressão se refere a um acontecimento interior, pois o medo é o inimigo de meu eu original.
Quando o inimigo é uma força externa, nem sempre há motivos para alimentar o medo. Mas quando os inimigos se encontram no meu próprio interior (traumas, recalques, frustrações, fracassos...), provocando medos paralisantes, é preciso ter a coragem para desvelá-los, conhecer a raiz de onde brotam entrar em diálogo e reconciliar-me com tudo aquilo que foi rejeitado e que continua envenenando minha vida.

3 – O que a Palavra me leva a experimentar?

Posso ser presa fácil de um medo que foi introjetado pelas experiências de insegurança e frustração do passado, e que impede deslanchar todas as minhas potencialidades humanas. Tal medo me aniquila, pois mina toda possibilidade de alimentar a fé confiança em mim mesma, nos outros, e, sobretudo n’Aquela que nunca provoca medo, com ameaças de inferno, julgamentos...
No fundo, o medo é a ignorância com respeito a mim mesma; vivo a cultura da superficialidade e esqueço o caminho que dá acesso ao meu coração. Se eu conhecesse meu verdadeiro ser, não haveria lugar para o medo, que me mantém confinada na prisão de minha interioridade doentia. Se eu experimentasse, por mim mesma, a realidade que me fundamenta, estaria sempre tranquila e em paz.
Uma sadia interioridade supõe mobilizar o coração para a imprevisível revelação de um Deus Outro, que faz de meu ser sua morada.  Isso implica adentrar-me com os pés descalços, despojando-me de meu afã de domínio, de controle, “deixando Deus ser Deus”: amor, mistério, surpresa, desconcerto, noite...

4 – O que a Palavra me leva a falar com Deus?

Senhor eu já tive a oportunidade de perceber as consequências funestas quando levo uma vida dispersa, agitada, ansiosa, evasiva, inquieta...; e, ao contrário, o que sinto e saboreio quando entro no espaço interior, mesmo que seja por poucos instantes: a paz do coração, a serenidade prazerosa, a percepção do sussurro amável, a brisa que me envolve quando permaneço submergida na certeza de saber que sou amada, sem dependência e nem fragmentação.
Alguns testemunhos confirmam e dão crédito a esta experiência interior: “Fizeste-nos para ti, e inquieto está nosso coração até que descanse em ti” (S. Agostinho). “Nada te perturbe, nada te espante, quem a Deus tem nada lhe falta, só Deus basta” (S. Teresa de Jesus)
Sem a superação cotidiana desse medo, minha missão estará comprometida; perderá sua força inovadora, garantida pela novidade do Projeto de Deus. O compromisso com o Reino requer de mim uma forte dose de coragem e uma alma ágil, animada e vivificada pelo sabor da aventura e da novidade.
Nada de medo nesta terra sobre a qual Jesus pisou e nos corações que Ele visita diariamente.
O velho medo não vigora onde os olhos se abrem para a suprema realidade do mundo como criação de Deus, e da vida como um presente d’Ele.
Vencido o medo, eu me tornarei autêntica, criativa e audaz seguidora de Jesus.
Quem for medroso e tímido volte para trás” (Jz 7,3).

5 – O que a Palavra me leva a viver?

Jesus conhece a necessidade de intervir no mais escondido de cada um dos seus discípulos; ali estão alojados os mais diferentes medos,  que minam a força e a coragem do seguimento.
* Dar nomes aos medos pessoais: são reais? Imaginários?
* Quê desejos alimenta e sustenta minha vida?

Fonte:
Bíblia Novo Testamento – Paulinas: Mateus 10,26-33
Pe. Adroaldo Palaoro, sj

Sugestão:
Música: Nada te perturbe – fx15
Autor: Kaer e Pe.Joãozinho,scj
Intérprete: Maria do Rosário
CD: Louvemos o Senhor
Gravadora: Paulinas Comep
Duração: 02:48

http://www.nospassosdepaulo.com.br/2020/06/leitura-orante-12-domingo-tempo-comum.html

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