quarta-feira, 12 de junho de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 13/06/2019

ANO C


Mt 5,20-26

Comentário do Evangelho

A justiça do Reino de Deus

Qual é a justiça maior que a dos escribas e fariseus, necessária para entrar no Reino dos Céus? A justiça do Reino é formulada em seis antíteses (vv. 21-26; 27-30; 31-32; 33-37; 38-42; 43-47). A primeira antítese (vv. 21-26) retoma a bem-aventurança da mansidão (5,4) e a exemplifica. Não só é proibido matar, como não se pode dar títulos ofensivos ao irmão. Esta primeira antítese de não matar (cf. Ex 20,3; Dt 5,7) visa não só a morte física, mas toda ofensa moral cometida contra o irmão explicitada pela tríade: raiva, imbecil e louco. A ilustração positiva desta sentença é fornecida pelas duas sentenças sobre a reconciliação. Ao homem que vai apresentar a sua oferta, Deus lhe permite lembrar não só o mal cometido contra alguém, mas de um mal que alguém cometeu contra ele. O perdão e a reconciliação são exigidos para que o homem, membro do povo de Deus, proceda como Deus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Espírito de reverência, dispõe meu coração ao respeito para com a dignidade do meu próximo, de modo que jamais eu ouse tirar-lhe, de forma alguma, a vida.
Fonte: Paulinas em 13/06/2013

Vivendo a Palavra

Jesus nos propõe a Lei Nova – a Justiça Evangélica. O Amor como norma de conduta, não como um objetivo final a ser alcançado, mas a ser convivido desde agora. É o Reino de Deus já sentido nesta terra encantada, ainda não em sua plenitude, mas embalado pela esperança do Abraço definitivo do Pai Amado.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/06/2013

VIVENDO A PALAVRA

Jesus ensina a Nova Lei. Não se trata mais daquela lista interminável de restrições e deveres a serem cumpridos, mas do comportamento diferente a ser vivido: a partir da visão de Deus Criador do universo e Pai de todos os homens e mulheres, nós sabemos que somos irmãos e, por isto, a fraternidade é o jeito natural de nos relacionarmos uns com os outros.

Reflexão

Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça.
Fonte: CNBB em 13/06/2013

Reflexão

Por que a comunidade de Jesus deve superar a justiça dos doutores da Lei e dos fariseus? Porque eles não cumprem o que ensinam; por vezes invalidam a lei com acréscimos ou porque se fixam na letra sem penetrar no espírito (cf. Mt 23,1-7). Jesus se apresenta com autoridade suprema e nos mostra como levar à plenitude as exigências do amor. Os que entram no Reino de Deus devem superar os doutores da Lei e os fariseus e imitar Jesus pela prática do amor gratuito. As palavras ofensivas, a prepotência, o desprezo são manifestações contra a vida do próximo. Não basta não ofender o próximo, é preciso amá-lo como Jesus o ama. O próprio culto a Deus será vazio, se não for revestido de caridade. O amor fraterno, que supõe reconciliação, torna a celebração litúrgica fecunda e agradável a Deus.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

A RECONCILIAÇÃO NECESSÁRIA

A busca do espírito da Lei levou Jesus a reinterpretar os mandamentos do Decálogo. O mandamento de não matar, na perspectiva de Deus, vai além do gesto material de tirar a vida física do próximo. E comporta a exigência de ter um trato fraterno e respeitoso para com o semelhante. Implica não agredi-lo verbalmente, de forma a desmoralizá-lo e fazê-lo perder a boa fama. Existe, pois, uma maneira de matar o próximo, sem privá-lo da vida física, também abarcada pelo mandamento. O discípulo do Reino não pode ficar tranqüilo se, com palavras e gestos inconsiderados, acaba por ferir o próximo.
O mandamento exige também o viver reconciliado com o próximo, como pré-condição para uma correta relação com Deus. Uma oferenda só é agradável a Deus se, quem a oferece, não guarda, em seu coração, ódio nem rancor contra o próximo. Enquanto a reconciliação não for efetivada, a oferta não pode ser feita, porque Deus não a aceitará.
Por outro lado, o processo de reconciliação não pode ser protelado indefinidamente. Existe um tempo limite para fazê-lo. É preciso agir com prontidão para não acabar nas mãos do juiz, Deus, que pedirá conta da ofensa grave à sua Lei.
A reinterpretação dos mandamentos por parte de Jesus permite ao discípulo tornar-se mais atilado no seu desejo de relacionar-se, corretamente, com Deus e com o próximo.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a viver reconciliado com todos, de modo a poder viver reconciliado com o Pai.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Cristianismo não combina com Mediocridade
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Os Escribas e Fariseus a toda hora aparecem nos evangelhos sinóticos como alvo de duras críticas por parte de Jesus, mas eu costumo dizer, que se em nossas comunidades fosse possível ter um deles, tal como eram naquele tempo, todos iriam gostar, respeitá-los e admira-los. Sabem por quê?
Simples... Eram piedosos, zelosos cumpridores de suas obrigações, eram virtuosos e praticam uma moral muito elevada e, portanto, eram pessoas íntegras. Daí o leitor poderá se perguntar, mas então, por que os coitados são bombardeados nos relatos do evangelho?
Porque a prática cristã não é moralismo e nem um mero preceito. Cristão tem que ir além para estar acima da média, o ato criminoso de se tirar a vida de alguém, implicava em um duro castigo no juízo do tribunal. Então, se não matar o outro, pode pousar de "bonzinho" cumpridor da lei, pois Jesus desmonta essa perfeição hipócrita, um sentimento de ódio ou uma ofensa moral contra o irmão, terá um julgamento mais severo no Grande Conselho.
Geralmente ficamos na média, daí vem a palavra mediocridade, cumpro a lei e não a transgrido de modo algum, mas naquilo que ela não fala, posso deitar e rolar. Não mato o meu irmão porque é pecado grave, mas no meu coração o odeio, o abomino, o desprezo e o acho um imbecil. Pronto! Aí está o pecado, bem escondido dentro do pecador. Na verdade se mata o irmão com palavras, difamações, insinuações maldosas, injúrias. Quantas pequenas mortes na comunidade, na pastoral e no movimento. Tiros e facadas com a língua!
Jesus coloca a necessidade da reconciliação com o irmão, em primeiro lugar, e depois com Deus, senão esta última será uma grande mentira espiritual. "Me dou bem com todos, mas com aquela pessoa não dá, não exijam isso de mim..." Quantas vezes a gente diz isso ou pensa isso, procurando amenizar o pecado, procurando inocentar-se diante da comunidade e da nossa consciência.
Não entraremos no Reino dos Céus! Pode tirar o "Cavalinho da Chuva".

2. Procura reconciliar-te
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Jesus não rompe com o que foi ensinado ao povo de Israel. Ele quer que seus discípulos não fiquem apenas na letra do que foi dito. Avancem e vivam os ensinamentos em espírito e verdade. Sabemos o que foi dito aos antigos. Agora, é preciso levar o que foi dito às últimas consequências. Foi dito que não devemos matar. Sabemos, porém, que há muitas maneiras de matar. Mata-se até com a língua. Não nos apresentemos diante de Deus sem antes examinarmos a qualidade da nossa relação fraterna. Se alguém não estiver bem conosco, vamos primeiro acertar o passo para depois apresentar a Deus a nossa oferenda. Hoje celebramos Santo Antônio, o grande pregador. A devoção popular fez dele também o santo da reconciliação familiar. Que ele nos ajude a viver em paz!

HOMILIA DIÁRIA

O que podemos aprender com Santo Antônio?

O que podemos aprender com Antônio, um santo tão querido e amado, no mundo inteiro? Primeiro, a sua fidelidade a Jesus Cristo e ao Evangelho.
Hoje, é dia de Santo Antônio de Pádua. Para os portugueses, ali, onde nasceu o santo, ele é o Santo Antônio de Lisboa, mas para os italianos, onde ele viveu seu ministério, é o Santo Antônio de Pádua.
De Pádua ou de Lisboa, o importante é que este santo é para nós o grande referencial na fé católica, na vivência dos mandamentos da Lei de Deus. Foi a Santo Antônio que São Francisco imbuiu de ensinar a Sagrada Teologia para os frágeis, para que o Evangelho de Jesus Cristo fosse pregado longe das heresias e dos erros tão comuns na época de Francisco.
O que podemos aprender com Antônio, um santo tão querido e amado, no mundo inteiro? Primeiro, a sua fidelidade a Jesus Cristo e ao Evangelho. Santo Antônio procurou levar uma vida austera, santa, desde os primórdios da sua vida, por causa de uma educação cristã familiar muito séria que ele recebeu. Entrou, primeiro, na Ordem dos Cônegos Regulares, mas saiu; depois, fez parte da Ordem Franciscana.
Ele foi um grande pregador do Evangelho, mas pregava, em primeiro lugar, com a vida. Era tão encantadora a vida de Antônio que até os passarinhos queriam ouvi-lo pregar, admirável era sua língua.
Quem vai a Pádua encontra, lá, um relicário com a língua desse santo tão abençoado. Mas por que, ali, está a língua de Antônio? Porque ela foi uma fonte de bênçãos e de graças, pois anunciou o Evangelho de Jesus Cristo, anunciou o amor, a Palavra de Deus, o Reino dos Céus; mas, acima de tudo, Santo Antônio não entregou sua língua ao pecado, à mentira, às fofocas que tanto mal faz aos homens no dias de hoje.
Aprendamos com Santo Antônio a usar bem nossa língua e não deixar que ela seja um instrumento para o mal.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 13/06/2013

Oração Final
Pai Santo, derruba as nossas barreiras para que ouçamos a Lei Nova trazida pelo teu Verbo Encarnado. Que vivamos o Amor espontâneo, sem discriminações, desinteressado de qualquer retribuição e libertador. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/06/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ajuda-nos a substituir a Lei esculpida na pedra pela Lei escrita por Jesus nos nossos corações. Faze-nos fraternos com os homens e mulheres, cuidadosos com a natureza que criaste para nosso encantamento, e filhos agradecidos, conscientes do teu Amor paterno/maternal. Pelo mesmo Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário