domingo, 3 de setembro de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 03/09/2017

ANO A


Mt 16,21-27

Mês da Bíblia

“Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga.”

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Reproduzir o modelo de Cristo, o Homem novo, é mais que imitar exteriormente ou copiar seu estilo de vida; pois as circunstâncias sociais em que cada cristão vive hoje e nas quais deve realizar o seguimento, pode diferir muito daquelas em que viveu Jesus. Mas a finalidade, os critérios e atitudes que guiaram sua atuação são perenes. Isto é o que temos de incorporar em nosso esquema pessoal de vida e ação, porque condensam o espírito do Reino que Cristo expôs no Sermão da Montanha, cujo prólogo e síntese são as bem-aventuranças. No próximo dia sete, celebraremos o “Dia da Pátria”; rezemos pelo nosso País, pelo nosso povo, e para que a independência seja marcada, todos os dias, pela segurança e pela paz em todas as cidades brasileiras.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, sejam bem vindos! Hoje, dia do Senhor, nós, seus discípulos e discípulas nos reunimos ao redor do santo altar para bendizer ao Pai, por Jesus, na força do Espírito Santo. No desejo de sermos fiéis a Cristo, colocaremos no altar do Senhor as nossas cruzes de cada dia, sobretudo aquelas que carregamos por causa do Evangelho. Queremos acompanhar o Senhor que caminha conosco, mesmo sabendo que dar testemunho de Jesus não é tarefa fácil no mundo de hoje. Que o Senhor una à oferta de sua vida, o nosso sacrifício de nos tornarmos, com Ele, oferta de amor.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A primeira leitura é um trecho das "confissões", amarguradas e dolorosas, de Jeremias, por causa da hostilidade que o profeta encontra no exercício do seu ministério. São trechos característicos de Jeremias e muito importantes porque estão na origem de uma tradição literária sobre o tema do profeta perseguido. O ministério profético não é uma vocação a tranquilidade: é incômodo para quem fala e para quem ouve. Para Jesus, o sofrimento, a paixão e a morte não são um escândalo; são ao contrário e de certo modo, uma conseqüência da situação de pecado do homem e são algo que "deve" vir, um momento especial e determinante já prefigurado e prenunciado pelos profetas no plano salvífico de Deus.

Comentário do Evangelho

Sem vencer o medo da morte não será possível ser livre para seguir o Senhor.

O profeta Jeremias viveu no período que, para Israel, foi como um buraco negro: o exílio na Babilônia, no século VI a.C. É por ocasião desse acontecimento terrível que Jeremias é chamado por Deus para ser “profeta das nações”. Jeremias resistiu o quanto pôde a responder afirmativamente ao chamado do Senhor. Cedendo à vontade de Deus, foi fiel até o fim. Sua missão fundamental foi a de denunciar a idolatria e a infidelidade dos dirigentes do povo, e o mal das nações estrangeiras. Em razão de sua fidelidade a Deus, ele foi perseguido e sua vida ameaçada pelos membros do próprio povo eleito de Deus. O texto de hoje, dito autobiográfico, retrata, por um lado, a angústia da perseguição e do abandono, mas, de outro, a experiência do cuidado e proteção de Deus. A presença de Deus na vida de Jeremias era como um fogo que queimava dentro do peito e não o deixava desistir da missão recebida de Deus.
O evangelho de hoje é a sequência da profissão de fé de Pedro. O anúncio da paixão, morte e ressurreição de Jesus é uma prolepse que tem por finalidade esclarecer os discípulos acerca do messianismo vivido por Jesus. A reação de Pedro revela o seu desapontamento: Jesus não é exatamente o Messias que ele pensava ter encontrado. A atitude de Pedro de dissuadir Jesus de prosseguir o seu caminho não é preocupação com Jesus. Além da ideia distorcida do Messias, é preocupação com a sua própria sorte. O Messias que Pedro segue não se exime do sofrimento. A palavra de Jesus a Pedro é dura, semelhante à usada contra a sugestão de satanás, quando das tentações no deserto (cf. Mt 4,1-11). Desejar sofrer é insanidade, mas quando o sofrimento é consequência da adesão a Deus, ele deve ser vivido na confiança, pois o Senhor permanece fiel, mesmo quando lhe somos infiéis. Seguir Jesus impõe superar, pela mesma graça de Cristo que se entregou pela humanidade, o medo da morte. Sem vencer o medo da morte não será possível ser livre para seguir o Senhor.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, coloca-me em sintonia com teu Filho Jesus, cuja morte resultou da fidelidade a ti, sem temer seguir o caminho que traçaras para ele.
Fonte: Paulinas em 31/08/2014

Vivendo a Palavra

O Evangelho mostra a face bem humana de Pedro: o desejo de evitar o sofrimento, que é, na verdade, inevitável. A fé nos leva a fazer da nossa própria cruz o caminho para testemunharmos que já vivemos neste mundo, ainda que não em plenitude, no Reino de Amor que o Pai tem preparado para nós.
Fonte: Arquidiocese BH em 31/08/2014

VIVENDO A PALAVRA

Se um de nós estivesse no lugar de Pedro, é bem provável que desse a Jesus conselho parecido. O que nos traz esperança e simpatia pela figura do Apóstolo é sua humanidade, sua semelhança com a nossa fragilidade. Como Pedro se converteu, também nós precisamos nos converter.

Recadinho

Como segue a Jesus? - A vida lhe pede muitas renúncias? - As cruzes parecem-lhe pesadas demais? - Procura se questionar sempre se está de fato no caminho certo? - Consegue ser Cireneu ajudando seus irmãos a carregar a cruz?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 31/08/2014

Meditando o evangelho

A MORTE INEVITÁVEL

Ao declarar a proximidade de sua morte inevitável, Jesus provocou desassossego entre os discípulos. Havia entre eles pontos de vista divergentes.
Tornava-se cada vez mais claro para Jesus que o esperava o caminho de sofrimento. Suas palavras e seus gestos poderosos provocavam a ira das autoridades religiosas. Embora muitos o acolhessem e o reconhecessem como Messias, havia também os que o rejeitavam e o odiavam.
Por outro lado, Jesus tinha consciência do caminho que o Pai lhe traçara, e não estava disposto a abrir mão da fidelidade exigida para percorrê-lo até o fim. As ameaças e as represálias não lhe infundiam medo, embora o horizonte não fosse muito animador. Perceber a proximidade da morte foi questão de bom senso.
Os discípulos, pelo contrário, deixavam-se guiar pelos ideais messiânicos mundanos. Esperavam ver Jesus revestido de glória e poder, ocupando o trono de Israel e implantando o Reino de maneira espetacular. Palavras como sofrimento e morte, e mesmo ressurreição, não tinham significado para eles. Pouco lhes interessavam! Suas preocupações eram bem outras.
A reação espontânea de Pedro é uma mostra de sua mentalidade. Mas também a censura que Jesus lhe dirige revela o modo de pensar deste discípulo. Querendo convencer o Mestre a deixar de lado o pensamento de sofrimento e morte, Pedro levá-lo-ia para o caminho da infidelidade ao Pai. E isto Jesus não podia permitir.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Pai, coloca-me em sintonia com teu Filho Jesus, cuja morte resultou da fidelidade a ti, sem temer seguir o caminho que traçaras para ele.

REFLEXÕES DE HOJE


03 DE SETEMBRO-DOMINGO

VEJA AQUI MAIS HOMILIAS DESTE DOMINGO

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A LOUCURA DA CRUZ
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Domingo à tarde, um sol de lascar! Clima propício para uma praia ou piscina, ou deitar-se em uma rede na varanda e ficar de “papo pro ar” até o anoitecer. Tenho uma amiga que pode fazer isso e eu até a invejo, entretanto, em algumas tardes de domingo, ela se reúne com uma galera da faculdade, para visitar asilos e orfanatos, levam alimentos que arrecadam junto a comunidade, formaram um conjunto musical, ela mesma toca sanfona e dá até gosto quando vão ao asilo e fazem os velhinhos e velhinhas rodopiarem pelo salão, no baile que vai até a tardezinha.
É um grupo que não pertence a nenhuma igreja em particular, e o irmão mais velho dessa minha amiga, comenta que a irmã é maluca, pois após uma semana de exaustivo estudo e trabalho nada mais justo do que relaxar no domingo, usufruindo das propriedades que tem: uma bela chácara e ainda uma casa na praia. Minha amiga talvez não sabe, mas ela está no caminho certo do discipulado. Carregar a cruz e renunciar-se a si mesmo – é ser capaz de ir além, em um amor sem medidas.
Qualquer cristão que trabalhe e estude a semana inteira e que no domingo vai à missa, a tarde, com todo direito e razão, conforme a lógica humana, irá descansar, em alguma atividade de lazer ou esporte. A renúncia proposta por Jesus vai nesse sentido: ultrapassar os limites da normalidade renunciando algo que é de direito. Nos evangelhos há muitas exortações de Jesus, que vão nesse sentido, “Se alguém lhe roubar a túnica, dá-lhe também a capa”, “Se alguém lhe obrigar a andar cinquenta passos, anda com ele outros cem” e o mais difícil de todos “Amai os vossos inimigos, rezai por eles e abençoai-os e não os amaldiçoeis”.
Poderíamos dizer que ser cristão, é estar acima da média, na relação com o próximo, pois quem permanece na mediocridade do estritamente necessário, não pode dizer que é discípulo.
Talvez um outro exemplo que poderá nos ajudar a compreender melhor o altruísmo da cruz, seja um atleta olímpico, que tem sempre como meta quebrar até o próprio recorde: qual atleta que vai deixar seu país, indo para as Olimpíadas pretendendo uma classificação bem modesta? Atleta que pensa dessa maneira, dificilmente irá algum dia ao podium. Cristão que não se doa, não se entrega, e que não é capaz de carregar as pequenas cruzes do dia a dia, não pode atribuir-se o título de discípulo.
O amor humano é limitado e finito, pode até se acabar um dia, mas o amor Cristão não tem limites e nem medidas, vai sempre além, São Francisco de Assis poderia até ser Santo, sem precisar fazer o que fez, despojar-se de tudo que tinha e era seu por direito, até mesmo a roupa do corpo. O próprio Deus, para salvar a humanidade, não poupou nem o seu Filho querido, e diante disso, a mesquinhez humana questiona: será que precisava tanto?
A parábola do Bom Samaritano não deixa nenhuma dúvida a esse respeito, o Samaritano não apenas parou, para ver o que estava acontecendo com o homem caído à beira da estrada, mas foi muito além, cuidando das suas feridas, colocou-o no próprio animal, transportou para a Hospedaria mais próxima e não contente, pediu ao Hospedeiro que cuidasse dele, que na volta pagaria todas as despesas.
Nesse sentido, o discípulo é como um atleta olímpico, que ao cumprir a lei do amor, quebra todos os recordes. Claro que a modernidade se opõe a esse modo de pensar, até se ensina em algumas culturas para que a pessoa pratique o bem, mas há um limite. Poderíamos dizer que aí está a grande diferença entre o pensamento dos homens, que coloca um limite para o amor, e o pensamento de Deus, que rompe todos os limites, vivendo o amor ágape.
O apóstolo Pedro se opõe a esse modo de pensar e agir de Jesus, para ele, a ação messiânica de Jesus não precisa passar por tão grande sacrifício, pois não é essa a vontade de Deus. É por causa dessa última afirmação que Pedro é chamado de Satanás por Jesus, que significa aquele que é contra o projeto de Deus, que criou o homem e o chamou para viver a vocação do amor em toda sua plenitude, Deus não é um masoquista que gosta de ficar vendo o homem sofrer, o sofrimento é conseqüência da rejeição, que no tempo de Jesus, e na modernidade, o homem manifesta, recusando-se a viver aquilo que é essencial para quem quiser ser discípulo e merecer o nome de Cristão.
A recusa e rejeição ocorrem porque uma vida assim, de entrega total pela causa do reino, implica em uma grande perda, exatamente como pensa o irmão da minha amiga, que aos olhos do mundo PERDE seu precioso tempo de lazer e descanso, nas tardes de domingo, só para ver um sorriso no rosto de tantos velhinhos e velhinhas, que a amam de paixão, e até reclamam que ela deveria ir ao asilo mais vezes.
“Quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la, e quem perder a sua vida, por causa de mim, vai ganhá-la”
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. Que poderá alguém dar em troca da própria vida?
(O comentário do Evangelho aEste é o meu filho amado, escutai-o!baixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Pedro recebeu o primado, isto é, ele é o primeiro dos Apóstolos e deve pastorear o rebanho de Cristo, que é a sua Igreja. A ele foram dadas as chaves do Reino dos Céus. O evangelista nos fez participar deste alegre acontecimento na semana passada. Hoje, dando continuidade a seu relato, ouvimos Jesus fazer o primeiro anúncio de sua Paixão e Morte. Vemos a reação de Pedro, presenciamos a reação de Jesus e aprendemos que os seguidores de Jesus renunciam a si mesmos e carregam a cruz. Jesus anuncia sua Paixão, Morte e Ressurreição. Isso deve acontecer em Jerusalém. Pedro reage: “Deus o livre disso, que isso não lhe aconteça”. Amor por Jesus, sem dúvida alguma, mas também reflexo de uma visão equivocada do Messias. Pedro tinha dito que Jesus é o Messias. O que significava isso para Pedro? Certamente Pedro não pensava num Messias sofredor, rejeitado, cuspido, crucificado. O mesmo Jesus que antes chamara Pedro de pedra sobre a qual a Igreja estava sendo edificada, chama-o agora de “satanás”.
Pedro não está pensando as coisas de Deus, e sim as coisas dos homens. O pensamento de Pedro é mundano. Ele tem que aprender a renunciar a si mesmo, tomar a cruz e seguir Jesus como discípulo. Jesus manda Pedro ir para trás dele, que é o lugar de quem segue o Mestre. Na frente, ele se torna pedra de tropeço para o próprio Jesus. Jeremias parece refletir os sentimentos de Pedro. “Seduziste-me, Senhor”, diz o profeta. “Eu me encantei com o Senhor, decidi segui-lo, esperei tanta coisa – O que? Poder deste mundo? – e o Senhor me oferece a cruz e a permanente situação de discípulo, de aluno? Acho que fui seduzido, fui enganado.” A vida de Jeremias é feita de desentendimentos e de sofrimentos por causa da Palavra de Deus que ele deve anunciar.
A tentação do desânimo é muito grande. Ele sente, porém, a Palavra de Deus como um fogo que o queima por dentro. Tenta se desfazer dessa Palavra e não consegue. Ela é mais forte do que ele. Humildemente ele confessa que não está sendo capaz de aguentar. No seguimento de Jesus Cristo, numa comunidade real, visível, feita de gente que se relaciona, há muitas funções. Todos, porém, são discípulos e são sempre discípulos, alunos, que estão aprendendo a vida toda, não importa a função que tenham. Todos são seguidores de Jesus morto, crucificado e ressuscitado. O último lugar é o lugar de Jesus e do discípulo.
A função não dá automaticamente o pensamento de Deus. Pedro ainda pensava como os homens. Paulo nos adverte de não assumir o esquema do mundo, e sim o de Deus. Estamos no mundo, aquele que Deus criou, e no mundo que é a sociedade organizada por nós, homens e mulheres. Os valores desta sociedade nem sempre são os valores de Deus. Ela se organiza em sistemas que caracterizamos com nomes como capitalista, neoliberal, socialista, comunista, democrático. Tais sistemas propõem seus valores, que, às vezes, contêm veneno. A consciência crítica do cristão procura discernir entre o que é pensamento de Deus e pensamento dos homens. Para isso somos também convidados a uma transformação, renovando nossa maneira de pensar e de julgar, o que será uma ação constante na nossa vida. Busquemos Deus e nos agarremos a ele porque, com poder, sua mão nos sustenta. Apesar das dificuldades, sabemos que seremos saciados como num banquete de festa.

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, eu quero seguir Jesus. Dá-me Tua força para que eu renuncie aos interesses pessoais e mergulhe na doce aventura de partilhar com os irmãos de caminhada os dons que me deste e me foram trazidos por Jesus, Teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário