quinta-feira, 7 de março de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 04/03/2019

ANO C


Mc 10,17-27

Comentário do Evangelho

A vida eterna não se compra, se recebe

Jesus não aceita para si o título de bom, ele o remete a Deus, que é a fonte de toda bondade. Se algo de bom há em Jesus, é dom de Deus. A vida eterna desejada por aquele anônimo é dom, e como tal ela precisa ser recebida. Não é merecimento pelo cumprimento irrepreensível da Lei. É preciso desapego, pois só o cumprimento da Lei não é suficiente. É preciso desapego, pois a vida eterna não se compra, se recebe.
É no seguimento de Cristo que se encontra o caminho para a vida eterna: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6).
O homem saiu pesaroso diante da palavra de Jesus, pois era possuidor de muitos bens. A riqueza é uma ameaça que pode impedir a entrada no Reino de Deus; facilmente ela se confunde com a vida verdadeira e obstrui o dom de ser recebido como tal (ver: Mt 6,24). A salvação é dom de Deus. Por isso Jesus diz: “Para Deus tudo é possível” (v. 27).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, não permitas que o meu coração se apegue de tal forma aos bens deste mundo, a ponto de levar-me a te colocar em segundo lugar.
Fonte: Paulinas em 27/05/2013

VIVENDO A PALAVRA

Aquele homem, como tantos, era apenas ‘bonzinho’: ele pensava que cumpria os mandamentos desde jovem. Mas Jesus lhe lembra que a Lei não é uma cerca que limita, mas uma seta que aponta para além, uma direção rumo ao infinito. Cumprida uma tarefa, nós não podemos acomodar-nos e nos dar por satisfeitos. Continuamos servos, à procura de novas tarefas, sempre caminhando em favor dos irmãos.

Reflexão

O evangelho de hoje nos apresenta, no caso do jovem rico, um grave erro que pode ocorrer na vida de todos nós no que diz respeito à questão da salvação e que se refere ao sujeito da salvação. Às vezes, a gente escuta que as pessoas devem esforçar-se para se salvarem e eu penso que eu devo conseguir me salvar. Ora, ninguém salva a si próprio. Eu não posso ser o meu salvador. Os discípulos perguntaram: "Quem então poderá salvar-se?" A resposta de Jesus é: "Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus, tudo é possível". Não podemos confiar a nossa salvação nem em nós mesmos, nem nos outros e nem nos bens materiais, pois nada ou ninguém, a não ser o próprio Deus, podem nos salvar.
Fonte: CNBB em 27/05/2013

Reflexão

Ser rico e, ao mesmo tempo, viver as exigências do Reino de Deus é algo difícil. Jesus não disse que é impossível; afinal, para Deus nada é impossível, também converter os corações. Com efeito, há pessoas endinheiradas que têm o coração generoso e são solidárias com os necessitados. Entretanto, a experiência mostra que pessoas apegadas aos bens materiais não estão dispostas à proposta do Evangelho. O homem rico do Evangelho, mesmo parecendo bem disposto a ser discípulo de Jesus, na verdade freia seu entusiasmo quando o Mestre lhe pede uma partilha radical da riqueza. Ele recua e, com tristeza, volta para seu universo cercado de posses materiais. O que Jesus pede a todos os ricos é que não depositem sua confiança no dinheiro, mas o coloquem a serviço da justiça e da fraternidade.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

PARA ALCANÇAR A VIDA ETERNA

A preocupação do homem rico, em relação à vida eterna, deu margem para Jesus ensinar aos discípulos a lição do desprendimento dos bens materiais. Estes são um empecilho no caminho para Deus, quando alguém se apega demasiadamente a eles, tornando-se incapaz de fazer uma ruptura radical, em vista das exigências do Reino.
Na conquista da vida eterna, existe passos a serem dados, dos mais simples aos mais exigentes. O primeiro passo - observar os mandamentos - o homem já havia dado. Desde a sua mocidade, fora sincero no cumprimento de todos eles. Estava na hora de dar um passo a mais, mostrando-se mais generoso. Jesus indica-lhe que atitude deve tomar: desfazer-se de todas as suas propriedades, distribuindo-as entre os mais pobres, para tornar-se discípulo. Esta seria a forma de alcançar a vida eterna: desapegar-se dos bens, para servir a Deus e ao próximo.
A renúncia aos bens seria uma prova cabal de liberdade e uma demonstração de que os pobres efetivamente tinham importância para ele. O simples cumprimento dos mandamentos não era suficiente para evidenciar a profundidade do seu amor. Algo mais deveria ser feito!
Infelizmente, a insegurança da pobreza ou o apego exagerado a seus bens não permitiu ao homem tornar-se herdeiro da vida eterna. A riqueza foi inimiga da salvação!
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de renúncia, liberta meu coração diante dos bens deste mundo, para que eles não se tornem um empecilho para a minha salvação.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Como alcançar a Vida Eterna?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Não se pode duvidar das boas e retas intenções dessa pessoa que abordou Jesus no meio do caminho, prostrando-se á seus pés e suplicando “Bom Mestre, que farei para alcançar a vida eterna?”. O homem era de uma Fé fervorosa em Jesus e tinha convicção de que ele lhe abriria novas portas e lhe apontaria novos caminhos. Poderíamos dizer que, era alguém que buscava algo mais.
Quando Jesus lhe cita os principais mandamentos, o homem lhe observa que tudo isso ele já tem feito desde a mocidade. Ele buscava e queria algo mais do que a mera observância dos mandamentos. A gente se acomoda demais em coisas que não fazemos e que outros fazem, ou em coisas que fazemos de bom, e que outros não fazem. A gente se nivela por baixo e a referência somos nós em relação aos outros. Como cristãos participantes da comunidade, frequentador das celebrações, recebendo os Sacramentos, ofertando o Dízimo, atuando na pastoral, a gente olha para quem não faz nada disso e vamos em pensamento nos projetando ao patamar de cima “Somos bons, esses aí nem tanto...” e quando olhamos os maus e pecadores, chegamos a nos vangloriar pela distância que há entre nós e eles na prática das virtudes, na questão moral e ética. “Esses um aí, estão bem lá embaixo do nosso glorioso patamar” – chegamos a pensar.
A primeira coisa que Jesus faz é corrigir esse modo de olhar. O Homem olhou para ele, prostrou-se a seus pés e lhe chamou de “Bom Mestre”, mas Jesus não se revela a si mesmo mas ao Pai, por isso afirma que só Deus é Bom. A referência é Deus, manifestado em Jesus, e não as pessoas. Quando isso ocorre daí nos sentimos pequenos, daí vemos que jamais iremos alcançar o Patamar de Glória , Santidade e Perfeição de Deus e daí não temos do que nos vangloriar, ao contrário, a nossa pequenez, a nossa miséria e fragilidade humana, irão logo aparecer em destaque, quando olhamos para Deus.
O texto também fala que Jesus o olhou e o amou. Alguém que quer mais, alguém que quer avançar na Vida Religiosa e na Vida de Fé. “Vai, vendes tudo o que tens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu, depois vem e segue-me”. Deus abriu mão de tudo o que tinha , seu Filho Jesus, e o deu aos pobres, que somos nós. O Perfeito é aquele que se sente sempre imperfeito, porque a sua referência é Deus, é aquele que busca aprender sempre e por isso se faz discípulo e seguidor do único que pode nos levar a plenitude da Vida: Jesus Cristo!
O Homem foi embora triste, era um colecionador de virtudes morais e Dono de um vasto Patrimônio Econômico, a Vida Eterna era uma coisa rara que fazia falta em seus pertences, e que ele julgou poder fazer alguma coisa para tê-la, talvez como um Valioso troféu. Na verdade, nivelou a Vida Eterna aos bens que possuía, não entendeu que a Vida terna é superior a tudo o que o Homem possa desejar e ter nesta Vida Terrena. Preferiu ficar com o que já tinha e que lhe dava segurança, do que arriscar-se por algo que Deus lhe oferecia, exatamente porque pensava na Salvação e na Vida Eterna como algo a ser conquistado com seus méritos, esquecendo-se que a Vida Eterna e a Salvação são dons gratuitos que Deus oferece a cada Homem...Queremos ter méritos, para que a posse seja legítima e reconhecida por todos. No Judaísmo Deus se torna Devedor do Homem Justo e praticante das Leis e das virtudes. “Deus me dá porque eu mereço”. Eis o motivo da tristeza daquele homem, que de repente sentiu-se “pobre” e incapaz de se salvar...

2. A DEUS TUDO É POSSÍVEL
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A dura constatação de Jesus deixou pasmos os discípulos: "Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!", é ainda, "É mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus". A salvação pareceu-lhes um ideal inatingível. A situação do homem piedoso, porém apegado à sua riqueza, não dava margem para dúvidas. Ele havia observado os mandamentos, desde jovem, e se preocupava com a vida eterna. Todavia, quando Jesus lhe propôs um gesto radical de ruptura, por meio do qual daria prova insofismável de sua confiança na Providência divina, preferiu optar pela posse dos bens.
O Mestre reconheceu que ninguém é capaz de manter-se livre diante das riquezas e, portanto, salvar-se, sem a ajuda divina. Daí sua declaração: "Aos seres humanos isto é impossível". Só Deus possibilita a salvação dando forças às pessoas para se libertarem da escravidão da riqueza, por amor ao Reino. Com as próprias forças, ninguém será capaz de realizar um gesto de tal envergadura.
Porque "a Deus tudo é possível", quem se mantiver aberto à ação da graça terá acesso à salvação, embora seja tentado a apegar-se às riquezas. Se os discípulos se predispuserem a confiar na Providência divina, poderão ter fundadas esperanças de obter a salvação.
Oração
Pai, não permitas que me coração se apegue de tal forma aos bens deste mundo, a ponto de levar-me a te colocar em segundo lugar.
Fonte: NPD Brasil em 27/05/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O Rico que queria ser discípulo
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Estamos diante de um Jovem rico, que procurou Jesus porque queria ser discípulo, e a sua pergunta foi profunda “O que devo fazer de bom para ter a Vida Eterna”. Ele imaginava que haveria algo de novo que só o Mestre sabia, e que poderia ajudá-lo a ter a Vida Eterna, mas Jesus lhe aponta algo que é o caminho comum do Judaísmo: o cumprimento da Lei!
Ao perguntar “quais mandamentos” o jovem rico demonstra que está em busca de algo novo, e talvez na Lei de Moisés havia alguma novidade que ele ainda não tinha percebido e que o Mestre iria agora revelar-lhe. Mas os mandamentos a que Jesus se refere, aquele jovem já os observava desde a infância. Notemos a sua insistência na busca de algo novo.... “Tudo isso já cumpro. Que me falta ainda?”
Então Jesus sai dos parâmetros normais da Religião Judaica e adentra na novidade do Reino que ele está inaugurando entre os homens, e que é maior do que qualquer religião: “Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu, depois vem e segue-me”.
A Lei moral, mesmo a de caráter religioso, não nos garante a Salvação e nem o Céu, mas o amor que partilha, que requer desapego de tudo que me pertence, a favor dos que não têm. É isso que conta no novo Reino, essa realidade maior que qualquer Igreja, da qual a nossa Igreja Católica é Sacramento, sinal, dando-lhe visibilidade, mas ela não é o Reino, ao contrário, está contida dentro do Reino.
O jovem rico procurava algo novo, mas dentro da sua realidade religiosa, algo lógico e racional, de caráter de retribuição: “Faço isso e tenho aquilo”. Alegria, Felicidade e Bênção Divina, era Dar os Bens materiais, e não tê-los, como se pensava naquele corrente religiosa a qual pertencia aquele jovem e que hoje tem milhões de adeptos para os quais a Fé é uma senha eletrônica que abre o Cofre Forte de Deus.
A tendência de quem é rico, é sempre dar o que lhe sobra, por isso aquele jovem rico foi embora muito triste, porque não conseguia acreditar que outra coisa, que não fosse seus bens materiais, pudessem lhe dar alegria. Hoje em dia ainda há muitos ricos tristes, angustiados e deprimidos, porque de repente fazem a descoberta de que há algo que o seu patrimônio e riqueza, não consegue adquirir. Um tesouro imenso e valioso que Deus oferece a todo aquele que se fizer pobre, por causa do Reino.

2. Jesus olhou-o com amor
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Um homem muito rico, que observava os mandamentos, pergunta a Jesus o que devia fazer para ganhar a vida eterna. Jesus sabe que é difícil juntar muito dinheiro com honestidade. O dinheiro também nos faz pensar que somos mais e maiores do que os outros. Jesus propõe-lhe então o caminho da sabedoria e da liberdade: “Dá o dinheiro aos pobres e depois vem e segue-me”. Linda proposta, mas nada fácil. O homem foi-se embora triste.

HOMILIA DIÁRIA

O importante é você recomeçar

Não importa qual foi o seu pecado, o seu erro, pois o importante é você recomeçar. A semana está apenas começando.

“Feliz o homem que foi perdoado e cuja falta já foi encoberta!” (Salmo 31).

A primeira leitura diz: “Aos arrependidos, Deus concede o caminho de regresso, conforta aqueles que perderam a esperança e lhes dá a alegria da verdade. Volta ao Senhor e deixa os teus pecados, suplica em sua presença e diminui as tuas ofensas” (Eclo 17, 20-22).
Seguir Jesus não é fácil, por isso o jovem rico do Evangelho teve muita dificuldade em fazê-lo. No entanto, mais difícil, muitas vezes, é deixar o pecado que nos prende, que nos mantêm cativos a ele.
A Palavra de Deus diz: “arrepender-se das contrições dos seus pecados, do mais profundo da sua alma”. Não importa qual foi o seu pecado, o seu erro, pois o importante é você recomeçar. A semana está apenas começando.
A presença misericordiosa com Deus nos permite dizer: “Eu sou pecador, eu errei”. Às vezes, nos conformamos com os nossos pecados e dizemos que é assim mesmo. Mas diga ‘não’ ao pecado e não se conforme com o erro, com o mal.
Deus não quer condená-lo. O amor misericordioso de Jesus vem em nosso favor e nos leva a nos arrependermos das nossas faltas e nos leva à casa do Pai.
Deus abençoe você.
Padre Roger Araújo – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 27/05/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, não permitas que sufoquemos com justificativas enganosas essa fome abençoada, essa sede fraterna que a opção radical por viver desde agora no teu Reino de Amor gera em nós. É a fome de servir aos irmãos, a sede de partilhar com eles o que somos e o que temos – pois tudo são dons de tua misericórdia. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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