ANO A
Jo 2,1-11
Comentário do
Evangelho
Aquela que recebeu o favor de
Deus.
O apreço pela Mãe de Deus entre os fiéis católicos é tal que ela
assume os nomes dos lugares e situações em que a devoção tem origem (Fátima,
Lourdes, Aparecida). A maternidade de Maria e o seu papel no desígnio salvífico
de Deus só podem ser compreendidos à luz do mistério de Jesus Cristo. Maria é
tida no evangelho segundo Lucas como aquela que recebeu o favor de Deus. Tal
graça é a de gerar, segundo a carne, o Filho único de Deus (Lc 1,26-38).
Na releitura cristã de Ester para a festa de hoje,
a súplica da rainha pela vida do seu povo (Est 7,3) é figura de Maria que se
consagrou a Deus em favor do seu povo. Maria é para o cristão católico fiel
intercessora. Mais ainda, ela é modelo do discípulo, pois é a mulher que escuta
a palavra e a põe em prática.
Situado na parte do evangelho segundo João
denominada “livro dos sinais” (Jo 1–11), o relato das bodas de Caná é
considerado pelo próprio evangelista o “primeiro dos sinais” (v. 11), numa
série de sete sinais. Dizer que se trata do primeiro sinal significa que ele é
um sinal fundamental para compreender os demais. É preciso sempre ter presente
que o evangelho é fruto da experiência pascal dos discípulos. No centro do
relato está a pessoa de Jesus que inaugura os tempos messiânicos.
Característica do relato das bodas de Caná é que se trata de uma narração
simbólica e que, por isso, exige do leitor o esforço de ultrapassar a
materialidade do que é narrativamente descrito e do imediatamente dito. As
bodas evocam a Aliança de Deus com o seu povo (cf. Os 2,18-21; Ez 16,8; Is
62,3-5). Aliança passada e reiterada ao longo da história decorrida de Israel
(Noé, Abraão, Moisés) e Aliança nova e definitiva em Jesus Cristo (cf. Mc
14,22-25; Mt 26,26-29; Lc 22,19-20). O vinho, símbolo da alegria e da
prosperidade (Sl 104,15; Jz 9,13; Eclo 31,27-28; Zc 10,7), oferecido por Jesus
é melhor do que o primeiro (cf. v. 10). Isto significa que, em Jesus Cristo, a
Aliança atingiu a sua plenitude. A mãe de Jesus (vv. 1.3), que ele mesmo no
relato designa de “mulher” (v. 4) é símbolo de Israel que espera, confia,
suplica e vê realizada a promessa de salvação feita por Deus a seu povo. Na
tradição cristã, a Mãe do Senhor é ícone da Igreja.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, teu Filho Jesus ofereceu-nos o bom
vinho do teu amor e da tua graça. Que eu seja saciado por este dom celeste pelo
qual me chega a salvação.
Vivendo a Palavra
«Façam o que ele mandar.» A Mãe sente que é chegada a hora de entregar o Filho ao mundo. Abre mão do privilégio da convivência familiar em favor da missão, que ela pressentia, já estava pronta para acontecer. Maria é exemplo de desapego, de amor pelos irmãos e de entrega ao Plano do Pai Misericordioso a ser seguido por nós, que queremos ser Família de Deus.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg05.php
Reflexão
Jesus veio ao mundo para trazer a Boa Nova do
Reino de Deus e firmar a Nova e eterna Aliança entre Deus e os homens através
do mistério pascal. Assim, a água da purificação dos judeus, sinal do Antigo
Testamento que está para terminar, será substituída pelo vinho da Nova Aliança
que alegra os nossos corações e nos trás a salvação. E isso acontece numa festa
de casamento, sinal das núpcias do Cordeiro e prefiguração da Igreja como
esposa de Cristo. E o início de tudo foi a ação de Maria, que pede o milagre a
Jesus, mas que com sua adesão ao projeto de Deus, abriu caminho para o início
do Novo Testamento.
Recadinho
Você
pode dizer que Maria “guia seus passos?” Como? - Que lugar ocupa a devoção a
Maria em sua vida? - Que tipo de devoção a Maria mais lhe agrada? - Você sabe
transformar a ‘água da vida’ em ‘vinho novo’? - Você sabe ter sempre uma boa
palavra e dar um bom testemunho de vida sempre?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Comentário do Evangelho
ANTECIPANDO A
HORA DE JESUS
Embora o milagre em Caná focalize a pessoa de
Jesus, a de Maria tem também sua relevância. À primeira vista, sua presença,
nas bodas, tem apenas a função de explicar porque Jesus e seus discípulos
estavam ali presentes, como se o convite tivesse sido feito à família de Maria.
Uma leitura mais atenta, porém, revela a importância de sua atuação, no
desenrolar do milagre.
Maria
é quem percebe a situação constrangedora dos noivos, diante da iminência de
faltar vinho. Jesus é informado por meio dela, pedindo discretamente que
intervenha. A resposta de Jesus parece ser negativa, uma vez que lhe assegura
não ter chegado ainda a "hora" de se manifestar, publicamente, como
Messias. Sem abrir mão de seu intento, ela orienta os empregados a seguirem as
instruções de Jesus. Eles obedecem com inteira convicção. E o milagre
aconteceu. Maria fez Jesus antecipar sua "hora"!
A
piedade popular soube captar muito bem esta virtude de Maria. Por este motivo,
a tem como intercessora por saber ser ela um caminho seguro para chegar até o
Filho Jesus.
Sem
dúvida, o momento mais importante da intervenção de Maria, no contexto do
milagre, foi quando orientou os garçons para que seguissem à risca as ordens de
Jesus. Resume-se, aqui, o ideal de sua vida: ver todas as pessoas aderindo, pela
fé, a seu Filho.
Oração
Espírito Santo, revela-me a identidade profunda da Mãe do
Salvador, que reconhecemos como intercessora e caminho seguro para chegar a
Jesus.
(O comentário do
Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese
Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus todo-poderoso, ao rendermos culto à Imaculada
Conceição de Maria, mãe de Deus e senhora nossa, concedei que o povo
brasileiro, fiel à sua vocação e vivendo na paz e na justiça, possa chegar um
dia à pátria definitiva. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade
do Espírito Santo.
REFLEXÕES DE HOJE
DIA 12 DE OUTUBRO –DOMINGO
VEJA AQUI MAIS HOMILIAS
PARA O PRÓXIMO DOMINGO
http://homiliadominical2.blogspot.com.br/
12 de outubro – NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA
I. INTRODUÇÃO GERAL
Celebrar a festa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida,
padroeira do Brasil, significa contemplar aquela que soube orientar sua vida na
fidelidade ao projeto de Deus, defendendo e promovendo a vida do povo sofredor.
O seu protagonismo está explicitado nas três leituras da liturgia de hoje. A
primeira apresenta Ester. Atenta à difícil situação na qual se encontrava o
povo, com sua originalidade e ousadia, ela se propõe ser mediadora eficaz para
salvá-lo da opressão e da morte. . O Evangelho de João revela que o primeiro
sinal público de Jesus foi realizado com a mediação de Maria, atenta às
necessidades dos convidados de uma festa de casamento. O livro do Apocalipse
apresenta a mulher como geradora de vida nova num contexto de perseguição
violenta. A mulher, nos textos de hoje, retrata a comunidade de fé que se
mobiliza a favor do povo em situação de necessidade, proporcionando-lhe
condições de vida com paz e alegria. Tudo a ver com a celebração de Nossa
Senhora Aparecida, a nossa Mãe negra, que apareceu a pobres pescadores em 1717
num contexto de escravidão dos negros. O povo brasileiro guarda-lhe profunda
veneração. A solidariedade de Maria com as pessoas necessitadas e excluídas é
importante indicativo para todos os que desejam caminhar na vida como discípulos
e missionários de Jesus.
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1. I leitura (Est 5,1b-2; 7,2b-3): A mulher que salvou um povo
O livro de Ester, em sua
forma atual, situa-se pelo II século a.C. Os judeus encontram-se sob o domínio
grego. Os autores, porém, fazem uso de personagens da época da dominação persa
(538-333 a.C.), como Assuero (ou Xerxes), rei da Pérsia no séc. V a.C. Na
verdade, o livro é uma novela bíblica que reflete a situação do povo judeu num
contexto de opressão estrangeira. A identidade da nação judaica está sob ameaça
de destruição. Sabemos que a influência da ideologia grega no interior do
judaísmo foi grande e provocou resistências radicais, até com métodos violentos
como o da guerrilha dos macabeus. Também provocou grande dispersão de judeus
para fora da Palestina, obrigados a conviver num mundo com valores estranhos à
sua tradição de fé.
A história de Ester atualiza
a proposta do Êxodo. O povo oprimido pode mudar a história. Existem caminhos de
libertação que precisam ser abertos com inteligência e organização. Deus age
por meio das pessoas aparentemente fracas. Ester é uma das mulheres que, ao
longo da história de Israel, foram protagonistas de movimentos populares
capazes de transformação social: as parteiras do Egito, Míriam, Débora, Judite…
Leve-se em conta que, na época da redação do livro de Ester, as mulheres eram
oficialmente excluídas de qualquer estância decisória. Pertenciam à categoria
das pessoas impuras, conforme estabelecia o sistema sacerdotal de pureza. No
entanto, por essas pessoas, Deus suscita projetos de vida e salvação para o
povo.
Ester, fazendo uso de
seus atributos femininos, com sabedoria e coragem, toma a iniciativa de
enfrentar o poder que mata. O que a move não são interesses pessoais, mas a
libertação do povo. Sua estratégia demonstra maturidade e consciência. Mesmo
após conquistar a simpatia e a confiança do rei, a ponto de tornar-se rainha,
não se deixa arrastar pelas tentativas de cooptação da parte de quem domina.
Não aceita a oferta de riquezas; pelo contrário, usa agora de seu poder para
garantir a vida de seu povo. Ester encarna a liderança que não trai o seu povo.
Doa-se por inteiro e arrisca a vida para salvá-lo.
2. Evangelho (Jo 2,1-11): A mulher da nova aliança
O relato das bodas de
Caná constitui uma releitura da aliança que Deus realizou com o povo de Israel.
O compromisso de amor mútuo foi rompido por sucessivas infidelidades por parte
de Israel, desde a opção pela monarquia até a organização do sistema sacerdotal
de pureza. Não é por acaso que, logo após as bodas de Caná, Jesus se dirige ao
Templo, onde, profeticamente, denuncia a exploração ali instalada e anuncia um
novo Templo, que é ele próprio.
Na festa de casamento,
Jesus é apresentado como o esposo da nova humanidade. O sistema judaico,
organizado segundo os interesses de uma elite religiosa, esvaziou o sentido da
antiga aliança; já não responde ao amor de Deus. A imposição de um legalismo
excludente criou imenso vazio no coração do povo. Os seis potes vazios
representam as festas judaicas (o Evangelho de João apresenta seis delas), que
deveriam ser expressão de plena alegria pela presença amorosa e salvadora de
Deus. No entanto, estão vazias, perderam o verdadeiro conteúdo que saciaria a
sede que o povo tem de Deus.
A comunidade de João
manifesta sua fé em Jesus como Deus-esposo que vem resgatar (Caná significa
“adquirir”) sua esposa e oferecer-lhe o vinho do amor e da alegria. Essa festa
de casamento, portanto, é a celebração da nova aliança. A esposa é o novo povo
de Deus, formado pelas comunidades cristãs. A esposa é representada pela mãe de
Jesus. Por isso Jesus se dirige a ela chamando-a de “mulher”. Ela executa um
papel muito especial: percebe que naquela festa falta o essencial. Dirige-se a
Jesus, pois sabe que dele vem a solução: “Eles não têm mais vinho”. Jesus lhe
responde que sua hora ainda não chegou. O texto supõe que aquela
mãe-mulher-comunidade entendeu perfeitamente e, por isso, confia em Jesus:
“Fazei tudo o que ele disser”. Na cena seguinte, vemos Jesus-esposo dizendo de
modo imperativo aos que serviam: “Enchei os potes de água”, e depois: “Tirai e
levai ao mestre-sala”. Este provou sem saber de onde viera o melhor vinho.
Porém, “os que serviam estavam sabendo”. O vinho em abundância simboliza o dom
do amor de Deus para a humanidade. É a volta da plena alegria oferecida por
Deus, que celebra com seu povo a aliança definitiva.
João faz questão de
dizer que “esse foi o princípio dos sinais… e os discípulos acreditaram nele”.
Até a “hora de Jesus” – o momento de sua morte e glorificação –, vários outros
sinais serão por ele realizados. O tema da aliança contemplado no primeiro
sinal serve como chave de interpretação para todos os demais. No final do
evangelho, João vai dizer: “Esses sinais foram escritos para que vocês
acreditem que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. E para que, acreditando,
vocês tenham a vida em seu nome” (20,31). Nesse mesmo evangelho, Jesus
declarou: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (10,10).
A mãe de Jesus, que
aparece nas bodas de Caná como representante do novo povo de Deus, indica como
podemos ser fiéis à aliança com Deus: permanecendo atentos às necessidades do
povo, contando com a graça de Jesus presente no meio de nós e pondo-nos a
serviço do seu projeto de vida em abundância para todos.
3. II leitura (Ap 12,1.5.13a.15-16a): A mulher geradora de vida
nova
O capítulo 12 do
Apocalipse apresenta a situação de sofrimento pela qual passam as comunidades
cristãs no final do século I, sob a opressão do imperador Domiciano. A mulher e
o dragão representam dois projetos antagônicos: o de Jesus com as comunidades
cristãs e o do império romano. Percebe-se aqui uma evocação do texto de
Gênesis: “Porei hostilidade entre ti e a mulher, entre tua descendência e a
descendência dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”
(3,15).
A mulher é descrita como
“um grandioso sinal no céu, vestida com o sol, tendo a lua sob os seus pés e,
sobre a cabeça, uma coroa de doze estrelas”. São símbolos com profundo
significado. A mulher aparece no céu, irradiando a gloriosa luz divina,
revestida de grande poder cósmico. A coroa de doze estrelas tem relação com as
tribos de Israel e o novo povo de Deus nascido da féem Jesus Cristo.Amulher
também representa Maria, a mãe de Jesus, o verdadeiro rei de toda a humanidade
que subiu ao céu e está junto do trono de Deus.
O dragão é a antiga
serpente, isto é, aquele que introduz o mal e a morte no mundo. Persegue a
mulher e procura matá-la. O vômito do dragão atrás da mulher, tentando
afogá-la, é o império romano, que, com força e poder, faz submergir todo o povo
com sua ideologia. Não admite outros projetos. Por isso persegue especialmente
os seguidores de Jesus. A terra, porém, engole o vômito do dragão, salvando a
mulher. É a própria história que “engole” os impérios. Eles não são eternos;
não são absolutos. Dentro de si carregam o germe da própria destruição.
A mulher, portanto,
representa os pequeninos e fracos pelos quais Deus se manifesta ao mundo,
oferecendo vida e salvação. Maria de Nazaré gerou o Filho de Deus, nosso
salvador. As comunidades cristãs, seguidoras de Jesus, têm a missão de gerar
vida e dignidade no mundo. Essa missão contrapõe-se aos projetos de morte
impostos pelos poderosos. A mulher que, na fé e confiança em Deus, vence o
dragão é símbolo de todas as pessoas empenhadas na defesa e promoção da vida
contra todo tipo de opressão e exclusão.
III. PISTAS PARA REFLEXÃO
– Maria-mulher-mãe-esposa
promotora da vida. Os textos bíblicos que a Igreja apresenta nessa
liturgia especial em homenagem a Nossa Senhora Aparecida revelam o protagonismo
da mulher na defesa e promoção da vida do povo. Contra toda submissão e
passividade diante dos sistemas que oprimem, as mulheres se posicionam, agindo
em favor das vítimas do poder e abrindo caminhos de libertação. Elas
representam as comunidades cristãs e todas as pessoas de boa vontade que se
entregam pela causa da justiça, da fraternidade e da paz no mundo contra toda
opressão, mentira, corrupção… É oportuno refletir sobre os projetos antagônicos
no Brasil, caracterizando a ação do “dragão” e da “mulher” hoje.
– Deus se revela aos pequeninos e age
por meio deles… Nossa Senhora apareceu em 1717 a humildes
pescadores, num tempo de escravidão dos negros. Solidária com os escravos, ela
assumiu sua cor, sua dor e sua causa. Mãe de Deus, nossa mãe e companheira de
caminhada, Maria continua indicando a missão que devemos assumir para que não
venha a faltar o vinho do amor, do pão e da plena alegria para todas as
famílias brasileiras: “Fazei tudo o que ele vos disser”. O que esse apelo de
Nossa Senhora significa para nossas comunidades eclesiais?
12 de outubro –
NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA
DIZER NOSSA SENHORA
APARECIDA
Dizer Nossa Senhora
Aparecida já é uma prece, uma reza que brota do chão da vida. É uma oração de
confiança, de consolo, de esperança. Quando a boca diz “Nossa Senhora
Aparecida”, o coração do povo é confiança segura: a graça de Deus é a sua maior
riqueza. A segurança não está nas posses, no acúmulo de dinheiro, na compra do
carro do ano, na mansão de muitos cômodos e, por vezes, vazia de amor. Bem diz
a sabedoria popular: “Sou rico das graças de Deus”.
Dizer “Nossa
Senhora Aparecida” é sentir na própria vida o consolo da presença de Deus.
Trata-se de consolo nascido do encontro íntimo do divino com o humano. Esse
encontro não é mera divagação de ideias. É encontro com uma pessoa de verdade,
de carne e osso, viva! Em Jesus Deus se inclina, rebaixa-se para ficar perto de
nós. Dizer “Nossa Senhora Aparecida” é experimentar a presença de Jesus na
realidade do mundo e na história de cada pessoa.
Dizer “Nossa Senhora
Aparecida” é afirmar que somos o povo da esperança. Uma esperança capaz de
sonhar junto, de caminhar junto e ver o sonho nascer lindamente e
transformar-se em realidade. Tão lindo como o sol de um novo dia que desponta
ou como a lua em suas fases, sobretudo quando fica cheia e aparece esplendorosa
no céu, toda bela e gratuita. A esperança sempre teima e, ainda que haja medo
no caminho, ela insiste, por isso vence. O povo cristão nunca perde a
esperança.
Dizer “Nossa
Senhora Aparecida” é reunir a confiança, o consolo e a esperança numa única
palavra: amor. Aquele mesmo amor que move o coração da mãe de Jesus. Amor
principalmente pelos que nunca são amados, os mais pobres e marginalizados, que
têm no próprio corpo as marcas da crucificação. Dizer “Nossa Senhora Aparecida”
é combater todo tipo de ódio. Nada de alimentar rancor, nem daqueles que nos
causam algum mal. Dizer “Nossa Senhora Aparecida” é discordar dos que
criminalizam os pobres, falam mal da música, da dança, da fala dos humildes.
Dizer “Nossa Senhora Aparecida” é gritar contra todo preconceito, seja
político, cultural, étnico, sexual. Nenhum preconceito. Nenhum!
Dizer “Nossa
Senhora Aparecida” é não achar normal a morte estampada no jornal, humanos
jogados nas calçadas, lágrimas de mãe que perdem os filhos para as drogas.
Dizer “Nossa Senhora Aparecida” é não fazer dos pobres apenas estatística,
número frio, vidas baratas. Dizer “Nossa Senhora Aparecida” é
o grito dos sofredores: Somos humanos, dignos, temos sonhos, nossa vida é
preciosa como a sua.
Pe. Antonio Iraildo
Alves de Brito, ssp
Dia 12 – NOSSA
SENHORA APARECIDA
VIVA A MÃE DE DEUS
E NOSSA!
Maria, a mãe de
Deus, o qual se fez homem em Jesus para nos salvar, é chamada por nós com muito
carinho de Nossa Senhora. E ela, de fato é Nossa Senhora, não porque os
poderosos deste mundo a fizeram poderosa, mas porque foi escolhida por Deus
para uma missão especialíssima, ser a mãe do Salvador. Entretanto, mesmo tendo
missão tão importante para realizar, a mãe de Jesus se destacou por duas
atitudes importantes para todo ser humano, sobretudo para os cristãos: a
humildade o serviço.
O primeiro gesto de
humildade e serviço que prestou foi dizer ao mensageiro de Deus: “Eis a serva
do Senhor, faça-se em mim como você me disse” (Lc 1,38). Para expressar o
grande desejo de Maria de servir e a sua humildade, o evangelista Lucas narra
também como, logo depois de receber a notícia do anjo, ela foi servir sua prima
Isabel, grávida já havia seis meses. A beleza desse encontro e do serviço
prestado por Maria é coroada com o cântico chamado “Magnificat”, no qual a mãe
de Jesus louva a Deus que não se esquece dos humilhados e fez grandes
maravilhas em sua vida. Nesse mesmo cântico aprendemos que devemos chamá-la
“bem-aventurada”, feliz, agraciada.
Nossa Senhora
recebeu de Deus graças especiais, mas em sua humildade pôs essas graças a
serviço dos irmãos e irmãs. O episódio da festa de casamento em Caná da
Galileia (cf. Jo 2,1-12) é exemplo claro do serviço de Maria à Igreja. Ela é
aquela que está atenta às necessidades das pessoas e se põe à frente para
ajudar, de modo que as pessoas possam receber as graças de Jesus Cristo, seu
filho. Quando chamamos por Maria, ela nos leva a Jesus. Ensina-nos a fazer tudo
o que ele manda.
Pelo bem que nos
fez e nos faz, a mãe de Jesus é honrada no mundo inteiro, recebendo nomes,
títulos, coroas. No Brasil, nós a chamamos Nossa Senhora Aparecida, porque, por
meio de uma simples imagem de terracota, encontrada por pescadores, ela
expressou o cuidado que tem por seus filhos e filhas. A pesca milagrosa foi a
primeira de muitas outras graças que o povo brasileiro receberia daquela que se
tornou sua protetora, sua padroeira.
Que, olhando para a
imagem de Nossa Senhora Aparecida, as lideranças do nosso povo possam aprender
as virtudes da humildade e do serviço. Nossos políticos procurem, a exemplo de
Maria, dizer sim a tudo que faz bem ao povo; os ministros da Igreja estejam
atentos ao bem dos irmãos e irmãs; os pais e mães saibam cuidar dos filhos e
filhas de modo que cresçam com saúde e sabedoria.
Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós!
Pe. Claudiano Avelino dos Santos, ssp
12 de outubro: N.
Senhora Aparecida
O VINHO DA ALEGRIA
E DA ESPERANÇA
O casamento é sempre momento de festa e júbilo, símbolo mais expressivo
do amor e da comunhão de Deus com a humanidade. Em toda festa não pode faltar a
bebida. O vinho é sinal de alegria e de amor. Na Bíblia, o matrimônio
simboliza, no Primeiro Testamento, a relação de amor de Deus com a comunidade
e, no Segundo Testamento, a união do Mestre com a Igreja.
Conforme o Evangelho de João, a água transformada em vinho é o primeiro
sinal que Jesus realiza. Por sua intercessão, Maria move o coração do Filho e
contribui para que o sinal aconteça. Em João, Jesus não realiza milagres, mas
sinais, que apontam para algo profundo, além do que os olhos podem captar.
Nesse evangelho Jesus revela um Deus amigo. Não um Deus do castigo e do
medo ou de uma religião baseada apenas em leis, mas um Deus próximo e
misericordioso, que compartilha com seus filhos e filhas as alegrias e
preocupações e se compraz com uma religião do cuidado e da festa.
Nossas celebrações talvez necessitem muito ainda do “bom vinho” para
tornarem-se mais festivas, alentarem a vida e não se limitarem apenas a um
“Senhor, Senhor” sem alma e sem amor. Não há como seguir Jesus sem cuidar da
alegria e do amor entre as pessoas. É triste ver uma comunidade cristã sem
entusiasmo.
Neste dia especial para o povo brasileiro, que celebra sua padroeira,
com Nossa Senhora Aparecida queremos olhar nosso imenso Brasil e ver onde ainda
falta o bom vinho da alegria e da esperança. Ela nos faça perceber também quem
são os adversários do povo: os que não desejam que ele viva em festa e
otimismo, não permitem que cresça e conquiste dignidade e lhe roubam o direito
ao bem-estar e à felicidade Sim, de fato há muitos que desejam manter o povo
sem o “bom vinho” que dá alegria e esperança e faz vislumbrar um horizonte de
otimismo.
Pe. Nilo Luza, ssp
Reflexão:
Pistas para a reflexão:
I leitura: Ester é
mulher sensível aos problemas do povo.
II leitura: Maria é fonte
de inspiração para vencer o mal e gerar o projeto de Jesus.
Evangelho: Maria nos
ensina a ouvir e fazer o que Jesus pede.
DOMINGO, 12 DE OUTUBRO
DE 2014
Homilia da Solenidade de Nossa Senhora da
Conceição Aparecida, por Pe. Paulo Ricardo
Maria, medianeira de todas as graças
Neste Domingo, celebra-se, no Brasil, a
Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Todas as leituras
apresentam o mistério da intercessão de Maria Santíssima, culminando com o
Evangelho, que narra o milagre das bodas de Caná.
No começo desta reflexão, é importante
destacar que, quando se fala da mediação de Nossa Senhora, não se fala da mesma
coisa que fazem os santos, quando intercedem. A intervenção de Maria possui uma
peculiaridade, que está ligada ao seu papel único na obra da salvação. Desde o
início, a Igreja tem consciência de que, embora seja um só o redentor do gênero
humano, Jesus Cristo, essa redenção se operou com a colaboração direta da
Virgem Santíssima. É por isso que, assim como São Paulo chama Jesus de “novo
Adão” [1], a Igreja – por meio de padres como São Justino, Santo Inácio, Santo
Irineu, Tertuliano etc. – nunca hesitou chamar Maria de “nova Eva”, pois, assim
como um anjo visitou uma virgem, no Gênesis, para perder a humanidade, outro
anjo visitou outra virgem, na plenitude dos tempos, para salvá-la.
Por isso, pode-se chamar Maria de
“corredentora”. Assim como um fruto, ao mesmo tempo que vem de Deus, vem da
árvore de que foi colhida, a redenção dos homens foi feita por Nosso Senhor,
mas também por intervenção de Maria, que gerou a humanidade de Cristo.
É possível considerar a redenção sob
dois aspectos: objetiva e subjetivamente. Objetivamente, Cristo morreu e
derramou o Seu sangue por todos os homens, para que todos fossem salvos.
Subjetivamente, como “o cálice da salvação humana (...), se não for bebido, não
cura” [2], nem todos os homens de fato se salvam, não por um defeito do resgate
operado por Jesus, mas pelo mau uso da liberdade humana. Na redenção
objetivamente considerada, Maria Santíssima age como “corredentora”, pois,
estando aos pés da Cruz, entrega o seu Filho pela salvação humana; e,
subjetivamente falando, age como “medianeira de todas as graças”, já que, assim
como gerou Cristo uma vez em seu ventre, é ela quem O gera para sempre nas
almas. Como medianeira, a sua missão é justamente gerar os membros do Corpo
Místico de Cristo. Na Cruz, Nosso Senhor entrega todos os cristãos à sua
custódia, quando diz a São João: “Eis a tua mãe” [3].
Assim, absolutamente todas as graças
que vêm aos homens passam pelas mãos de Maria. Foi o que Nossa Senhora das
Graças revelou a Santa Catarina Labouré, em 27 de novembro de 1830, na França,
quando, estendendo as suas mãos para baixo, fez sair raios delas, demonstrando
a abundância de graças que irradia para todos os homens. Importa sublinhar que
Nossa Senhora é medianeira não por necessidade, mas simplesmente por privilégio
divino. Deus, onipotente, podia muito bem remir a humanidade de outro modo. No
entanto, escolheu precisar do consentimento de uma mulher, a Virgem Maria.
De fato, várias passagens do Velho
Testamento – como o trecho do livro de Ester, da primeira leitura, e o Salmo 44
– prefiguram a intermediação de Nossa Senhora na obra da salvação. No Novo
Testamento, então, são inúmeros os exemplos de sua ação providencial: na
Visitação [4], realiza-se o primeiro milagre da graça, quando, ao ouvir a voz
de Maria, São João Batista exulta no seio de Santa Isabel, a ponto de a
Tradição da Igreja dizer que, naquele momento, o santo precursor do Messias foi
perdoado do pecado original; nas bodas de Caná, lembradas neste Domingo, dá-se
o primeiro milagre na ordem da natureza, quando, por intercessão de Maria,
Jesus transforma a água em vinho; e, por fim, em Pentecostes, quando as
Escrituras dizem que os discípulos “perseveravam na oração em comum, junto com
algumas mulheres – entre elas, Maria, mãe de Jesus” [5], a oração da Virgem
Santíssima é providencial para a vinda do Espírito Santo sobre a Igreja.
Importa explicar, à luz da passagem do
casamento de Caná, que a oração da Virgem não age para “contrariar” a vontade
de Cristo. Santo Tomás de Aquino ensina que “não oramos para mudar o que foi
disposto pela providência divina, mas para que façamos o que Deus dispôs para
ser realizado devido à oração dos santos”; “a nossa oração não objetiva mudar
aquilo que foi disposto por Deus, mas conseguir d’Ele, pelas orações, o que Ele
dispôs” [6]. A oração de Nossa Senhora, de modo especial, foi escolhida por
Deus para mediar todas as Suas graças. E, embora essa verdade ainda não tenha
sido definida solenemente pela Igreja, todos os tratados tradicionais de
mariologia e os Papas do século XX falam de Maria como “medianeira de todas as
graças”. Também respaldam esse título as inúmeras manifestações de piedade e
amor à Virgem por parte do povo cristão, em todo o mundo, pelo que se confirma
o adágio: “lex orandi, lex credendi – a lei da oração é a lei da fé”.
Ao celebrar a solenidade da Virgem de
Aparecida, queremos pedir a sua intercessão por nosso país e colocá-lo debaixo
de seu manto, especialmente nestes dias de eleições. Embora a Igreja não se
deva meter em política partidária, é importante recordar o discurso do Papa
Bento XVI, há quatro anos atrás, no qual ele advertia que, “quando (...) os
direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores
têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas” [7].
Não se pode esquecer que o partido que nos governa tem feito muito, há muito
tempo, pela legalização do aborto e pela destruição da família.
Que Nossa Senhora Aparecida, Imperatriz
do Brasil, governe o destino de nossa nação!
Referências:
Cf. Rm 5, 17-18.
Sínodo de Quiercy, maio 853: DS 624.
Jo 19, 27.
Cf. Lc 1, 39-56.
At 1, 14.
Suma Teológica, II-II, q. 83, a. 2.
Liturgia de 12.10.2014 - Nossa Senhora Aparecida
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A Voz do Pastor - Solenidade de N.S. Aparecida - Domingo 12/10/2014
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arqrio
Fazei o que Ele vos disser.
Pai,
teu Filho Jesus ofereceu-nos o bom
vinho
do teu amor e da tua graça.
Que eu seja saciado por este dom
celeste
pelo qual me chega a salvação.
HOMILIA
JESUS VAI A UM
CASAMENTO Jo 2,1-11
“No terceiro dia”: eis que, desde o começo, o
Evangelista apresenta uma colocação temporal. Por que terceiro dia? O terceiro
dia, na tradição hebraica, era o dia da Aliança, quando Deus manifestou-se no
monte Sinai, segundo o livro do Êxodo. Portanto o evangelista coloca este
texto, desde o começo, na perspectiva da Aliança, porque, e veremos, vai propor
em Jesus a nova Aliança.
”Houve uma festa de casamento”. Sabemos que o
relacionamento entre Deus e o seu povo era simbolizado como um casamento: Deus
o esposo e Israel a esposa. “Em Caná da Galiléia, e a mãe de Jesus estava aí”.
Aparece pela primeira vez este personagem que depois repetido por três vezes,
porem sempre sem nome. Quando os evangelistas – sem dúvida S. João sabia que o
nome da mãe de Jesus era Maria – apresentam a figura de uma pessoa, porem sem o
nome dela, significa que são personagens representativos. E veremos qual é o
significado deste personagem que é a mãe de Jesus. Enquanto a mãe pertence a
este casamento, a esta aliança, Jesus não. Jesus foi convidado: “Jesus também
tinha sido convidado para essa festa de casamento, junto com seus discípulos”.
Eis agora o drama: “Faltou vinho”. No rito do
casamento, o momento alto era quando os esposos bebiam no mesmo copo de vinho; o vinho é o
símbolo do amor. Então, neste casamento, que é símbolo da aliança entre Deus e
o seu povo, falta a elemento mais importante: falta o amor. “Faltou vinho e a
mãe de Jesus lhe disse: ‘Eles não têm vinho’!“. A mãe não diz, como estamos
acostumados a ler nas velhas traduções “Não tem mais vinho”. O vinho nunca
esteve. E tampouco diz: “Não temos vinho”, porque o Israel fiel sempre
conservou com Deus este relacionamento de amor. Portanto sempre existiu o vinho
do amor. A mãe de Jesus se preocupa com a massa do povo “Não têm vinho” e
portanto chama a atenção de Jesus sobre a situação do povo.
“Jesus respondeu: "Mulher, que existe
entre nós? Quer dizer o que importa isso para mim e para você?” É bastante
estranho que Jesus fale desta forma chamando-a com o nome de “mulher” que se
usava para uma pessoa casada.
No evangelho de João, Jesus dirige sua palavra com este termo “mulher” a três personagens femininos que são as figuras das esposas da aliança. A primeira é esta que estamos comentando, é a mãe, é a esposa fiel do Antigo Testamento do qual provem o Messias o próprio Cristo, o próprio Jesus. A segunda é a samaritana a esposa infiel, a adúltera que o esposo reconquista com a oferta de um amor muito maior. Por fim a terceira será Maria de Mágdala – Madalena - a esposa da nova aliança. Portanto, Jesus se dirige com esta expressão para declarar o papel dela de esposa da aliança. “Minha hora ainda não chegou", a hora da aliança de Jesus será quando derramará o seu sangue na cruz. A nova aliança não será como a antiga, feita de sangue de touros, mas com o próprio sangue de Jesus, quer dizer do próprio filho de Deus. “A mãe de Jesus” – pela terceira vez aparece este termo – o numero três na simbologia hebraica significa o que é completo, o que está cheio – “disse aos que estavam servindo”: e aqui o evangelista usa o termo “diáconos” que significa não aqueles que devem servir, mas aqueles que servem livremente por amor e se colocam voluntariamente a serviço dos outros. "Façam o que ele mandar." As palavras da mãe de Jesus, a sua ordem, repetem aquilo que o povo disse a Moisés depois da aliança” Tudo o que o Senhor mandar fazer nós o faremos”.
“Havia aí seis potes de pedra”, o numero sete indica a totalidade, o numero seis indica a imperfeição. Portanto, há algo de imperfeito. Estes potes pois, são de pedra e não de barro, portanto pesados, imóveis. Para que deviam servir estes potes? “Para os ritos de purificação dos judeus”. No texto original não existe a palavra ‘rito’. Fala-se simplesmente de “purificação dos judeus”. Eis aqui, no centro do episódio, o evangelista aponta o motivo pelo qual falta o amor. Porque falta o amor? Porque um relacionamento com Deus alicerçado só sobre a observância da lei fazia sentir o povo sempre indigno, sempre culpado... E sabemos quando nos sentimos sempre culpados, não podemos experimentar o amor de Deus. Eis o problema que existe neste casamento onde falta o vinho, falta o amor: é a purificação quer dizer uma religião, uma lei que fazia sempre sentir as pessoa indignas e sempre culpadas. Alem do mais, o evangelista afirma que deviam conter seiscentos litros ou mais e portanto sempre esta capa pesada da purificação.
No evangelho de João, Jesus dirige sua palavra com este termo “mulher” a três personagens femininos que são as figuras das esposas da aliança. A primeira é esta que estamos comentando, é a mãe, é a esposa fiel do Antigo Testamento do qual provem o Messias o próprio Cristo, o próprio Jesus. A segunda é a samaritana a esposa infiel, a adúltera que o esposo reconquista com a oferta de um amor muito maior. Por fim a terceira será Maria de Mágdala – Madalena - a esposa da nova aliança. Portanto, Jesus se dirige com esta expressão para declarar o papel dela de esposa da aliança. “Minha hora ainda não chegou", a hora da aliança de Jesus será quando derramará o seu sangue na cruz. A nova aliança não será como a antiga, feita de sangue de touros, mas com o próprio sangue de Jesus, quer dizer do próprio filho de Deus. “A mãe de Jesus” – pela terceira vez aparece este termo – o numero três na simbologia hebraica significa o que é completo, o que está cheio – “disse aos que estavam servindo”: e aqui o evangelista usa o termo “diáconos” que significa não aqueles que devem servir, mas aqueles que servem livremente por amor e se colocam voluntariamente a serviço dos outros. "Façam o que ele mandar." As palavras da mãe de Jesus, a sua ordem, repetem aquilo que o povo disse a Moisés depois da aliança” Tudo o que o Senhor mandar fazer nós o faremos”.
“Havia aí seis potes de pedra”, o numero sete indica a totalidade, o numero seis indica a imperfeição. Portanto, há algo de imperfeito. Estes potes pois, são de pedra e não de barro, portanto pesados, imóveis. Para que deviam servir estes potes? “Para os ritos de purificação dos judeus”. No texto original não existe a palavra ‘rito’. Fala-se simplesmente de “purificação dos judeus”. Eis aqui, no centro do episódio, o evangelista aponta o motivo pelo qual falta o amor. Porque falta o amor? Porque um relacionamento com Deus alicerçado só sobre a observância da lei fazia sentir o povo sempre indigno, sempre culpado... E sabemos quando nos sentimos sempre culpados, não podemos experimentar o amor de Deus. Eis o problema que existe neste casamento onde falta o vinho, falta o amor: é a purificação quer dizer uma religião, uma lei que fazia sempre sentir as pessoa indignas e sempre culpadas. Alem do mais, o evangelista afirma que deviam conter seiscentos litros ou mais e portanto sempre esta capa pesada da purificação.
E agora a intervenção de Jesus: “Encham de água
esses potes”. Os potes não vão conter nunca a água da purificação. Será o
próprio Jesus que irá fornecer a verdadeira água da purificação. "Agora
tirem e levem ao mestre-sala". Aparece pela primeira vez um personagem
importante que é o mestre-sala. Nestes almoços que podiam ter a duração de uns
dias, havia um encarregado que devia vigiar o desenrolar da festa e , sobretudo
devia ficar atento às provisões. No entanto este personagem importante não
percebe que está faltando vinho.
Os chefes não se dão conta da situação do povo, que está sem amor. Para eles não interessa. No entanto Jesus diz: ”Agora tirem e levem ao mestre-sala". E eles levaram. “Este provou a água transformada em vinho”; os odres não conterão nunca vinho, símbolo do Espírito que Jesus vai efundir, mas a água se torna vinho quando é haurida dos potes. De fato o texto diz: “Os que serviam estavam sabendo, pois foram eles que tiraram a água”, portanto nos odres tem água, mas quando sai se transforma em vinho, porque o vinho é o dom de Jesus. É a nova aliança alicerçada sobre o amor.
Os chefes não se dão conta da situação do povo, que está sem amor. Para eles não interessa. No entanto Jesus diz: ”Agora tirem e levem ao mestre-sala". E eles levaram. “Este provou a água transformada em vinho”; os odres não conterão nunca vinho, símbolo do Espírito que Jesus vai efundir, mas a água se torna vinho quando é haurida dos potes. De fato o texto diz: “Os que serviam estavam sabendo, pois foram eles que tiraram a água”, portanto nos odres tem água, mas quando sai se transforma em vinho, porque o vinho é o dom de Jesus. É a nova aliança alicerçada sobre o amor.
“Este provou a água transformada em vinho, sem
saber de onde vinha e exclama: “Todos servem primeiro o vinho bom e, quando os
convidados estão bêbados, servem o pior. Você, porém, guardou o vinho bom até
agora."
Senhor Jesus, que Maria me conduza sempre a ti
e me leve a descobrir em ti o caminho da salvação que o Pai nos ofereceu.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
HOMILIA
Que Nossa Senhora da
Conceição Aparecida abençoe a nossa pátria
Que Nossa Senhora da Conceição
Aparecida abençoe nossos jovens, nossas famílias, nossas crianças e nossa
pátria neste momento tão difícil e importante!
“Sua mãe disse aos que estavam
servindo: ‘Fazei o que ele vos disser!’” (João
2,5).
Amado irmão e irmã em Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o
domingo hoje amanhece para nós no esplendor e na graça de celebrarmos Nossa
Senhora da Conceição Aparecida, a Padroeira de toda a nação brasileira, Mãe de
todos os brasileiros.
Se há uma coisa que nos
faz nos orgulhar de sermos filhos desta pátria é pela Mãe que temos! Maria que
assume o rosto, que assume a face da Senhora Aparecida, é a Mãe de todos nós.
Aquela história maravilhosa dos pescadores que encontraram a imagem da Virgem
Maria – primeiro o corpo, depois a cabeça e por fim a graça daquela pesca
abundante, o que nos remete justamente ao Evangelho de hoje, no qual narra que
faltou o vinho no casamento. Eles encontraram primeiro Maria, o coração, a
cabeça e a compreensão da Mãe, que viu que não havia mais vinho. Uma vez que
numa festa de sete dias o vinho já havia acabado, esta corria o risco também de
acabar. Que tragédia e que dor se isso acontecesse!
Maria Santíssima é
aquela que intercede, é aquela que faz a ponte junto ao seu Filho Jesus, ela
mesma disse: “Eles não têm mais vinho”. Quando Jesus diz a ela: “A minha hora
ainda não chegou” é porque ainda não era o momento [de cumprir Sua missão], mas
Ele entende o pedido e a intercessão da Mãe. Maria diz aos serventes: “Fazei
tudo o que ele vos disser”.
A Mãe olha para todos
nós hoje, seus filhos e filhas, filhos de Deus, para todos nós discípulos de
Jesus e nos diz: “Faça tudo o que Jesus disser”. O grande milagre da vida é
isso, o grande ensinamento de Maria, da Mãe de Deus, para nós é fazer tudo o
que Jesus nos disser e estarmos atentos à hora da graça, ao Kairós de Deus em
nossa vida.
Eles [os serventes]
encheram as talhas como Jesus havia mandado, e sabemos que a graça transbordou
e a água foi transformada em vinho.
Maria, a Mãe de Deus, nossa intercessora, a medianeira de todas as
graças, quer hoje nos ensinar a ouvirmos a voz do seu Filho, a sermos dóceis e
obedientes a Ele. Nossa Senhora intercede por nós, ela pede pelas nossas
necessidades, é como a rainha Ester, medianeira do seu povo – como ela tem sido
a medianeira de todo o povo brasileiro.
Que a Mãe de Deus, Nossa
Senhora da Conceição Aparecida, abençoe a nossa pátria, abençoe nossos jovens,
abençoe nossas famílias, abençoe nossas crianças e abençoe o Brasil neste
momento tão difícil e importante que ele vive. E nos aponte o caminho para que
o Brasil seja cada vez mais uma terra abençoada e próspera, e seja sempre a
terra de Santa Cruz.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. https://www.facebook.com/rogeraraujo.cn
LEITURA ORANTE
Jo 2,1-11- Em Caná - Festa de N.S. Aparecida
Preparo-me para a Leitura Orante,
rezando com todos os que navegam pela web:
Em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo.
Espírito Santo
que procede do Pai e do Filho,
tu estás em mim, falas em mim,
rezas em mim, ages em mim.
Ensina-me a fazer espaço à tua
palavra,
à tua oração,
à tua ação em mim
para que eu possa conhecer
o mistério da vontade do Pai.
Amém.
1. Leitura
(Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o
texto: Jo 2,1-11- O casamento em Caná.
Dois dias depois,
houve um casamento no povoado de Caná, na região da Galileia, e a mãe de Jesus
estava ali. Jesus e os seus discípulos também tinham sido convidados para o
casamento. Quando acabou o vinho, a mãe de Jesus lhe disse:
- O vinho acabou.
Jesus respondeu:
- Não é preciso que
a senhora diga o que eu devo fazer. Ainda não chegou a minha hora.
Então ela disse aos
empregados:
- Façam o que ele
mandar.
Ali perto estavam
seis potes de pedra; em cada um cabiam entre oitenta e cento e vinte litros de
água. Os judeus usavam a água que guardavam nesses potes nas suas cerimônias de
purificação. Jesus disse aos empregados:
- Encham de água
estes potes.
E eles os encheram
até a boca. Em seguida Jesus mandou:
- Agora tirem um
pouco da água destes potes e levem ao dirigente da festa.
E eles levaram.
Então o dirigente da festa provou a água, e a água tinha virado vinho. Ele não
sabia de onde tinha vindo aquele vinho, mas os empregados sabiam. Por isso ele
chamou o noivo e disse:
- Todos costumam
servir primeiro o vinho bom e, depois que os convidados já beberam muito,
servem o vinho comum. Mas você guardou até agora o melhor vinho.
Jesus fez esse seu
primeiro milagre em Caná da Galileia. Assim ele revelou a sua natureza divina,
e os seus discípulos creram nele.
Jesus, sua mãe e seus discípulos
participam de uma festa de casamento no povoado de Caná, na Galileia. O
casamento reúne muitas pessoas.
É neste ambiente que Jesus faz o seu
primeiro milagre. Por este sinal, diz o Evangelho, os discípulos crêem nele.
No Antigo Testamento, o
matrimônio era símbolo do amor de Deus pela comunidade; era símbolo
da união do Messias com a Igreja, como diz São Paulo: “Cristo amou a Igreja e
deu a vida por ela” (Ef 5,25). O vinho é dom do amor e símbolo do Espírito.
Acabar o vinho era um mal sinal. À preocupação de Maria – “O vinho acabou” -,
Jesus dá uma resposta que parece uma repreensão – “Não é preciso que a senhora
diga o que eu devo fazer”. Porém, passa a ideia de que não é preciso que Maria
diga o que ele deve fazer. Maria acredita nele, por isso, diz aos empregados:
“Façam o que ele mandar”. E assim foi feito. Os empregados, seguindo o conselho
de Maria, obedecem a Jesus. Enchem os seis potes de pedra de água. Ao levar ao
dirigente da festa um pouco da água destes potes, ela havia se transformado em
vinho. Esta mudança da água em vinho simboliza a passagem da velha à nova
economia. O vinho novo é melhor. Esta é missão de Maria: dar o vinho novo,
Jesus, à humanidade e levá-la até Ele.
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
A cena de Caná ilustra ainda hoje o papel de
Maria na Igreja: dar Jesus ao mundo e apresentar o mundo a Jesus. Hoje também,
Maria nos diz como disse aos servos: “Façam o que ele mandar”. Quem vai a Jesus
por indicação de Maria não fica decepcionado.
Em Aparecida, os bispos afirmaram: “Com os olhos postos
em seus filhos e em suas necessidades, como em Caná da Galileia, Maria ajuda a
manter vivas as atitudes de atenção, de serviço, de entrega e de gratuidade que
devem distinguir os discípulos de seu Filho. Indica, além do mais, qual é a
pedagogia para que os pobres, em cada comunidade cristã, “sintam-se como em sua
casa”. Cria comunhão e educa para um estilo de vida compartilhada e solidária,
em fraternidade, em atenção e acolhida do outro, especialmente se é pobre ou
necessitado. Em nossas comunidades, sua forte presença tem enriquecido e
seguirá enriquecendo a dimensão materna da Igreja e sua atitude acolhedora, que
a converte em “casa e escola da comunhão” e em espaço espiritual que prepara
para a missão” (DAp 272).
É assim que assumo a Palavra de Deus?
Também eu me distingo pelo “estilo de vida compartilhada e solidária, em
fraternidade, em atenção e acolhida do outro, especialmente se é pobre ou
necessitado”?
3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, com os bispos em Aparecida:
“Louvamos ao Senhor
Jesus pelo presente de sua Mãe Santíssima, Mãe de Deus e Mãe da Igreja na
América Latina e do Caribe, estrela da evangelização renovada, primeira
discípula e grande missionária de nossos povos.” (DAp 25).
E cantamos com Pe.
João Carlos:
Estavas lá
Estavas lá
Quando
Deus o seu anjo enviou
De
Isabel, o ventre abençoou
Tu,
Maria, estavas lá!
Quando o idoso profeta Simeão
Avisou
que chegara a salvação
Tu,
Maria, estavas lá!
Estavas lá
Mãe do Senhor
Conosco estás
Ó
Mãe do Amor.
Quando
a água em vinho se tornou
E
em Caná, Jesus se revelou
Tu,
Maria, estavas lá!
Quando
a cruz, o teu filho carregou
No
calvário, o cordeiro se imolou
Tu,
Maria, estavas lá!
Estavas lá
Mãe do Senhor
Conosco estás
Ó
Mãe do Amor.
Quando
o Espírito Santo de Deus
Como
fogo a Igreja recebeu
Tu,
Maria, estavas lá!
Quando
a Igreja sofreu perseguição
E
implorou por tua proteção
Tu,
Maria, estavas lá!
Estavas lá
Mãe do Senhor
Conosco estás
Ó
Mãe do Amor.
Vídeo: http://youtu.be/ns1ZentvRLo
4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da
Palavra?
Meu novo olhar é como o de Maria voltado para as
necessidades de meus irmãos e fixos em Jesus que é capaz de salvar a
comunidade, a família, a Igreja de qualquer constrangimento, carência ou
necessidade.
Como diz o papa Francisco: "Maria
deixou-se conduzir pelo Espírito, através dum itinerário de fé, rumo a uma
destinação feita de serviço e fecundidade. Hoje fixamos n’Ela o olhar, para que
nos ajude a anunciar a todos a mensagem de salvação e para que os novos
discípulos se tornem operosos evangelizadores." (EG 287).
Bênção Bíblica
O Senhor nos abençoe e nos guarde!
O Senhor nos mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de nós!
O Senhor nos mostre seu rosto e nos conceda a paz!’ (Nm 6,24-27)
Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
O Senhor nos mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de nós!
O Senhor nos mostre seu rosto e nos conceda a paz!’ (Nm 6,24-27)
Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Ir. Patrícia Silva, fsp
patricia.silva@paulinas.com.br
patricia.silva@paulinas.com.br
Oração Final
Pai Santo, faze-nos sábios
para discernir os valores. Que privilegiemos os que são permanentes e pertencem
ao teu Reino, e os usemos, com os bens que passam, para ajudar os companheiros
desta vida a encontrar o Caminho, a Verdade e a Vida – o Cristo Jesus, teu
Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
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