quinta-feira, 5 de setembro de 2013

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 06/09/2013

6 de Setembro de 2013

Ano C


Lc 5,33-39

Comentário do Evangelho

Jesus reinterpreta o jejum

Parece que os interlocutores de Jesus sejam os mesmos do v. 30, a saber, os escribas e fariseus que murmuravam contra Jesus pelo fato de ele comer com os publicanos e pecadores. O objeto da controvérsia é o jejum (cf. também Mc 2,18-22), que os de Jesus não praticam, ao contrário dos discípulos de João e os dos fariseus. Os fariseus, nós o sabemos, além do jejum prescrito pela Lei de Moisés, por ocasião do dia do perdão dos pecados (Lv 16,29-30), jejuavam duas vezes por semana (cf. Lc 18,12). Talvez se trate de uma prática ascética própria, ao menos ao grupo dos fariseus. Quanto ao grupo do Batista, não temos nenhuma informação acerca de alguma prática ascética, como o jejum.
Difícil pensar que Jesus não praticasse o único jejum prescrito pela Lei. O importante, aqui, é que o jejum passa, no novo tempo inaugurado pela vinda do Messias, a um sentido cristológico: é em relação a Cristo, o esposo. A morte de Jesus será para o discípulo ocasião de praticar o jejum: “Dias virão... quando o noivo lhes for tirado, naqueles dias vão jejuar” (v. 35).
As duas parábolas significam que o jejum não é abolido, mas reinterpretado. Isto exige uma nova prática.
Carlos Alberto Contieri, sj

Vivendo a Palavra

A Vida Nova no Reino de Deus trazida por Jesus de Nazaré não cabe em nossa existência antiga, rotineira e acomodada. Pequenas reformas e adaptações não bastam para a segurança da nossa casa. Precisamos uma construção nova, com as fundações assentadas firmemente na rocha que é o Cristo.

Reflexão

A maioria das novidades que nós encontramos no dia a dia não passa, na verdade, de mudanças superficiais em coisas que já existiam antes ou de uma continuidade de um processo evolutivo, de modo que muito pouco vemos de realmente novo. Por isso, temos muita dificuldade em ver a novidade do Evangelho, não percebemos que na verdade ele nos apresenta valores que não existiam antes e uma forma totalmente nova de nos relacionarmos com Deus e com as outras pessoas. Se não estivermos bem atentos e totalmente abertos para a novidade do Evangelho, corremos o risco de querer fazer com que ele seja remendo novo em pano velho, ou vinho novo em odres velhos, uma continuidade dos valores do homem velho, algo que não se insere na realidade nem a transforma.

Meditação

Entendeu a parábola de Jesus? - Você procura ser sempre odre novo para o vinho da Graça de Deus? - Você procura sempre fazer de sua vida uma festa devido à presença constante de Deus? - Você se questiona sempre sobre “a roupa nova” do amor ao próximo? - Em nossa sociedade há muitas coisas que são “remendo novo em roupa velha”?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R

REFLEXÕES DE HOJE

06 de SETEMBRO – SEXTA



Liturgia comentada

Seu povo e seu rebanho... (Sl 100 [99])
Quando o Concílio Vaticano II (1963-1965) definiu a Igreja como “povo de Deus” (Lumen Gentium, 9), não fazia mais que reafirmar o desígnio de Deus de ter um povo “seu”. Desde as primeiras páginas do Antigo Testamento, o Senhor manifestou sua vontade: “Gravarei a minha Lei nas suas entranhas e a escreverei nos seus corações, e serei o seu Deus e eles serão o meu povo”. (Jr 31,33)
À primeira vista, é a submissão à Lei que define a pertença ao povo do Deus que a escreveu nas pedras do Sinai com seu dedo de fogo (cf. Ex 31,18). No entanto, muito mais que um Senhor, Deus é o Esposo, em um casamento-Aliança onde o povo é a Esposa escolhida.  Com isso, o vínculo da Lei é superado pelo vínculo do amor.
São comoventes as expressões do profeta Oseias, reveladoras da nova relação entre o Criador e a criatura, não mais como indivíduos, mas como um povo esponsal. “Pois, agora, eu é que vou seduzi-la, levando-a para o deserto e falando-lhe ao coração. Eu me casarei contigo para sempre, casamos conforme a justiça e o direito, com amor e carinho.” (Os 2,16.21)
Uma aliança de amor não pode ser rompida. Uma curiosa passagem da Escritura parece mostrar Moisés como advogado de defesa desse matrimônio entre o Senhor e seu povo. Como o líder tardasse na montanha, o povo fabricou um bezerro de ouro como ídolo para seu culto. Deus “reage” propondo a destruição de Israel, mas garantindo a Moisés numerosa descendência.
A frase atribuída a Yahweh foi esta: “Vai, desce, porque se corrompeu o TEU povo que tiraste do Egito”. Moisés retruca: “Por que, Senhor, se inflama a vossa ira contra o VOSSO povo, que tirastes do Egito com o vosso poder e a força de vossa mão?” (Ex 32,7.11) O povo não pertencia a Moisés, mas exclusivamente a Deus.
Deus continua sofrendo com as infidelidades de sua esposa, que somos nós. Nas crises e infortúnios, recorremos ao Esposo. Passada a crise, voltamos aos nossos bezerros dourados e prestamos culto a ídolos mudos, mas ásperos feitores de escravos.
Apesar disso, ao longo da história, surgiram homens e mulheres admiráveis, de coração apaixonado pelo Esposo, que consagraram suas vidas para que Deus fosse mais conhecido e mais amado. Na esteira de João Batista e dos apóstolos, dos mártires e dos confessores, dos eremitas e dos grandes missionários, um pequeno “resto de Israel” reafirma sua fidelidade à Aliança celebrada para sempre.
Seria este o nosso caso?
Orai sem cessar: “Feliz o povo que caminha na luz de vossa Face!” (Sl 89,15)
Texto de  Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Quando devemos fazer jejum?
Que o jejum faça parte das nossas práticas cristãs.
“Os convidados de um casamento podem fazer jejum enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, naqueles dias, eles jejuarão” (Lc 5,34-35).
A Palavra de Deus, hoje, nos convida a refletir sobre dois aspectos: quando devemos fazer jejum e quando não devemos fazê-lo. Vamos começar analisando, primeiro, quando não podemos jejuar. Não podemos fazê-lo quando estamos celebrando, comemorando.
É a coisa mais desagradável quando alguém nos convida para um casamento, um banquete, mas nós nem provamos a comida que nos é oferecida. Não participamos da alegria! Claro que não é a comida o motivo da alegria, mas tudo aquilo que é servido faz parte do banquete, está ali para que seja comemorado junto.
Então, no dia em que o noivo chega, no dia da festa de seu casamento, em hipótese alguma nós podemos jejuar; ao contrário, não vamos nos abster de comer para fazermos penitência ou qualquer coisa parecida.
No meio de nós está o Senhor, Noivo e também Esposo da Igreja. Quando Ele está no meio de nós, não jejuamos; por isso, em nenhum domingo, dia da Ressurreição do Senhor, a Igreja jejua. Por isso, os dias de festa, de solenidade, datas que sejam importantes para nossa vida como o nosso aniversário, a comemoração de alguma coisa, a chegada de um amigo ou de um parente nunca serão motivos de jejuarmos.
A cada sexta-feira, a Igreja faz memória do dia da Paixão do Senhor; ela também nos convida a jejuar outros dois dias por ano em memória da Paixão de Cristo: Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa. Nesses dias, somos convidados a nos lembrarmos, fazermos memória da Paixão redentora de Jesus.
Que, nesse tempo, seja feito um jejum discreto, que ninguém passe fome; mas não sejamos escravos dos alimentos. Não se trata de dieta, mas de um exercício espiritual, de colocar-se na vontade de Deus em oração para não ficar dependente dos alimentos nem da nossa vontade.
Que o jejum faça parte das nossas práticas cristãs.
Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.Facebook Twitter

LEITURA ORANTE

Lc 5,33-39 - Vinho novo!



Saudação
- A nós, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Jesus Mestre, que dissestes:
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu aí estarei no meio deles",
ficai conosco,aqui reunidos (pela grande rede da internet), para melhor meditar e comungar com a vossa Palavra.
Sois o Mestre e a Verdade:
iluminai-nos, para que melhor compreendamos
as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho:
fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos
abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Lc 5,33-39, e observo pessoas, palavras, relações, lugares.
Algumas pessoas disseram a Jesus:
- Os discípulos de João Batista jejuam muitas vezes e fazem orações, e os discípulos dos fariseus fazem o mesmo. Mas os discípulos do senhor não jejuam. Jesus respondeu:
- Vocês acham que podem obrigar os convidados de uma festa de casamento a jejuarem enquanto o noivo está com eles? Claro que não! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar! Jesus fez também esta comparação:
- Ninguém corta um pedaço de uma roupa nova para remendar uma roupa velha. Se alguém fizer isso, estraga a roupa nova, e o pedaço de pano novo não combina com a roupa velha. Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados. Não. Vinho novo deve ser posto em odres novos. E ninguém quer vinho novo depois de beber vinho velho, pois diz: "O vinho velho é melhor."

Neste texto, a abordagem dos fariseus a Jesus é sobre a questão do jejum praticado por eles e pelos seguidores de João. Jesus responde com três imagens: a da festa de casamento, a do remendo e do vinho novo. Falando do noivo, ele se refere ao Messias. O casamento é tempo de festa, de alegria  e amor partilhados. Não se jejua durante uma festa de casamento. A roupa e o vinho também se relacionam com a festa. E não combinam com jejum. O Messias não vem para pôr remendos em roupa velha, nem vinho novo em odres velhos. O jejum agradável a Deus é um coração novo. É o jejum de tudo que contra o amor: o ódio, a violência, o não perdão, o revide, a vingança, a prepotência e arrogância. O vinho novo alimenta uma vida nova de relacionamentos fraternos de justiça e de paz.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Qual palavra mais me toca o coração?
Entro em diálogo com o texto.
Reflito e atualizo.
O que o texto me diz no momento?
Minha vida reflete o que o texto diz ou há contradições?
Pratico o jejum da conversão, ou seja, tenho um coração novo?
A Conferência de Aparecida nos recorda: “No exercício de nossa liberdade, às vezes recusamos essa vida nova (cf. Jo 5,40) ou não perseveramos no caminho (cf. Hb 3,12-14). Com o pecado, optamos por um caminho de morte. Por isso, o anúncio de Jesus sempre convoca à conversão, que nos faz participar do triunfo do Ressuscitado e inicia um caminho de transformação.” (DAp 351).

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo com o bem-aventurado Alberione:

Jesus Mestre, disseste que a vida eterna consiste
em conhecer a ti e ao Pai.
Derrama sobre nós, a abundância
do Espírito Santo!
Que ele nos ilumine, guie e fortaleça no teu seguimento,
porque és o único caminho para o Pai.
Faze-nos crescer no teu amor,
para que sejamos, como o apóstolo Paulo
testemunhas vivas do teu Evangelho.
Com Maria, Mãe Mestra e Rainha dos Apóstolos,
guardaremos tua Palavra, meditando-a no coração.
Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tem piedade de nós.
4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus.
Vou demonstrar pela vida que pratico o jejum recomendado por Jesus.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Irmã Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, dá-nos discernimento e coragem para fazermos a opção radical de vida pelo teu Reino. Faze-nos testemunhar ao mundo o teu Amor de Pai que também é Mãe e nos quer ver, desde agora, saboreando os sinais da Salvação que um dia teremos em plenitude. Nós te pedimos, Pai amado, pelo Cristo Jesus, na unidade do Espírito Santo.

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