domingo, 27 de agosto de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 28/08/2017

ANO A


Mt 23,13-22

Comentário do Evangelho

Crítica de Jesus à hipocrisia.

O capítulo 23, na sua quase totalidade, representa o cume da polêmica de Jesus com as autoridades religiosas do seu tempo e, ao mesmo tempo, expressão do conflito entre a comunidade cristã e as autoridades religiosas do tempo do cristianismo primitivo. Com a crítica aos escribas e fariseus, Jesus ensina seus discípulos. A questão central da crítica é a hipocrisia. Os “ai” repetidos ao longo de todo o texto são expressão de indignação e de condenação da atitude hipócrita dos escribas e fariseus. O que eles interpretam e obrigam os outros a praticar da Lei de Moisés, eles mesmos não o praticam. A hipocrisia é disfarce, representação. Eles enfatizam de tal modo as proibições da Lei no que diz respeito ao modo de proceder que ocultam aos outros a ação de Deus na história. Com isso, apresentam Deus como um juiz severo que cobra o cumprimento dos preceitos da Lei e desestimulam os demais a entrar no Reino dos Céus. Por causa da hipocrisia deles, eles mesmos não entram no Reino. O que eles promovem é uma campanha proselitista em benefício próprio, isto é, não visam à conversão dos pagãos ao Deus único e verdadeiro, mas às suas próprias concepções. São guias cegos porque não reconhecem que o caminho que conduz a Deus é Jesus (cf. Jo 14,6).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me a graça de ser um evangelizador sincero. E livra-me da hipocrisia de exigir dos outros o que eu mesmo não faço.
Fonte: Paulinas em 25/08/2014

Vivendo a Palavra

Quais seriam os doutores da Lei e fariseus do nosso tempo, se Jesus falasse hoje? A hipocrisia e a inversão de valores continuam dominando as relações na sociedade. Cuidemos para que o alerta do Mestre seja acolhido em nossos corações e a nossa existência seja testemunho de pertença ao Reino de Deus.
Fonte: Arquidiocese BH em 25/08/2014

VIVENDO A PALAVRA

O enérgico recado de Jesus era, no seu tempo, dirigido aos escribas e fariseus. Mas o mesmo recado continua válido e atual. Que nomes nós poríamos hoje no lugar de escribas ou de fariseus? Talvez – e infelizmente – os nossos próprios nomes… esta é a ocasião oportuna para examinar a consciência de Cristãos e buscarmos a nossa conversão.

Reflexão

Muitas vezes, temos dificuldades de ver a religião na sua totalidade e, com isso, a reduzimos a alguns aspectos que julgamos mais importantes, mas que são frutos na nossa subjetividade. O problema é que, na maioria das vezes, nos prendemos ao que é acidental no plano da fé, como, por exemplo, sinais externos ou formas de espiritualidade e nos esquecemos dos valores que de fato são essenciais à nossa fé, seja no plano das verdades, seja no campo da espiritualidade, seja no campo da moral ou da virtude, de modo que a nossa religiosidade fica sendo superficial e unilateral, a religião que nós queremos viver e não a religião que Deus quer que nós vivamos.
Fonte: CNBB em 25/08/2014

Recadinho

Sou coerente no que digo e no que faço? - Meu modo de viver demonstra que creio no Reino de Deus? - Amo a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo? - Os que seguem a mesma religião que eu sentem-se bem com minha presença? - Comente a afirmação: “As palavras comovem, mas os exemplos arrastam!”
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 25/08/2014

Comentário do Evangelho

GUIAS CEGOS!

No intuito de precaver os seus discípulos, Jesus alertava-os quanto ao modo de viver incoerente dos mestres da Lei e dos fariseus. Estes, na ilusão de estarem vivendo uma vida modelar, comportavam-se como cegos que querem ser guias dos outros cegos. A incompatibilidade da pretensão deles manifesta-se de muitas maneiras.
Pensando ser os autênticos intérpretes da Palavra de Deus, acabavam por desencaminhar as pessoas, impedindo-as de entrar no Reino dos Céus. Insistiam nos detalhes da Lei, mas descuravam o fundamental. Preocupados com a exterioridade, não permitiam que a vontade de Deus penetrasse, realmente, em seus corações.
Resultado: ao invés de serem portadores de salvação, acabavam sendo motivo de condenação tanto para os judeus quanto para os pagãos, convertidos ao judaísmo por sua ação proselitista. O fanatismo dos convertidos tornava-os merecedores de duplo castigo.
Outra atitude equivocada dos mestres da Lei e dos fariseus consistia em confundir as pessoas, por meio de uma casuística estéril, levando-as a se afastarem da vontade de Deus. É pura perda de tempo fazer distinções capciosas em torno do mandamento divino se, no fundo do coração, a pessoa não tem a intenção de pautar sua vida por ele. Este tipo de casuísmo é resultado de uma cegueira insensata.
Oração
Espírito de clarividência, sê meu guia seguro no caminho da fidelidade ao Reino, precavendo-me contra quem, indevidamente, quer arvorar-se em líder.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 25/08/2014

Meditando o evangelho

AI DE VÓS!

A denúncia cerrada de Jesus contra os mestres da Lei e os fariseus demonstra sua aversão ao modo de pensar e agir destes grupos, cuja influência religiosa era bem conhecida. Sua pretensa virtude não tinha consistência. Bastava uma análise mais detida para se perceber que não passava de pura fachada. Seus ensinamentos, ao invés de colaborar para as pessoas entrarem no Reino dos Céus acabavam por afastá-las de Deus, uma vez que a doutrina que ensinavam era enganosa.
Quanto ao juramento, transmitiam uma doutrina complicada, cheia de casuísmos, para chegar a uma conclusão incorreta. E convenciam as pessoas de muitas outras doutrinas, que para nada serviam. O esforço para converter muita gente para o judaísmo tornava-se inútil. A fé judaica, entendida na perspectiva da hipocrisia farisaica, não era fonte de salvação, mas de condenação.
O discurso de Jesus não se dirigia, em primeiro lugar, aos fariseus. Estes não estavam minimamente preocupados com o que Jesus pensava a respeito deles. A destinatária destas palavras fortes era, na verdade, a comunidade cristã. Essa, sim, devia estar atenta para não se deixar contaminar por um modo de vida tão contrário à proposta de Jesus. O Reino exigia dos discípulos sinceridade e transparência, boa fé e honestidade, respeito a Deus e ao próximo. A comunidade cristã deveria caracterizar-se pela prática destas virtudes.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Senhor Jesus, dá-me virtude e sabedoria suficientes para ser honesto no trato com o meu próximo, para eu não querer parecer, o que, efetivamente, eu não sou.

HOMILIA

PARA QUEM VOLTAREI O MEU OLHAR?

Lemos em Is 66,2 Para quem voltarei o meu olhar, senão para o homem humilde, pacifico, que teme as minhas palavras? O Senhor não olha para o exterior senão para dentro do homem. Do seu coração. No Evangelho de hoje lemos as três primeiras das sete maldições, com as quais Jesus deixa bem claro a sua oposição ao ensino tradicional dos escribas e à crença adulterada dos fariseus, mais baseado nas tradições dos homens do que na doutrina de Deus. Os escribas, ou seja, os intérpretes e catequistas da Lei, e os fariseus, um grupo de observantes rigorosos e muito ligados ao cumprimento formalista e exterior da mesma, e que por outro lado são frequentemente objeto de graves invectivas da parte de Jesus, não por eles cumprirem a Lei, mas por não lhe entenderem o espírito, e até por guiarem os outros por esse caminho errado.
É preciso que diante das tentações, comporta-te como homens e mulheres fortes e combate com a ajuda do Senhor nos tornamos mais do que vencedores. Se caíres no pecado, não permaneças nele, desencorajado e abatido. Humilha-te, mas sem perder a coragem; baixa-te, mas sem te degradares; verte lágrimas sinceras de contrição para lavar as tuas imperfeições e as tuas faltas, mas sem perderes a confiança na misericórdia de Deus, que será sempre maior que a tua ingratidão. Toma a resolução de te corrigires, mas sem presumires de ti própria, pois só em Deus deves colocar a tua força. Enfim, reconhece sinceramente que, se Deus não fosse a tua couraça e o teu escudo, a tua imprudência ter-te-ia levado a cometer toda a espécie de pecados.
Não te espantes com as tuas fraquezas. Aceita-te tal como és; córra das tuas infidelidades para com Deus, mas confia nEle e abandona-te tranquilamente a Ele, como uma criança nos braços da mãe.
Percorramos todas as épocas e veremos que, de geração em geração, o Mestre ofereceu a possibilidade de conversão a todos quantos queriam voltar-se para Ele. Noé pregou a conversão, e aqueles que o escutaram foram salvos. Jonas anunciou aos Ninivitas a destruição que os ameaçava; eles arrependeram-se dos seus pecados, apaziguaram a Deus e apesar de Lhe serem estranhos alcançaram, por suas súplicas, a salvação.
Por sua vontade onipotente Deus quer que todos aqueles a quem Ele ama participem da conversão. É por isso que devemos obedecer à Sua magnífica e gloriosa vontade. Imploremos humildemente a Sua misericórdia e a Sua bondade; confiemo-nos à Sua compaixão abandonando as preocupações frívolas, a discórdia e a inveja que só conduzem à morte.
Permaneçamos humildes, meus irmãos, rejeitemos todos os sentimentos de orgulho, dejatância, de vaidade e de cólera. Agarremo-nos firmemente aos preceitos e aos mandamentos do Senhor Jesus, tornando-nos dóceis e humildes diante das Suas palavras. Eis o que diz a Palavra sagrada: Para quem voltarei o meu olhar, senão para o homem humilde, pacifico que teme as minhas palavras?
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 25/08/2014

HOMILIA DIÁRIA

Que a misericórdia de Jesus nos cure da cegueira espiritual

Que a misericórdia de Jesus nos cure da cegueira espiritual, a qual nos mantém alheios às verdades profundas e verdadeiras e só nos permite enxergar o que queremos.
“Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós fechais o Reino dos Céus aos homens. Vós porém não entrais, nem deixais entrar aqueles que o desejam” (Mateus 23, 13-14).
Jesus, Mestre e Senhor da bondade e da misericórdia, tratou de modo tão afável e tão terno os doentes, os pecadores e o pior dos pecadores. Todos foram acolhidos com muito amor e com muita ternura pelo coração do Mestre Jesus.
E quando Jesus diz: “ai” quer dizer que dói ou há de doer muito, então a interjeição de Jesus se volta com muita firmeza e dureza contra os fariseus e os doutores da Lei. Muitas vezes, estes se comportam como os grandes conhecedores da Lei Divina, da Palavra de Deus, julgam, condenam os outros e colocam muitas dificuldades para que as pessoas possam viver a Lei de Deus. Estão mais voltados e preocupados com a letra e com a lei do que com o espírito da lei e o espírito da letra. Estão mais preocupados com os preceitos humanos do que com a santificação divina; sobretudo porque, muitas vezes, o comportamento deles não corresponde ao que pregam, ao que ensinam e, principalmente, ao que exigem dos outros. Jesus os repreende, dizendo-lhes: “guias cegos!” (cf. Mt 23, 16)
Deixe-me dizer a você: não existe coisa pior para quem é um guia, para quem é o mestre, para quem é um pai, para quem é uma mãe, para quem é chefe e para quem é um líder do que ser cego. Porque a primeira coisa que a cegueira faz é não nos permitir nos ver a nós mesmos e as realidades como elas realmente o são. Não me refiro à cegueira física, mas sim à terrível cegueira espiritual, à cegueira psicológica, à cegueira que nos mantém alheios às verdades profundas e verdadeiras e só permite que enxerguemos aquilo que queremos enxergar. Como é duro ser cego! O cego conduz os outros e, muitas vezes, os conduz para o erro, ensinando-os a errar e da mesma forma conduzindo a sua vida pelos caminhos errados.
Nós hoje queremos clamar pela misericórdia do coração de Jesus; primeiro, pedindo-Lhe que nos livre do espírito do farisaísmo e da hipocrisia de muitas vezes sermos duros e exigentes demais com os outros; repararmos, olharmos a vida dos outros e não sermos capazes de reparar em nossa própria vida, de revermos nossos próprios erros, nossos próprios limites. E acima de tudo, não sabermos ter um olhar de misericórdia para com os outros, sermos demasiadamente severos na cobrança e na exigência com eles.
Quem é muito duro com os outros não consegue ser, na verdade, autêntico consigo mesmo. Ao passo que quem vive uma autenticidade de vida conhece suas misérias, não é que seja complacente e conivente com o erro dos outros, mas, assim como conhece a misericórdia de Deus conduzindo suas misérias, sabe também ter misericórdia com os limites do outro.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 25/08/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos o dom da transparência: que a nossa vida seja coerente com a fé que professamos e nossa palavra expresse vida e não apenas teologias… Mantém-nos prontos para o serviço generoso, abertos ao diálogo, preparados para anunciar o Teu Reino de Amor e testemunhar a fraternidade. Pelo Cristo Jesus, Teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.

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