Será que você tem deixado Cristo ser o Senhor e o dono de sua vida?
A Igreja canta, neste dia, na sua oração: "Cristo Rei, sois
dos séculos Príncipe, Soberano e Senhor das nações! Ó Juiz, só a vós é devido
julgar mentes, julgar corações".
Muito significativo para nós este dia em que proclamamos em alta
voz: Jesus Cristo é o Rei no Universo, da Igreja e de nossas vidas. Nada e
ninguém pode tirar isto de nós! Mas será que a nossa vida diz e expressa que
Jesus é o Rei e o Senhor, Aquele que tem a realeza e supremacia sobre nós?
Pergunta que cabe a cada um de nós responder ao próprio Jesus.
Contudo, queremos entender o significado desta festa para a
Igreja.
Hoje, último domingo do Ano Litúrgico, celebra-se a Solenidade
de Cristo Rei do Universo. Desde o anúncio do nascimento do Senhor, o Filho
unigênito do Pai, que nasceu da Virgem Maria, é definido "rei" no
sentido messiânico, ou seja, herdeiro do trono de David, segundo as promessas
dos profetas, para um reino que não terá fim (cf. Lc 1, 32-33). A realeza de
Cristo permaneceu totalmente escondida até aos seus trinta anos, transcorridos
numa existência comum em Nazaré. Depois, durante a vida pública, Jesus
inaugurou o novo Reino, que "não é deste mundo" (cf. Jo 18, 36) e, no
final, realizou-o plenamente com a sua morte e ressurreição. Ao aparecer
ressuscitado aos Apóstolos, disse: "Toda a autoridade me foi dada no céu e
sobre a terra" (Mt 28, 18). Esta autoridade brota do amor, o qual foi
plenamente manifestado por Deus no sacrifício do seu Filho. O Reino de Cristo é
dom oferecido aos homens de todos os tempos, para que todo aquele que acredita
no Verbo encarnado "não morra, mas tenha a vida eterna" (Jo 3, 16).
A realeza de Cristo, que nasce da morte no Calvário e culmina no
acontecimento dela inseparável, a ressurreição, recorda-nos aquela
centralidade, que a ele compete por motivo daquilo que é e daquilo que fez.
Verbo de Deus e Filho de Deus, primeiro que tudo e acima de tudo, «por Ele —
como em breve repetiremos no Credo — todas as coisas foram feitas», Ele tem um
intrínseco, essencial e inalienável primado na ordem da criação a respeito da
qual é a suprema causa exemplar. E depois que «o Verbo se fez homem e habitou
entre nós» (Jo 1, 14), também como homem e Filho do homem, adquire um segundo
título na ordem da redenção, mediante a obediência ao desígnio do Pai, mediante
o sofrimento da morte e conseqüente triunfo da ressurreição.
Por isso, precisamente no último Livro da Bíblia, o Apocalipse,
o Senhor proclama: "Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim" (Ap
22, 13).
Falando de algo pessoal. Será que você tem deixado o Cristo ser
o Senhor e o dono de sua vida, de sua vontade? E até que ponto você tem deixado
Aquele que é o centro, o Rei e tem o controle de todos as coisas, dirigir sua
vida? Isso não nos constrange, mas nos leva a refletir qual o lugar que temos
dado ao Senhor em nossa vida.
Que você tome a linda decisão de assumir em suas ações, sua vida
e, principalmente, sobre sua vontade o Cristo, que é Rei e Senhor.
Padre Reinaldo C. da Silva
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