São
Columbano
+615
+615
Catequizada por são
Patrício no século V, a Irlanda deu à Europa medieval inúmeros monges
missionários que espalharam e fizeram crescer a Igreja cristã. Da "ilha
dos santos" para a Europa, eles vieram, austeros, retos e amorosamente
motivados, dar origem à chamada "peregrinação pelo Senhor". Além de
expandir muito as regiões de fé cristã, colaboraram para a renovação cultural
do velho continente. Um de grande relevância foi o monge Columbano, nascido por
volta do ano 540 na cidade de Leinster.
Esse irlandês era um nobre rico, culto e dotado de
inteligência incomum. Ele próprio se iniciou no estudo das Sagradas Escrituras.
Depois, estudou as ciências humanas e a teologia em um mosteiro da Irlanda do
Norte, em Bangor, considerado o de regras mais rígidas de todo país. Teve como
orientador espiritual o próprio abade, santo Comgall. Passou décadas e mais
décadas de ilha em ilha, onde os mosteiros floresciam. Ele mesmo fundou um em
Bangor, que se tornou célebre também, e onde, por uma década, foi professor dos
noviços.
Contemporâneo dos mais destacados religiosos de
sua época, estudou ao lado de muitos deles, alguns dos quais se tornaram
santos. Aos cinqüenta anos, deixou seu país para atuar como missionário,
acompanhado de outros doze monges. E passou para a história da Igreja por sua
presença de visionário reformador e fundador de mosteiros, dono de uma singular
personalidade que unia vigor e poesia, determinação férrea e descuidada
improvisação. Mas também, e principalmente, pela rigidez das regras de disciplina
imposta aos monges dos seus mosteiros.
Chegou, em 590, na Europa decadente daqueles
tempos medievais, entrando pela França, onde fundou o primeiro mosteiro em
Luxeuil, a seguir outros dois na região da Borgonha. Assim, atraiu centenas de
seguidores, reavivando a fé cristã. Depois, foi a vez da Suíça, onde deixou o
discípulo Gallo, agora santo, o qual fundaria, mais tarde, um célebre mosteiro
que perpetua o seu nome.
Finalmente, chegou na Itália, onde a fama de sua
sabedoria e santidade já era conhecida. Atuou como conselheiro do rei dos
longobardos, mas indispos-se com ele por causa da sua oposição aos hereges
arianos. Foi para as montanhas da Ligúria, entre Gênova e Pávia, onde ergueu a
igreja e o Mosteiro de Bobbio, que tantos frutos daria ao catolicismo no
futuro. Nele, o abade Columbano morreu no dia 23 de novembro de 615. E essa é a
data da festa para a sua celebração.
São Columbano, Abade
Comem. litúrgica: 23 de novembro.
Também nesta data: São Clemente I, Papa

São Columbano desde tenra idade mostrou clara inclinação para a vida consagrada. Tendo abraçado a vida monástica, partiu para a França, onde fundou muitos mosteiros que governou com austera disciplina. Ao sair da Irlanda em companhia do monge e Santo Gall, percorreu a Europa Ocidental. Algumas vezes era rechaçado, outras acolhido. Deixou rastro de fundação de mosteiros e abadias, dos quais resultaram em resplendor cultural e religioso dignos de toda loa. Esses mosteiros foram o foco da cultura cristã francesa na época.
Seu estilo de vida foi austero e assim o exigia aos monges. Graças a isso, a Igreja enumera como seus contemporâneos grandes santos que formaram-se na escola doutrinária de São Columbano. O mosteiro mais célebre foi o de Luxeuil, ao que confluíram francos e gauleses. Foi durante séculos o centro da vida monástica mais importante em todo o Ocidente.
Enfrentou, no ínício do século VII fortes perseguições na França e por isso, no ano de 610 teve de sair do país em decorrência das investidas da soberana, a então rainha Brunehaut, que teve o ego ferido porque o santo abade lancara-lhe em rosto todos os seus vícios e crimes.
Pensou em retornar à Irlanda, mas acabou permanecendo em Nantes. Lá também teve que fugir aos Alpes até que finalmente encontrou acolhida e refúgio seguro em Bobbio, situada ao norte da Itália, na região da Emilia Romana, província de Piacenza. Lá fundou seu último mosteiro e nele morreu no ano de 615. A regra monástica original que deu a seus monges serviu de referência e influenciou sobremaneira toda a Europa por mais de dois séculos. Muitos povos, regiões e lugares estão sob sua proteção e o invocam como padroreiro.
Nos quatro últimos anos de sua vida, experimentou certa tranqülidade, já que o rei Aguilulfo lhe concedeu tratamento digno e respeitoso.
Oração:
Ó Deus, que reunistes admiravelmente em São Columbano a solicitude pela pregação do Evangelho e o zelo pela vida monástica, concedei que, por sua intercessão e exemplo, vos procuremos acima de tudo e nos empenhemos no crescimento espiritual. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Nenhum comentário:
Postar um comentário