segunda-feira, 29 de abril de 2013

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 30/04/2013

30 de Abril de 2013

Ano C

 

João 14,27-31a

Comentário do Evangelho


A alegria da confiança na Palavra do Senhor

A perícope é parte do discurso de despedida de Jesus (13,31–14,31).
A paz (v. 27) é dom do Cristo Ressuscitado (ver também: Jo 20,19.26). Não há, da parte do Senhor, ao contrário do “mundo”, nenhuma aparência nem hipocrisia na paz oferecida e dada. Ele mesmo, “príncipe da paz”, se engaja na reconciliação do gênero humano com Deus (cf. Mt 5,9). Daí que a paz não é, como se pensava, bem-estar para Israel.
O fiel deve deixar sua vida ser iluminada pela escatologia: “Eu vou, mas voltarei a vós” (v. 28). Segundo o discurso, não se sentirá a ausência de Jesus Cristo como abandono, já que a sua volta é certa (cf. Mt 28,20).
Para onde ele vai? Para o Pai (cf. v. 28c). Esse movimento de voltar para o Pai deveria ser motivo de alegria para o discípulo, pois a confiança do discípulo deve estar apoiada na palavra do Senhor: “Não vos deixarei órfãos. Eu virei a vós” (14,18).
A paixão e morte de Jesus, consideradas como ação de Satanás, o “chefe deste mundo” (v. 30), não devem afligir a comunidade dos discípulos, pois o Senhor o vencerá (cf. v. 30b). No entanto, a entrega de Cristo é, para o mundo, testemunho de seu amor pela humanidade. Para a teologia joanina, a paixão e morte de Jesus são gestos do amor de Deus por toda a humanidade (cf. Jo 3,16).
Carlos Alberto Contieri, sj


Vivendo a Palavra

O Mestre alerta para o sentido novo da Paz. Diferente da paz que o mundo dá, que se contenta com a busca da segurança pessoal e do comodismo, a Paz do Cristo se encontra na busca da Justiça, da Fraternidade, no cuidado com os irmãos, especialmente com os pobres e discriminados pela sociedade.

Reflexão

No Evangelho de hoje, Jesus nos mostra um dos aspectos mais importantes do amor que é o desejo do bem maior para o outro. O mundo nos apresenta uma falsa idéia de amor que é o amor possessivo: quando amamos uma pessoa, queremos que ela esteja constantemente ao nosso lado porque assim somos felizes. Na verdade estamos pensando na nossa felicidade e não na da pessoa amada. Jesus diz: "Se me amasseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu". Assim, de fato, somos nós, uma vez que nos entristecemos quando a felicidade maior do outro não é como gostaríamos que fosse. Na verdade, confundimos paixão e sentimentalismo com amor verdadeiro.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

FAÇA UMA DOAÇÃO AO NPDBRASIL...

1. A Paz de Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Sempre que leio essa afirmativa de Jesus, no evangelho de João "Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como mundo a dá..." me questiono sobre a Paz que o mundo nos oferece...Paz que tem o sinônimo de sossego, ausência de problemas, tranquilidade, despreocupação. Para o mundo, ficar em paz é não ter nenhuma contrariedade ou aborrecimento, portanto, é poder fazer tudo o que se quer, é não ter que ficar esperando...é não depender de ninguém nem de nada, é ter autonomia, é poder quebrar certas normas ou regras, usufruir de exceções, ter regalias e mordomias. É difícil falar de Paz do mundo, sem pensar no poder econômico, em uma riqueza e um patrimônio egocêntrico. Que outra Paz o mundo pode nos oferecer que não seja esta?

Há uma outra paz que inventaram por aí, e que até colocaram nela um rótulo cristão, mas é tão fútil como a Paz do mundo: as vezes a chamam de Paz interior, é a religião que arrebata o homem para o céu, ainda em vida, o alienando de toda e qualquer realidade que o cerca, caindo naquele dualismo sinistro de que, o mundo é mal e cruel, só Deus é bom, resta esperar que Deus supere o mal e restitua esse paraíso que o nosso pecado perdeu. Essa poderíamos chamar de "A Paz dos desiludidos..." E olhe que são muitos....que pensam dessa forma, a gente tendo Fé, lá de vez em quando Deus revela o seu poder em Jesus e nos traz algum benefício.....Um Deus que nos livra de todas as angústias humanas, bem diferente do Deus Pai de Jesus, que foi condenado e morreu em uma cruz.

A Paz de Jesus é a Graça Santificante e Operante que Ele nos comunica a partir do nosso Batismo e que nos possibilita viver com Ele em eterna comunhão, ter a Vida de Deus em nós e permitir que a nossa Vida também esteja Nele. É bom termos consciência de que essa situação de sermos agraciados a partir da Fé, não nos torna imunes as angústias, tribulações e sofrimentos inerentes ao ser humano, como muitos pensam..."Encontrei Jesus e meus problemas acabaram (quando na verdade, apenas começaram...) "

Que atitudes ou que testemunho deve dar um discípulo de Jesus, que vive na Fé pela Graça de Deus? Nada mais além do que o amor e a fidelidade ao Pai, como Jesus resume toda a sua postura no final do evangelho. Amar e ser Fiel a Deus, quando se navega em águas mansas e calmas, não é assim tão difícil, contudo, que ninguém se iluda, pois olhando para Jesus vamos ver que esse itinerário da Fé passa necessariamente pelas tribulações. É nesse sentido que Jesus quer tirar dos seus discípulos a insegurança e o medo diante dos desafios, e por isso os tranqüiliza se fazendo presente, agora na plenitude do Espírito que orienta e conduz á sua Igreja, que somos todos nós...

2. A alegria da confiança na Palavra do Senhor
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Carlos Alberto Contieri, sj - e disponibilizado no Portal Paulinas)
VIDE ACIMA
ORAÇÃO
Pai, confirma em mim o dom da paz recebida de teu Filho Jesus, de forma que, revestido desta fortaleza, eu possa caminhar, sem medo, ao teu encontro.

3. A ALEGRIA DA PARTIDA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Jesus procurou evitar que sua partida para junto do Pai, a sua morte, fosse motivo de perturbação para os seus discípulos. Na perspectiva deles, isto resultaria na perda de um amigo querido, com quem haviam estabelecido um relacionamento de profunda confiança. 

Não era isso, porém, que preocupava Jesus. No seu horizonte, despontava a ação malévola do Príncipe deste mundo, cuja ação enganadora visaria desviar os discípulos do caminho do Mestre, causando-lhes toda sorte de dificuldades. De fato, a perspectiva de perseguição não deixava de ser preocupante. Se os discípulos tivessem consciência do que isto significava, teriam mais razão ainda para entristecer-se e perturbar-se.

Apesar da incerteza do futuro, os discípulos deveriam alegrar-se. Ao partir, Jesus os precederia no caminho que todos haveriam de trilhar também. E, na casa do Pai, lhes prepararia um lugar. 

A partida de Jesus era inevitável e inadiável. Sua permanência terrena junto aos seus não podia prolongar-se indefinidamente. Uma vez concluída sua missão terrena, era hora de começar sua missão celeste. Aos discípulos caberia levar adiante a missão do Mestre. A compreensão disto deveria afastar deles todo medo e toda tristeza. Embora sendo uma dura experiência, os discípulos tinham motivos para se alegrar com a partida de Jesus.
Oração

Espírito de segurança, que a ausência física de Jesus não me deixe perturbado, e sim, seja motivo de alegria, para mim, porque sei que ele nos precedeu junto do Pai.

A força divina que sustenta o discípulo na caminhada


Postado por: homilia

abril 30th, 2013


Jesus, sabendo que estava próxima a hora de sair deste mundo, não queria partir sem dar segurança, tranquilidade, amparo, vitória, enfim, garantia de vida plena. Então, Ele se levanta e pronuncia as benditas palavras: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo”.
Nesta expressão, vemos a clara manifestação da personalidade de Jesus. Ele é, por natureza, comunicador da paz. Sem dúvida, não estamos às voltas com uma espécie de paz intimista e sentimental. A paz de Jesus é muito mais do que isto, é um dom de Cristo para Seus discípulos, em vista do testemunho ao qual são chamados a dar. Ela visa a ação, por isso não pode se reduzir ao sentimento. A paz de Jesus tem como efeito banir do coração dos discípulos todo e qualquer resquício de perturbação ou de temor que leva ao imobilismo. Possuindo o dom da paz, eles deveriam manter-se imperturbáveis, sem se deixar intimidar diante das dificuldades.
Assim pensada, a paz de Jesus consiste numa força divina, não deixando que os discípulos rompam a comunhão com o Mestre. É Jesus mesmo, presente na vida dos discípulos, sustentando-lhes a caminhada, sempre dispostos a seguir adiante com alegria, rumo à casa do Pai, apesar das adversidades que deverão enfrentar.
A paz do mundo é bem outra coisa. Encontra-se na fuga e na alienação dos problemas da vida. Leva o discípulo a cruzar os braços, numa confiança ingênua em Deus do qual tudo espera sem exigir colaboração. Neste sentido, ela conduz à morte!
O discípulo sensato rejeita a paz oferecida pelo mundo para acolher aquela que Jesus oferece.
A paz do Senhor é fruto da prática fraterna, solidária, restauradora da vida e da dignidade dos homens e mulheres. É a paz do reencontrar a vida na união de vontade com o Pai.
Reze comigo: “Jesus, Príncipe da Paz, dai-me a constância na fé e na esperança para que jamais duvide das Suas promessas. Que eu tome posse da Sua Paz, que me tranquiliza a alma e me faz mais do que vencedor, porque o Senhor está comigo e em mim. Amém”.
Jesus, Principe da Paz, dai-nos a paz!
Padre Bantu Mendonça
LEITURA ORANTE

Jo 14,27-31a - Onde encontrar a paz?



Inicio minha oração, em sintonia com todos que fazem este momento de oração,
cantando ou rezando:

"Deus não está longe de cada um de nós

Nele vivemos, nos movemos e existimos". (At 17,27b,28)
(CD Palavras Sagradas do Apóstolo Paulo, faixa 6)

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia? 

Leio atentamente, na Bíblia, o texto Jo 14,27-31a e observo as palavras de Jesus.
Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não é à maneira do mundo que eu a dou. Não se perturbe, nem se atemorize o vosso coração. Ouvistes o que eu vos disse: 'Eu vou, mas voltarei a vós'. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. Disse-vos isso agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais. Já não falarei mais convosco, pois vem o chefe deste mundo. Ele não pode nada contra mim. Mas é preciso que o mundo saiba que eu amo o Pai e faço como o Pai mandou." 
Jesus está se despedindo dos discípulos. Ele oferece a paz e lhes dá ânimo: não é preciso se afligir, nem ter medo. Anuncia a alegria, resultado da vitória. O que Jesus quer que o mundo saiba é que ele ama o Pai e faz o que ele manda. A paz de Jesus é diferente da paz do mundo que é baseada na injustiça. Ao contrário, é baseada na justiça e no amor. A paz que o mundo dá, prescinde de Deus. Não só desconsidera a pessoa, mas a explora e mata. A paz de Jesus tem em vista um mundo mais fraterno.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Onde fundamento a minha paz?
A minha paz vem de Deus?
Os projetos de paz do mundo em que vivo propõem a paz de Jesus?
A paz sempre comunica alegria. E é desta alegria que falaram os bispos em Aparecida:
"Desejamos que a alegria que recebemos no encontro com Jesus Cristo, a quem reconhecemos como o Filho de Deus encarnado e redentor, chegue a todos os homens e mulheres feridos pelas adversidades; desejamos que a alegria da boa nova do Reino de Deus, de Jesus Cristo vencedor do pecado e da morte, chegue a todos quantos jazem à beira do caminho, pedindo esmola e compaixão (cf. Lc 10,29-37; 18,25-43). A alegria do discípulo é antídoto frente a um mundo atemorizado pelo futuro e agoniado pela violência e pelo ódio. A alegria do discípulo não é um sentimento de bem-estar egoísta, mas uma certeza que brota da fé, que serena o coração e capacita para anunciar a boa nova do amor de Deus. Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria." (DAp 29).

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, e concluo com a Oração de Dom Pedro Casaldáliga:
Senhor,
Dá-nos a paz que se faz!
Senhor,quando te pedimos paz, devolve-nos o pedido, que é fácil pedir sem dar... 
Ensina-nos a passar da tolerância ao amor; 
de sermos notas dispersas a sermos uma canção. 
Quando entregamos as armas, 
ajuda-nos a entregar também, abertas, as almas, 
que a paz apenas sem guerra é pouca paz para nós. 
Necessitamos da terra com casa, trabalho e pão,
contigo no coração, com todos os povos, 
juntos, forjando o novo amanhã. 
Dá-nos a paz que se faz! 
Dá-nos a paz que se dá! 
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.

4.Contemplação (Vida e Missão) 
Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
O meu novo olhar é de paz, da paz que vem de Deus, oferecida por Jesus Cristo.

Bênçã
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 

Irmã Patrícia Silva, fsp

Oração Final
Pai Santo, dá-nos um olhar de criança! Assim seremos capazes de nos encantar sempre com os presentes que nos dás – a vida, a natureza e os irmãos. Não permitas, Pai amado, que nos acostumemos com esses dons, que renovas sempre com Amor. Por Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário