terça-feira, 13 de junho de 2017

LEITURA ORANTE DO DIA - 11/06/2017



LEITURA ORANTE

Jo 3,16-18 - Solenidade da Santíssima Trindade


Hoje, Solenidade da Santíssima Trindade, preparo-me para
a Leitura, colocando-me na presença  de Deus e, com todos
os internautas, faço o sinal da cruz:
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
E rezamos o
Te Deum
Deus infinito nós te louvamos
E nos submetemos ao teu poder
As criaturas no seu mistério mostram
A grandeza de quem lhes deu o ser
Todos os povos sonham
E vivem nesta esperança
De encontrar a paz
Suas histórias todas apontam
Para o mesmo rumo, onde Tu estás
Santo, Santo, Santo
Santo, Santo, Santo Todo poderoso
É o nosso Deus
Senhor Jesus Cristo, nós te louvamos
E te agradecemos teu imenso amor
Teu nascimento, teu sofrimento
Trouxe vida nova, onde existe a dor
Nós te adoramos e acreditamos
Que és o Filho Santo do nosso Criador
E professamos tua verdade
Que na humanidade plantou tamanho amor
Deus infinito, teu Santo Espírito
Renova o mundo sem jamais cessar
Nossa esperança, nossos projetos
Só se realizam quando Ele falar
Todo poderoso, somos o teu povo
Que na esperança vive a caminhar
Dá que sejamos teu povo santo
Que fará do mundo teu trono e teu altar
Cd Verdades que eu rezo e canto - Pe. Zezinho, scj (COMEP)

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto:
Jo 3,16-18, e observo as palavras de Jesus.
Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna. Pois Deus mandou o seu Filho para salvar o mundo e não para julgá-lo.- Aquele que crê no Filho não é  julgado; mas quem não crê já está julgado porque não crê no Filho único de Deus.
Refletindo
Este texto faz parte da conversa de Jesus com Nicodemos, uma autoridade entre os judeus. O nome Nicodemos vem do grego e significa "vitória do povo". O Mestre lhe fala das coisas de Deus. Quando lhe fala que "Deus amou tanto o mundo"  não se refere à criação, mas ao "mundo" das pessoas.
Revela que Deus  mandou ao mundo seu Filho não para condená-lo, mas para nos salvar.
Jesus fala também daqueles que preferem a escuridão à luz. Mas, os que vivem de acordo com verdade, aproximam-se da luz. Apresentam claramente, sem subterfúgios o que fazem segundo a vontade de Deus. O grande teólogo e doutor da Igreja, Santo Agostinho, tentou  compreender o mistério da Trindade.  Certa vez, passeava ele pela praia,  completamente compenetrado, pediu a Deus luz para que pudesse compreender.  Encontrou uma criança brincando na areia. Ela corria com um copo na mão até um pequeno buraco feito na areia, e ali despejava a água do mar. Voltava,  enchia o copo e o despejava novamente. Agostinho perguntou à criança o que ela pretendia fazer.  A criança lhe disse que queria colocar toda a água do mar dentro daquele buraquinho.  Então, o Santo lhe explicou ser isso impossível. A criança, então,  lhe disse: “É muito mais fácil o oceano  todo ser transferido para este buraco, do que se compreender o mistério da Santíssima Trindade”. A criança, que era um anjo, desapareceu. Santo Agostinho concluiu que a mente humana é extremante limitada para poder assimilar a infinita dimensão de Deus e, por mais que se esforce, jamais poderá entender esta grandeza por suas próprias forças ou por seu raciocínio. Só podemos aderir pela fé este mistério descrito por Jesus no seu Evangelho.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Posso fazer sempre minhas ações à luz.
Sou transparente no que falo e faço?
Meditando
Os bispos, em Aparecida, falaram da Trindade como fonte da Igreja:
"Os discípulos de Jesus são chamados a viver em comunhão com o Pai (1 Jo 1,30 e com seu Filho morto e ressuscitado, na “comunhão no Espírito Santo” (1 Cor 13,13). O mistério da Trindade é a fonte, o modelo e a meta do mistério da Igreja: “um povo reunido pela unidade do Pai do Filho e do Espírito”, chamado em Cristo “como sacramento ou sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano”. A comunhão dos fiéis e das Igrejas locais do Povo de Deus se sustenta na comunhão com a Trindade." (DAp 155).

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo:
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar será transparente,
orientado pela comunhão com a Trindade.

Bênção
Pode-se cantar:
A bênção do Pai,
a bênção do Filho,
a bênção do Espírito Santo. Amém.

Ir. Patrícia silva, fsp
irpatricias@gmail.com

Leitura Orante

Solenidade da Ss. Trindade, domingo 11 de junho de 2017


TRINDADE: do Triângulo ao Ícone

Deus amou o mundo: a ponto de dar o Unigênito, a fim de que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3, 16)

Texto Bíblico: João 3,16-18

1 – O que diz o texto?

A festa da Trindade nos mobiliza para uma nova maneira de viver e de nos relacionar com o Deus Comunhão de Pessoas, cuja presença preenche o cosmos, irrompe na vida, habita decididamente no interior de cada um de nós e é vivido em comunidade.
A Trindadedesvela” a maneira de ser de Deus, como Amor que se expande, em si e fora de si, de uma maneira “redentora”, inserindo-se na história da humanidade. Deus é Amor e só amor.
Diante da presença e da ação do Deus Trinitário, afogam-se as palavras, desfalecem as imagens e morrem as especulações. Só nos restam o silêncio, a adoração e a contemplação.
Para facilitar tal atitude, vamos ativar nossos sentidos interiores para que se deixem impactar pelo Ícone de Rublev: da Trindade pensada à Trindade adorada.
A Trindade não é fácil de ser representada. Aqui o artista representou-a na figura de três anjos peregrinos, assentados à mesa de Abraão.
O quê vemos neste ícone?
Três anjos, reconhecidos por suas asas, estão assentados em torno de uma mesa. Os três sustentam um cajado na mão (Trindade Peregrina).
Trata-se de uma representação do relato da hospitalidade de Abraão, que se encontra em Gênesis 18, quando o Senhor apareceu ao patriarca na planície de Mambré, sob a forma de três jovens.
Abraão os convidou a descansar e lhes ofereceu uma refeição. A tradição patrística viu nesses visitantes uma figura das três pessoas divinas.
Podemos nos aproximar do ícone a partir da beleza; num primeiro olhar, a divindade aparece revelando-se como uma grande luz que atrai e purifica.
A ausência de sombras no ícone quer fazer refletir a luz divina em tudo, situa-nos diante da santidade de Deus e nos convida a participar da luz da vida trinitária.
Tudo está no mesmo plano, o plano celestial; e, num olhar de fé, detrás da beleza de sua realidade sensível, o ícone nos remete mais além do visível, para a beleza das realidades divinas que representa e transmite; a razão emudece, o coração admira. Ou seja, não é a imagem em si mesma que nos eleva pelo que representa, mas aquilo para o qual ela aponta: o mistério trinitário ou o “excesso de Deus”.

2 – O que o texto diz para mim?

Em primeiro lugar, o ritmo ou movimento circular que parece invadir todos os elementos do ícone, convidando-me a entrar no mistério de Deus.
O movimento que, partindo do Pai, passa pelo Filho e se consuma no Espírito, é um movimento de amor sem fim.
Aqui, o ícone deixa transparecer o amor que une às três Pessoas divinas. Trindade é mistério de comunhão. É uma comunidade perfeita.
O ícone, através da reciprocidade dos olhares, evoca o eterno movimento de amor que une as três Pessoas divinas, no sentido de que nenhuma delas esgota em si mesma a existência, nem vive por si mesma, senão que subsiste num mistério de total compenetração que ao mesmo tempo as une e as diferencia.
Isso é sugerido também pelo movimento circular do rosto inclinado dos três anjos, eternamente jovens, sentados à mesa do universo, em torno ao alimento divino; rostos que são semelhantes sem ser realmente idênticos. A linha triangular dos rostos e o círculo dos corpos estilizados indicam um mistério de diversidade na unidade. Fundidos num êxtase que fala de unidade e de harmonia, os três rostos já dizem tudo.
Pouco importa se o Pai é sugerido pelo anjo do centro ou se, antes, há um movimento que vai da esquerda à direita: o personagem da esquerda indica ser o Pai; o do centro, o Filho; e o da direita, o Espírito Santo. As figuras do centro e da direita olham com rosto respeitoso e humilde para a da esquerda, que se mantém mais erguida que as outras duas, posto que o Pai é origem e princípio de tudo.

3 – O que a Palavra me leva a experimentar?

As três pessoas divinas, com efeito, tem a mesma atitude de abertura, de respeito, de súplica e de invocação.
Deles emana um mistério de eternidade, de amor, de quietude, de paz, de serenidade.
Esse movimento se manifesta igualmente ao fundo do quadro. A árvore se inclina para a esquerda do orante como se fosse submetida ao sopro de um vento forte. Ainda à esquerda se inclinam os planos cortados do teto do edifício. Tudo está em movimento, porque a vida é sair de si mesmo, é doar-se.
Esse ritmo exprime a circulação e a comunhão da mesma Vida divina entre as Três pessoas.
Mas a Trindade não se fecha em si mesma. O movimento expansivo expressa adoção, efusão, dom, generosidade e graça, que admite, convida o ser humano ao círculo divino.

4 – O que a Palavra me leva a falar com Deus?

Senhor, tudo se orienta, na fé, para o mistério, para o encontro D’Aquele que vem.
Curvando a árvore, o movimento circular da vida divina atinge a natureza.
Inclinando o teto do edifício, atinge a humanidade orante, a humanidade no que ela tem de mais elevado.
O mundo todo constitui, de certo modo, a periferia; as Três Pessoas divinas permanecem no centro.
Fixo, agora, nos traços das três pessoas.
Elas não tem idade e, no entanto, transmitem uma impressão de juventude.
Elas não tem gênero, no entanto elas unem o vigor à graciosidade.
As fisionomias e os gestos não foram “construídos” em vista do charme e, no entanto o charme que se desprende é imenso.
Rublev soube expressar de uma maneira única a eterna juventude e a eterna beleza das três pessoas.
Cada um dos três anjos leva nas mãos um cajado alongado e muito fino. É que cada pessoa divina é um viajante, um peregrino. O quadro ressalta a participação de toda a Santíssima Trindade no mistério da salvação. Os três cajados constituem uma declaração e uma promessa. Eles declaram que os três já vieram fazer morada na humanidade. Eles prometem que os três continuam, através da presença expansiva, a conduzir tudo para a plenitude. O quadro evoca, pois, o conselho das Três Pessoas divinas em vista da redenção do gênero humano.

5 – O que a Palavra me leva a viver?

O artista, com sua obra, não pretendia sugerir pensamentos, mas uma oração. A perspectiva do ícone é orante, pois me predispõe para “entrar” no mistério de Deus; também me convida a abandonar a lógica cotidiana do útil, para poder entrar na lógica da gratuidade, do espaço místico e cultual, do diálogo com Deus, até os cumes da adoração.
O ícone da Trindade de Rublev me recorda que não se trata de entender, ou de pensar e estudar o Mistério da Santa Trindade. O decisivo é viver o mistério a partir da adoração e da partilha fraterna.
É Deus quem toma a iniciativa de se aproximar dos seres humanos. Como foram até Abraão, a Trindade quer se aproximar também de mim. Dentro de mim habita um Abraão e uma Sara.
Que a contemplação deste quadro me coloque em contato mais profundo com as Três pessoas divinas para poder repetir, prostrada, as palavras de Abraão aos divinos visitantes na planície de Mambré: “Meu Senhor, se mereci teu favor, peço-te, não prossigas viagem sem parar junto a mim, teu servo”.
Se eu acolher as Três pessoas de todo coração, poderei, como Abraão, receber de sua boca a certeza de que essa experiência abençoada, longe de ser um episódio isolado, me será concedida de novo: “passarei de novo pela tua casa”. Só assim sentirei Vida brotar em minha vida, como irrompeu no seio de Sara. Não mais serei velha, estéril e infecunda. A fé faz rejuvenescer.
Que a contemplação do belo e do Santo faça brotar em mim a imagem de Deus que é Pai-Filho-Espírito.
Amém!

Fonte:
Bíblia Novo Testamento – Paulinas: João 3,16-18
Pe. Adroaldo Palaoro, sj – reflexão do Evangelho.
Desenho: Osmar Koxne

Sugestão:
Música: Santíssima Trindade – fx 09 (02:31)
Autor: Pe. Zezinho, scj
Intérprete: Pe. Zezinho, scj
CD: Nas asas da contemplação
Gravadora: Paulinas Comep

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