quarta-feira, 19 de setembro de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 20/09/2018

ANO B


Lc 7,36-50

Comentário do Evangelho

O amor libertador

Pode-se perceber nesta narrativa de Lucas uma adaptação das narrativas semelhantes de Marcos (14,3-9), Mateus (26,6-13) e João (cf. 2 abr.), onde se trata de uma refeição em Betânia, na casa de Lázaro, Maria e Marta. A refeição em casa de fariseu é uma peculiaridade de Lucas. Com sua narrativa, na qual quem unge Jesus com o perfume é uma mulher pecadora, Lucas, apresentando a parábola dos dois devedores ao fariseu que o convidara, destaca cada vez mais o amor misericordioso de Jesus, e a dimensão libertadora e vivificante da fé que traz a paz.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, faze-me nutrir um amor tão entranhado a Jesus a ponto de não ter vergonha de manifestá-lo em nenhuma circunstância, mesmo correndo o risco de ser mal-compreendido.
Fonte: Paulinas em 20/09/2012

Vivendo a Palavra

Jesus exalta o gesto daquela mulher, conhecida pecadora, e perdoa os seus pecados. A atitude de amor e carinho dela para com o Mestre deve ser imitada por nós, hoje, cuidando com igual atenção e generosidade dos nossos irmãos, especialmente os pobres, que são o Corpo de Cristo presente entre nós.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/09/2012

VIVENDO A PALAVRA

Jesus exalta o gesto daquela mulher, conhecida pecadora, e perdoa os seus numerosos pecados. A atitude de amor e carinho dela para com o Mestre deve ser imitada por nós, hoje, cuidando com igual atenção e generosidade dos nossos irmãos, especialmente os mais pobres, lembrando que eles são o próprio Cristo presente entre nós.

Reflexão

'Dize-me com quem andas e eu direi quem és!' A partir deste ditado, vemos as relações de exclusão que são estabelecidas entre os 'santos' e os 'pecadores'. E claro que quem é 'santo' não pode conviver com os 'pecadores' pois correrá o risco de se contaminar e se tornar um deles. Esta é a lógica da mentira e do farisaísmo que marca a vida de muitos de nós. Ninguém é 'santo', pois só Deus é Santo, e o pecado marca a nossa existência, e quem disser que não é pecador, é mentiroso, logo não somos melhores que ninguém. Se uma pessoa é reta de coração, deve conviver com todos para que possa testemunhar a todos o amor de Deus, a vivência na busca da santidade, e assim colaborar com a conversão dos pecadores.
Fonte: CNBB em 20/09/2012

Reflexão

Exclusiva de Lucas, esta passagem abre enorme leque para várias considerações. Jesus aceita comer em companhia de um fariseu, que nem suspeita que algo revolucionário vai acontecer. Entra em cena uma mulher “conhecida na cidade como pecadora”. Um golpe violento para o fariseu que, por se considerar justo diante de Deus, não digeria a presença de pecadores. Jesus serenamente acolhe a mulher e se deixa tocar por ela, que não economiza afagos e lágrimas de amor e gratidão. Jesus sabe da sinceridade do gesto da pecadora, como também “faz leitura” da maldade aninhada no coração do fariseu. Então, põe cada coisa em seu devido lugar: realça a atitude amorosa da mulher e corrige o mau juízo ruminado pelo fariseu. Justifica aquela que fora pecadora e chama à conversão quem se achava impecável.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

UM GESTO DE AMOR

Embora vivendo numa sociedade cheia de preconceitos, Jesus não se deixava levar por eles. Sua ação norteava-se pelas exigências do Reino; sua liberdade não dependia da opinião alheia. Por isso, não deixava de fazer o bem, quando necessário, mesmo correndo o risco de ser mal interpretado.
O fariseu, que convidara Jesus para uma refeição, tinha uma série de preconceitos. Olhava para as mulheres com desprezo. No caso das prostitutas, este desprezo transformava-se em verdadeiro asco e repúdio. Na sua opinião, os mestres deveriam guardar distância dessas mulheres e não se deixar tocar por elas. Também esse fariseu confundia ser profeta com ser capaz de conhecer as intenções dos outros.
Embora fosse o convidado, Jesus censurou seu anfitrião. Este observou, com malícia, o gesto amoroso de uma pecadora da cidade que entrara em sua casa, pondo-se a banhar os pés do Mestre com suas lágrimas, a enxugá-los com seus cabelos e a cobri-los de perfume. Para Jesus isto era uma manifestação de amor, para o fariseu, não passava de um gesto sensual. Além disso, a ação da mulher substituíra a falta de delicadeza do fariseu, que não realizou os gestos de praxe, quando da chegada de um hóspede. Enfim, aquela mulher, apesar de pecadora, tinha mais nobreza do que o anfitrião mal-educado e preconceituoso.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, tira de mim toda malícia e todo preconceito que me levam a interpretar, de forma equivocada, o que é gesto de amor.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A CONSCIÊNCIA DO PECADO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Na sociedade globalizante e consumista da qual fazemos parte, onde vale tudo para ser feliz, seduzido pelas facilidades da vida moderna, na medida em que o homem avança em ritmo acelerado na tecnologia e na ciência, experimenta uma evolução rápida e espantosa. Porém, por outro lado todo esse sucesso da comunidade científica aumenta no ser humano a prepotência e a auto suficiência, assumindo o lugar de Deus, quando se apresenta como senhor de sua vida e de seus atos, conhecedor do bem e do mal, e arrogando-se o direito de decidir sua própria vida.
Temos visto recentemente em uma emissora de TV uma campanha publicitária onde determinada corrente ideológica defende abertamente o aborto e uma mulher elegante e liberada convence o telespectador de que o aborto está entre as demais conquistas da mulher moderna, que por isso têm todo direito de decidir o que fazer com seu corpo, sem dar satisfação a ninguém, muito menos a Deus, cuja lei é considerada retrógrada.
E assim, nessa sociedade mais do que nunca antropocêntrica, o homem arrogante vai dando o seu grito de independência, decretando a morte de Deus e o fim do pecado, como se Deus atrapalhasse os planos de ser feliz, da humanidade.
Mas e os discípulos de Jesus, membros de tantas igrejas cristãs, como se posicionam diante dessa sociedade que “liberou geral” em uma verdadeira maratona do “vale tudo” na busca do prazer, sucesso e felicidade?
A voz profética de Natã na primeira leitura despertou no rei Davi a consciência do seu delito, do seu procedimento totalmente contrário à palavra de Deus, pois colocou Urias na frente de batalha para que este morresse e assim ele pudesse possuir a sua esposa. Essa atitude penitente permitiu ao rei experimentar a alegria do amor de Deus.
Precisamos admitir que estamos enfermos, para sermos curados pela misericórdia divina. O salmo 51 é um dos mais belos da sagrada escritura, com seu caráter profundamente penitencial mostra-nos o rei Davi humilde e penitente, que reconhece o seu pecado “Pequei contra o Senhor”.
Mas o pior enfermo é aquele que não admite a sua enfermidade, procurando esconde-la com práticas religiosas e uma aparência piedosa diante dos irmãos. O Fariseu Simão, que convidara Jesus para jantar em sua casa, não é má pessoa ao contrário, sua conduta é irrepreensível já que cumpre todos os deveres para com Deus e o próximo e como bom teólogo, conhece a Palavra de Deus, suas promessas e suas leis dadas a Moisés.
Já a mulher tem má fama, é conhecida como pecadora sendo moralmente desqualificada, e por sua conduta está excluída da comunidade porque é considerada impura, mas há algo em sua vida que a difere do fariseu piedoso: conheceu Jesus e descobriu-se amada e querida por ele, apesar dos seus inúmeros pecados e a experiência desse amor a leva a reconhecer-se pecadora, sentindo no coração não um remorso doloroso, mas sim uma incontida alegria que procurou manifestar na casa do fariseu, lavando e ungindo os pés daquele que a fez descobrir o verdadeiro amor.
O fariseu mantinha com Deus uma relação sem dúvida piedosa, mas como se sentia justificado pelas suas obras, dava-se o direito de julgar os que estavam em pecado, excluindo-os de sua companhia, e sentindo-se merecedor do amor de Deus e sua salvação.
Note-se que Jesus não condena a conduta e o modo de viver do fariseu, e nem tão pouco aprova a vida pecaminosa da mulher, apenas realça o modo como ambos se relacionam com Deus. Certamente essa experiência com o Mestre Jesus mudou para sempre a vida daquela mulher mostrando-nos que a iniciativa é sempre de Deus e que somente quando descobrimos o seu amor em nossa vida, é que percebemos o quanto somos pecadores por não correspondermos a esse amor.
Simão admirava Jesus, mas não via nele nada de especial, porque a lei, tradição, o rito e suas boas obras não o deixavam sentir o quanto Deus o amava, manifestando este amor em Jesus. A religião do perfeccionismo e do moralismo é sempre muito triste porque nela, o homem mantém com Deus não uma relação de filho, amado e querido, mas apenas de um empregado, que cumpre seu dever junto ao patrão, merecendo deste o justo salário.
A verdadeira autêntica e única religião têm como base um amor que não se prende a qualquer lei moral ou norma de conduta, mas sim ao encanto e fascínio de Cristo Jesus, cujo olhar, gesto e palavras tem o poder de tocar nosso coração, fazendo-nos renascer e recuperar nossa dignidade de filhos de Deus, despertando-nos esse desejo incontido de estar a seus pés, como essa mulher, naquela noite imemorável na casa de Simão. Que o formalismo religioso não mate em nós a alegria desse amor grandioso!
Fonte: NPD Brasil em 20/09/2012

HOMILIA DIÁRIA

Cuidado para não criticar e censurar um coração arrependido

Postado por: homilia
setembro 20th, 2012

Um fariseu convidou Jesus para jantar. Jesus foi até a casa dele e sentou-se para comer. Naquela cidade morava uma mulher de má fama. Ela soube que Jesus estava jantando na casa do fariseu. Então pegou um frasco feito de alabastro, cheio de perfume, e ficou aos pés de Jesus, por trás. Ela chorava e as suas lágrimas molhavam os pés dele. Então ela os enxugou.
A segurança parecia retornar ao coração de Simão, o fariseu, ao assistir a tão escandalosa cena. Com os seus próprios cabelos, aquela mulher beijava os pés de Jesus e derramava o perfume neles. Quando o fariseu viu isso, pensou assim: “Se este homem fosse, de fato, um profeta, saberia quem é esta mulher que está tocando nele e a vida de pecado que ela leva”.
Seu juízo é apressado e infundado. Assim como não teve fé e amor para enlevar-se com o Mestre, faltou-lhe também o discernimento para, na ex-pecadora, ver e interpretar os sinais de um arrependimento perfeito, pois são notórios os efeitos do vício ou da virtude estampados na face (cf. Eclo 13, 31).
O orgulho de ser um rigoroso e sábio legista levou-o a uma conclusão aparentemente lógica, mas em realidade temerária, contra o Médico e contra a enferma. Além do mais, manifestou sua falsidade, pois, se concebeu no seu interior a convicção de estar diante de um homem comum e aguardou sua saída para provavelmente comentar com satisfação o aparente horror daquele escândalo, por que chamá-lo de Mestre? A esse respeito, comenta com muita propriedade São Gregório Magno: “O Médico se encontrava entre dois enfermos; um tinha a febre dos sentidos, e o outro havia perdido o sentido da razão: aquela mulher chorava o que havia feito, mas o fariseu, orgulhoso pela sua falsa justiça, exagerava a força de sua saúde”.
Além não ter consciência ou virtude para perceber na pecadora a enorme graça de que havia sido objeto, faltou ao fariseu humildade, fé e amor para ver em Jesus o Filho de Deus. Entretanto, a prova de quanto Jesus é profeta foi dada a Simão logo a seguir, no estilo tão apreciado naqueles tempos: através da parábola dos dois devedores.
É notório o caráter universal das palavras do Salvador contidas nesse trecho, mas não podemos negligenciar a realidade concreta a desdobrar-se diante de seus olhos de Juiz Supremo.
Ali estavam dois réus. Ambos haviam ofendido a Deus em graus diferentes e necessitavam, portanto, do perdão. A pecadora estava tomada por um arrependimento perfeito e foram-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou. Quanto ao fariseu, o Senhor lhe externa sua disposição em perdoá-lo, mas seriam necessários – da parte dele – fé e maior amor. Indispensável era ao fariseu reconhecer seu débito para com Deus e pedir-Lhe perdão, mas ele assim não procedeu por ser orgulhoso.
É fácil compreender a sentença final do Divino Juiz: a pecadora é oficial e publicamente perdoada; quanto ao fariseu, na melhor das hipóteses — se chegasse a arrepender-se e vencer seu orgulho — caberia, talvez, o decreto de Nosso Senhor: “os publicanos e as meretrizes vos precedem no Reino de Deus”.
Esta sentença pode ser minha e sua quando criticamos e censuramos os outros. Sobretudo, aqueles que a sociedade marginaliza e considera como “pecadores públicos”. E Jesus, voltando-se para o excluído diz: “A tua fé te salvou. Vai em paz”.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 20/09/2012

Oração Final
Pai Santo, que nós tenhamos sempre um pouco de bálsamo para aliviar a dor dos nossos companheiros de caminhada. E faze-nos generosos para cuidar de cada um deles, como sinal do teu Amor de Pai que tem coração de Mãe, seguindo o exemplo do Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/09/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que nós tenhamos sempre um pouco de bálsamo para aliviar a dor dos nossos companheiros de caminhada. E nos faze generosos para cuidar de cada um deles, como sinal do teu Amor de Pai que tem ternura maternal, seguindo o exemplo do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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