terça-feira, 15 de agosto de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 16/08/2017

ANO A


Mt 18,15-20

Comentário do Evangelho

Assim como Deus não desiste de nós, também não devemos desistir de nossos irmãos.

No trecho anterior do discurso sobre a Igreja, duas características da comunidade eclesial foram ressaltadas: a comunidade cristã deve ser caracterizada pelo serviço e pelo cuidado de uns para com os outros, de modo especial por aqueles que se sentem, por algum motivo, desprezados. O evangelho de hoje é, por assim dizer, a aplicação prática do desejo de Deus de que nenhum membro da comunidade se perca (v. 14). A atitude exigida para realizar o desejo de Deus é a iniciativa que cada um deve tomar no que diz respeito à reconciliação, tendo presente que a comunidade cristã é uma comunidade de irmãos (v. 15). O pecado divide a comunidade. Se acontecer a alguém ser vítima do pecado de outro membro da comunidade, trata-se, aqui, de tomar a iniciativa de ajudar o pecador no seu processo de conversão, desde que ele aceite livremente. É Deus quem toma a iniciativa de vir em socorro de nossa humanidade e é ele quem oferece, gratuitamente, o seu perdão. Assim como Deus não desiste de nós, também não devemos desistir de nossos irmãos. O único limite para o perdão e a reconciliação é o fechamento do outro (v. 17). O amor fraterno e, consequentemente, a comunidade cristã são construídos através desse esforço permanente de reconciliação.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que a presença de teu Filho ressuscitado na comunidade cristã seja um incentivo para que nós busquemos pautar nossa ação pela tua santa vontade.
Fonte: Paulinas em 13/08/2014

VIVENDO A PALAVRA

Um texto de extrema consolação para nós que, apesar de tanto desejarmos seguir Jesus, somos não poucas vezes seduzidos pelo poder, pelo dinheiro, pelos prazeres do mundo. Jesus nos anima com a promessa de que nossa volta ao Caminho do Reino será motivo de alegria para o Pai Misericordioso!

Reflexão

A vida em comunidade é essencial para que possamos sentir a presença de Jesus no meio de nós e usufruir dessa presença, porém ela não é fácil, principalmente por causa das dificuldades de relacionamento. A comunidade, para ser realmente cristã, deve ser pautada na misericórdia, no perdão e na acolhida dos que erram, buscando não a punição, mas sim o reerguimento e a superação dos que erram, possibilitando-lhes a conversão e a vida nova em Cristo. É por isso que Jesus nos mostra, no Evangelho de hoje, as exigências da correção fraterna juntamente com a sua promessa de presença no meio de nós.
Fonte: CNBB em 13/08/2014

Recadinho

Você julga a atitude errada de uma pessoa ou serve-se de um erro dela para a desprezar totalmente? - Você conhece alguma pessoa antipática? Mas será que você também não está sendo antipático(a)? - É certo que você sempre tem razão em tudo? - Em que consiste para você a correção fraterna? Corrigir o irmão que erra ou “colocar a boca no mundo” espalhando os defeitos dos outros? - Será que faço parte do grupo dos que vivem “atirando a primeira pedra?”
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 13/08/2014

Meditando o evangelho

GANHAR O IRMÃO

A difusão do Reino depende do testemunho da comunidade cristã. Uma comunidade dividida seria um contratestemunho que leva as pessoas a se afastarem do Reino. Pelo contrário, a comunidade fundada no amor e no perdão atrai as pessoas para Deus.
A ofensa, que cria divisões, deve ser reparada o mais rápido possível. Por isso, a vítima do ultraje alheio não deve esperar que o seu agressor venha pedir-lhe perdão. Ela mesma deverá tomar a iniciativa de refazer os laços rompidos, dando mostras de ter perdoado e de desejar a reconciliação. O mais importante é ganhar o agressor para o Reino, ajudá-lo a superar sua mentalidade egoísta, que não respeita o próximo, e levá-lo a comportar-se como verdadeiro discípulo do Reino.
Se, apesar de mostrar de boa-vontade, o ofensor insiste em manter a ruptura, então, é preciso tomar medidas mais sérias, para que não ser conivente com esta mentalidade contrária ao Reino, e o ofensor se sinta movido a mudar de atitude. Deve-se chegar até a providência extrema de convocar a comunidade para discernir, em clima de oração, se convém ou não conservar, entre seus membros, essa pessoa que se recusa a viver reconciliada. Não se descarta até mesmo a possibilidade de excomunhão. Contudo, é preciso fazer o possível para que o pecador se converta.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, dispõe-me ao perdão e à reconciliação, e não permitas que eu insista em manter-me afastado de quem me ofendeu ou ao qual eu ofendi.

HOMILIA

O IRMÃO QUE PECA

Hoje, abordamos uma questão concreta que acontece em todas as comunidades cristãs: o que devemos fazer quando alguém peca contra nós, provocando tristeza no nosso coração?
Sabias que o fato de sermos irmãos, não nos isenta da possibilidade de enfrentarmos divergências nos relacionamentos da família da fé, pois a irmandade não elimina a nossa individualidade: temos diferenças de criação, formação, visão, doutrina, teologia, liturgia, estratégia e outras que, sem desejarmos, colocam-nos na situação de ofendidos por algum de nossos irmãos. Todo pecado é uma doença que precisa ser tratada de maneira ágil e positiva.. Cada situação relacional em que um irmão de forma definida peca contra nós é na verdade uma convocação feita por Deus para que, em amor, responsabilizemo-nos pelo tratamento do irmão. Este é um dos maiores desafios da comunhão do Reino de Deus: o ofendido é o terapeuta separado por Deus para a cura do ofensor!
Uma vez estabelecido claramente qual foi o pecado o primeiro passo a ser dado é o da confrontação pessoal: Jesus ensina que é necessário “argüir” = “provar, argumentar, repreender, fundamentar, esclarecer, demonstrar” num contexto de discrição, zelando para que não haja uma exposição pública do ofensor. Se o resultado não for satisfatório o passo seguinte é o da confrontação representativa informal na tentativa de perseguir a verdade “para que toda palavra se estabeleça”, ainda num contexto de transparência e privacidade, devemos buscar o auxilio de testemunhas, ou seja, terapeutas auxiliares que nos ajudarão no esforço de cura do irmão ofensor.
Persistindo a resistência em admitir culpa a situação exige uma confrontação comunitária formal, ou seja, o ofendido deve informar oficialmente e amorosamente a liderança maior da Igreja para que esta, de maneira ágil e sábia, assuma a responsabilidade terapêutica de tratamento do irmão em pecado.
Jesus lembra que a possibilidade do ofensor “recusar” (“obstinar, endurecer o coração, manter a consciência insensível”) uma mudança é real. Neste caso, a Igreja como comunidade terapêutica autorizada por Deus deve considerar o ofensor como “gentio e publicano”, ou seja, deve aplicar nele uma disciplina firme e forte (Hb 12:4-13) sem qualquer sentimento de culpa, na expectativa de que pela dor da disciplina haja o retorno à santidade perdida.
Não existe comunidade sem diversidade, nem diversidade sem divergência. Quando esta for detectada, os passos pessoais e comunitários precisam ser responsavelmente tomados na certeza de que é possível construir uma convergência em Deus que proporciona: unidade para ligar – como discípulos da comunidade de Jesus somos autorizados a ligar a “terra ao céu”, tudo fazendo para que a vontade do céu (Deus) prevaleça sobre a vontade da terra (homem); unidade para acordar – a autoridade deve estar associada a uma espiritualidade que nos impulsiona a estabelecer parcerias de oração (“acordos”) sobre dificuldades relacionais específicas para as quais creremos sinceramente que o Pai será capaz de sanar; unidade para experimentar a presença de Jesus – construído e vivenciado este acordo terapêutico pela oração Jesus assegura a Sua presença em nosso meio.
A experiência cristã evidencia que, muitas vezes, não temos nenhum controle sobre o que fazem conosco, mas temos o controle sobre como reagiremos ao que nos foi feito. Percorrer o caminho que vai da tristeza da ofensa para a experiência da plenitude da presença restauradora de Jesus, este é o grande desafio da comunhão da Igreja que precisamos buscar diligentemente!
Pai, que a presença de teu Filho ressuscitado na comunidade cristã seja um incentivo para que nós busquemos pautar nossa ação pela tua santa vontade.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 13/08/2014

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. CORREÇÃO FRATERNA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Ninguém está isento do pecado. Mas, se alguém erra, não pode ser punido impiedosamente e ser excluído da comunidade, sem a devida ponderação.
Havia, nas primeiras comunidades cristãs, uma tendência a resolver, com uma certa dose de leviandade, os casos de desvio da fé. Os pequeninos eram as primeiras vítimas desta intransigência.
Deve-se percorrer um longo caminho, antes de se tomar a decisão de afastar da comunidade alguém que errou. O primeiro passo consiste em ser advertido, a sós, por quem se sente ofendido. Isto pode ser suficiente para que a pessoa refaça sua conduta. Pode, entretanto, acontecer de a pessoa não se deixar tocar, e persistir no erro. O passo seguinte consistirá em convocar as testemunhas previstas pela Lei mosaica e, diante delas, admoestar quem pecou, tentando demovê-lo de sua má conduta. Talvez, ele se deixe convencer e se converta. Também esta iniciativa pode resultar inútil. Só então a comunidade toda, neste caso, deve ser convocada para discernir, com muita responsabilidade, se a melhor decisão consiste em afastar o pecador de seu meio.
Jesus, porém, cuida para que a reunião da comunidade não se transforme numa espécie de tribunal. Antes, que busque descobrir o desígnio do Pai a este respeito. A certeza da presença do Filho de Deus visa garantir a justiça num assunto tão fundamental.
Oração
Senhor Jesus, livra-me de tratar a quem erra, com impiedade e dureza; antes, que eu procure, por todos os meios, fazê-lo voltar para ti.
Fonte: NPD Brasil em 15/08/2012

HOMILIA DIÁRIA

A correção fraterna tem que ser movida pelo amor

A correção fraterna é necessária e é de Deus, mas tem que ser movida pelo amor e pela intenção de ajudar a quem errou.
“Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão” (Mateus 18, 15).
A Palavra de Deus no dia de hoje aponta para nós uma das coisas mais necessárias – mas também uma das mais difíceis nas relações fraternas, sobretudo entre nós que vivemos da fé– a chamada “correção fraterna”. A correção fraterna é necessária, é importante, é útil, é de Deus, mas é muito difícil corrigir e mais difícil ainda ser corrigido. Tanto quem vai corrigir como quem vai ser corrigido têm que, em primeiro lugar, tirar do seu coração o ressentimento, a mágoa e, sobretudo, o orgulho, porque a correção fraterna tem que ser movida pelo amor.
Em primeiro lugar, não faça isso no impulso da raiva e do momento; deixe as coisas se acalmarem dentro de você. E em segundo lugar, não faça isso de forma muito humana; peça a sabedoria divina para ter as palavras acertadas, corretas, humildes e, sobretudo, a intenção de ajudar a outra pessoa. Algumas vezes, uma correção fraterna precisa até de muito tempo para acontecer, mas ela se faz necessária.
Se você vir o seu irmão errar não cometa o crime e a barbaridade de falar, de comentar e de fofocar com o outro sobre esse fato, porque é um mal muito maior ver o outro errar e em vez de corrigi-lo, de ajudá-lo e de rezar por ele primeiro, você falar dele para os outros. Não faça isso, meu irmão! Peça a Deus a disposição e a humildade e vá conversar com o seu irmão, tente mostrar a ele onde está o erro e que o que ele está fazendo não é correto. Mas, por favor, não trate dos problemas dos outros nos clubes de fofoca! Não ligue para a outra pessoa, não vá à barbearia ou então ao salão de beleza e durante as conversinhas de dona de casa para tratar da vida dos outros.
Quantos mal-entendidos e desentendimentos, quantas coisas se complicaram na vida, porque em vez de tratarmos as coisas de forma cristã e fraterna, as tratamos de forma mundana, carnal, pecaminosa, porque a fofoca é do diabo, ela não é de Deus! Aprenda isso!
Contudo, se você foi falar com seu irmão ou não teve como falar com ele, porque outras coisas o impedem de fazer isso, procure a autoridade da Igreja, como diz a Palavra hoje. Sim, procure a ajuda da Igreja, do padre, do diretor espiritual, mas não trate a situação no nível da fofoca. Porque mal maior é quem trata o erro dos irmãos falando para os outros. Isso dói no coração de Deus e provoca males e estragos para a comunidade, para a sociedade e para a humanidade.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 13/08/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que o teu Espírito em nós não permita que se apague a chama da esperança, por muito débil que ela esteja. Faze-nos lembrar sempre da Boa Notícia de que nossa conversão será acolhida por Ti com alegria. Nós te pedimos, Pai amado, pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.

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