quinta-feira, 7 de março de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 05/03/2019

ANO C


Mc 10,28-31

Comentário do Evangelho

No seguimento de Cristo tudo adquire sentido

“... nós deixamos tudo e te seguimos” (v. 28). Podemos interpretar este versículo de duas formas: a) nós deixamos tudo e te seguimos, qual será a nossa recompensa?; b) nós deixamos tudo e te seguimos, então, teremos a vida eterna.
A resposta de Jesus vai noutra direção. As “cem vezes mais” prometidas para esta vida (v. 30) significam que no seguimento de Cristo tudo adquire sentido e ocupa o seu devido lugar. A “recompensa é dom”. A “vida eterna”, comunhão plena com o Pai e o Filho, no Espírito Santo, é dom que, como num espelho, se experimenta aqui, em nossa peregrinação terrestre, e tende ao definitivo, na vida transfigurada em Cristo.
A vida eterna não é conquista, é dom de Deus. A recompensa do discípulo é seguir Jesus Cristo (cf. Mc 10,21).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me a graça de entregar-me totalmente ao serviço do Reino, sem esperar outra recompensa além de saber-me amado por ti.
Fonte: Paulinas em 28/05/2013

Vivendo a Palavra

Jesus ensina um jeito novo de posse: dar e receber. Dar por amor, sem interesse de retribuições, por pura gratuidade. E receber da misericórdia do Pai a Paz que só Ele é capaz de nos dar; a alegria que brota da certeza de que caminhamos, já nesta vida, nas terras do Reino de Deus.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/05/2013

VIVENDO A PALAVRA

Deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos e campos… esta ideia nos espanta e enche de medo. Mas Jesus nos encoraja: se nossa decisão for ‘por causa dele e da Boa Notícia do Reino de Deus’, não precisamos nos preocupar: vamos receber tudo isso desde agora e, no futuro, a abraço terno e definitivo do amado Pai.

Reflexão

Eu posso contribuir para a minha salvação na medida em que eu faço de Deus o centro da minha vida e a causa da minha felicidade, submetendo-me totalmente a ele. Se eu vivo apegado às coisas do mundo, eu vivo em função delas e coloco nelas a minha felicidade, fechando o meu coração à ação divina e a minha vida ao projeto do reino dos céus. Para conseguir o desapego das coisas do mundo, é necessário que a gente procure assumir uma nova hierarquia de valores que faz com que sejamos capazes de desprezar os bens materiais, mas rejeitar os valores do mundo significa sofrer perseguições nesta vida. É preciso renunciar aos valores do mundo para ter a vida em Cristo.
Fonte: CNBB em 28/05/2013

Reflexão

Jesus acabara de comentar com seus apóstolos como é difícil um rico entrar no Reino de Deus. Eles não alimentam ilusões, sabem que o Mestre vive pobremente, não possui bens materiais, não paga salário. Pedro, representando os demais, quer saber qual será a situação dos que deixam tudo em vista de assumir as exigências do Reino. Jesus conta a própria experiência de vida: deixou sua família de sangue, mas tem uma família bem mais ampla, unida pelos laços da fé. Não tem sua própria casa; porém, como missionário do Reino, está sempre em casa, não lhe faltam alimento nem roupa. Na nova sociedade, sem desigualdade nem opressão, haverá afeto e abundância para todos. Neste mundo, os seguidores de Jesus terão sua recompensa multiplicada por cem, acompanhada de perseguições. E no futuro, herdarão a vida eterna.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

A RECOMPENSA PROMETIDA

Os discípulos não se contentaram de seguir Jesus na gratuidade e lhe apresentaram a questão da recompensa pela ajuda prestada a ele. Pensando bem, os discípulos tinham razão. Para seguir Jesus, tiveram que romper os laços familiares, abandonar as atividades profissionais, deixar para trás suas propriedades e por-se à disposição do Mestre. Era justo quererem conhecer, de antemão, o prêmio reservado para si.
Jesus não descarta a questão, mas a responde de maneira enigmática. O discípulo, já nesta vida, receberá o cêntuplo de quanto renunciou e, no futuro, a vida eterna. Esta resposta deve ser interpretada não numa perspectiva puramente materialista e, sim, na perspectiva das nova relações propiciadas pela opção do discípulo. O Reino estabelece vínculos consistentes de comunhão entre seus membros, formando uma grande família onde todos se sentem irmãos, irmãos, mães, pais, filhos e filhas. Ninguém se apega a seus bens a ponto de se tornar insensível à carência do próximo. A solidariedade é um imperativo do Reino. A ruptura exigida pelo Reino, portanto, não deveria deixar o discípulo na insegurança.
A recompensa terrena prometida por Jesus chega em meio a perseguições e dificuldades. O discípulo, neste caso, dá-se conta de que o cêntuplo terreno ainda não é o bem definitivo a ser almejado. O Pai lhe reserva a vida eterna.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, possa eu experimentar, na solidariedade dos irmãos e irmãs, o cêntuplo reservado para mim, sem perder de vista a vida eterna.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Renunciar por causa do Reino, não é perder...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Quando estamos diante de um evangelho como esse, onde fica explicitada a necessidade do discípulo renunciar algo, deixar para trás tantas outras coisas, em um primeiro momento pensamos em uma perda. Lembro-me quando me preparava para a ordenação Diaconal e estava exatamente naquele tempo conseguindo me realizar na área da comunicação, que eu tanto amava, atuando no jornal da minha cidade, fazendo locução de jogos decisivos da nossa Várzea e já dando também os primeiros passos em uma emissora AM participando em um programa de esportes e iniciando uma possível carreira de comentarista esportivo. Lembro-me de uma certa nostalgia nos primeiros domingos em que já tinha me afastado das lides esportivas de repórter varzeano. Acho que isso também aconteceu com os primeiros discípulos que largaram na praia o barco e as redes.
Isso acontece porque olhamos só o Débito e não temos noção, naquele primeiro momento, dos grandiosos Créditos que o Senhor nos dará. Posso testemunhar com alegria, sinceridade e Fidelidade que, decorridos mais de 30 anos desses episódios anteriores a minha ordenação, sinto-me plenamente realizado porque o Trabalho de Comunicação acabou vindo a ser uma diakonia dentro do meu Ministério onde respondo pela Coordenação da Pascom arquidiocesana, como responsável direto pelo Portal, pelo Jornal Arquidiocesano edições impressas e online. É inexplicável a alegria que sinto ao fazer esse trabalho, posso dizer que consegui unir o útil ao agradável, pois, atuar na área de comunicação na vida civil, já me alegrava, agora então, atuando no seio da nossa Mãe Igreja, a alegria é redobrada. Se eu insistisse na carreira de Comunicação, não seria um bom profissional.
Deus Pai presente em Jesus Cristo, nos carismas do Espírito Santo, nunca vai nos chamar para fazer algo para o qual não temos a mínima inclinação, mas dentro do próprio carisma vai pedir de nós uma renúncia, um deixar algo para trás, algo que gostamos muito de fazer. Em uma linguagem bem popular, nãop se trata aqui de “Trocar seis por meia dúzia”, pois quando descobrimos o que Deus quer de nós, no mesmo lugar onde estamos, e com o carisma que dele recebemos, sempre saímos no lucro, deixamos “pouco” e ganhamos “muito”. Evidentemente que o retorno é total e completo, pois não se restringe a esta Vida Terrena, mas a supõe, como caminho para a Plenitude de uma Vida Eterna, quando daí sim, nos realizaremos de maneira perfeita como pessoas e como Filhos e Filhas de Deus.Os que se realizam, ou pensam se realizar sem essa opção pelo Reino de Deus e pela adesão total a Jesus Cristo, são os “Primeiros” citados nesse evangelho, que buscam desfrutar o máximo dessa vida, sem se importar com a possibilidade de uma outra, super melhor, e os “Últimos” são os que, pacientemente, com muita Fé, vão construindo a História, vivendo intensamente esta Vida, com todas as alegrias que ela pode nos oferecer, mas muito conscientes de que o “Melhor” ainda está por vir.
Fonte: NPD Brasil em 28/05/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Riqueza, concorrente do Reino dos Céus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Dá-se a impressão de que o Jovem mencionado no evangelho anterior, ainda estava se afastando muito triste, quando Jesus começou a falar com os Discípulos "Em verdade vos declaro, é difícil um rico entrar no Reino dos Céus... É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha” Como já refletimos anteriormente, não é proibido ter Fé e ser Rico, o único problema, é que a tal Riqueza é forte concorrente do Reino dos Céus, a riqueza me faz pensar que posso ter tudo e fazer tudo. Tive um amigo de Fábrica muito equilibrado, íntegro e de boa índole, ele acabou fazendo fortuna fácil, por conta da loteria, e algum tempo depois, quando já tinha saído da Fábrica para tocar seu próprio negócio, chegou até mim a informação de que não era mais o mesmo, separara da esposa, deixou a Família para ir embora com uma jovem que dele se enamorou, e ainda aumentou seus rendimentos com alguns negócios ilícitos.
O Dinheiro nos garante tudo, temos todos os desejos alcançados, e desfrutamos de todos os prazeres, mesmo aqueles proibidos, pois nossas ações se baseiam na falsa segurança que o poder econômico nos dá e em um caso assim, o Reino dos Céus nada representa, e a religião não passa der uma prática religiosa sem nenhum comprometimento de nossa vida.
Há também ricos que tentam comprar Deus e aliviar suas consciências, participando de projetos sociais ou Filantrópicos, onde fazem uma espécie de investimento a longo prazo para comprar um "lugarzinho" nesse Céu que Jesus promete.
A indagação do Apóstolo Pedro parece meio interesseira: Nós que tudo deixamos para te seguir, o que havemos de ganhar, em outras palavras, que vantagens levamos? Em nosso contexto de uma Sociedade que faz apologia do Consumismo exacerbado, essa pergunta não cai bem, mas no tempo de Jesus a Realidade era outra, Pedro quer saber se estão no caminho certo, se a escolha que fizeram de serem seguidores de Jesus, traria a eles alegria e satisfação interior.
Só pode julgar se as escolhas estão certas ou não, quem tem uma referência segura, e os Discípulos tem em Jesus Cristo a única referência, por ele tudo deixaram e por isso, a alegria que lhes está reservada, ainda nesta vida, não dá para ser dimensionada. Retomando o evangelho anterior, o jovem que no final da história ficou triste, não queria trocar a alegria imediata desse mundo, pela posse dos bens materiais, por uma alegria escatológica, alimentada pela Esperança de algo que ainda virá, e que nem toda riqueza do mundo poder é nos dar...Que os Bens materiais e os poderes desse mundo, nos dá alegrias, isso é indiscutível, o único e maior problema é que lá um belo dia, ela se acaba no Nada...

2. Os primeiros serão os últimos
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Jesus estava dizendo que as riquezas podem dificultar a entrada no Reino de Deus. Pedro, então, se adianta e quer saber o que vão ganhar, eles que deixaram tudo para segui-lo. Jesus responde que quem deixar o que o impede de viver por causa de Cristo e de seu Evangelho receberá cem vezes mais neste mundo e, no mundo futuro, a vida eterna. O impedimento pode ser ou a casa, ou os irmãos, ou as irmãs, ou a mãe, ou o pai ou os filhos, ou os campos. Não é para deixar tudo. É para deixar o que se torna obstáculo ao seguimento de Cristo. Receberá cem vezes mais de tudo o que deixou, menos o pai. O pai aparece na primeira lista, mas não na segunda, porque na vida eterna somente Deus é o Pai e nos dará tudo o que for preciso para a nossa plena realização, inclusive o nosso querido pai deste mundo. Tudo, porém, será dado com perseguições. Seremos testados o tempo todo de diversas maneiras. A fidelidade ao nosso projeto de viver por causa de Cristo e do seu Evangelho será testada pelas perseguições. O que se requer é fidelidade ao projeto. Hoje é carnaval. Antigamente era o dia de comer carne, daí o nome “carnaval”, antes da grande abstinência da Quaresma. Brinquemos hoje honestamente e comecemos amanhã, com boa disposição, o sagrado Tempo da Quaresma, que nos levará à Páscoa da ressurreição.

HOMILIA DIÁRIA

Chamados a viver a espiritualidade da renúncia

Todos nós discípulos de Jesus Cristo somos chamados a viver a espiritualidade da renúncia. É impossível sermos discípulos de Jesus Cristo e sermos pessoas apegadas às coisas desse mundo.

“Muitos que agora são os primeiros serão os últimos. E muitos que agora são os últimos serão os primeiros” (Mc 10,31).

Hoje, Jesus nos apresenta a espiritualidade do segmento, daqueles que, de forma radical, são capazes de deixar tudo para seguir o Senhor. Ele mesmo dirá que, aquele que deixou casa, mãe, irmãos, campos, por causa do Evangelho, receberá cem vezes mais, ainda aqui no mundo e também na vida futura, a vida eternaSe olharmos para os consagrados a Deus, vemos que eles tiveram a ousadia da renúncia, a capacidade de entender o chamado de Jesus, deixaram tudo por causa do Senhor e vivem, com fidelidade, a sua vocação, seu chamado, o segmento de Cristo. É o próprio Senhor a sua recompensa, aqui, nessa vida e também na vida futura, o prêmio da bem-aventurança eterna.
Todos nós discípulos de Jesus Cristo somos chamados a viver a espiritualidade da renúncia. É impossível sermos discípulos de Jesus Cristo e sermos pessoas apegadas às coisas desse mundo. Para irmos à Missa, viver o Evangelho a cada dia, a vida de oração, para vivermos no segmento de Jesus Cristo é necessário renúncia, é necessário deixar aquilo que seria mais prazeroso para nós.
Aquilo que o mundo valoriza, aquilo que o mundo diz – ser o primeiro, ganhar muito dinheiro, dar-se bem nas coisas – é contrário à lógica do Evangelho. O que o mundo valoriza, em primeiro lugar, os valorizados como ‘o mais importante’, poderá ficar em último lugar no Reino de Deus, porque os primeiros serão os últimos e vice-versa.
Valorize a simplicidade, dê valor aos pequenos, dê atenção aos que sofrem, àqueles que precisam de presença fraterna, evangélica e amorosa. Seja sinal do Reino do Senhor onde quer que você se encontre. É Deus quem olha o nosso desprendimento, o qual nos deixa mais próximos do coração de Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 28/05/2013

Oração Final
Pai Santo, concede-nos o dom da gratidão pelos bens que nos emprestas nesta vida. E nos dá, Pai amado, desapego e generosidade para partilhá-los com os irmãos que estão ao nosso lado neste planeta encantado que entregaste ao nosso cuidado. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/05/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, abre nosso coração para acolher a contabilidade nova do Reino de Amor. É difícil para nós, acostumados a escriturar débitos e créditos para verificar saldos, compreender, aceitar, amar e viver a gratuidade, o desprendimento e a entrega total aos irmãos de tudo que pertence a Ti, mas por um tempo nos emprestas, para seguir o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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