terça-feira, 13 de agosto de 2013

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 13/08/2013

13 de Agosto de 2013

Ano C


Mt 18,1-5.10.12-14

Comentário do Evangelho

O maior é o menor

O capítulo 18 do evangelho segundo Mateus é denominado “discurso eclesial” ou discurso sobre a Igreja. Trata-se de instrução para a vida comunitária.
 “Quem é o maior no Reino dos céus?” (v. 1). O maior é o menor. Por isso, Jesus afirma que é preciso converter-se. É preciso mudar de mentalidade porque o maior no Reino dos céus é o que serve a todos: “Quem quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos” (Mc 9,35). A “criança” é símbolo do próprio Cristo, que se fez servo de todos e que “sendo de condição divina não se apegou ao ser igual a Deus, mas se despojou, tomando a forma de escravo” (Fl 2,6-7a).
Os versículos 12-14 identificam os “pequenos com as ovelhas”. Os “pequenos” são também os membros do povo de Deus. Da comunidade é exigido empenho para que os seus membros não se dispersem. Se acontecer, a comunidade deve fazer todo esforço possível para recuperá-los (vv. 10-14; ver Ez 34,11-16).
Carlos Alberto Contieri, sj

Vivendo a Palavra

Num tempo em que as crianças não eram contadas como gente, Jesus surpreende mais uma vez e ensina que todos nós devemos nos converter, tornando-nos como crianças para sermos dignos do Reino do Pai. Quais seriam os modelos escolhidos pelo Cristo hoje? Quais são os mais marginalizados?

Reflexão

A nossa vida é constantemente condicionada pelos valores e costumes da sociedade e nós temos a tendência de querer levar os valores do mundo para a Igreja e até mesmo para o Reino de Deus. Entre esses valores do mundo que nos influenciam, podemos citar a hierarquização e a competitividade no dia a dia, que fazem com que haja sempre entre nós um clima de disputa e de busca de superioridade em relação às outras pessoas. É esse clima o principal responsável por muitos mal estares na vida da comunidade. São os valores evangélicos que devem transformar o mundo e não os valores do mundo que devem transformar a Igreja.

Meditação

Você busca ser simples como as crianças? - Respeita-as? - Dá-se conta de que nelas está o futuro da sociedade? - Você consegue viver sem mágoas e sem rancores? - Conhece algum adulto que vive realmente a simplicidade da vida como uma criança?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R

Comentários do Evangelho

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1 - “QUEM É PEQUENO AOS OLHOS DO MUNDO É GRANDE AOS OLHOS DE DEUS”! – Olívia Coutinho

O mês de agosto, para nós católicos, é o mês vocacional, um tempo propício para revermos o nosso compromisso diante à Família, à Igreja e a sociedade.
Vocação é um caminho de felicidade e de santidade, é chamado e resposta, é uma semente divina ligada a um “SIM” humano!
Colocar a serviço da vida, já é responder a nossa vocação, é posicionar contrário a qualquer atitude que provoque sinais de morte!
A todo instante, Jesus nos convida a sermos promotores da vida, a esvaziarmos de nós mesmos para ir ao encontro do outro, principalmente dos pequenos, àqueles que o mundo despreza!
Em toda sua trajetória terrena, Jesus sempre foi itinerante, não tinha se quer onde recostar a cabeça. Ele se identificava com os pequenos e esta identificação, começa já  na sua gestação, quando Deus Pai, escolhe o ventre fecundo de uma humilde jovenzinha, escolhida no meio dos pobres, para se fazer um de nós! Jesus  nasceu pobre, e foi para os podres que Ele dirigiu o seu primeiro olhar, os pastores de ovelhas, pessoas simples, mas que se tornaram grandes, aos serem os primeiros anunciadores do seu nascimento, o acontecimento que marcou o início da mais bela  história de amor que já se ouviu no mundo!
Os pequenos são os prediletos do Pai, ser indiferente a eles, é ser indiferente ao Pai!
No evangelho de hoje, os discípulos dão a entender que  ainda não haviam compreendido a mensagem de Jesus. Ao perguntá-Lo quem é o maior no Reino dos céus, eles demonstraram claramente, que mesmo estando junto de Jesus,  estavam muito distantes do seu Reino!
“Quem é o maior no Reino dos Céus?”. Jesus responde: “Em verdade vos digo, se não converterdes e não vos tornardes como uma criança, não entrareis no reino dos céus”.
Jesus censura a mania de grandeza dos discípulos, eles ainda não falavam a linguagem do amor, continuavam  presos à mentalidade egoísta do mundo, a grande  preocupação deles,  não era com a promoção da vida,  e sim, com a promoção pessoal.
No final do evangelho, temos a parábola da ovelha perdida, esta pequena parábola,  pode falar de duas intenções de Jesus: despertar-nos e tranquilizar-nos. Despertar-nos, para a importância de acolhermos todos aqueles  que desviaram do caminho de Deus e que  querem voltar e tranquilizar-nos, quando somos nós a ovelha perdida que deseja reencontrar o seu pastor. Jesus nos  assegura, de que o Pai acolherá com muita alegria, a  todos aqueles que desejam voltar ao seu convívio.
Deus é Pai, e como Pai amoroso, não exclui nenhum de seus filhos,  Ele está sempre de braços abertos para nos acolher de volta.
Jesus está sempre a nos revelar a predileção do Pai, pelos pequeninos! E quem são os pequeninos que Jesus se refere? São todos aqueles que o mundo despreza.
Quem é pequeno aos olhos do mundo, é grande aos olhos de Deus!
FIQUE NA PAZ DE JESUS! - Olívia
2 - Sejam inocentes como uma criança- José Salviano
Dizem que quando envelhecemos nos tornamos crianças. De certa forma, sim. Dificuldade de locomoção que nos dificulta tomar um banho, dependência dos outros para quase tudo, fraqueza da memória, acaba a sexualidade, ouvimos, entendemos, e escutamos mal. Em certos aspectos até que parecemos uma criança, mais em outros, nem pensar. Por exemplo, na inocência, não. Carregamos conosco o peso de todas as nossas aventuras da juventude, o peso dos pecados os quais não nos arrependemos, pelo contrário, até nos vangloriamos quando estamos entre amigos e nos esquecemos que somos cristãos.
Mas Jesus hoje está nos dizendo que "se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos céus."
Isso é o mesmo que dizer: Temos que nos tornar humildes, Inocentes, de coração puro sem mágoas e sem rancores, sem desejos de vingança, sem apego aos bens materiais, sem nenhuma maldade para com o próximo, sem pecar contra a castidade, em fim, como uma criança.  Será que vamos conseguir este estado de espírito? Talvez fosse melhor a gente começar agora uma espécie de preparação, de treinamento, de conversão, mesmo porque não sabemos a hora que vamos dessa vida para a última fase da nossa existência.  Começar neste exato momento a mudar o nosso esquema mental, convencidos de que não somos deste mundo. Estamos aqui de passagem, somos como que acampados em um lugar qualquer deste mundo, e um dia sem menos esperar, partiremos, sem estar preparados para a outra fase da nossa existência, que é o Reino dos céus. Caríssimos. Vamos por a mão consciência. Cedo ou tarde teremos de enfrentar a realidade da outra vida. E é bom estarmos preparados para ela. Na verdade não a merecemos. Mais pela graça de Deus, poderemos estar salvos, e fazer parte das maravilhas eternas. Portanto, vamos fazer de tudo para estar menos indignos de receber o perdão de Deus.
Sal
3 - “Um Reino do Céu, mas que está na terra...” -Diac. José da Cruz
Difícil entender esta verdade do Reino de Deus, que é do Céu, mas que está assentado na terra, no meio dos homens, entretanto há uma lógica muito simples: se Jesus se encarnou em nosso meio, assumindo totalmente a nossa frágil natureza humana, com o Reino acontece  a mesma coisa, e Jesus é o Reino.
O Reino não é da terra, Jesus disse isso diante do Governador Pôncio Pilatos, no seu processo de julgamento “O Meu Reino não é deste mundo”, e nos versículos iniciais deste evangelho ele anuncia, enquanto caminhavam pela Galiléia que o Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos homens.Eles irão matá-lo mas ao terceiro dia ressuscitará”.E diante dessa revelação, os discípulos ficam aflitos. Por que?
Eles imaginavam um reino terreno, com vitórias e glórias sobre os maus, e o Messias um Libertador Político e cheio de poder como Moisés e depois o grande Rei Davi, ficam aflitos porque descobrem que o Reino que Jesus anuncia, não acontece nos moldes dos reinos humanos, não terá inicialmente glória e vitória, mas sim fracasso, sofrimento e morte, daquele Messias que eles seguiam.
Entretanto, no episódio a seguir, mostra como Jesus é fiel á natureza humana, e não um alienado e fanático religioso. Pedro não quer saber de confusão e informa ao cobrador de impostos que Jesus paga em dia seus impostos. Mas em casa Jesus lhe garante que não está atrelado a nenhuma instituição humana, sua Filiação Divina o faz Poderoso e todas as coisas, inclusive as instituições humanas, estão sob seu poder e domínio. Isso é, Jesus não é estrangeiro mas Filho de Deus, tendo portanto todas as prerrogativas Divinas.
Por isso mesmo vai disponibilizar o recurso para o imposto, tanto para ele como para Pedro, de uma forma inusitada . Vai ao mar e lança o anzol, o primeiro peixe que pegares, abrirás a sua boca e encontrarás um estater. Toma-o e dá-o, por mim e por ti”. O fato mostra o domínio completo de Deus, presente em Jesus, sobre todas as coisas. Entretanto, aquele que tem sob si todas as coisas, se submete á natureza humana, tão limitada e frágil.
Nossas comunidades devem vivenciar esta verdade, da presença real porém invisível, de um reino que é do Céu, mas que nem por isso nos aliena, ao contrário, nos compromete a usar a força da Fé que transforma, até que um dia o Reino se torna visível e o Senhor reine para sempre.
4 - Não desprezeis nenhum desses pequeninos. Padre Queiroz
Não desprezeis nenhum desses pequeninos.
Com este Evangelho, Jesus nos indica como deve ser o relacionamento entre os membros da Comunidade cristã.
O texto começa com a pergunta dos discípulos a Jesus: “Quem é o maior no Reino dos Céus?”, isto é, na Comunidade de Deus. Jesus toma uma criança, coloca-a no meio deles e diz: “Se não vos converterdes, e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus. Portanto, quem se faz pequeno como esta criança, este é o maior no Reino dos Céus”.
Portanto, tornar-se como criança não é só condição para alcançar a maior grandeza na Comunidade de Deus, mas inclusive é requisito indispensável para ser admitido nela.
A criança é um ser fraco e humilde que não possui nada nem tem nada que dizer na Comunidade dos adultos. Como o pobre, ela só pode receber com alegria o que lhe é oferecido, porque depende totalmente dos outros. Esta é a situação do homem diante de Deus e, consequentemente, a atitude que Jesus quer dos seus discípulos: acolhimento, simplicidade e humildade.
Evidentemente, não se trata de voltarmos à condição de criança que tivemos no passado, o que é impossível. Significa optar pelo acolhimento, simplicidade, humildade e serviço, como fazem naturalmente as crianças. Além da criança, temos como modelo Jesus, o pobre de Deus, o mais pequeno e o servidor de todos. “Aprendei de mim que sou mando e humilde de coração”. “Quem recebe em meu nome uma criança como esta é a mim que recebe.”
E no final da parábola da ovelha perdida Jesus fala: “O Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos”. Não podemos desprezar as crianças, mas ir atrás delas, cuidar delas e educá-las no caminho de Deus e do bem. Esse cuidado, no contexto do Evangelho, não se restringe às crianças, mas abrange os pobres, os analfabetos, os doentes... isto é, a todos os “pequenos”.
A gente se lembra da fuga de Maria e José para o Egito, a fim de proteger o Menino Jesus. Uma família que se desloca para um País estranho, fazendo os maiores sacrifícios, porque a vida da criança estava ameaçada. Hoje, muitas vezes, não é a vida física mas a vida moral e espiritual das crianças que está ameaçada, pelas drogas, más companhias etc. Elas merecem o mesmo cuidado e sacrifício.
A Bíblia está cheia de exemplos de Deus protegendo crianças. Protegeu Isac (Gn 22,11-14), Ismael (Gn 21,17), Moisés (Ex 1,15-22)...
Na Comunidade de Deus, as crianças não morrerão antes do tempo (Is 65-20), e brincarão na cova das serpentes venenosas, sem serem picadas (Is 11,6).
Três pecados comuns nossos, junto às crianças: falar palavrões perto delas, mimá-las demais e deixá-las sem ocupação. A ociosidade é a mãe de todos os vícios.
O principal que uma criança precisa para crescer de forma saudável, é da união dos pais. Uma criança não precisa tanto que os pais as amem, mas que os pais se amem. Ela nasceu do amor de um homem e de uma mulher, e só cresce de forma integrada, vendo que aquele amor dos pais continua vivo.
Se um dos pais vem a falecer, ou, por um motivo justo, vive longe do filho, isso não o prejudica, porque o filho ou a filha sabe que os pais continuam unidos. Deus é providente e faz com que, na falta de um dos pais, outro ou outra cumprirá o seu papel.
Hoje nós celebramos a memória de Santa Clara. Ela foi contemporânea de S. Francisco de Assis, também conterrânea e amiga dele. Viveram no Séc. XIII.
Quando Clara tinha dezoito anos, ouviu umas pregações de S. Francisco e se entusiasmou pelo ideal da pobreza evangélica. Procurou Francisco e lhe pediu que a ajudasse a viver segundo o Evangelho. O santo propôs a ela abandonar o mundo e tornar-se religiosa. Clara topou. Cortou seus longos e belos cabelos e passou a usar roupas de pano pobre e rústico.
O pai de Clara era falecido. Sua mãe, Dona Ortolana, já havia escolhido um moço para casar-se com a filha. Mas todos aceitaram a decisão dela. Clara ingressou provisoriamente no convento da irmãs Beneditinas. Anos mais tarde, já com várias moças tendo o mesmo ideal de pobreza, elas fundaram uma nova família religiosa, que hoje tem o nome de clarissas.
Uma das normas é que não deviam guardar nada que fosse de comer para o dia seguinte. Tinham de distribuir tudo aos pobres. Com isso, elas queriam por em prática as palavras de Jesus: “Não vivais preocupados com o que comer ou beber... Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo” (Mt 6,25-33). Clara faleceu dia 11/08/1253. Tinha apenas 59 anos de idade.
Quinhentos anos depois de Clara e Francisco, a Mãe de Jesus apareceu no Brasil, nas águas do Rio Paraíba, e apareceu como negra, para dizer que é Mãe de todos, especialmente dos pequenos. E Maria cuidou muito bem do seu Filho Jesus. Que Maria Santíssima e Clara intercedam junto de Deus por nós, a fim de que aprendamos as virtudes das crianças, e amemos os pequenos.
Não desprezeis nenhum desses pequeninos.
Padre Queiroz
5 - “os pequeninos dos reino” - Helena Serpa
Quem é grande no céu é pequeno no mundo, pois no reino dos céus não existe maior ou menor, todos somos os pequeninos a quem o Pai atrai e sustenta com o Seu Amor. Jesus é muito claro quando nos aponta o ser criança como condição para que possamos usufruir o Seu reinado. Em diversas ocasiões Jesus usou a figura da criança para identificar as pessoas que têm acesso ao reino dos céus. A mentalidade evangélica é totalmente contrária ao modo de pensar do mundo. No mundo, o mais e o maior sempre prevalecem. No reino do céu o maior tem sentido de menor, isto é quem quer ser grande no reino de Deus terá que ser pequeno que nem uma criancinha aqui na terra. Ser como as crianças, é ser simples e dócil para assumir encargos e, ao mesmo tempo, ser capaz de entregar-se, de abandonar-se para ser dependente de Deus. É ser também, verdadeiro (a), transparente e saber comunicar as emoções com naturalidade e sem fingimento. Diante disso não podemos pensar que ser criancinha é ser, tolo, infantil, imaturo (a) e turbulento (a), sem coerência. Existe, pois, uma grande diferença entre ser infantil e ser como a criança. A pessoa infantilizada recusa-se a assumir a plena responsabilidade pelas próprias ações e, sempre deseja receber o prêmio. Ser infantil exige pouco esforço, porém o ser como criança exige de nós muito mais coragem porque, embora sejamos homens e mulheres maduros (as), necessitamos nos abrir às emoções como elas o fazem. “Os atos infantis afastam, enquanto que as ações próprias das crianças atraem”. O homem que se converte, torna-se como criança aos olhos do Pai, pois para Deus somos como filhos pequenos e amados, dependentes do Seu amor. Aquele que não confia na proteção do Senhor através dos seus anjos não pode ser considerado pequenino, portanto não entrará no reino dos céus. Saber que temos no céu, diante do trono do Pai o nosso anjo da guarda fará com que também sejamos como crianças dependentes da proteção, da ajuda e da assistência dos anjos de Deus. – Você já experimentou ser como uma criança? - Será que você está perdendo tempo querendo ser “grande” e deixando passar a graça de viver aqui o reino de Deus? – Você se sente dependente de Deus, abandonado (a) em Suas mãos? - Você é auto suficiente? – Em quem você confia?
Helena Serpa
6 - “Servir com alegria aos menos importantes” -Diac. José da Cruz
A  gente está habituado a servir, ser gentil e acolhedor, com gente importante, no trabalho profissional buscamos agradar ao chefe e demais superiores, quando mais importante o cargo e a função de quem nos pede algo, mais que vamos nos esforçar para atendê-lo. Talvez não só por questão de obediência, mas muito mais porque, sendo importante, aquela pessoa pode nos ajudar a subir dentro da empresa, nomeando-nos quem sabe para algum cargo. Quando esse modo de agir é uma obsessão, determinando nossas relações com essas pessoas, acaba se tornando puxa - saquice sem tamanho, mas no fundo é isso mesmo, gostamos de servir a quem pode nos retribuir com algo vantajoso.
Podem reparar que trazemos esse modo de agir para a comunidade, o pessoal da liturgia trata o Padre de um jeito, o Diácono de outro, e o coitado do Ministro da Palavra é o último que fala e o primeiro que apanha. Por que isso? Por que se observa as pessoas através de uma visão hierarquizada. Conforme se tem um cargo maior, mais “servidores” vão aparecer.
Não sou contra, dar uma atenção maior ao sacerdote, ao arcebispo, quando está em uma comunidade, são nossos pastores que nos orientam, nos apontam caminhos. Não há nada de errado nisso. Mas as pessoas são iguais e o espírito cristão tem que nos levar a agir dentro dessa igualdade.
No evangelho de hoje Jesus vai além e coloca como referência as criancinhas e os meninos, que naquele tempo eram insignificantes na sociedade, além das mulheres. Criança nem entrava nas estatísticas e eram totalmente dependentes dos adultos, começando pelos pais e parentes. Não tinham nenhuma autonomia e só lhes restava obedecer e fazer o que os adultos mandavam, diferente de hoje quando há até leis específicas que garante o direito das pessoas, crianças, adolescentes, jovens e idosos.
Os discípulos fizeram uma pergunta “Quem é o maior no Reino dos Céus?” porque seguiam essa lógica da submissão a quem é o maior. Jesus, entretanto desmonta esse esquema de domínio sobre as pessoas e afirma que no Reino, os pequenos, pobres, insignificantes, é que devem ser servidos. Esse ensinamento, tanto nos tempo dos discípulos e das primeiras comunidades, como em nossos dias,  parece absurdo porque na lógica humana somente as pessoas importantes são valorizadas. Mas Jesus não está fazendo um belo discurso demagógico como o de alguns políticos, pois na conclusão do evangelho, com a parábola da ovelha desgarrada, ele nos mostra que o Pai do Céu age assim com todos nós,buscando a ovelha perdida e a valorizando mais que as outras.

http://liturgiadiariacomentada2.blogspot.com.br/2013/07/servir-com-alegria-aos-menos_23.html

Liturgia comentada

Ai do mundo! (Mt 18,1-5.10.12-14)
Esta passagem do Evangelho tem como eixo nossa relação com os pequeninos. Estes nos são apresentados por Jesus como modelo de vida: “Se não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus”.
Claro que Jesus usa a imagem da criança para dizer que somos filhos de Deus, suas crianças [tékna, no grego, como gosta de usar o evangelista João]. Assim, Deus é nosso Abbá, o paizinho querido. Quem se relaciona como filho: confiante, mas obediente, esse entra no Reino.
Mas a mesma passagem traz uma séria advertência a respeito das ofensas contra os pequeninos. Jesus emite uma verdadeira cominação: “Ai do mundo por causa dos escândalos!” Esta palavra [skándalon] designava uma pedra, de tamanho pequeno, mas suficiente para levar alguém a tropeçar e cair. Também pode ser traduzida por “cilada” e “obstáculo”.
Nosso tempo assiste – com a maioria indiferente – a uma série de agressões contra os pequeninos que Deus ama. A justiça holandesa acaba de considerar “constitucional” a formação de um partido político pró-pedofilia. Numerosos parlamentos, em todo o mundo, vão seguidamente legalizando o aborto intencional. Na mesma linha, autorizam o uso de embriões humanos como cobaias de laboratório. O último escândalo (por enquanto) consiste na legalização de uniões conjugais entre pessoas do mesmo sexo, ainda que seja uma opção contrária à natureza da própria pessoa humana, incluindo o direito de adotarem crianças que, obviamente, sofrerão os prejuízos psicoafetivos derivados da ausência da mãe ou do pai.
A médio prazo – quem viver, verá... –, estas decisões equivocadas, baseadas em uma mentalidade neopagã, produzirão efeitos destrutivos sobre todo o tecido social, repetindo a história de antigos grupos sociais cuja decadência é sobejamente conhecida.
O que está ao nosso alcance, além da luta política e da conscientização da sociedade? Temos o dever de investir em nossas crianças, assim como faria o próprio Senhor se estivesse na Terra. Elas pedem nossa presença, educação de bons hábitos, formação religiosa e espiritual e, acima de tudo, o exemplo edificante dos pais e formadores.
Vale lembrar que, no início da pregação do Evangelho, as crianças não eram valorizadas entre gregos e romanos. Cabia ao paterfamilias decidir se os recém-nascidos iriam, ou não, ser mantidos vivos. O aborto era coisa banal. Crianças deficientes eram sumariamente eliminadas. O hábito de expor (abandonar ao relento) os recém-nascidos iria perdurar até o Séc. XVIII. A pregação do Evangelho e a atitude das famílias cristãs começaram a corrigir esse estado de coisas, lançando as primeiras sementes daquilo que hoje chamamos de “direitos humanos”.
Proteção ao idoso, escola para pobres, hospitais para indigentes, fidelidade matrimonial – são “novidades” trazidas pela evangelização. Sem o Evangelho, voltamos todos às cavernas...
Orai sem cessar: “Defendei antes o fraco e o órfão!” (Sl 82,3)
Texto de  Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Precisamos valorizar as nossas crianças

A sabedoria de Deus vem até nós por meio dos nossos pequeninos; é por isso que precisamos saber valorizar as nossas crianças.
Perguntaram a Jesus: “Quem é o maior no Reino dos Céus?” Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse: “Em verdade vos digo, se não vos converterdes, e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus”.
Meus irmãos e minhas irmãs, não existe bênção maior no meio de nós do que nossas crianças. Eu gosto de pegar bebê no colo, gosto de estar no meio das crianças, gosto de brincar com elas, porque elas trazem Deus para perto de nós. A inocência, a pureza de uma criança representam Deus para nós.
Quero chamar a atenção de todos que não sabem dar a devida atenção que nossas crianças merecem. Muitas vezes, até as desprezam, deixando-nas afastadas.
A sabedoria de Deus vem até nós por meio dos nossos pequeninos; é por isso que precisamos saber valorizar as nossas crianças. O pai e a mãe têm de saber abençoar seus filhos e não fazer deles pessoas mal acostumadas. Saber valorizar uma criança não é dar tudo o que ela quer, mas reconhecer nelas a bênção que elas representam e significam para nós.
É saber olhar em cada criança e descobrir nelas a pureza que nós perdemos, a singeleza que deixamos passar. Que nós saibamos amar as nossas crianças do fundo do nosso coração e que saibamos encontrar nelas a pureza do Reino de Deus. Que não se despreze nenhum dos nossos pequeninos.
Peço que Deus abençoe cada uma das suas crianças, cada um dos seus filhos. Onde houver uma criança, cuide dela, não deixe que ela seja explorada, não permita que seus filhos passem por qualquer abuso nessa terra; muito pelo contrário, que eles sejam protegidos, amados e cuidados, porque as crianças trazem o Reino de Deus para perto de nós.
Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo


Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.Facebook Twitter
LEITURA ORANTE


Mt 18,1-5.10.12-14 - O mais importante no Reino




Preparo-me para a Leitura, rezando ao Espírito, com todos os internautas:.
Espírito Santo

que procede do Pai e do Filho,
tu estás em nós, falas em nós,
rezas em nós, ages em nós.
Te pedimos: ajuda-nos a fazer espaço às tuas palavras,
à tua oração, para que possamos conhecer
o mistério da vontade de Deus na história.
Acende em nós aquele mesmo fogo
que ardia no coração de Jesus,
quando ele falava do reino de Deus.
Somente tu, Espírito Santo, podes acendê-lo
e a ti, portanto, apresentamos a nossa fragilidade,
a nossa pobreza, o nosso coração apagado,
para que tu o reacendas com o calor da santidade da vida,
do amor fraterno e da potência do Reino.
Amém. 


1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Mt 18,1-5.10.12-14 - O mais importante
Naquele momento os discípulos chegaram perto de Jesus e perguntaram:
- Quem é o mais importante no Reino do Céu?
Jesus chamou uma criança, colocou-a na frente deles e disse:
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se vocês não mudarem de vida e não ficarem iguais às crianças, nunca entrarão no Reino do Céu. A pessoa mais importante no Reino do Céu é aquela que se humilha e fica igual a esta criança. E aquele que, por ser meu seguidor, receber uma criança como esta estará recebendo a mim.
- Cuidado, não desprezem nenhum destes pequeninos! Eu afirmo a vocês que os anjos deles estão sempre na presença do meu Pai, que está no céu. [Porque o Filho do Homem veio salvar quem está perdido.]
- O que é que vocês acham que faz um homem que tem cem ovelhas, e uma delas se perde? Será que não deixa as noventa e nove pastando no monte e vai procurar a ovelha perdida? Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quando ele a encontrar, ficará muito mais contente por causa dessa ovelha do que pelas noventa e nove que não se perderam. Assim também o Pai de vocês, que está no céu, não quer que nenhum destes pequeninos se perca.
Os que decidem por seguir Jesus Cristo encontram alguns problemas.
O primeiro é a competição. Está na pergunta feita a Jesus: "Quem é o mais importante no Reino do Céu?" E a resposta é dada por Jesus através de uma parábola viva: chama uma criança e a coloca na frente de todos. Diz que se não mudarem de vida e não ficarem como as crianças, nunca entrarão no Reino do céu. Naquele tempo, a criança não era considerada. Era símbolo dos pobres, fracos e humildes, pessoas sem pretensões.
O segundo problema é o julgamento, ou seja, pensar que algumas pessoas estão irremediavelmente perdidas. O pastor deixa as 99 ovelhas que não se perderam e vai procurar a ovelha que se perdeu. Jesus veio ao mundo para salvar o que pensamos estar perdido.

2. Meditação (Caminho) 
Quero seguir Jesus Cristo e para isto jamais poderei deixar-me dominar pelo espírito de competição e pela tentação de julgar.
Os bispos, em Aparecida, na V Conferência, lembraram também o perigo da globalização. Disseram: 
"Conduzida por uma tendência que privilegia o lucro e estimula a concorrência, a globalização segue uma dinâmica de concentração de poder e de riqueza em mãos de poucos. Concentração não só dos recursos físicos e monetários, mas sobretudo da informação e dos recursos humanos, o que produz a exclusão de todos aqueles não suficientemente capacitados e informados, aumentando as desigualdades que marcam tristemente nosso continente e que mantêm na pobreza uma multidão de pessoas. O que existe hoje é a pobreza de conhecimento das novas tecnologias e do uso e acesso a elas. Por isso, é necessário que os empresários assumam sua responsabilidade de criar mais fontes de trabalho e de investir na superação dessa nova pobreza." (DAp 62).

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo a Oração que nos faz todos irmãos,
Pai Nosso ... 

 
4.Contemplação (Vida e Missão) 
 
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Hoje, vou olhar as pessoas com olhar de fraternidade e não me permitirei sentimentos de competição ou juízos sobre as pessoas.
nção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém
.

Ir. Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, dá-nos a consciência de que devemos ser pequenos para entrar em teu Reino de Amor. Ajuda-nos, Pai amado, a vencer a tentação de nos tornarmos inteligentes aos olhos do mundo, cultivando a simplicidade de vida, a modéstia e a humildade, seguindo o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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