quarta-feira, 28 de novembro de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 28/11/2018

ANO B


Lc 21,12-19

Comentário do Evangelho

Alegria na perseguição

Com o anúncio da destruição do Templo de Jerusalém, Jesus dá início ao discurso cuja ênfase é a ruína deste Templo e da cidade. O conteúdo deste discurso é encontrado, com bastantes semelhanças, no envio dos apóstolos em missão, em Mateus, e no discurso escatológico, tanto em Mateus (Mt 24) como em Marcos (Mc 13,1-22).
Os discípulos serão perseguidos pelas sinagogas dos judeus, pelos tribunais dos romanos, e até no seio da própria família haverá discórdias à medida que se rompem as tradições conservadores que reproduzem a submissão ao interesse dos poderosos. Porém, este quadro, com traços apocalípticos, não intimida o discípulo empenhado no seguimento de Jesus em sua missão libertadora. A missão o enche de alegria pelo convívio fraterno, pela comunicação com os irmãos, pela solidariedade que leva os pobres e humildes a sorrirem e a terem esperanças. E a alegria maior é fazer tudo em união com Jesus e com o Espírito de amor do Pai.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, dá-me uma fé profunda que me possibilite perseverar nos momentos de dificuldade, sem abrir mão da tarefa que recebi: levar adiante o projeto de Jesus.
Fonte: Paulinas em 28/11/2012

Vivendo a Palavra

Viver segundo os critérios do Reino de Deus – o amor, a justiça e a paz – excita o ódio do mundo. A perseguição começa com a marginalização, logo acompanhada pela violência. O cristão, no entanto, entrega-se ao Senhor e se coloca, desarmado e confiante, nos braços misericordiosos do Pai.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/11/2012

VIVENDO A PALAVRA

Viver segundo os critérios do Reino de Deus – o Amor, a Justiça e a Paz – provoca, a princípio, estranheza; depois, o ódio do mundo. A perseguição começa com a marginalização e a indiferença, logo acompanhadas pela violência. O cristão, no entanto, entrega-se ao Senhor e descansa, desarmado e confiante, nos braços misericordiosos do Pai.

Reflexão

Ganhar a vida eterna significa ser capaz de lutar no dia a dia pelos valores que a caracterizam. Mas os valores que caracterizam a vida eterna são completamente diferentes dos valores que caracterizam a nossa sociedade de hoje, sendo que a conseqüência dessa diferença é o conflito, que é seguido da perseguição, do ódio e, muitas vezes, da morte. Mas quem de fato acredita na vida eterna e a deseja ardentemente para si assume o projeto de Deus e os valores do Reino dos céus e luta constantemente por eles, não temendo a perseguição e desafiando até mesmo a morte, porque sabe que nada o separará da vida e vida em abundância.
Fonte: CNBB em 28/11/2012

Reflexão

O evangelista Lucas, autor também dos Atos dos Apóstolos, sabe que a perseguição contra os cristãos chegou cedo, a começar pelas autoridades judaicas: “Prenderão vocês… os levarão para as sinagogas e cadeias”. Discípulos e discípulas de Jesus sofrem as acusações dos chefes, a traição dos familiares e o ódio de todos. Estêvão é apedrejado e morto, o primeiro mártir. O apóstolo Tiago, de Jerusalém, degolado. Constantes tribulações atormentam Pedro, Paulo, Silas e outros missionários. Jesus lhes assegura assistência divina: “Eu darei a vocês palavras e sabedoria, às quais nenhum dos adversários conseguirá resistir ou rebater”. E reforça a garantia de que “nem mesmo um só cabelo da cabeça de vocês será perdido”. Importante é que permaneçam fiéis no seguimento a Jesus e a seu Reino.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

A PERSEVERANÇA QUE SALVA

O futuro dos discípulos do Reino descortina-se num horizonte de perseguições, falsos testemunhos, prisões e até de morte. Essa seria a sorte de Jesus. Não poderia ser diferente a de quem, como ele, assumiu idêntico projeto de fidelidade ao Reino.
Exige-se, do discípulo, coragem e perseverança. O discípulo corajoso não teme diante da perspectiva de ser levado perante reis e governadores, por causa de sua fé. E saberá desempenhar sua missão de servidor do Reino até as últimas conseqüências. O discípulo perseverante não fica a meio caminho, nem se deixa vencer pelo desânimo ou cansaço. Sua fé está tão solidamente fundada, que arrisca tudo para atingir sua meta: a comunhão definitiva com o Pai.
Fator de segurança é a promessa de Jesus: colocar na boca do discípulo corajoso e perseverante as palavras necessárias para se defender diante das calúnias e dos falsos testemunhos. Ele pode se despreocupar, porque lhe será dada uma sabedoria, de origem divina, a qual ninguém será capaz de contradizer.
Portanto, o discípulo goza da contínua assistência do Espírito Santo, do qual lhe vem a força para resistir, mesmo à pressão de seus entes queridos. Desta forma, dará testemunho do senhorio de Deus em sua vida e será sinal do Reino para seus próprios perseguidores.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, faze-me perseverar na fé e no serviço aos irmãos, mesmo em meio a tribulações, de modo que eu seja uma testemunha autêntica do Reino.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Perseguição e Perseverança
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Há uma música belíssima de Elvis Presley que se chama "Bridge Over Troubled Water" e que se traduz "Como uma Ponte sobre as águas turbulentas". Nesse evangelho Jesus encoraja seus discípulos, principalmente os da comunidade de Lucas, quase no final do primeiro século da Era Cristã, a resistirem firmes a perseguição que se iniciou mais ou menos no ano de 54 pelo Império Romano, mas os primeiros perseguidores do cristianismo foram os Judeus que viam os cristãos como uma seita.
Haveria alguma relação dos fatos vividos por essas comunidades, com as nossas comunidades atuais?
Todos falam da liberdade para se professar a Fé, desde que seja uma religião que não atrapalhe a pós-modernidade, seus usos e costumes, desde que essa religião não venha querer ditar normas para se viver. A Igreja jamais foi contra o avanço e progresso do homem, suas conquistas científicas, sua rápida evolução na tecnologia, na comunicação, na medicina, no campo da informática, mas sempre tem algo a dizer aos homens quando a Vida humana é colocada em segundo plano, e ela tem a sua dignidade desrespeitada.
Pode se dizer que não há uma perseguição sistemática contra quem é cristão, entretanto, basta tomar posição publicamente diante de algo polêmico que envolva a Vida do Homem, e que contrarie os ensinamentos do Santo Evangelho, e a pessoa com certeza vai estar arrumando uma bela de uma encrenca. Na fábrica onde trabalhei conheci um Cristão evangélico, que por ocasião do carnaval, recusou-se a ajudar na distribuição de preservativos em sua seção, em uma campanha feita pela Área de Medicina Industrial, o rapaz posicionou-se contrário alegando que para combater a AIDS o mais importante era orientar os jovens sobre a promiscuidade do que incentivá-los dando-lhes o preservativo, este é um pensamento cristão, por isso, foi o que bastou para que o seu superior mudasse o relacionamento para com ele, perdendo o prestígio no ambienta de trabalho. Também conheci uma jovem que passou a ser mal vista pela patota da escola, quando descobriram que ela era virgem, porque queria casar-se casta como ensina a Igreja. Esses e outros exemplos acontecem todos os dias nos mais variados ambientes de ensino ou de trabalho, e mostra que ser cristão comprometido com o evangelho, não é coisa tão fácil na pós-modernidade.
O que Jesus afirma nesse evangelho, é que ele próprio será a força e a coragem de quem se mantiver fiel, exatamente como uma ponte, sobre a qual poderemos atravessar para chegar incólumes do outro lado, permanecendo fiéis naquilo que cremos.
Bridge Over Troubled Water: Como uma ponte sobre as águas turbulentas eu irei me colocar...

2. É pela vossa perseverança que conseguireis salvar a vossa vida!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

A destruição de Jerusalém e do Templo é figura do fim do mundo e das dificuldades pelas quais a comunidade de Jesus passará ao longo dos anos. Hoje, irmãos e irmãs nossos são perseguidos em várias partes do mundo por serem cristãos, e salvam a sua vida pela perseverança. Se olharmos para trás, veremos as perseguições romanas no início do cristianismo, com seus inúmeros santos mártires. Veremos que na Guerra Civil Espanhola foram mortos, por causa da sua fé, 13 bispos, 4.184 sacerdotes, 2.365 frades e monges, 283 irmãs, e milhares de leigos e leigas. Na França, a filha primogênita da Igreja, foram inúmeros os mártires guilhotinados na Revolução Francesa, além da supressão da vida religiosa e expulsão dos conventos. Em 1792 forram mortos 250 padres. São alguns exemplos. Pensando nos nossos mártires, Dom Pedro Casaldáliga escreveu: “Vocês lavaram as vestes de seus compromissos no sangue do Cordeiro. E seu sangue no sangue dele continua a lavar também nossos sonhos, nossas fragilidades e nossos fracassos. Enquanto houver martírio, haverá conversão, enquanto houver martírio, haverá eficácia. O grão de milho, morrendo, se multiplica”.

HOMILIA DIÁRIA

O testemunho nas perseguições é resultado do confiante abandono nas mãos de Deus

Postado por: homilia
novembro 28th, 2012

Jesus continua falando sobre as perseguições que os discípulos sofrerão. Estas advertências estão inseridas na fala de Jesus ao fazer o envio missionário. As provações dos discípulos de Jesus têm um alcance escatológico, isto é, anteciparão não só a destruição de Jerusalém, mas também a própria Parusia. Eles serão perseguidos tanto pelas sinagogas judaicas como por reis e governadores gentios.
Nos Evangelhos sinóticos, encontramos conjuntos de textos escatológicos com estilo apocalíptico, os quais prenunciam o fim dos tempos de maneira trágica com a volta do “Filho do Homem”. Este estilo literário reproduz a forma encontrada no Antigo Testamento, no qual, a partir do “Dia de Javé” – dia de terror para o mundo, porém, de glória para Israel – elaborou-se uma literatura apocalíptica.
A presença destes textos, no Novo Testamento, é o reflexo da antiga tradição das primeiras comunidades de convertidos do Judaísmo. Tais textos são encontrados, em bloco, nos “discursos escatológicos” em Mateus (cap. 24-25), em Marcos (cap. 13) e em dois discursos no Evangelho segundo Lucas. A invariabilidade das sentenças dos textos, nos três Evangelhos, leva a supor que os evangelistas recorreram às mesmas fontes de tradição, especificamente escatológicas.
O discurso escatológico em Marcos prioriza o prenúncio da destruição de Jerusalém, à qual é associada a vinda do Filho do Homem. No discurso escatológico de Mateus, as sentenças sobre a destruição de Jerusalém e sobre a vinda do Filho do Homem estão entremeadas.
Lucas, num primeiro discurso, destaca o tema escatológico da vinda do Filho do Homem (17, 22-37) e, em outro, retoma este tema a partir do tema da destruição de Jerusalém, incluindo também a perseguição contra os discípulos missionários (21, 5-36).
No início do ministério de Paulo havia uma expectativa da volta iminente de Jesus, a Parusia. Contudo, essa expectativa surtiu efeito negativo, na medida em que muitos passaram a viver uma vida ociosa e desordenada. Com o tempo, a expectativa da Parusia foi desaparecendo, dando lugar à consciência da presença atual de Jesus nas comunidades dos discípulos, que lutam por um mundo novo possível.
O testemunho nas perseguições e diante dos tribunais, não é resultado da eloquência, mas sim do abandono confiante nas mãos de Deus. O próprio Jesus é que dá ao discípulo as palavras adequadas a serem proferidas diante dos tribunais. Lucas tinha em mente o testemunho de Estevão e outros mártires.
As comunidades dos discípulos, comprometidas com a missão ao longo da história, têm vivido sob as diversas provações impostas pelos poderosos. A perseverança nas tribulações, suportadas em nome de Jesus, é o caminho para a vida.
Dai-me, Senhor, a graça da perseverança nas tribulações a fim de que eu tenha vida plena em Vós.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 28/11/2012

Oração Final
Pai Santo, nós sabemos que a missão de anunciar o teu Reino não depende de nossos títulos, mas do testemunho de uma vida de entrega confiante à tua inspiração. Livra-nos da tentação de nos colocarmos como mestres e nos mantém sempre seguindo o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/11/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, nós sabemos que a missão de anunciar o teu Reino não depende de nossos títulos acadêmicos e nem da pretensiosa cultura mundana, mas do testemunho de vida e da nossa entrega confiante à tua inspiração. Livra-nos da tentação de nos colocarmos como mestres e nos mantém sempre seguindo com humildade o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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