quarta-feira, 24 de outubro de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 25/10/2018

ANO B


Lc 12,49-53

Comentário do Evangelho

A paz inquieta

João Batista, ao batizar Jesus, já anunciara que o próprio Jesus batizaria no Espírito Santo e no fogo. É o fogo do amor, que Jesus deseja ver aceso na terra. O batismo, que exprime a entrada no Reino pela prática da justiça, atinge sua plenitude em Jesus, com sua vida de amor, até a morte na cruz, armada pelos poderosos deste mundo. Porém, o amor é mais forte do que a morte, e a vida cheia de amor é eterna.
Aparentemente, causa surpresa a afirmação sobre as divisões na família. Antes, Jesus, ao enviar seus discípulos em missão, incumbiu-os de levar a paz às casas que o recebessem. No evangelho de João, Jesus afirma: "Deixo-lhes a paz, a minha paz lhes dou, não como o mundo dá". A paz do mundo é a paz do império, seja romano ou estadunidense, com sua coalizão. Faz-se as guerras de conquista, e sobre os escombros da guerra decreta-se a paz da submissão ao império. É a falsa paz de uma sociedade individualista, excludente, ambiciosa do dinheiro e prenhe de violência. A própria família está sob a influência desta ideologia, muitas vezes resistindo à mensagem de Jesus. A ruptura com valores tradicionais de sucesso e enriquecimento neste mundo, pela opção à prática do serviço e do amor, gera conflitos e divisão.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, que o batismo de Jesus, por sua morte de cruz, purifique-me de todo pecado e de toda maldade, como um fogo ardente, abrindo o meu coração totalmente para ti.
Fonte: Paulinas em 25/10/2012

Vivendo a Palavra

O Reino de Deus anunciado por Jesus não é para os acomodados, indolentes, satisfeitos consigo mesmo, mas para os que, animados pelo Amor, são capazes de vencer suas paixões e decidir corajosamente a seguir o caminho da humilde e generosa doação de sua vida aos irmãos, especialmente os pobres.
Fonte: Arquidiocese BH em 25/10/2012

VIVENDO A PALAVRA

O Reino de Deus anunciado por Jesus não é para os acomodados, indolentes, satisfeitos consigo mesmo, mas para os que, animados pelo Amor, são capazes de vencer suas paixões e decidir corajosamente pelo seguimento do caminho da humilde e generosa doação de sua vida aos irmãos, especialmente os pobres.

Reflexão

A vinda de Jesus cria um divisor de águas na história dos homens. De um lado encontramos os que são dele e, de outro, os que são do mundo. A partir dessa divisão se estabelece o conflito, que é caracterizado principalmente pela diferença de valores, e exige de todos os que abraçam a fé a consciência de suas conseqüências, entre elas a de ser odiado pelo mundo. Como cristãos, devemos enfrentar o conflito com o mundo, mas não com as mesmas armas do mundo, uma vez que estas levam à morte, o grande valor do mundo. Devemos enfrentar o mundo com a fé, a espiritualidade, a entrega, a partilha, a doação, a fraternidade, o testemunho, o profetismo, que são valores do Reino e levam à vida.
Fonte: CNBB em 25/10/2012

Reflexão

Vida, dinamismo, transformação pessoal e social são valores que certamente estavam no pensamento de Jesus quando ele disse que veio “lançar fogo sobre a terra”. Na linguagem dos profetas, fogo é sinal de julgamento definitivo de Deus. Por sua morte e ressurreição (“batismo”), Jesus mostrou qual é o projeto de Deus. Tal projeto levará a uma decisão, que provocará divisões até mesmo na família. O fogo simboliza também o Espírito Santo (cf. At 2,3-4). Ele é a força renovadora que cura, liberta as pessoas e transforma as relações humanas. Diante das mudanças suscitadas pelo Espírito, as pessoas se posicionam a favor de Jesus ou contra ele. O velho Simeão já havia profetizado: “Este menino será causa de queda e reerguimento de muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição” (Lc 2,34).
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

A CISÃO DO REINO

O Reino anunciado por Jesus criou rupturas no seio da humanidade. Pode parecer estranho, considerando que pretendia ser um Reino de paz. Entretanto, Jesus afirmou não ter vindo trazer paz à Terra, e sim, a divisão.
Como se explica a ruptura causada pelo Reino? Ele consiste numa proposta de Jesus à humanidade. Sendo proposta, pode ser acolhido ou rejeitado. Rejeitar o Reino significa optar pelos valores que lhe são contrários. Assim se estabelece uma dupla polaridade de ação. De um lado, coloca-se quem acredita no amor, na justiça e no perdão. De outro, posiciona-se quem se entrega ao egoísmo, à injustiça e à violência. Não existe conciliação possível entre estes dois projetos de vida. É ingênuo e inútil pretender juntá-los a qualquer custo, pois são inconciliáveis.
Pode acontecer que, numa mesma família, o pai faça sua opção pelo Reino e o filho não, a mãe sim e a filha não, a sogra sim e a nora não, ou vice-versa. Assim, se estabelece uma divisão irremediável dentro da família, por causa do Reino. Este não une, ao contrário, desune. Não pode acontecer, porém, que o pai pactue com a maldade do filho, ou a mãe ceda ao egoísmo da filha e, ainda, a sogra concorde com a injustiça da nora, ou vice-versa, só para não desagradar. As exigências do Reino colocam-se acima dos laços familiares.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, que eu saiba colocar o Reino e suas exigências acima do afeto familiar, de modo a não pactuar com nada que se lhe oponha.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Jesus tal qual ele é...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Um Jesus que gera conflitos e até divisões entre parentes e familiares, um Jesus que não veio trazer paz a terra! Muita gente não gosta de um Jesus assim, preferem um Jesus mais calmo, tranquilo e menos agitado, um Jesus doce cheio de harmonia e paz, enfim, um Jesus que não incomode. Esse é o modelo de Jesus que agrada o mundo consumista da Pós-modernidade, seria o Jesus da Paz e amor, bonzinho e manso.
Não que Jesus Cristo não tenha em si essas virtudes, mas o Jesus que Lucas apresenta aqui é a pura realidade, suas palavras e ensinamentos geraram conflitos de toda ordem, exatamente porque os seus seguidores não podem ser "frouxos" ou "Maria vai com as outras", mas devem tomar uma posição radical e fazer a sua opção a favor ou contra Jesus, ele não aceita aquela velha expressão "Muito antes, pelo contrário", posição ambígua, palavras em duplo sentido.
O fogo como elemento destruidor é lembrado por Jesus, mas é necessário saber interpretá-lo, pois os que gostam de espalhar medo e pânico garantem que na primeira vez o mundo acabou em água, referindo-se ao dilúvio (para decepção dos sensacionalistas, informamos que o mundo não acabou com o dilúvio) e também nem vai acabar com fogo como pregam certos evangelizadores de araque. Esse fogo a que se refere Jesus é a purificação que o seu ato salvífico trará á toda humanidade, é um fogo que irá destruir sim, as Forças do Mal presente no homem, mas não o homem.

2. Fogo eu vim lançar sobre a terra...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Continuando com a mesma firmeza, Jesus diz ainda que veio trazer fogo à terra e quer que se acenda logo. Fala também do seu batismo, que anseia por receber. Sem dúvida, Jesus está falando primeiramente de sua morte na cruz. Fixada na terra e levantada sobre o universo, aquele momento foi um divisor de águas. O fogo se acendeu e ele foi batizado. Ele já tinha dito que veio batizar no Espírito Santo e no fogo. Este batismo é um momento de séria opção, que traz divisões até mesmo dentro da família. A verdade divide. A opção por Jesus será um ato radical que nem todos entenderão. Não importa. Deve entender quem faz a opção. Os que não entenderem poderão sentir posteriormente o efeito de tal opção por Cristo e seu Evangelho. Jesus incomoda, sua cruz incomoda, suas palavras incomodam. Ele agita as águas. A sua paz não é paz de águas paradas. É uma paz que se busca com força e sacrifício. Enquanto fim último, ele é a nossa paz; no caminho, porém, vivemos em guerra por discordarmos dos meios para se chegar ao fim. Embora todos queiram ser felizes, o fim último não é o mesmo na mente de todos. Se for, estaremos unidos nele, embora discordando em relação aos meios. Se não for, não há ponto de convergência e se acentuam as divergências. A falta de visão imediata multiplica as opiniões.

HOMILIA DIÁRIA

Assuma em sua vida o fogo purificador de Jesus

Postado por: homilia
outubro 25th, 2012

Jesus era consciente de que um efeito – ainda que não desejado – do seu trabalho ia ser causa de divisão entre os partidários do imobilismo e os que lutam por um mundo novo. Por isso, inflamou a ira dos funcionários do Templo e de todos os que se consideravam os “donos da verdade”. O fogo da Palavra de Deus não era para funcionários lúgubres saturados de doutrinas e sedentos de poder.
Mas o fogo de Jesus não é o fogo das paixões políticas. É o fogo do Espírito que tem que ser provado na entrega total, no batismo da doação pessoal. É o fogo do amor que gera vida e anula as forças da morte.
Em continuidade ao ministério de Jesus, as comunidades contam com a luz e a força do Espírito Santo. Cabe a estas comunidades propagar este fogo ao mundo. Tendo lançado o fogo do amor, Jesus terá o seu batismo, recebido de João, levado à plenitude pela aceitação da morte a que está condenado pelas autoridades judaicas. É um fogo que prende. Aí, onde se abandonaram os interesses pessoais e se busca um mundo de irmãos.
A paz de Jesus é um fogo purificador que não se confunde com a “Pax Romana”. Aquela paz que Roma – ou outra qualquer sociedade humana – se esforça por proclamar. Esta é só uma tranquilidade institucional que garante a vantagem dos opressores sobre os oprimidos, do império sobre os subalternos, da injustiça sobre o direito. A paz de Jesus não é como a paz dos poderosos deste mundo: paz sob o medo e sob a opressão. A paz de Jesus é fruto do compromisso com a verdade e com a justiça na regeneração da vida.
O fogo purificador de Jesus faz amadurecer os mensageiros, os discípulos, os profetas, os apóstolos.
Assim, assumir este compromisso provoca divisões em relação àqueles que, mesmo dentro da família, preferem continuar sob o domínio desta falsa ideologia e sua paz ilusória, e com seus ideais de inserção no mercado global, de sucesso pessoal e enriquecimento.
O destino deles – como o do Mestre – é sair ao encontro da obscuridade com um clarão que revele tudo o que a ordem atual esconde. O fogo também põe às claras as deficiências pessoais, as ambições subterrâneas, os desejos reprimidos. O fogo que se prova com a entrega total ao serviço do Evangelho.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 25/10/2012

Oração Final
Pai Santo, o coração – nossa casa interior – está dividido entre o mundo e o teu Reino. Pensamentos, sentimentos, desejos e paixões, lutam entre si para aceitar ou não o convite para participar do teu banquete de Amor. Dá-nos força, Pai amado, para escolhermos seguir o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 25/10/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, o coração – nossa casa interior – está dividido entre o mundo e o teu Reino. Pensamentos, sentimentos, desejos e paixões, lutam entre si para aceitar ou não o convite para participar do teu banquete de Amor. Dá-nos força, amado Pai, para escolhermos seguir o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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