domingo, 15 de dezembro de 2013

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 15/12/2013

15 de Dezembro de 2013

ANO A


Mt 11,2-11

Comentário do Evangelho

A alegria da vinda do Messias

Terceiro domingo do Advento – domingo gaudete, domingo em que todos somos chamados a suplicar e viver a alegria da proximidade do nascimento do Verbo que assumiu a nossa humanidade: “Alegrem-se o deserto e a terra seca… Dizei aos aflitos: Coragem! Nada de medo! Aí está o vosso Deus […], ele vem para vos salvar” (Is 35,1.4).
As obras de Cristo são desconcertantes até para João Batista. Elas exigem discernimento para poder reconhecer o tempo da visita salvífica de Deus e acolhê-lo com alegria. Por isso João, estando na prisão (v. 2), envia alguns dentre os discípulos para perguntar a Jesus: “És tu, aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” (v. 3). Jesus responde sobre a base do texto do profeta Isaías: “... cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são curados, surdos ouvem, mortos ressuscitam e aos pobres se anuncia a Boa-Nova” (vv. 4-5; cf. Is 35,5-6). A resposta de Jesus a João é suficiente para que este reconheça que o “hoje” da salvação se realiza nas palavras e em tudo o que Jesus faz. Em outros termos, Jesus é o Messias, não é preciso esperar outro. Os discípulos de João retornam a ele para comunicar não só a resposta de Jesus, mas também aquilo de que eles mesmos são testemunhas: a vida vai sendo transformada pela presença do Senhor. É a vez de Jesus dar testemunho de João. É preciso não se deixar levar pela aparência – João é mais que um profeta, é o precursor do Messias (cf. v. 10): “... entre todos os nascidos de mulher não surgiu quem fosse maior” (v. 11).
É tempo de firmar o coração, pois a vinda do Senhor está próxima (cf. Tg 5,8). Alegrai-vos!
Carlos Alberto Contieri, sj
ORAÇÃO
Pai, dá-me discernimento para reconhecer a condição messiânica de teu Filho Jesus, enviado para devolver a esperança ao coração da humanidade abatida pelo sofrimento.

Vivendo a Palavra

Os homens dos nossos dias estão nos perguntando: a Igreja que vocês vivem é a Igreja de Jesus – ou devemos procurar outra? Será que nós podemos responder como o Mestre, lembrando a profecia: ‘Vejam como nós anunciamos a Boa Notícia do Reino de Deus aos pobres; ajudamos os cegos a enxergar; os coxos a andar; os doentes a sarar e os aflitos a esperar no Senhor’?

Recadinho


Quem é grande para o Reino de Deus? - João Batista mostrou para o povo quem era Jesus e indicou os prodígios que ele realizava.
Procuro mostrar a meu próximo quem é Jesus em minha vida? - É difícil? - Será que não vejo os doentes que são curados?
Não vejo quantos que eram surdos para as coisas de Deus e passaram a ouvi-lo?
Não sinto a ação de Deus em minha vida?

Comentário do Evangelho

AS OBRAS DO MESSIAS

Ao ser interrogado a respeito de sua condição messiânica, Jesus não se perdeu em longas considerações teóricas para justificar sua identidade e missão de Messias. Sugeriu que referissem a João Batista, cujos emissários tinham sido enviados para questioná-lo, tudo quanto estava realizando e que era de conhecimento público. Por obra sua, os cegos recuperavam a vista, os paralíticos punham-se a caminhar, os leprosos viam-se livres de sua enfermidade, os surdos passavam a ouvir, os mortos voltavam à vida, os pobres escutavam a Boa-Nova do Reino.
Tratava-se, portanto, de fazer um discernimento sobre a prática de Jesus e reconhecer sua verdadeira identidade. Uma simples resposta positiva, mesmo saindo da boca de Jesus, seria insuficiente. Outros, antes dele, já haviam se apresentado com pretensões messiânicas, autoproclamando-se messias. E todos falsos messias. Jesus seguiu um caminho contrário: revelava sua condição messiânica com suas obras.
Os fatos indicados aos discípulos do Batista eram simbolicamente importantes, pois correspondiam às obras atribuídas pelos antigos profetas ao Messias vindouro. Todos eles tinham a ver com a restauração da vida e da dignidade humana, com a superação da marginalização social e religiosa, com a recuperação da esperança nos corações abatidos. Tudo isto era sinal de que o Reino estava irrompendo na história humana, por obra do enviado de Deus.
Oração
Pai, dá-me discernimento para reconhecer a condição messiânica de teu Filho Jesus, enviado para devolver a esperança ao coração da humanidade abatida pelo sofrimento.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus de bondade, que vedes o vosso povo esperando fervoroso o natal do Senhor, daí chegarmos às alegrias da salvação e celebrá-las sempre com intenso júbilo na solene liturgia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

REFLEXÕES DE HOJE


15 de DEZEMBRO - DOMINGO


Liturgia comentada

Ou devemos esperar por outro? (Mt 11,2-11)
João Batista está preso. Intui que não sairá vivo do cárcere. Ele pretende encaminhar seus discípulos para Jesus. Daí a decisão de enviá-los ao Mestre com esta pergunta: “És tu o que há de vir [o Messias]? Ou devemos esperar por outro?”
Esta foi a pedagogia de João. Ele bem sabia que Jesus era o Messias, mas era preciso que seus discípulos testemunhassem pessoalmente os “sinais” anunciados pelos profetas: os cegos vendo, os surdos ouvindo, paralíticos andando, a Boa Nova anunciada aos pobres...
Ao longo dos séculos, Israel esperou pelo Messias. Um povo que não girava em círculos, mas vivia uma história que seguia em linha reta para o futuro, até que os tempos ficassem maduros e viesse o Ungido do Senhor. Por isso mesmo, a pergunta de João Batista era essencial para encontrar o sentido da existência: “És tu o que há de vir?”
Como observa Lev Gillet, “a oração cristã durante o tempo do Advento poderia resumir-se em uma só palavra: ‘Vem!’ É o ‘Vem, Senhor Jesus!’ que encerra o Apocalipse. Se este grito de apelo é pronunciado por nós com sinceridade e fervor, ele se torna uma verdadeira ascese. De fato, a esperança e expectativa do Senhor assumem então um lugar crescente em nossa alma. [...] Ele devia dar à nossa oração, no decorrer do Advento, sua tonalidade especial. Possamos nós, a cada dia do Advento, proferir este apelo de modo cada vez menos imperfeito!”
Enquanto isso, de costas para o Senhor que vem, uma grande multidão prefere esperar por “outro”: um filósofo da moda, um novo líder político, um astro do mundo pop, um craque da bola. Nestes estaria a “salvação” - ainda que esta palavra seja evitada. Deles viria a alegria, o júbilo, o sentido da existência. Por eles, grandes “sacrifícios” são realizados: gastos materiais, esforços, romarias artísticas e esportivas, extremados gestos de culto e adoração, sem economizar sangue e suor.
O cristão é diferente. Ele sabe que “não existe debaixo dos céus outro Nome dado à humanidade pelo qual devamos ser salvos” (At 4,12). Por isso mesmo, não se deixa iludir pelos falsos “messias” do mundo pagão e não corre atrás de suas promessas e de seus paraísos terrestres.
Vamos permanecer sobre a muralha: vigias à espera da aurora...
Orai sem cessar: “Só em Deus repousa a minha alma.” (Sl 62,2)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br

15 de dezembro – 3º DOMINGO DO ADVENTO

A VINDA DO SENHOR SE APROXIMA

I. INTRODUÇÃO GERAL

As leituras de hoje têm um tom festivo. O destaque vai para os que se escandalizam com as ações de Jesus porque esperavam um messias rigoroso. A práxis de Jesus, ao contrário do que se esperava, está alicerçada na misericórdia, portanto sua mensagem é uma boa notícia que alegra e anima aqueles que estavam sobrecarregados com o peso do sofrimento.
Na primeira leitura, o profeta nos encoraja a confiar no Deus fiel que está empenhado em redimir o seu povo. E a carta de Tiago nos pede paciência para suportar as demoras de Deus.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Mt 11,2-11): És tu aquele que deveria vir?

Nesse terceiro domingo do advento, o evangelho destaca as ações de Jesus como testemunho de que ele é o Messias. A pergunta: “És tu, aquele que há de vir, ou devemos espera outro?” (v. 3), revela uma dúvida sincera e profunda. João havia anunciado a vinda do reino de Deus como um julgamento, simbolizado pelo machado e pelo fogo, ou seja, a pregação de João sobre o Messias enfatizava o juízo final (cf. 3,1-10). A pregação de Jesus era diferente, e isso causou espanto em João, talvez Jesus não fosse o Messias, cogitava ele.
A maneira como Jesus contestou a pergunta de João é muito mais convincente do que uma resposta direta. Em vez de dizer que sim, fez algo melhor. Ofereceu aos discípulos de João evidências irrefutáveis de sua identidade. Em sua resposta, Jesus faz referência aos sinais que realizou (cf. Mt 8-9). Esses sinais, à luz dos oráculos proféticos (Is 35,5-6; 42,18; 61,1), revelam melhor que qualquer outra resposta que Jesus é o Messias, o esperado por Israel.
No entanto, a resposta de Jesus não é uma afirmação formal de messianidade. Alude a alguns fenômenos que, no AT e no judaísmo, eram característicos da era messiânica.
A resposta de Jesus também expressa que sua mensagem é uma boa notícia. O messianismo e a compreensão de João sobre o fim dos tempos necessitavam ser corrigidos pela proclamação de Jesus. Sua messianidade não consiste em um juízo escatológico de ira, nem na instauração de um império sobre todos dos reinos da terra, nem numa guerra de extermínio contra todos os inimigos do povo eleito. A messianidade que aqui se sugere consiste em distribuir bênçãos. Por isso, Jesus convida João a olhar os sinais e perceber, neles, a ação salvífica de Deus em prol do seu povo.

2. I Leitura (Is 35,1-6a.10): Ele vem para salvar

O texto de Isaías é um hino de alegria pela redenção de Sião (Jerusalém) que simboliza o povo da aliança exilado na Babilônia (587-538 a.C.). Esse hino é marcado por vários temas do êxodo, a saída do Egito. Isso significa que o profeta quer inculcar nos leitores a ideia de que o retorno do exílio é um novo êxodo. O texto começa com o anúncio de uma festa que chega até o deserto mediante a travessia dos exilados, numa peregrinação santa de volta à terra de Israel.
No grupo que sai em viagem há pessoas frágeis, vacilantes, medrosas (v. 3-4), mas também há quem esteja mais seguro e, por isso, deve animar os mais fracos. O fundamento desse ânimo é a certeza da proximidade do Senhor. Essa certeza de que o Senhor está próximo é o que os põe a caminho. Até mesmo os coxos se deixam contagiar pelo entusiasmo e conseguem manter-se no ritmo da marcha.
Poder andar, ver e ouvir (situações contrárias às de coxos, cegos e surdos) era extremamente necessário para fazer parte de uma caravana. O caravaneiro (guia) gritava e gesticulava sinais para conduzir a caravana na qual a maioria andava a pé. Somente quando os fracos, vacilantes e medrosos são fortalecidos é que se podem perceber os sinais do Senhor que está com eles a caminho. É por isso que os sinais dados por Jesus a João mencionam a cura das pessoas com essas limitações para participar da caravana.
A alegria vai vivificando o caminho, o motivo do júbilo é a redenção trazida pela proximidade do Senhor. A transformação do deserto unida à mudança no ânimo das pessoas também é sinal de que Deus está agindo, pois a descrição desses fatos é o oposto do que foi afirmado em Is 33,9 quando a trajetória era inversa, ou seja, quando saíram de Jerusalém para a Babilônia e as terras férteis se transformavam em deserto.

3. II Leitura (Tg 5,7-10): Ele está às portas

A segunda leitura nos pede paciência para suportar a demora da parusia (a vinda do Senhor). Mas paciência não deve ser entendida simplesmente como resignação diante daquilo que não podemos fazer. Tampouco significa apenas submissão ou tolerância diante das fraquezas do próximo. A paciência que o texto descreve é a capacidade de “ampliar o ânimo” (macrotimia) para suportar a demora. A paciência, nesse texto, se refere à constância, à perseverança e integridade na vida cristã enquanto o Senhor não vem.
O agricultor é o grande exemplo de paciência, pois é quem amplia o próprio ânimo enquanto o fruto cresce vagarosamente e aguarda as chuvas que possibilitam fazer boa colheita. A menção das chuvas temporãs e tardias, frequentemente citadas no Antigo Testamento para elencar os benefícios de Deus (Dt 11,14; Os 6,3), mostra como eram extremamente importantes para o agricultor na Terra Santa. Se Deus não as enviasse não haveria colheita.
A atitude do cristão durante o tempo da espera pelo Senhor deve ser análoga à do agricultor. Os cristãos devem manter a grandeza de ânimo fortalecendo seus corações no evangelho de Jesus Cristo. Fortalecer o coração é unificar todas as dimensões da existência sob uma meta que é o reino de Deus e sua justiça.
A amplitude de ânimo mencionada por Tiago evita, nos cristãos, atitudes de murmuração e julgamentos contra o próximo e os mantém em continuidade com a vocação dos antigos profetas.

 III. PISTAS PARA REFLEXÃO

A homilia deve manter o tom da alegria dentro do tempo penitencial do Advento. As leituras apontam para essa temática, sem deixar de enfocar a perspectiva da vinda de Cristo, que deve ser alimentada pela certeza da ação de Deus em prol dos fracos e vacilantes.
Muitas pessoas ainda hoje esperam que Deus seja rigoroso com os pecadores. Creem mais num Deus juiz do que misericordioso. Por isso acabam afastando as pessoas da Igreja com seus discursos moralistas. É importante ressaltar que a pregação de Jesus não vai por esse caminho. Suas ações dizem por si mesmo qual é a postura de Deus em relação aos pecadores.
O advento é tempo propício para a tomada de consciência do papel do cristão no mundo, que não consiste em julgar as pessoas, mas animar os que sofrem e exigir dos acomodados que saiam do seu conforto para ajudar os sofredores, e não esperar que as soluções dos problemas caiam automaticamente do céu.

Aíla Luzia Pinheiro Andrade
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do
livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail: aylanj@gmail.com.

15 de dezembro – 3° Domingo do Advento

“DEVEMOS ESPERAR OUTRO?

“És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?” O eco desta pergunta de João Batista feita a Jesus, por intermédio de alguns de seus discípulos, nunca se apagou, mesmo tendo passado mais de dois mil anos. Ainda é corrente na humanidade a ânsia de messias e redentores, a pretensão de obter a libertação por meios exclusivamente humanos, a busca de sólida e definitiva segurança em certa ideia de bem-estar e no consumismo desenfreado e a supervalorização da tecnologia como solução para todos os problemas modernos.
Nossa fé, ao contrário, vê em Jesus o Filho de Deus e o único salvador do homem e da mulher e de toda a história humana, a qual se converte assim em história da salvação.
Por causa da dimensão social da fé que professa, o cristão não pode ficar alheio aos problemas do mundo nem se conformar como as situações de injustiça vividas por grande parte dos homens e mulheres da sociedade; tampouco se resignar ao fatalismo ou se refugiar num pseudoespiritualismo tranquilizante. Ele é continuamente instado a captar os sinais dos tempos, principalmente os sinais de libertação que acompanham a edificação do reino de Deus na terra.
Por isso, diz-nos o Vaticano II,“afastam-se da verdade os que, sabendo que não temos aqui na terra uma cidade permanente, mas que vamos em demanda da futura, pensam que podem por isso descuidar de seus deveres terrenos, sem atenderem a que a própria fé ainda os obriga mais a cumpri-los, segundo a vocação própria de cada um” (GS 43,1).
A dinâmica de mudança comportamental e de mentalidade que orienta a vida cristã em todos os momentos, também neste tempo do Advento, é conversão tanto de cunho pessoal como social; é conversão a Deus, aos irmãos e irmãs, tendo em vista a construção da sociedade justa e fraterna.
Nós, cristãos, sabemos que a alienação máxima do ser humano e da sociedade não vem de Deus nem de seu projeto, mas do pecado do egoísmo e da idolatria do dinheiro e do poder presentes no mundo, que acabam fechando os corações ao amor, à fraternidade e à justiça.
Com certeza, a mesma resposta que Jesus deu a João Batista no evangelho de hoje é válida também para nós. Em sua resposta, o anúncio da boa-nova aos mais necessitados aparece ligado a sinais de cura, tal como já havia ocorrido na sinagoga de Nazaré (cf. Lc 4,16s). Ao ressaltar a íntima união entre a palavra que anuncia a boa-nova e os sinais que concretizam a mensagem anunciada, Jesus deixa-nos claro que é impossível se dizer cristão e permanecer alheio a um sistema que escraviza irmãos e irmãs.
Jorge Alves Luiz

15 de dezembro: 3º domingo do Advento

TEMPO DE ALEGRIA

O terceiro domingo do Advento é chamado “domingo da alegria”. Na caminhada de preparação ao Natal, somos convidados à alegria dos que, com fé, esperando e preparando a vinda do Senhor, conseguem enxergar, já aqui e agora, os sinais do amor divino.
Alegrar-se no Senhor é reconhecer que, apesar das tribulações e incertezas, somos amados por Deus, que se manifesta nas ações de libertação, no resgate da vida, no anúncio da boa-nova aos pobres.
O próprio João Batista, profeta anunciador do Messias, teve suas dúvidas. Ele nos faz pensar em nossas incertezas, na dificuldade de enxergar os sinais de vida do reino de Deus em meio a tantas situações de injustiça e morte.
A alegria cristã não é acreditar que tudo é um mar de rosas e que tudo dará certo. Muitos continuarão sendo injustiçados, muitos continuarão sendo vítimas do preconceito, muitos continuarão sofrendo os efeitos da ganância humana. Mas a alegria que somos convidados a viver hoje nos projeta para um tempo em que Deus terá a última palavra. Um tempo em que a bondade triunfará sobre todo mal, em que o amor vencerá todo ódio, em que Deus será tudo em todos.
Até lá, na alegria, preparamo-nos preparando a vinda definitiva do Senhor. Como João Batista, que preparou o caminho do Senhor vivendo vida simples e austera, convidando à conversão, à mudança de mentalidade. Suas incertezas não o impediram de realizar a missão que Deus lhe havia confiado. Levado à prisão por sua coerência de vida, João nos mostra que mesmo aprisionados, nas adversidades, podemos enxergar os sinais do Messias na vida e na ação de quem se compromete com a causa dos doentes, sofredores e pobres.
Aos que se abrem a Deus, a fé leva à autêntica alegria. A alegria de poder preparar a vinda de Jesus com ações de bondade e vida. E quanto a nós: Jesus é motivo de escândalo, uma pedra de tropeço, ou a razão do nosso caminho e da nossa alegria?
Pe. Paulo Bazaglia, ssp

REFLEXÃO
A alegria da vinda do Messias

Terceiro domingo do Advento – domingo gaudete, domingo em que todos somos chamados a suplicar e viver a alegria da proximidade do nascimento do Verbo que assumiu a nossa humanidade: “Alegrem-se o deserto e a terra seca… Dizei aos aflitos: Coragem! Nada de medo! Aí está o vosso Deus […], ele vem para vos salvar” (Is 35,1.4).
As obras de Cristo são desconcertantes até para João Batista. Elas exigem discernimento para poder reconhecer o tempo da visita salvífica de Deus e acolhê-lo com alegria. Por isso João, estando na prisão (v. 2), envia alguns dentre os discípulos para perguntar a Jesus: “És tu, aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” (v. 3). Jesus responde sobre a base do texto do profeta Isaías: “... cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são curados, surdos ouvem, mortos ressuscitam e aos pobres se anuncia a Boa-Nova” (vv. 4-5; cf. Is 35,5-6). A resposta de Jesus a João é suficiente para que este reconheça que o “hoje” da salvação se realiza nas palavras e em tudo o que Jesus faz. Em outros termos, Jesus é o Messias, não é preciso esperar outro. Os discípulos de João retornam a ele para comunicar não só a resposta de Jesus, mas também aquilo de que eles mesmos são testemunhas: a vida vai sendo transformada pela presença do Senhor. É a vez de Jesus dar testemunho de João. É preciso não se deixar levar pela aparência – João é mais que um profeta, é o precursor do Messias (cf. v. 10): “... entre todos os nascidos de mulher não surgiu quem fosse maior” (v. 11).
É tempo de firmar o coração, pois a vinda do Senhor está próxima (cf. Tg 5,8). Alegrai-vos!
Carlos Alberto Contieri, sj





HOMILIA

AQUI ESTÁ O MEU MENSAGEIRO Mt 11,2-11

Estamos no Advento, que é a espera desse momento maravilhoso. É a espera da comemoração do aniversário daquele que quer a nossa felicidade terrena e celeste. Mas, às vezes, infelizmente somos nós quem estragamos tudo isso com o nosso egoísmo e com as nossas preferências. Preferências essas que às vezes só satisfazemos as nossas vontades, em vez de fazermos vontade do Pai, como Jesus nos ensinou.
João Batista queria mostrar a todos que, Aquele a quem ele havia aberto o caminho já estava operando os milagres e prodígios no meio do povo. Às vezes, nós, como os discípulos de João Batista, pomos dúvidas quanto a obra salvífica que Jesus Cristo realiza na nossa vida. Isso acontece, porque nem todos nós, assumimos o reino de Deus dentro dos nossos corações, No entanto, os sinais são evidentes. Hoje, como naquele tempo, também os doentes são sarados, os cegos recuperaram as vistas, os paralíticos passaram a andar, os leprosos foram curados, os surdos começaram a ouvir, os mortos foram ressuscitados e os pobres foram evangelizados e os pecadores alcançam o perdão. Isto porque o poder de Deus na pessoa de Jesus Cristo é inquestionável. João Batista foi o profeta que veio ara anunciar Jesus e preparar o povo para recebê-lo.
Isso tudo prova que Jesus Cristo já está no meio de nós realizando, por meio do Espírito Santo, obras muito maiores do que nós podemos imaginar. Se, já estamos vivendo no reino de Deus, com certeza, somos ainda maiores que João Batista.
Quem seria o João Batista dos dias de hoje? Somos todos nós que anunciamos a pessoa de Jesus, seus feitos espetaculares, e sua mensagem de amor e de salvação da humanidade. É importante que levemos as pessoas até Jesus e não as retemos para nós. João é servo de Jesus, foi alguém que servia Jesus. Devemos imitar a João. Levando as pessoas até Jesus, e depois nos afastamos, dizendo como disse o profeta João: “É preciso que Ele cresça e eu diminua”.
Endireitar as colinas e os vales. Essa famosa expressão de João Batista também pode ser interpretada da seguinte forma: Colinas e vales são altos e baixos da nossa espiritualidade. Um dia estamos com Deus, e no outro dia o expulsamos de nós pelo pecado cometido. Em outras palavras, o que João nos pede hoje é que paramos com esta vida de nos aproximar e de nos afastar de Deus. Pecamos, e confessamos. Pecamos e confessamos. O amor de Deus é infinito, porém não devemos abusar da sua misericórdia, da sua graça. “Ou tu és por mim ou tu és contra mim”. Decida! Caríssimos. Vamos parar de vacilar na nossa caminhada, e deixar Jesus entrar em nossa vida de uma vez por todas!
Estradas, veredas ou caminhos tortuosos podem ser comparados também com os nossos vacilos de fé. Uma guinada para a direita, quando estamos em alta com a nossa fé. Uma guinada para a esquerda, é quando surgem alguma pequena dúvida, algum questionamento, digno daquele puxão de orelhas que Jesus deu a Pedro. “Por que duvidastes? Homem de pouca fé”! (Quando Pedro afundou na água e pediu socorro).
João nos convida a endireitar a nossa vida espiritual para que nos tornemos menos indignos de receber o Filho de Deus no Natal que se aproxima. Também é bom lembrar que precisamos hoje nos tornar menos indignos de receber Jesus nas aparências de Pão e Vinho, fazendo uma boa confissão. “Convertei-vos porque o Reino está próximo!
É bom o cristão fazer uma boa limpeza de sua alma, periodicamente, e principalmente no tempo do Advento, procurando um sacerdote, para confessar-se e receber a absolvição. “Aqueles a quem vocês perdoarem, serão perdoados. E aqueles a quem vocês não perdoarem, não serão perdoados.”
Os “Joãos Batistas” de hoje devem recomendar a todos a conversão. Para que a nossa alegria neste Natal não seja apenas uma alegria meramente social, mas sim uma alegria celestial. Não uma alegria movida a álcool, mas sim, movida a Jesus, pela alegria de estar na presença de Jesus! Uma alegria que nos brota de dentro, e não pelo presente que recebemos, ou pela embriagues das bebidas consumidas, uma alegria de quem está comemorando o aniversário de Cristo o nosso Salvador, assim como a alegria de TÊ-LO recebido através da Eucaristia.
A alegria de fazer as pazes com o irmão, com o vizinho, com o filho, com o pai, com o amigo, perdoá-los de verdade e desejar-lhes um Feliz Natal cristão em vez de um feliz natal apenas comercial ou interesseiro.
Pai, dá-me discernimento para reconhecer a condição messiânica de teu Filho Jesus, enviado para devolver a esperança ao coração da humanidade abatida pelo sofrimento.
Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

A Voz do Pastor
3º Domingo do Advento
Domingo 15/12/13
Canal do Youtube: arqrio


HOMÍLIA DIÁRIA

Nossa missão é apontar ao mundo que só existe um Salvador

Que a nossa única missão seja esta: apontar para o mundo, para as pessoas, que só existe um Salvador, que só existe um Caminho e uma Vida.
“Em verdade vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele” (Mt 11,11). 
Neste 3º Domingo do Advento, a Igreja nos apresenta a pessoa, a figura, a missão e o profetismo de João Batista. Não podemos falar do caminho do Messias, da presença de Jesus no meio de nós, sem dizermos – e apontarmos – o papel que teve João Batista para preparar o caminho do Senhor. 
João era um profeta. Foi o último dos profetas do Antigo Testamento e o profeta que abriu as portas para o tempo novo, o tempo da graça, o tempo da chegada do Messias. 
Nós sabemos, pelos relatos evangélicos, que João era um homem de vida ascética. Era um homem que vivia a disciplina, o rigor, se preparando espiritualmente para Aquele que viria. João foi santificado ainda no ventre de sua mãe, Isabel. O nascimento dele foi anunciado pelo Arcanjo Gabriel, o mesmo que anunciou a Maria que ela seria a Mãe do Salvador. 
João foi preparado para o Céu – desde o ventre da sua mãe – com uma missão muito específica: nos mostrar o caminho e a direção do Senhor. João não era a “Palavra”, mas era a “voz”, que nos mostra qual é a verdadeira Palavra de Deus. João não era o “Caminho”, mas era a “seta”, que nos mostra a direção do caminho do Senhor. 
Nós precisamos, nos dias de hoje, nas nossas casas, famílias, igrejas, nos grupos, na sociedade, de muitos homens como João Batista! Sim! Homens imbuídos desse espírito profético, que tenham a coragem e a audácia de não apontarem para si mesmos, mas apontarem para Jesus e dizer: “Convém que Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3, 30). A Igreja, hoje, precisa de muitos homens como João Batista! Homens e mulheres que apontem quem é o Messias, quem é o Salvador. 
Nós não podemos tomar o lugar de Jesus. Nós não podemos ser o “salvador” e o “libertador”. Nós não podemos fazer de ninguém – padre, pastor, pregador, cantor – o Messias e o Salvador, porque nenhum de nós não é digno nem sequer de desatar as correias sandálias do Senhor! (cf. Jo 1, 27c). Nós somos apenas as “setas”, aqueles que devem mostrar ao mundo quem é Jesus. 
Que o Senhor tenha misericórdia e compaixão de nós por todas as vezes em que aparecemos mais do que Ele! Que a nossa única missão seja esta: apontar para o mundo, para as pessoas, que só existe um Salvador, que só existe um Caminho e uma Vida. 
A Vida, o Caminho, a Luz do Mundo é Jesus, nosso Senhor e Deus. 
Que Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.Facebook Twitter

LEITURA ORANTE

Mt 11,2-11 - Felizes os que não abandonam a fé



Domingo da Alegria

Inicio  rezando, com todos os que navegam na net:
Senhor, nós te agradecemos por este dia.
Abrimos nossas portas e janelas para que tu possas
Entrar com tua luz.
Queremos que tu Senhor, definas os contornos de
Nossos caminhos,
As cores de nossas palavras e gestos,
A dimensão de nossos projetos,
O calor de nossos relacionamentos e o
Rumo de nossa vida.
Podes entrar, Senhor em nossas famílias.
Precisamos, Senhor, de tua presença
Para aprendermos a partilhar e abençoar!

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio, atentamente, o texto na minha Bíblia: Mt 11,2-11:
João Batista estava na cadeia e, quando ouviu falar do que Cristo fazia, mandou que alguns dos seus discípulos fossem perguntar a ele:
- O senhor é aquele que ia chegar ou devemos esperar outro?
Jesus respondeu:
- Voltem e contem a João o que vocês estão ouvindo e vendo. Digam a ele que os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e os pobres recebem o evangelho. E felizes são aqueles que não abandonam a sua fé em mim!
Quando os discípulos de João foram embora, Jesus começou a dizer ao povo o seguinte a respeito de João:
- O que vocês foram ver no deserto? Um caniço sacudido pelo vento? O que foram ver? Um homem bem vestido? Ora, os que se vestem bem moram nos palácios! Então me digam: o que esperavam ver? Um profeta? Sim. E eu afirmo que vocês viram muito mais do que um profeta. Porque João é aquele a respeito de quem as Escrituras Sagradas dizem: "Aqui está o meu mensageiro, disse Deus. Eu o enviarei adiante de você para preparar o seu caminho." Eu afirmo a vocês que isto é verdade: de todos os homens que já nasceram, João Batista é o maior. Porém quem é menor no Reino do Céu é maior do que ele.

Jesus curou doentes, expulsou demônios, deu vida, anunciou a Palavra. E se diz oMessias. Primeiro Jesus fala de sua pessoa e missão. Aponta para os milagresrealizados: curou doentes, expulsou demônios, deu vida, anunciou a Palavra. Nissoressoa um eco da profecia de Isaías: "o vosso Deus vem em pessoa e vos salvará."Os olhos dos cegos se abrem, os ouvidos dos surdos se abrirão, o coxo saltará, alíngua do mudo cantará" (Is 35,5). Isso confirma a missão de Jesus como Messias. Em seguida, Jesus define a missão de João. Um verdadeiro profeta. Por seu estilo de vida atraiu o povo, e não pelo luxo, "um homem bem vestido". No deserto e não, num palácio. João é um profeta afirma Jesus. E até, mais que um profeta. E citaMalaquias:"Aqui está o meu mensageiro, disse Deus. Eu o enviarei adiante de vocêpara preparar o seu caminho." (Ml 3,1). O anúncio de João Batista supera todas asprofecias, porque anuncia a presença do Reino e do Messias.
  
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Para compreender a identidade de Jesus Cristo, tenho que ter o coração humilde.
Os Bispos em Aparecida nos ajudaram a compreender melhor a identidade deJesus: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida" (Jo 14,6). Ele é o verdadeiro caminho para o Pai, o qual tanto amou ao mundo que lhe deu o seu Filho único, para que todo aquele que nele crer tenha a vida eterna (cf. Jo 3,16). Esta é a vida eterna: "que te conheçam a ti o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo teu enviado" (Jo 17,3). A fé em Jesus como o Filho do Pai é a porta de entrada para a Vida.´ (DAp 101).
  
3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo com a oração:

3º Domingo:
A terceira vela hoje acendemos
E cantamos: "Alegrai-vos no Senhor!"
No deserto, uma voz escutemos:
Praticai a justiça e o amor!

Uma vela, na coroa, acendemos,
Toda sombra se esvai com sua luz;
Vigilantes, o Senhor esperemos:
Chegou o tempo do Advento de Jesus!

4. Contemplação
Qual meu novo olhar, minhas novas atitudes?
Vou alimentar minha fé, esta porta de entrada para a vida.

Bênção natalina
(bem-aventurado Alberione)
Jesus Menino coloque a sua mãozinha
sobre tua cabeça
e derrame sobre ti
a sua luz, conforto e alegria.
Amém!
- Abençoe-nos Deus misericordioso,
Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Irmã Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, dá-nos a consciência da missão de Cristãos. Que não nos instalemos, pesados, no conforto das nossas paróquias, mas nos lancemos ousadamente a anunciar, com o testemunho da nossa vida, que o Reino do Pai já está em nós, trazido pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg06.php
 


Nenhum comentário:

Postar um comentário