Reinava Offa nos Estados ingleses. Desejando terminar seus dias
em Roma, no exercício da piedade e da penitência, passou a coroa para Edmundo,
de quinze anos de idade, descendente dos antigos reis anglo-saxões da
Grã-Bretanha.
Edmundo, segundo os seus historiadores, foi coroado no dia de
Natal de 885. Suas qualidades morais tornaram-no modelo dos bons reis. Tinha
grande aversão aos lisonjeiros; toda a sua ambição era manter a paz e assegurar
a felicidade dos súditos. Daí o grande zêlo na administração da justiça e na
implantação dos bons costumes nos seus Estados. Foi o pai dos súditos,
sobretudo dos pobres, protetor das viúvas e dos órfãos, sustento e apoio dos
fracos. O fervor no serviço de Deus realçava o brilho das suas outras virtudes.
A exemplo dos monges e de várias outras pessoas piedosas, aprendeu o saltério
de cor.
No décimo quinto ano do seu reinado, foi atacado pelos
Dinamarqueses Hínguar e Hubla, príncipes desta nação, verdadeiros piratas, que
foram desembarcar na Inglaterra. Edmundo, a princípio, manteve-se sereno,
confiando num tratado que tinha feito com os bárbaros logo que vieram para o
seu país. Mas quando viu que não respeitaram o tratado, reuniu o seu exército.
Mas os infiéis receberam auxílios. Perante este reforço do inimigo, Edmundo sentia-se
impotente para o combater.
Então os bárbaros fizeram-lhe várias propostas que recusou, por
serem contrárias à religião e à justiça que devia aos súditos. Preferiu
expor-se à morte a trair sua consciência. Carregaram-no de pesadas cadeias e
levaram Edmundo à tenda do general inimigo. Fizeram-lhe novas propostas.
Respondeu com firmeza que a religião lhe era mais cara do que a vida, e que
nunca consentiria em ofender a Deus, que adorava. Hínguar, enfurecido com esta
resposta, mandou açoitá-lo cruelmente.
O santo sofreu todos os maus tratos com paciência invencível,
invocando o Sagrado Nome de Jesus. Por fim, foi condenado a ser decapitado,
recebendo a palma do martírio a 20 de novembro de 870.
Os ingleses consideraram-no mártir e dedicaram-lhe numerosas igrejas.
Santo Edmundo, rogai por nós!
Santo Edmundo
Santo
Edmundo
+ 870
+ 870
Edmundo é um santo mais
vivo na memória do povo da Inglaterra do que nos documentos históricos. Mesmo
porque os registros trazem dados sobre o seu reinado e sua morte, enquanto
sobre sua origem poucas são as informações. Sabemos apenas que Edmundo era
cristão, filho do rei Alkmund, da Saxônia, que, posteriormente, teria sido
adotado pelo rei das regiões da Inglaterra oriental, a Estanglia.
Aos quatorze anos de idade, tornou-se o último rei
daquele território. Era um tempo duríssimo para toda a Inglaterra, agredida,
constantemente, pelos sanguinários bárbaros dinamarqueses que invadiam a
saqueavam seus vilarejos. Esses bárbaros eram comandados por três irmãos:
Halfdene, Ivarr e Ubba. Em suas investidas, além de saquear os povoados,
exigiam um resgate para não destruírem as vilas.
No ano de 869, os dinamarqueses irromperam uma
grande invasão nos domínios do rei Edmundo. Para defender seu povo e o reino,
ele reuniu seu pequeno exército e combateu os invasores, mais equipados e em
maior número. Desse modo, ele acabou como prisioneiro de seus opositores.
Os dinamarqueses ofereceram ao rei Edmundo a
possibilidade de manter sua vida e a coroa caso renegasse a fé e se proclamasse
vassalo. O rei rejeitou a proposta por duas vezes. Dessa maneira, selou seu
destino. Morreu traspassado pelas flechas dos bárbaros pagãos no dia 20 de
novembro de 870. O desaparecimento do rei Edmundo levou ao fim o reino da
Estanglia. Mas a Inglaterra se fortaleceu sob seu nome, e o jovem rei morto
tornou-se uma bandeira.
Antes do final do século IX, as moedas cunhadas
durante o seu reinado já eram chamadas "penny of Edmund". A sua
veneração tornou-se o culto de maior devoção do povo inglês. Foi canonizado e
proclamado padroeiro da Inglaterra, recebendo as homenagens dos devotos no dia
de sua morte.
As relíquias mortais de santo Edmundo foram
sepultadas em Beadoricesworth, que hoje se chama Bury St. Edmund, na região de
Cambridge. Atualmente, existe uma congregação de sacerdotes ingleses chamados
Padres de Santo Edmundo.
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