1474-1566
Bartolomeu de Las Casas
nasceu em Sevilha, na Espanha, no ano de 1474. Seu pai era um mercador da
esquadra de Colombo, na segunda viagem ao novo continente. Estudou na
Universidade de Salamanca, onde se graduou em direito. Foi para a América como
conselheiro legal do governador, chegando, em 15 de abril de 1502, na ilha
Espanhola.
Como a maioria, Bartolomeu estava motivado pelo
espírito aventureiro e explorador de riquezas, logo se adaptando ao estilo de
vida influente dos colonizadores. No início, aceitou o ponto de vista
convencional quanto à exploração da população indígena. Ele também participou
dos ataques contra as tribos, e os escravizava em suas plantações.
Depois viajou para Roma, onde terminou os estudos
e ordenou-se sacerdote em 1507. A rainha Isabel, chamada "a
católica", da Espanha, considerava a evangelização dos índios a
justificativa mais importante para a expansão colonial. Insistia para que os
sacerdotes e frades estivessem entre os primeiros a fixarem-se na América. Em
1510, Bartolomeu de Las Casas retornou à ilha Espanhola, agora como
missionário, para combater o tratamento cruel e desumano dado aos índios pelos
colonizadores.
Para defender os índios no novo continente,
Bartolomeu viajou várias vezes à Espanha, apelando aos oficiais do governo e a
todos que o quisessem ouvir. Desde que ingressou na vida religiosa dominicana,
ele se dedicou à causa indígena em defesa da vida, da liberdade e da dignidade.
Lutou, também, para que tivessem direitos políticos, de povos livres e capazes
de realizar uma nova sociedade, mais próxima do Evangelho.
A prioridade, para Bartolomeu, era a
evangelização. Com tal propósito, viajou pela América Central fazendo um
trabalho pioneiro, registrando tudo em seus diários. Foi perseguido pelos
colonizadores espanhóis de São Domingos, Peru, Nicarágua, Guatemala e do
México. Neste último país, foi nomeado bispo aos setenta anos de idade, em
1544. Mas ficou apenas três anos em Chiapas, sempre perseguido pelos espanhóis.
Em 1547, partiu da América para não mais voltar.
Regressou à Espanha, continuando lá a defesa dos índios, quando corrigiu e publicou
seus escritos, todos se contrapondo à política colonial. Porém suas idéias
foram contestadas na América e também na Espanha. Tanto que, em 1552, suas
obras foram censuradas e proibidas para leitura.
Morreu aos noventa e dois anos de idade no Convento
Dominicano de Atocha, no dia 17 de julho de 1566, em Madri, Espanha. Muito
querido do povo mexicano, seu nome, hoje, é lembrado como um dos maiores
humanistas e missionários da história do cristianismo.
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