domingo, 2 de dezembro de 2018

LEITURA ORANTE DO DIA - 02/12/2018



LEITURA ORANTE

Lc 21,25-28.34-36 - Em alerta! Começa o Advento - Ano C

1º Domingo do Advento

Preparo-me para a Leitura Orante, fazendo uma rede de comunicação e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que circulam neste ambiente virtual.
Cantamos "Ó vem, senhor, não tardes mais"


Ó vem, Senhor, não tardes mais!
Vem Saciar nossa Sede de Paz!

1. Ó vem, como chega a brisa do vento,
Trazendo aos pobres justiça e bom tempo!

2. Ó vem, como a chuva no chão
Trazendo fartura de vida e de pão!

3. Ó vem, como chega a luz que faltou
Só tua palavra nos salva Senhor!

4. Ó vem, como chega a carta querida
Bendito carteiro do Reino da Vida!

5. Ó vem, como chega o filho esperado
Caminha conosco Jesus Bem amado!

6. Ó vem, como chega o Libertador
Das mãos do inimigo nos salva Senhor

Rezamos a Maria da Anunciação.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém
Oração a Nossa Senhora da Anunciação
Todas as gerações vos proclamem bem-aventurada, ó Maria!
Crestes na mensagem celeste,
e em vós se cumpriram grandes coisas, como vos fora anunciado.
Maria, eu vos louvo!
Crestes na Encarnação do Filho em vosso seio virginal
e vos tornastes Mãe de Deus. Raiou então o dia mais feliz da humanidade!
As pessoas tiveram o Mestre divino.
Maria, alcançai-me a graça de uma fé viva, forte, atuante.
Maria, Mãe, Mestra e Rainha dos Apóstolos, rogai por nós.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Lc 21,25-28.34-36.
E Jesus continuou:
- Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. E, na terra, todas as nações ficarão desesperadas, com medo do terrível barulho do mar e das ondas. Em todo o mundo muitas pessoas desmaiarão de terror ao pensarem no que vai acontecer, pois os poderes do espaço serão abalados. Então o Filho do Homem aparecerá descendo numa nuvem, com poder e grande glória. Quando essas coisas começarem a acontecer, fiquem firmes e de cabeça erguida, pois logo vocês serão salvos.
E Jesus terminou, dizendo:
- Fiquem alertas! Não deixem que as festas, ou as bebedeiras, ou os problemas desta vida façam vocês ficarem tão ocupados, que aquele dia pegue vocês de surpresa, como se fosse uma armadilha. Pois ele cairá sobre todos no mundo inteiro. Portanto, fiquem vigiando e orem sempre, a fim de poderem escapar de tudo o que vai acontecer e poderem estar de pé na presença do Filho do Homem, quando ele vier.
Refletindo
Começa o Advento. A Liturgia nos apresenta um cenário de parusia. A parusia é a volta gloriosa de Jesus Cristo, no final dos tempos. Jesus fala de sinais que anunciam esta volta. E recomenda a ficar de "cabeça erguida e firmes". Festas e bebedeiras poderão distrair. Jesus recomenda a estarmos conscientes da vinda do Senhor: "Fiquem alertas!"

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Os bispos na Conferência de Aparecida lembraram: "O discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro." (DAp 146).
E eu me interrogo:
Cristo é minha luz, minha esperança?
Posso completar minha reflexão
O Advento é tempo de espera. Espera de alguém que vem. Este alguém é o Filho de Deus que traz a salvação a todos. O Advento, do latim Adventus, significa "chegada", "vinda"; do verbo Advenire: "chegar a", "início".  É o primeiro tempo do Ano litúrgico, que antecede o Natal.
A cor predominante do Advento é a cor roxa. Usa-se a cor roxa, sinal de penitência e conversão, porém no 3° domingo, por ser considerado domingo da alegria, pode-se usar o rosa.

Coroa do Advento
O tempo do Advento abrange quatro semanas.


1° Domingo

Uma vela, na coroa, acendemos,
Toda sombra se esvai com sua luz;
Vigilantes, o Senhor esperemos:
Chegou o tempo do Advento de Jesus!

Refrão:
Meus irmãos, penitência e oração!
Arrumemos nossa casa co'alegria!
Logo a ela, o Senhor vai chegar,
Pelo ventre imaculado de Maria!

3Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo com a oração
Jesus, Divino Mestre,
Nós vos adoramos, Verbo feito carne, enviado pelo Pai,
para ensinar às pessoas a verdade que dá a vida..
Sois a verdade incriada, o único Mestre.
"Somente vós tendes palavras de vida eterna".
Nós vos louvamos e agradecemos porque
nos concedestes a luz da inteligência e da fé e
nos chamastes à luz da glória. 
Nós cremos e abrimos nossa inteligência e todo o nosso ser
para aceitar e viver a vossa palavra e tudo o que nos ensinais
por meio da Igreja..
Mostrai-nos, ó Senhor e Mestre, os tesouros da vossa sabedoria.
Fazei que conheçamos o Pai e sejamos vossos discípulos autênticos.
Aumentai nossa fé, para que vos possamos contemplar eternamente no céu.

4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Sinto-me discípulo/a de Jesus.
Meu olhar deste dia será iluminado pela presença de Jesus Cristo, em atitude de alegre expectativa do Natal.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Irmã Patrícia Silva, fsp
patricia.silva@paulinas.com.br

Leitura Orante
1° Domingo do Advento, 02 de dezembro de 2018


ADVENTO: “DEUS À VISTA”

“Tende cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis...” (Lc 21,34)

Texto Bíblico: Lucas 21,25-28.34-36

1 – O que diz o texto?

Com o Advento, começamos um novo ano litúrgico, um tempo que sempre nos fascina. O ser humano, ferido pela estreiteza da vida, imposta pelo seu ego, descobre a fragilidade, o medo, a dor, o sem sentido, pelo qual volta a gritar a seu Criador, buscando, suplicando de novo que lhe envie um raio de luz.
Desolado pela experiência do sofrimento, da violência, da intolerância, da solidão e do medo, dirige novamente seus olhos para “Aquele que está à vista”. O Advento é o tempo mais adequado à nossa existência atual. Queremos intuir algo novo, reacender nossa esperança, alimentar uma presença inspiradora nesse contexto social no qual vivemos carregados de trevas e abalos sísmicos.
O Tempo do Advento tem algo de belo e atraente que mobiliza o nosso coração a entrar em outra sintonia; tal qual um sedutor, ele revela sua capacidade para debulhar dias até completar um tempo que vai nos guiando em direção ao Natal. Um tempo tão tranquilo, tão sussurrante, como um manancial que, em silêncio, vai espalhando vida em todo seu entorno. Tempo que nos convida a sonhar e a viver despertos.
Vários personagens que emergem no Advento, com sua maneira original de ser e de viver, vão se tornando familiares; eles nos acompanham neste tempo inspirador, ativando em nós uma ousada esperança e outro modo criativo de nos fazer presentes no contexto social, tão carente de esperanças.
Isaías nos ensina como viver o sempre jovem Advento; ele nos ensina a gritar esperança no sofrimento, a confiar em tempos melhores, a provocá-los. Este homem tão sensível nos diz que somos nós que devemos dar um colorido especial à vida e que Deus é como um tição fumegante que abrasa a nossa vida. Poeta do futuro, Isaías nos ensina a viver carregados de entusiasmo, gestando a paz.
João Batista, aquele do dedo que aponta o caminho novo e o Novo. Sim, João, o parente austero, impaciente, metódico, que pergunta sem rodeios: “és tu Aquele que há de vir ou devemos esperar outro?”
João também se revela como um bom mestre porque nos recorda que, com muito pouco se pode viver, e que a qualidade de vida é dada pela relação com Deus, que sempre nos surpreende. Ele nos anima a viver com simplicidade e a gritar sempre que o Reino de Deus está próximo, tão próximo, que o temos colado em nosso interior.
Maria, a mulher bendita e abençoada de Nazaré, a do anúncio original, a filha de Sião que recebeu de novo a Ruah Santa, a que interpelou o anjo até que ambos se puseram de acordo no “sim”. Diante dela, nos inclinamos admirados, porque ela, que pronunciou poucas palavras, no entanto, gestou a Palavra em seu ventre. Maria nos diz agora, no Advento, que o coração deve ser grande para poder guardar nele todas as coisas em silêncio.

2 – O que o texto diz para mim?

Tudo é permanente Advento, transformação, movimento. Espaço em expansão, interioridade que se abre braços que se unem. Seu ardor me inspira, sua esperança me alenta. Há uma eternidade que devo inaugurar cada dia, em cada instante: a eternidade da vida expansiva, justa e ditosa.
Esperar é transformar este mundo em outro mundo humano, fraterno, e muito mais feliz. Esperar é derrubar o que impede viver. Posso esperar.
Não encontro melhor maneira de traduzir a linguagem apocalíptica de Lucas a não ser fazendo referência ao mundo da construção. O toque de atenção que ressoa no evangelho deste domingo me chama a derrubar e a construir. Lucas me fala de sinais cósmicos, de sismos e desmoronamentos. Justamente ali onde algo se desmorona, é onde aparece espaço livre para uma nova construção.

3 – O que a Palavra me leva a experimentar?

Há um mundo que deve acabar: este mundo contaminado pelo “deus dinheiro” e pelo mercado; este mundo que gera exclusão e violência; este mundo que abafa a “cultura do encontro” para alimentar a “cultura da indiferença e do preconceito”; este mundo que faz opção em favor da morte...
Nada é tão caduco que não permita um projeto novo. Nada é tão antigo que não tenha algo aproveitável. As calçadas velhas das cidades, os antigos casarões, o centro histórico, se remodelam conjugando o velho e o novo. O resultado costuma ser uma nova obra de arte.
Eu sou convidada, no início deste Advento, a uma “reabilitação ou remodelação” de todo meu ser. Entrar no fluxo inspirador deste tempo me leva cada dia, a desfazer e refazer. Uma fé que se paralisa e não avança é como um edifício que se faz velho.
O Advento me mantém erguida e com dignidade, afugentando o medo, denunciando a injustiça que provoca exclusões e sofrimentos, aplicando o antídoto do amor contra a imbecilidade do ódio, da intolerância e da manipulação.
Por isso, as expressões do evangelho: “tomai cuidado”, “ficai atentos”, “orai a todo o momento”, são gritos de ânimo e gritos de construção de futuro. Talvez, para alguns, a única coisa que precisa fazer seja pintar a casa, ou mudar algum cômodo. Para outros, a obra será de maior envergadura. E, quem sabe, para outros ainda, o futuro depende de uma reestruturação mais a fundo da vida: esvaziá-la e reconstruí-la.
A obra de Deus em mim consiste em que eu derrube o que construí, segundo meus gostos e egoísmos, e não segundo o querer d’Ele. A Deus lhe agrada um coração com estâncias cheias de luz e de sol, liberadas de apoios inúteis, capazes de acolher a todos.

4 – O que a Palavra me leva a falar com Deus?

Senhor, como estar atenta ao Deus que em cada Advento quer dar à luz algo novo em minha vida, em meu contexto, em meu mundo, embora pareça que não tenho mais idade, como aconteceu com Isabel, à mãe de João Batista e continue rompendo minha lógica como aconteceu com Maria de Nazaré?
O que realmente mata o ser humano é a rotina sem sentido; o que lhe salva é a criatividade, a capacidade para vislumbrar e resgatar a novidade. Se contemplar a realidade em profundidade, tudo é sempre novo, diferente e em constante mudança. Participar desse movimento de mudança que chamo vida é a única promessa sensata de felicidade.
O Advento me provoca a perfurar a realidade para nela ler a vida, os acontecimentos, mais além da superficialidade e da banalização que se impõe a todos e a mim. Perfurar a realidade é buscar, na densidade dos acontecimentos e do próprio coração, os respiradouros de Evangelho, por onde o mistério de Amor e Vida Plena revela sua face e me urgem a impulsionar seu dinamismo na história.
Por isso, é preciso focalizar meu olhar, pôr lupa, afinar a sensibilidade para detectar as pegadas da misericórdia criativa, resiliente e fecunda de Deus em meu mundo e no meu próprio coração.
Que é Deus senão este Advento e Presença que é e que vem, Calma vivente, Coração latente no qual sou e respiro?

5 – O que a Palavra me leva a viver?

Os caminhos de Deus têm desertos difíceis, mas sempre anunciam a “terra prometida”.
Os caminhos de Deus têm momentos de tremores e abalos sísmicos, mas nunca falta a Boa Notícia de uma vida nova. Desaparecerá a obscuridade, porque sempre há um amanhecer.
Deus não anuncia final; Deus sempre anuncia começos; Deus não anuncia entardeceres, mas amanheceres.
O importante é que minha vida não esteja embotada e incapacitada de ver a nova luz.
Fazer memória dos abalos em minha vida que foi ocasião privilegiada para expandi-la em novas direções.

Fonte:
Bíblia Novo Testamento – Paulinas: Lucas 21,25-28.34-36
Pe. Adroaldo Palaoro, sj

Sugestão:
Música: Um milagre vai chegar – fx03 (03:15)
Autor: Pe. Agnaldo José - Pe. Paulo Sérgio de Souza
Interprete: Pe. Agnaldo José
CD: Um milagre vai chegar – Pe. Agnaldo José
Gravadora: Paulinas Comep

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