quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 21/02/2019

ANO C


Mc 8,27-33

Comentário do Evangelho

Jesus deixa interrogações sobre sua identidade

Com o trecho de hoje, chegamos ao centro do evangelho segundo Marcos. O segundo evangelho é uma “catequese mistagógica” em cujo centro está a pergunta cristológica por excelência: Quem é Jesus? O pano de fundo da dupla pergunta de Jesus a seus discípulos é a incompreensão e a incredulidade tanto da parte das pessoas, em particular os escribas e fariseus (cf. Mc 8,11-13), como também dos seus próprios discípulos (cf. Mc 8,14-21). É um momento de crise, entenda-se, de discernimento, de tomada de decisão para que a missão recebida do Pai seja levada a termo. Cesareia de Filipe é um vilarejo ao norte do mar da Galileia, lugar onde nasce o rio Jordão. Havia aí um santuário para culto pagão de Pan; mais tarde, Herodes construiu um templo de mármore branco dedicado a Augusto. É exatamente aí que Pedro exprime o reconhecimento de Jesus como Messias, como o verdadeiro e único Salvador (cf. v. 29). Mas, mesmo reconhecendo o messianismo de Jesus, essa profissão não impedirá os discípulos, representados por Pedro, de se oporem ao modo como esse messianismo é exercido (cf. vv. 32-33), passando, inclusive, pela paixão e pela morte (cf. vv. 31-32).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, revela-me a verdadeira identidade de Jesus, servo fiel, cuja vida esteve totalmente entregue em tuas mãos. E dá-me a graça de, como ele, ser fiel a ti.
Fonte: Paulinas em 20/02/2014

Vivendo a Palavra

Em Israel, a expectativa era que o Messias viria como um rei poderoso, um chefe guerreiro que resgataria a liberdade do povo, então dominado pelo Império Romano. Jesus surpreende com suas revelações: anuncia o Reino que já estava entre eles – melhor, estava dentro do coração de cada um, como tesouro a ser descoberto e conquistado.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/02/2014

VIVENDO A PALAVRA

Pedro não imaginava que a reação do mundo à chegada do Reino do Céu pudesse ser violenta. Por isso reagiu quando Jesus anunciou a sua própria morte precedida de rejeição e sofrimento. Mas o exemplo do Mestre lhe ensinou e, mais tarde, ele mesmo sentiu na carne a perseguição e a morte. O Evangelho nos leva, como Igreja de Jesus, a refletir sobre as dificuldades que enfrentamos para anunciar o Reino de Deus, que já está em nós!

Reflexão

A resposta que damos à pergunta que Jesus faz aos discípulos e a cada um de nós no Evangelho de hoje mostra principalmente o significado que ele tem em nossas vidas e exige coerência no relacionamento que nós temos com ele. Para Pedro, Jesus é o Messias, o enviado de Deus, o Ungido, o Salvador, mas Pedro é incoerente no relacionamento, pois não quer submeter-se a ele e aceitar os caminhos da salvação. Assim também acontece conosco: dizemos que Jesus é amor, mas não amamos; que é Deus, mas não o servimos; que é o enviado do Pai, mas não o ouvimos; que é nosso irmão, mas não criamos fraternidade.
Fonte: CNBB em 20/02/2014

Reflexão

Jesus levanta a questão: O que o povo e os discípulos pensam a respeito dele? O povo tem dúvidas, confunde-o com algum dos antigos profetas. Pedro, em nome dos discípulos, responde: “Tu és o Messias”. Jesus não corrige a resposta. Está certa, mas incompleta ou distorcida. Ainda pensam num Messias nacionalista e poderoso, capaz de expulsar os ocupantes estrangeiros. Jesus então lhes apresenta o perfil do verdadeiro Messias, que se identifica com o Servo Sofredor descrito por Isaías: ele vai sofrer e morrer nas mãos de autoridades nacionais e estrangeiras. Mas ressuscitará. Chegará à glória. Antes, porém, sofrendo a paixão e a morte. Pedro não concorda e repreende Jesus, que responde ao apóstolo, chamando-o de Satanás, isto é, adversário, alguém que se posiciona contra os planos de Deus.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Recadinho

Quem é Jesus para você? - Esforça-se realmente para seguir seus ensinamentos? - Procura se informar sobre os ensinamentos da Igreja? - Serve a Deus presente nos irmãos? - Quais os melhores momentos para me encontrar com Deus, estar com Ele?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 20/02/2014

Comentário do Evangelho

TU ÉS O MESSIAS

A pessoa de Jesus não se enquadrava nas categorias da época e era interpretada de formas variadas. Seu modo de ser austero e a maneira incisiva de sua pregação levavam alguns a confundi-lo com João Batista ou com Elias. Pensava-se que Jesus fosse uma espécie de revivescência destas figuras. A postura de Jesus era também identificada com as dos profetas do passado, cujas vidas pareciam servir-lhe de inspiração.
Jesus quis saber a opinião dos discípulos a seu respeito, por não estar seguro da exatidão do modo como o consideravam. A resposta foi dada por Pedro, em nome do grupo, de maneira correta e convenceu Jesus. Ele, de fato, era o Messias.
Entretanto, Jesus se sentiu na obrigação de oferecer aos discípulos pistas para a correta compreensão de sua condição messiânica. Seu messianismo o faria confrontar-se com a rejeição por parte das autoridades e com a morte violenta. Mas, isto não seria tudo. Ele estava também destinado à ressurreição. O Messias Jesus enfrentaria a cruz.
Os discípulos tiveram que fazer um esforço gigantesco para introduzir o sofrimento na sua concepção messiânica. As expectativas em voga giravam em torno de um futuro Messias revestido de glória e poder. Jamais se esperava um Messias sofredor, como Jesus se proclamava ser. Os discípulos viram-se, pois, na obrigação de refazer seus esquemas.
Oração
Senhor Jesus, faz-me compreender que tu escolheste o caminho da cruz e do sofrimento para realizar a missão recebida do Pai.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, que prometestes permanecer nos corações sinceros e retos, dai-nos, por vossa graça, viver de tal modo, que possais habitar em nós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 20/02/2014

Meditando o evangelho

O MESSIAS SOFREDOR

O processo de compreensão da pessoa e da missão de Jesus foi paulatino. As opiniões desencontradas a respeito da identidade do Messias vindouro impediam que as pessoas se aproximassem dele com objetividade. Com muita facilidade eram projetados em Jesus os preconceitos messiânicos, em voga na religiosidade popular.
Havia quem pensasse ser ele João Batista reencarnado. Sua liberdade diante do poder político e religioso, a concentração de multidões em torno dele, sua vida pobre e despojada podem ter motivado essa interpretação. Outros julgavam-no ser Elias que voltara após ter sido levado para o céu numa carruagem de fogo. E tinham motivos para isso. Como Elias, Jesus fizera da Galiléia seu campo de atuação: realizava milagres, combatia um tipo de religião que excluía Deus e denunciava as injustiças. Por não ter experimentado a morte, o povo julgava que Elias voltaria no fim dos tempos. Isto teria acontecido na pessoa de Jesus. Outros consideravam-no como a reencarnação de um dos antigos profetas.
O que Jesus pensava de si mesmo era bem diferente. Ele, de fato, era o Messias. Contudo, espelhava-se na figura do Servo Sofredor. Sua fidelidade a Deus haveria de causar-lhe sofrimento, rejeição e morte. O Pai, porém, mostraria seu amor por seu Filho, ressuscitando-o. Afinal, sua vida, apesar dos sofrimentos, estava nas mãos de Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, revela-me a verdadeira identidade de Jesus, servo fiel, cuja vida esteve totalmente entregue em tuas mãos. E dá-me a graça de, como ele, ser fiel a ti.

HOMILIA

A AFIRMAÇÃO DE PEDRO

Neste episódio, Pedro expressa o sentimento que há no coração de todo homem: há momentos em que nós percebemos claramente o pensamento de Deus e falamos as coisas que Ele nos segreda aos ouvidos. Outras vezes nós somos levados pela nossa humanidade fraca e débil, a expressarmos o pensamento do mundo: rejeitamos o sofrimento e repudiamos tudo o que possa vir para nós como mudança de planos. Nunca aceitamos ser humilhados e o nosso orgulho logo se exaspera quando alguém nos acena com esta perspectiva. No entanto, Jesus tinha consciência da sua missão e sabia que não seria fácil conquistar a nossa salvação. Ele tinha idéia de que deveria sofrer e ser rejeitado pelas autoridades e até mesmo pelo povo, porém o que O fazia permanecer firme era a certeza de que o Pai O ressuscitaria no último dia. Saber esperar o dia certo deveria ser para nós uma motivação, porém, ao contrário, queremos ter tudo nas mãos e com muita facilidade. Não admitimos a dificuldade. Por isso, Jesus repreendeu a Pedro, e hoje, também nos exorta.
Existem pessoas que não conseguem ouvir alguém falar e permanecer em silêncio. Era o caso de Pedro. E nesse ímpeto de falar o que lhe vem à cabeça, ele às vezes acertava e às vezes errava feio. Nesta mesma passagem do Evangelho Pedro agiu movido pelo Espírito Santo, e após alguns minutos agiu movido pelo inimigo. E veja só: quando Pedro repreendeu Jesus por ter falado que deveria sofrer, morrer e ressuscitar, Pedro deve ter expressado o que muitos dos outros discípulos estavam pensando, mas não tinham coragem de dizer. Da mesma forma que no lava-pés, e na transfiguração de Jesus. Pedro é aquele, dentre os discípulos, que sempre vai receber as críticas e os elogios primeiro, pois é a partir das suas falas que os outros vão aprender, inclusive nós!
Como mestre, Jesus sabia que alguém como Pedro era muito bom para se ter como discípulo, pois Pedro era aquele que interagia, pro bem ou pro mal... mas por não ficar calado, abria outra oportunidade para Jesus dar outro ensinamento! E essa era a especialidade de Jesus: aproveitar todas as situações para evangelizar.
A lição de hoje é para todos aqueles que se sentem incomodados quando são questionados perante um público... Façamos como Jesus, aproveitemos a oportunidade para evangelizar, educar, ensinar, aprender, abençoar.
Você admite que, passar por sofrimentos e dificuldades é próprio da missão do homem? - Você percebe quando fala o pensamento de Deus e quando fala o pensamento do mundo? – Você é uma pessoa paciente diante das dificuldades? – Qual é o objetivo da sua vida? – O que você estará disposto (a) a passar para alcançá-lo?
Pai, revela-me a verdadeira identidade de Jesus, servo fiel, cuja vida esteve totalmente entregue em tuas mãos. E dá-me a graça de, como ele, ser fiel a ti.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 20/02/2014

Oração Final
Pai Santo, abre as portas do nosso coração para receber a Boa Notícia do teu Reino de Amor, sempre novo e surpreendente, muito além das pobres expectativas que sonhamos. Dá-nos discernimento para sintonizar os sinais da Tua Presença junto a nós na caminhada que fazemos neste mundo encantado. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/02/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, nós Te pedimos que o exemplo de Pedro nos dê força e coragem para proclamar que Jesus Nazareno é o Cristo, teu Filho Unigênito que se fez nosso Irmão. E mais, amado Pai, que o heroísmo da morte de Jesus, mais tarde seguido por Pedro, nos incentive a segui-los, ainda que perseguidos ou ameaçados. Pelo mesmo Cristo Jesus, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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