quarta-feira, 20 de setembro de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 20/09/2017

ANO A


Lc 7,31-35

Comentário do Evangelho

O discernimento para captar o tempo de Deus.

O trecho do evangelho de hoje é a sequência do relato em que João Batista envia os seus discípulos a Jesus para perguntarem: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?” (v. 20). A pergunta de João revela a sua dificuldade de discernir e compreender o novo que se vai realizando na pessoa de Jesus. Jesus responde apoiando-se em Is 35,5-6; 61,1 e 26,19. Ao mesmo tempo, o leitor vê evocado, na resposta de Jesus, o discurso programático da Sinagoga de Nazaré (Lc 4,16-30). A resposta de Jesus é suficiente para fazer João compreender que o “hoje” da salvação se realiza na pessoa de Jesus, nos seus “atos de poder” e nas suas palavras.
O convite de João Batista à conversão ganhou muitos adeptos, mas também rejeição: o povo que o ouviu, os publicanos, recebeu o batismo de João, enquanto os escribas e fariseus, não (cf. vv. 29-30). Na aceitação/rejeição de João Batista, é prefigurada a aceitação/rejeição de Jesus. Não se trata de aceitar ou rejeitar a proposta de alguém, mas do próprio desígnio salvífico de Deus (cf. v. 30).
As parábolas dos vv. 31-32 referem-se e ilustram essa rejeição por parte dos chefes do povo. O que se afirma é a incompreensão dos escribas. Falta a eles discernimento para captarem, no tempo, a graça de Deus.
Fonte: Paulinas em 18/09/2013

Vivendo a Palavra

Aos homens daquele tempo bastava cumprir a letra da Lei de Moisés. Eles não estavam abertos ao Novo, anunciado pelo Batista e trazido por Jesus de Nazaré. Cuidemos para que o mesmo não aconteça conosco. Saibamos discernir a presença sempre criativa do Senhor nos sinais dos tempos que vivemos.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/09/2013

VIVENDO A PALAVRA

Nós, hoje, continuamos como os meninos naquelas praças: ansiosos, vazios, insatisfeitos, sem vontade de cantar, dançar, até mesmo chorar… Sempre em busca de um sentido para a vida, de uma razão que nos encha de entusiasmo. Jesus nos mostra o Caminho, a Verdade e a Vida. Nele encontramos a Paz.

Reflexão

Todos nós somos cristãos, e muitas vezes nos orgulhamos disso, afinal de contas, temos a salvação em Jesus Cristo e a filiação divina, sem contar que somos templos do Espírito Santo. Porém devemos nos questionar se a nossa vida é coerente com o que cremos, pois muitas vezes vivemos uma religião de gestos exteriores, de cumprimento de normas rituais, de práticas religiosas, mas não vivemos o essencial: não somos capazes de amar, não temos os mesmos sentimentos de Jesus Cristo: a misericórdia, a justiça, a fraternidade, a solidariedade. Com isso, o Evangelho soa todos os dias em nossos ouvidos, mas não toca os nossos corações, nem transforma as nossas vidas, e a sabedoria fica longe de nós.
Fonte: CNBB em 18/09/2013

Meditação

O que pensar daqueles que vivem como se Deus não existisse? - Já passou por situação de ter de falar de Deus a quem vive ignorando sua existência? - Quem são os que mais criticam os que frequentam a Igreja? - Os escribas e fariseus tinham como único objetivo encontrar algum erro em Jesus. Não acontece o mesmo na sociedade de hoje com aqueles que não praticam religião alguma? - Procuro ser coerente em meu modo de agir?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 18/09/2013

Meditando o evangelho

OS FILHOS DA SABEDORIA

Tanto João Batista quanto Jesus, foram objeto de rejeição e de acolhida. Tudo dependia da maneira como as pessoas se aproximavam deles e se deixavam tocar por suas palavras. Havia gente sinceramente desejosa de converter-se. Mas havia, também, gente fechada em seus esquemas, que se irritava diante do convite à conversão.
Os pobres, os excluídos e os pecadores mostravam-se sensíveis às palavras que Deus lhes dirigia, e davam ouvido a Jesus e a João, reconhecendo neles a preocupação divina com a salvação de seu povo. Com esta ajuda, reconstruíam sua própria dignidade.
No polo oposto, estava a liderança judaica, cuja hostilidade Jesus e João tiveram sempre que enfrentar. Tudo quanto faziam, era mal interpretado.
A vida ascética e dura do Batista era tida como obra do demônio. Só um possesso podia ser tão anti-social. A vida normal de Jesus, no convívio com as pessoas, fazia dele um comilão e beberrão, vergonhosamente misturado com gente de conduta censurável. Esta má vontade persistente da liderança judaica não lhe permitia deixar-se tocar por quem quer que fosse. Uma semelhante atitude era grave, pois se opunha ao projeto divino. Urgia comportar-se como filhos da sabedoria e deixar-se instruir pelos enviados de Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Espírito que gera filhos da sabedoria, que eu não demore em deixar-me tocar pela palavra de Jesus, sem interpor dificuldades.

Liturgia comentada

Alimento aos que o temem... (Sl 111 [110])
No Sermão da Montanha, Jesus disse que os pardais são alimentados pelo Pai do Céu, o mesmo que veste de esplendor os lírios do campo. E se ele alimenta humildes pardais, avezitas sem cor e sem canto, com muito mais razão há de alimentar os filhos! E isto nos ensina algo que devia ser óbvio, mas costuma “passar batido”. O mesmo Deus que nos cria, também nos alimenta. Que Pai seria esse que chamasse à vida e, a seguir, deixasse os filhos morrendo de inanição?
Na história do Povo de Deus, o evento marcante da ação alimentadora de Deus está registrado no Livro do Êxodo. Caminhando pelo deserto, em 40 anos de jornada, era impossível plantar e colher. O Senhor acudiu o seu povo e, com permanente milagre, o alimentou com o maná: “O Senhor disse a Moisés: ‘Vou fazer chover pão do alto do céu. Sairá o povo e colherá diariamente a porção de cada dia’”.
Os Padres da Igreja primitiva reconheceram prontamente no dom gratuito do maná uma figura do futuro sacramento da Eucaristia, que Jesus anunciaria como “o verdadeiro pão que meu Pai vos dá” (Jo 6,32). E Jesus vai além, apresentando-se como nosso alimento superessencial: “Eu sou o pão vivo que desci do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente”. (Jo 6,51)
O Salmo da liturgia de hoje assegura que Deus é “alimento para os que o temem”. Santo Agostinho comenta este versículo: “Para que serviram os milagres, a não ser para incutirem temor? De que adiantaria, porém, o temor se o ‘Senhor, misericordioso e clemente’, não sustentasse ‘os que o temem’? Desceu o pão do céu (cf. Jo 6,27.51), alimento incorruptível, dado a quem nada merecia. Pois Cristo morreu pelos ímpios (cf. Rm 5,6). Ninguém daria tal alimento, a não ser o Senhor misericordioso e clemente. Se deu tanto nesta vida, se o Verbo feito carne acolheu o pecador para justificá-lo, que não receberá no futuro século o que for glorificado?”
Houve épocas, em nossa Igreja, em que as pessoas participavam da assembleia eucarística, mas não comungavam. Em outras épocas, era preciso ter autorização especial do confessor para chegar à mesa da comunhão. As crianças só foram autorizadas a receber o Pão da Vida no pontificado do Papa Pio X [1903-1914]. Mesmo hoje, muitos católicos ainda não descobriram a importância da comunhão frequente como alimento para a missão. Creio, mesmo, que muitos cansaços e desistências aconteceram por falta dessa nutrição espiritual.
Participando da mesa eucarística, nós nos preparamos para o banquete do Cordeiro.
Orai sem cessar: “Felizes os convidados para o banquete das núpcias do Cordeiro!” (Ap 19,9)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 18/09/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Alegria e Graça
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Meninos sentados na praça e que gritam aos outros "Tocamos flauta e não cantais, cantamos uma lamentação e não chorais..." Com essa expressão talvez estranha para nós, Jesus diz uma grande verdade: queremos sempre que as pessoas dancem conforme a nossa música, isso é, que pensem e ajam como nós, e se for uma religião ou até mesmo aspecto cultural, que não mudem nada e nem venham com coisas novas.
João Batista, o Precursor de Jesus, tinha algo novo a anunciar, mas como vivia de um jeito meio estranho e não se alimentava, diziam que ele estava possesso de um demônio. (Qualquer fenômeno que não conseguimos definir, atribui-se ao demônio).
Jesus de Nazaré é diferente de João Batista, aliás, não se encaixa no perfil de Messias anunciado, em vez de acabar com os pecadores e homens maus, tem amizade com eles, senta-se para tomar refeição com eles, e come e bebe com eles. Por isso o rotularam de comilão e beberrão.
E assim, o Novo que se encarnou em meio a humanidade, acabou rejeitado justamente porque era humano demais. Esse evangelho traz um forte apelo á conversão, mas o que é a conversão? Justamente purificar o olhar e o coração, para ver e sentir a presença de Jesus e do seu Reino nas pessoas e nos acontecimentos da história e da nossa vida. Mas tenhamos cautela, Jesus não está formatado do jeito que nós queremos e o imaginamos, a conversão interior é primeiramente dom de Deus, que vem com a Graça oferecida em Jesus.
Quando olhamos o mundo e as pessoas com os olhos de Jesus, não exigimos que as pessoas "dancem só conforme a nossa música", pois o Reino a todos renova e se refaz nas virtudes e nos valores que cada um tem e disponibiliza para os irmãos e irmãs.

2. Com quem vou comparar as pessoas desta geração?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

A sabedoria é uma virtude intelectual que se adquire com o esforço humano e é também um dom de Deus, ambos para discernir as coisas e as causas das coisas. Sabedoria tem algo a ver com sabor. Assim, o sábio saboreia algo do que Deus e, por ser sábio, opta espontaneamente pelo melhor e mais conveniente nas decisões a serem tomadas. A capacidade do sábio em discernir o que mais convém é ativa e perspicaz. A outros faz falta o senso judicativo, e se o têm, têm-no embotado. Perdem-se, portanto, nas variedades deste mundo. Tocam flauta e não dançam, cantam o luto e não choram, não comem nem bebem e têm um demônio, comem e bebem e são beberrões e comilões. Como perceber o que está acontecendo, o que é positivo e o que é negativo, como dar-se conta dos sinais? Hoje se fala de pessoas centradas. São os equilibrados, que mantêm no centro o fiel da balança e seguem o princípio “nem tanto ao mar nem tanto à terra”. São pessoas capazes de se situar bem em qualquer lugar, ao contrário de quem não está bem em lugar algum. A centralidade vai acompanhada da serenidade que não perde a visão da floresta por causa de uma árvore. Atenção, porém, pois o discernimento deve estar sempre em atividade. Às vezes o bem comum exige que se desloque o fiel da balança para posições extremas.

HOMILIA DIÁRIA

Tenho sido indiferente à Palavra de Deus?

Deixar a vida ser conduzida de qualquer jeito, como se tivéssemos apenas uma vida material, é ser indiferente a Deus, é ser indiferente à Sua Palavra.
“Com quem hei de comparar os homens desta geração? Com quem eles se parecem? São como crianças que se sentam nas praças, e se dirigem aos colegas, dizendo: ‘Tocamos flauta para vós e não dançastes; fizemos lamentações e não chorastes!’” (Lc 7,31-32).
A Palavra de Deus nos chama à atenção para a situação da indiferença, para aqueles corações que simplesmente não ligam, para quem tanto faz ou tanto fez; não dão a menor atenção ao que está acontecendo.
Não ligar para alguém que está ao nosso lado sofrendo ou chamando a nossa atenção significa dizer que para nós essa situação não tem a menor diferença, que não nos importamos com isso.
Quando Jesus veio até nós, houve um grupo de pessoas que pararam para ouvi-Lo e deixaram suas vidas serem transformadas por causa da Sua Palavra, mas é óbvio que houve aqueles que se opuseram, colocaram-se contra. Houve também um outro grupo que simplesmente se portou com total indiferença: “Isso não me diz respeito, eu não estou preocupado e não dou atenção a isso”.
No meio de nós há muitas pessoas que conhecem Deus, sabem da Palavra d’Ele, tem até símbolos sagrados na sua casa. De vez em quando, vão à Igreja, mas se portam e se comportam com total indiferença para com Ele, para com a Palavra d’Ele.
Uma vez que estamos preocupados com nossos negócios, estudos e trabalhos, que estamos ocupados em adquirir dinheiro, fortuna ou seja lá o que for, a nossa vida acaba tendo outras ocupações e nós não temos tempo de nos ocupar com Deus nem com a Palavra d’Ele.
Uma coisa é certa, o Senhor não está pedindo a ninguém para deixar as suas ocupações nem as suas responsabilidades com a vida. Mas deixar a vida ser conduzida de qualquer jeito, como se tivéssemos apenas uma vida material, como se ela se resumisse apenas a essa Terra; como se nós não tivéssemos preocupações com as coisas do Alto é ser indiferente a Deus, é ser indiferente à Sua Palavra.
Que, hoje, essa mesma Palavra chegue ao nosso coração e o desperte para que saiamos da indiferença e da frieza, para que nos abramos a ela, a fim de sermos tocados pela Palavra, porque se chegarmos à situação de que nada que o Senhor fala nos toca, é porque estamos no mau caminho.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 18/09/2013

Oração Final
Pai Santo, que renovas a cada dia a face da terra, dá-nos abertura de alma para discernirmos tua Presença Paterna em cada um de nós, filhos que tanto amas, e na história que construímos com a nossa vida. Ensina-nos a anunciá-la com alegria e gratidão aos irmãos peregrinos. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/09/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que plantaste em nossos corações a semente do Amor, ensina-nos a arte de cultivarmos carinhosamente essa semente para que ela dê frutos e os partilhemos com os irmãos da comunidade. Ajuda-nos a seguir os passos de Jesus de Nazaré, teu Filho feito nosso Irmão, que contigo vive na unidade do Espírito Santo. Amém.

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