domingo, 3 de setembro de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 04/09/2017

ANO A


Lc 4,16-30

Comentário do Evangelho

Discurso de Jesus na Sinagoga de Nazaré

Trata-se do discurso programático de Jesus na sinagoga de Nazaré. É um episódio que se encontra prefigurado no oráculo de Simeão: “Eis que este menino foi colocado para a queda e o surgimento de muitos em Israel, e como sinal de contradição” (Lc 2,34). É a antecipação, através do esquema “aceitação–rejeição”, dos relatos referentes ao ministério público de Jesus. Em relação a Marcos e Mateus, Lucas antecipa o episódio. Essa antecipação tem um caráter programático evidente: o ensinamento de Jesus significa o cumprimento da Escritura.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que as contrariedades da vida jamais me impeçam de seguir o caminho que traçaste para mim. Com Jesus, quero seguir sempre adiante!
Fonte: Paulinas em 02/09/2013

Vivendo a Palavra

Na sinagoga de Nazaré, Jesus proclama a chegada do Reino do Céu através dos sinais que realiza. Este é também, o caminho que cabe à sua Igreja cumprir pelos séculos afora. Para nós, discípulos missionários do século 21, o texto da Escritura não deve ser lido no passado, mas como norma de vida.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/09/2013

VIVENDO A PALAVRA

Jesus revela ao seu povo que fora ungido pelo Pai para uma missão: proclamar a Boa Notícia do Reino aos pobres, libertar presos e oprimidos, curar cegos e anunciar o Ano da Graça. E desde logo lembra, citando exemplos da história, a universalidade da mensagem, anunciada e prefigurada pelos profetas Elias e Eliseu.

Reflexão

Jesus é o ungido do Pai que veio ate nós com a missão de evangelizar os pobres, ou seja, de tornar membro do Reino dos Céus todos os que colocam a sua esperança no Senhor. A sua vida terrena não foi outra coisa senão o pleno cumprimento dessa missão.Ele anunciou a liberdade dos filhos de Deus e a libertação dos cativos do pecado e da morte, curou os cegos, de modo que todos podem enxergar além do mero horizonte da realidade natural, lutou contra todo tipo de injustiça que é causa de opressão e anunciou a presença do Reino da graça e da verdade. Assim, Jesus também nos mostra o que é necessário para que a Igreja, o seu Corpo Místico, seja fiel à sua missão de continuadora da sua obra.
Fonte: CNBB em 02/09/2013

Meditação

Jesus nos apresenta sua missão que é nossa também: Consagrados com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres! Como anuncio a Boa Nova? - Procuro ouvir a Palavra de Deus para que ela possa penetrar em meu coração? - Os conterrâneos de Jesus tiveram facilidade para aceitar o Evangelho? - Consigo ouvir atentamente o que certas pessoas simples querem me ensinar ou por palavras ou por exemplos? - Sei aprender também com os menos experientes que eu?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 02/09/2013

Meditando o evangelho

E PROSSEGUIU SEU CAMINHO

O episódio ocorrido na sinagoga de Nazaré é um retrato do ministério de Jesus. Sua ação primaria pela sinceridade, sem se deixar levar por ambições nem se influenciar por preconceitos. Isto lhe valeria a admiração de uns, por suas palavras cheias de verdade, e o ódio de outros, revoltados por sua ousadia.
A leitura do texto do profeta Isaías serviu de pretexto para Jesus revelar a sua identidade e a sua missão. Era ele a pessoa anunciada pelo profeta, com a tarefa de concretizar o projeto confiado ao Ungido do Senhor. Caberia a ele implantar uma sociedade nova, sem pobres nem marginalizados, onde a dignidade humana fosse recuperada e a presença da graça do Senhor se fizesse sentir na vida de cada pessoa.
Houve os que reconheceram a veracidade de suas palavras, quiçá por terem intuído a possibilidade de receber dele algum benefício. Os pobres, os de coração ferido, os cativos e cegos, os que padeciam de alguma forma de opressão foram os que logo descobriram algo de sublime na declaração firme de Jesus.
Houve, porém, os que não acreditavam que ele pudesse, de fato, realizar tudo quanto estava prometendo. Sem dúvida, por considerá-lo um impostor e charlatão, enganador do povo. Por isso, tomaram a decisão de eliminá-lo, lançando-o de uma colina para o precipício.
Era apenas o começo de sua caminhada. Havia um longo caminho a ser percorrido, sem se deixar abater!
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, que as contrariedades da vida jamais me impeçam de seguir o caminho que traçaste para mim. Com Jesus, quero seguir sempre adiante!

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A PALAVRA ENCARNADA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Ao visitar Nazaré, cidade onde havia se criado, Jesus foi participar de uma celebração na sua comunidade, onde sempre fazia uma leitura e depois ajudava o povo a refletir, como fazem hoje nossos ministros leigos, que celebram a Palavra.
Podemos até imaginar a alegria do chefe da sinagoga quando viu Jesus chegar, ele era muito querido na comunidade, não só por ser uma pessoa simples, mas porque falava muito bem e demonstrava uma sabedoria superior aos sacerdotes, escribas e fariseus, sua catequese era bem prática e logo cativava. Por isso, ao vê-lo entrar na comunidade, o chefe da sinagoga foi logo pedindo para que ele fizesse uma leitura, porque parece que, como acontece me nossas comunidades, naquele dia o leitor escalado não apareceu. Jesus escolheu o livro do profeta Isaias que era o seu preferido, porque já o havia lido várias vezes e tinha a nítida impressão de que o texto falava dele.
Conforme Lucas que escreveu este evangelho de maneira ordenada e após muito estudo, por este tempo Jesus estava iniciando o seu ministério, já havia sido batizado e enfrentara com muita coragem o diabo, que no deserto tentou desviá-lo da sua missão.
A verdade é que Jesus tinha uma grande vontade de sair pelo mundo, ajudando as pessoas e falando de uma coisa que sentia em seu coração, foi com certeza por isso que naquele dia voltou à comunidade, e quando já no ambão, começou a ler o profeta Isaias, na passagem onde diz “O Espírito do senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para levar a Boa notícia aos pobres, anunciar a libertação aos cativos e aos cegos e anunciar um ano de graças do Senhor”, seu coração começou a bater mais forte, percebeu que Deus não apenas falava para ele, mas falava dele, da sua vida, da sua história e da sua missão. Ele já havia sentido muito forte a presença desse Espírito de Deus no dia do seu batismo, e no confronto com o diabo no deserto, sentiu toda a força que o espírito lhe dava.
Nessa celebração as coisas ficaram muitas claras para ele: a libertação com que tanto sonhava junto com seu povo, ia muito além de uma libertação política, a palavra tinha a força de libertar o homem também e principalmente do mal que havia no coração, e que impedia de amar a Deus e aos irmãos. A opressão e a escravidão do seu povo era conseqüência de todo esse mal que havia dentro de cada homem, não só dos opressores. Precisava dizer isso aos pobres, aos cegos e oprimidos, que um tempo novo estava começando, com essa verdade que o Pai revelara através do profeta.
Todos olhavam fixamente para ele à espera da homilia, o mesmo espírito que o havia ungido acabara de transformá-lo na palavra Viva de Deus e por isso, sentando-se como faziam os grandes Mestres, disse: “Hoje se cumpriu essa passagem que acabastes de ouvir”
Também nós cristãos freqüentamos a celebração da palavra em nossas comunidades onde as leituras, mais do que falar para nós falam de nós, pois a história de Jesus é a nossa história, também nós recebemos a graça de Deus em nosso batismo, também nós recebemos a unção do Espírito Santo, não para termos ataques de histeria e entrarmos em transe, mas para termos a mesma coragem de Jesus para cumprir a nossa missão, anunciar a boa notícia aos pobres, oferecer a palavra libertadora a quem está cego e cativo, e falar de um tempo novo onde Deus manifesta todo o seu amor ao homem que o busca.
Para que haja essa interação entre nós e a palavra, é necessário que nossas celebrações sejam bem participadas e preparadas, de maneira bem organizada pensando em todos os detalhes e aí podemos apreender com o escriba Esdras que na primeira leitura nos oferece um ótimo roteiro para celebração da palavra de Deus, onde a assembléia, tocada pela palavra, corresponde com gestos que manifestam o que está no coração, diferente da liturgia do “oba-oba”, muito usada para se atrair multidões, e que ás vezes, com tantos gestos e movimentos, acaba ficando vazia justamente por não ser uma manifestação espontânea do que se tem no coração tocado pela palavra de Deus.

2. O Espírito do Senhor está sobre mim
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Início da leitura semanal de São Lucas. Jesus anuncia o seu programa em favor dos excluídos. Todos estavam maravilhados no início e depois ficaram furiosos quando Jesus mencionou Elias e Eliseu, que fizeram milagres para estrangeiros, sendo que havia viúvas e leprosos em Israel. Compreenderam a palavra de Jesus de que um profeta não é aceito na sua própria terra. Manifesta-se entre os nazarenos o particularismo que quer Deus só para si e não o aceita para os outros. Ao citar Elias e Eliseu, Jesus estava dizendo que iria procurar outros povos, uma vez que não tinha sido aceito por seu próprio povo. Fez poucos milagres em Nazaré.

Liturgia comentada

Os deuses das nações são um nada... (Sl 96 [95])
Não é exagero afirmar que vivemos em uma sociedade politeísta. Afinal, diante de quem estão dobrando os joelhos? Em troca de que gastam o tempo e a saúde? São fiéis adoradores de que entidades? Dos ídolos de nosso tempo.
Não é o dinheiro o deus do médico que vende abortos? Não é o prazer o deus de quem compra o corpo da prostituta? Não é a audiência o deus dos meios de comunicação? E essa “adoração” justifica tudo: violência e crueldade, propaganda do sexo e mentira, submissão aos poderosos e indiferença com os pobres. São deuses cruéis!
Enquanto essas divindades receberem culto e adoração, o homem será escravo, triste sombra errante, longe de sua grandeza de criatura divina. Como libertar o homem de seus ferozes patrões?
Santo Agostinho pergunta: “Como se extirpa a floresta dos demônios, a não ser anunciando Aquele que está acima de todos? Pois todas as nações tinham os demônios como seus deuses”. A violência de Marte, o erotismo de Vênus, os ciúmes de Juno, a crueldade de Saturno – eis alguns exemplos de vícios erigidos em virtude pagãs, diante dos quais se prostravam as nações.
A experiência dos primeiros cristãos foi exatamente uma experiência de libertação. Escrevendo aos gálatas, Paulo exclama: “É para que sejamos homens livres que Cristo nos libertou. Ficai, portanto, firmes e não vos submetais outra vez ao jugo da escravidão!” (Gl 5,1)
Já na Primeira Aliança, a libertação do Egito significou para Israel a certeza de que o Yahweh esmagava os ídolos do Nilo, o deus-chacal, o deus-crocodilo, o deus-gavião. O Egito, terra da escravidão, era também a pátria dos falsos deuses. Os ícones cristãos da “Fuga para o Egito” retratam a chegada da Sagrada Família e a revoada de 355 demônios que fogem diante do Menino Salvador, às portas da cidade, no templo de Capitólio. O episódio (ainda que lendário) é registrado no Evangelho apócrifo de Tomé [ca. 200 d.C.] e no Pseudo-Mateus [ca. 400 d.C.], e reflete a certeza cristã de que nenhuma potestade se mantém de pé diante do poder de Cristo. Nos ícones do Batismo de Jesus, no fundo das águas do Jordão aparecem tritões e outras divindades pagãs, encolhidas e esmagadas pela presença do Homem-Deus.
Deus se apresenta a Moisés como “Aquele que é”: Yahweh, ou seja, “eu sou Aquele que sou”. Só Deus é. Só Deus tem existência por si. Por isso mesmo, não temos outra forma de subsistir, a não ser apoiando-nos em Deus, que nos liberta da tirania do dinheiro, do poder político, do sexo sem alma, de uma vida centrada no próprio eu.
Orai sem cessar: “O Senhor é maior que todos os deuses!” (Ex 18,11)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 02/09/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Assuma a profecia de Deus que está em você

Convido você a assumir a profecia de Deus que está em você, assumir o dom do Senhor em você, e isso se faz quando nós nos colocamos à disposição do Espírito.
O Senhor disse: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres” (cf. Lc 4,18).
O Espírito do Senhor está sobre Jesus. Hoje, Ele entra na sinagoga, toma a Palavra de Deus e a proclama; ao mesmo tempo, toma posse dela.
Quando questionam por que Ele não faz os mesmos milagres que fez em Cafarnaum e outras terras, o Senhor mesmo diz que um profeta só não é bem recebido em sua própria pátria.
Temos de reconhecer em Jesus o enviado de Deus, reconhecer que o Espírito que paira n’Ele é o Espírito da unção, da consagração, por isso, cheio desse mesmo Espírito, Jesus faz o Reino de Deus acontecer.
O Reino de Deus não acontece simplesmente por vestígios humanos, sabedoria humana nem por causa da nossa inteligência, pois esta é dom e graça de Deus. Que maravilha! Nossa inteligência e sabedoria precisam de unção para fazer o Reino de Deus acontecer.
Foi movido por esse Espírito e cheio d’Ele que Jesus profetizou, pregou, orou e anunciou o Reino de Deus. É esse mesmo Espírito que nós desejamos que esteja sobre nós, pois Ele nos ungiu pelo batismo, pela crisma e nos unge quando nos colocamos à disposição de Deus.
Que esse mesmo Espírito, descendo sobre nós, nos ajude a anunciar e a fazer o Reino de Deus acontecer. É obvio que, assim como Jesus, pode ser que parentes, amigos, pessoas queridas próximas a nós não irão aceitar o Senhor ou o Reino de Deus que nós trazemos.
A profecia, o Reino de Deus não pode parar, o anúncio da Palavra de Deus não pode esmorecer. Por isso eu convido você a assumir a profecia de Deus que está em você, assumir o dom do Senhor em você, e isso se faz quando nós nos colocamos à disposição do Espírito, quando assumimos, na oração, na intimidade da Palavra, da vida com o Senhor, os dons e os talentos que nós mesmos recebemos do Pai.
Que o Espírito do Senhor esteja sobre você para que você anuncie e proclame o Reino do Senhor.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 02/09/2013

Oração Final
Pai Santo, dá-nos sabedoria e coragem para compreender que a missão de Jesus, vivida pelo Mestre com tanto amor, foi por Ele legada a nós, a sua Igreja. Dá-nos força para cumpri-la em nossa jornada pela terra, junto com a nossa comunidade. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/09/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, envia-nos o Teu Espírito, para que possamos seguir Jesus, proclamando a Boa Notícia da presença do Teu Reino de Amor em nós. Dá-nos sabedoria e força para que o anúncio se faça com humildade e, sobretudo, pelo testemunho de nossa vida. Pelo mesmo Cristo Jesus, Teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário