quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Santo Estevão da Hungria - 16 de Agosto


A grande alegria de Deus é ver os Seus projetos realizados na vida de Seus filhos, sendo assim os santos não foram aqueles que não tinham defeitos, mas pessoas pecadoras que se abriram e cooperaram com a obra do Espírito Santo em suas vidas. O santo de hoje, nascido no ano de 979, foi filho do primeiro duque húngaro convertido ao Cristianismo através da pregação de Santo Adalberto, Bispo de Praga.

Voik era o seu nome, até ser batizado na adolescência, recebendo o nome de Estevão, o primeiro mártir cristão, tendo sempre como guia e mestre o Bispo de Praga. Santo Estevão casou-se com a piedosa e inteligente Gisela, a qual muito lhe ajudou no governo do povo húngaro, já que precisou unificar muitas tribos dispersas e até mesmo bem usar a ação militar para conter oposições internas e externas.

Ele, até entrar no Céu em 1038, não precisou preocupar-se com a evangelização inicial do povo, mas ocupou-se do aprofundamento do seu povo na graça chamada Cristianismo. De todo o coração, alma e espírito, estreitou cada vez mais a comunhão com o Papa e a Igreja de Roma, isto sem esquecer de ajudar na formação de uma hierarquia eclesiástica húngara, assim como na construção de igrejas, mosteiros e na propagação da Sã Doutrina Católica e devoção a Nossa Senhora.

Santo Estevão, por ser "o primeiro Rei que consagrou a sua nação a Nossa Senhora", tem uma estátua na Basílica de Nossa Senhora de Fátima e um vitral na capela do Calvário húngaro.

Santo Estevão da Hungria, rogai por nós!


Santo Estevão da Hungria


Santo Estevão da Hungria
969-1038
No final do primeiro milênio, a Europa foi invadida pelos bárbaros nômades vindos da Ásia, que acabaram dominados pelos reis da Alemanha e da França. As tribos magiares, como eram chamadas, instalaram-se na região da Panônia, atual Hungria, e lá conheceram o cristianismo. A partir desse contato, aos poucos foram se convertendo e abraçaram a religião católica. 
O duque Gesa, casando com uma princesa cristã, permitiu que os filhos fossem educados no seguimento de Cristo. O seu primogênito, Vaik, que nascera em 969, ao completar dez de idade, foi batizado e recebeu o nome Estêvão. Na cerimônia, o futuro herdeiro do trono teve a felicidade de ver seu pai, convertido, recebendo o mesmo sacramento. 
Mas o velho rei morreu sem conseguir o que mais desejava, unir seu povo numa única nação cristã. Esse mérito ficou para seu filho Estêvão I, que passou para a história da humanidade como um excelente estadista, pois unificou as trinta e nove tribos, até então hostis entre si, fundando o povo húngaro. Ele também consolidou o cristianismo como única religião deste povo e ingressou para o elenco dos "reis apostólicos". 
Casou-se com a piedosa e culta princesa Gisela, irmã do imperador da Baviera, Henrique II, agora todos venerados pela Igreja. Tendo como orientador espiritual e conselheiro o bispo de Praga, Adalberto, confiou aos monges beneditinos de Cluny a missão de ensinar ao povo a doutrina cristã. 
Depois, conseguiu do papa Silvestre II a fundação de uma hierarquia autônoma para a Igreja húngara. Para tanto, enviou a Roma o monge Astric, que o papa consagrou bispo com a função de consagrar outros bispos húngaros. 
Com o auxílio da rainha Gisela, Estêvão I fundou muitos mosteiros e espalhou inúmeras igrejas pelas dioceses que foram surgindo. Caridoso e generoso, fundou hospitais, asilos e creches para a população pobre, atendendo, especialmente, os abandonados e marginalizados. Humilde, fazia questão de tratar pessoalmente dos doentes, tendo adquirido o dom da cura. Corajoso e diplomático, soube consolidar as relações com os países vizinhos, mesmo mantendo vínculos com o imperador de Bizâncio, adquirindo também o dom da sabedoria. Assim, transformou a nação próspera e o povo húngaro num dos mais fervorosos seguidores da Igreja Católica. 
No dia da Assunção de Maria, em 15 de agosto de 1038, o rei Estêvão I morreu. Logo passou a ser venerado pelo povo húngaro, que fez do seu túmulo local de intensa peregrinação de fiéis, que iam agradecer ou pedir sua intercessão para graças e milagres. A fama de sua santidade ganhou força no mundo cristão, sendo incluído no livro dos santos, em 1083, pelo papa Gregório VII. A festa de santo Estêvão da Hungria, após a reforma do calendário da Igreja de Roma, passou as ser celebrada no dia 16 de agosto, um dia após a sua morte.


Santo Estevão da Hungria, rei

Comememoração litúrgica: 16 de agosto 

Também nesta data: São Roque e Santo Alsásio

                                              
                                                     Santo Estevão, rei da Hungria, é indubitavelmente quem deu ao povo nômade dos magyares,  procedente da Ásia e que no final do século IX se  haviam assentado ao longo do Danúbio, a estabilidade política definitiva, sobretudo,  no catolicismo.  Povo guerreiro e feroz, foi durante algum tempo o terror dos vizinhos territórios cristãos;  porém, convertido ao cristianismo, foi posteriormente o mais deicidido campeão na fé.  Geza, o terceiro de seus duques depois de seu estabelecimento no centro da Europa, compreendeu a necessidade de orientar seu povo ao cristianismo, que professavam os povos circunvizinhos e, sob o influxo de São Alberto de Praga, recebeu o batismo.  Seu exemplo foi seguido por um bom número da nobreza;  porém,evidentemente se tratava, em sua maioria, de conversões nominais.  
                                                     O que deu o passo definitivo e  logrou enraizar definitivamente o cristianismo no povo magyar foi o filho de Geza, chamado Vaik, batizado juntamente com seu pai quando só contava dez anos, e que recebeu o nome de Estevão. No ano de 995, aos vinte anos de idade, recebeu por esposa Gisela, irmã do santo imperador Henrique II, e pouco depois sucedeu a seu pai no governo de seu povo.  
                                                     Em momento tão decisivo, certamente experimentou os atrativos de uma vida de liberdade e  independência de todo jugo religioso,  conforme os antecedentes de seu povo nômade e guerreiro;   porém, preparado já pelo batismo e  pela primeira educação recebida de seu pai e  atraído depois pelo afeto e pelas razões de sua esposa cristã, Gisela, decidiu-se pelo cristianismo e se propôs desde o início fazer de seu povo um povo profundamente cristão. Nos primeiros anos de seu governo deu as mais claras provas de seu espírito guerreiro e do indomável valor de seu braço, pois em uma série de guerras com rivais de sua própria tribo e  com alguns povos vizinhos, assegurou definitivamente sua posição e  sua independência. Isto foi de extraordinária importância em  todos os passos que foi dando sucessivamente,  asegurando-lhe o prestígio militar que necessitava, cortando pela raiz todo princípio de rebelião contra a evidente superioridade que todos lhe reconheceram.  
                                                     Uma vez assegurada sua posição,  dedicou-se plenamente à consolidação do cristianismo em seus territórios, para o qual lhe serviu de  instrumento o mongeAscherik ou Astrik.  Nomeado primeiro arcebispo dos magyares com o nome de Anastácio, Astrick se dirigiu a Roma, com a dupla comissão de Santo Estevão, de obter do Papa São Silvestre II (999-1003), antes de tudo, a  organização de uma hierarquia completa na Hungria e, em segundo lugar, a concessão do título de rei para Estevão,  segundo lhe instava a nobreza e a parte mais saudável de seu povo. 
                                                     O Papa São Silvestre II viu claramente a importância de ambas comissões, destinadas à consolidação definitiva do cristianismo em um grande povo e, assim, com entendimentos com o  jovem imperador Otão III, que se encontrava então em Roma,  redigiu uma bula, na qual aprovava os bispos propostos por Estevão e  lhe concedia com toda solenidade o título de rei,  enviando para ele uma corôa real juntamente com sua bênção apostólica.  Santo Estevão saiu ao encontro do embaixador de Roma, escutou de pé e  com grande respeito a  leitura da bula pontifícia, e  no Natal do ano 1000 foi solenemente coroado rei.  
                                                     Desde este momento se pode dizer que o novo rei Santo Estevão da Hungria entregou-se totalmente à rude tarefa de converter o povo dos magyares em um dos povos mais profundamente cristãos da  Europa medieval.  Antes de tudo, era necessário instruir convenientemente a  maior parte de seus súditos, que não conheciam o Evangelho e que, pelo contrário, estavam imbuídos nas práticas pagãs.  Para este trabalho de  evangelização de seu povo, Estevão pediu ajuda aos monges cluniacenses, então em grande fervor e  apogeu, e,  efetivamente, seu célebre abade Santo Odilon, que lhe concedeu grande quantidade de missionários.  
                                                     Por outro lado, organizou o rei uma série de novas dioceses. Seu primeiro plano foi estabelecer os doze projetos,  porém,  logo viu que devia proceder gradualmente, à medida que o clero ia capacitando-se para isso e  as circunstâncias o permitiam. A primeira foi a de Vesprem. Não muito depois da Esztergom, que foi constituída  em sede primada, e assim foram seguindo outras.  Paralelamente, Santo Estevão foi o grande construtor de igrejas. Assim,  construiu a catedral metropolitana de Esztergom, outra em honra à Santíssima Virgem em Szekesfehervar, onde posteriormente eram coroados e enterrados os reis da Hungria. Santo Estevão estabeleceu neste lugar sua residência, pelo qual foi denominado Alba Regalis.
                                                     Desta forma continuou avançando rapidamente a cristianização da Hungria, que constitui a grande obra de Santo Estevão. Os principais instrumentos foram os monges de São Bento. Estevão completou a construção do grande mosteiro de São Martinho, começado por seu pai. Este mosteiro, existente todavia em nossos dias, conhecido com os nomes de Martinsberg ou Pannonhalma, foi sempre o centro da Congregação beneditina na Hungria. 
                                                     Em seu empenho, de cristianizar seu reino, protegeu a vida de piedade do povo em todas suas manifestações. Por isto, além de construir igrejas e mosteiros, organizou santuários dedicados à Santíssima Virgem, cuja devoção favoreceu e fomentou, ajudou e protegeu as peregrinações a Jerusalém e a Roma e, em geral,  tudo o que significava fervor e vida cristã.  Ao contrário, perseguiu e procurou abolir, às vezes com excessivo rigor  os costumes bárbaros ou supersticiosos do povo: reprimiu com severos castigos a blasfêmia, o adultério, o assassinato e  outros crimes ou pecados públicos. Enquanto por um lado se mostrava humilde, simples e acessível aos pobres e necessitados, era intransigente com os degenerados  e rebeldes para com a religião. 
                                                     Uma de suas ocupações favoritas era distribuir esmolas aos pobres, com os que se mostrava indulgente e paternal.  Refere-se que, em certa ocasião, um grupo de mendigos caíram sobre ele, o maltrataram e roubaram o dinheiro que tinha destinado para os demais. O rei tomou com mansidão e  bom humor este atropelo,  porém,  os nobres trataram de impedir que se expusesse de novo sua pessoa a  outro ato semelhante. Sem embargo, a despeito de todos, ele renovou sua promessa de não negar nunca esmola a quem se lhe pedisse. Precisamente, este insigne exemplo de virtude, era o que mais influxo exercia sobre todos os que entravam em contato com ele. 
                                                     Sobre esta base da mais profunda religiosidade, Santo Estevão deu uma nova legislação e organizou definitivamente a seu povo. Com o objeto de obter a mais perfeita unidade, aboliu as  divisões de tribos e  dividiu o reino em trinta e nove condados, correspondentes às divisões eclesiásticas.  Além disso, introduzindo com algumas limitações o sistema feudal, uniu fortemente a sua causa à nobreza.  Por isto, Santo Estevão deve ser considerado como o fundador da verdadeira unidade da Hungria.  
                                                     Certamente teve opositores e descontentes dentro e fora de seu território.  Por isso, ainda que tão deicidido amigo da paz, teve que fechar mão de seus extraordinários dotes de guerreiro para manter a unidade e defender seus direitos. Assim, venceu a Gyula de Transilvânia, e quando em 1030 o imperador Cornado II da Alemanha invadiu a Hungria, Santo Estevão ordenou penitências e orações em todo o reino e com tanto valor se opôs com seu exército às forças invasoras, que Conrado II teve que abandonar todo o território com incalculáveis perdas.  Por outro lado, teve que manter seus direitos frente à Polônia, ajudou nos Balcanes aos bizantinos e  realizou constantemente uma política de defesa dos interesses de seu território.
                                                     Os últimos anos de sua vida foram perturbados por infelicidades domésticas e  dificuldades internas. Seu filho e sucessor, Santo Emerico, a quem Estevão tratava já de  entregar parte do governo, morreu inesperadamente em  1031.  As crônicas referem que,  ao ter notícia desta tragédia, o santo rei exclamou: "Deus o amava muito, e por isto o levou consigo", porém, de fato, caiu em grande desalento.  Mas as conseqüências desta tragédia foram sumamente lamentáveis. Os últimos anos de vida de Santo Estevão foram uma veidadeira teia de intrigas com relação à sucessão, que foram constantemente crescendo à medida que piorava a saúde de Estevão. 
                                                     Entre os quatro pretendentes que se apresentaram o que mais distúrbios ocasionou foi o filho de Gisela, irmã do rei, mulher ambiciosa e cruel, que vivia na corte húngara e se propôs a todo custo apoderar-se do trono da Hungria. As constantes tristezas que todas estas coisas ocasionavam ao santo rei foram minando sua saúde, até que,  no ano de 1038, na festa da Assunção, entregou sua alma a Deus. foi enterrado em Szekesfehervar, ao lado de seu filho Emerico, enquanto sua esposa, Gisela,  se retirava para o convento das beneditinas de Passau.
                                                     Rapidamente Estevão foi objeto da mais entusiasta veneração, pois o povo cristão mantinha a mais viva recordação de suas extraordinárias qualidades como guerreiro, como governante, como pai de seus súditos e  como rei ideal cristão, mas sobretudo, estimava e  louvava sua extraordinária piedade e espírito religioso, sua submissão à hierarquia e, particularmente ao Romano Pontífice, a quem se declarava devedor da coroa e de quem se declarou súdito feudal, e  seu entranhável amor aos pobres.  Já no ano 1083, suas relíquias, juntamente com as de seu filho Emerico, foram postas à veneração pública durante o governo de São Gregório VII, o qual equilavia à canonização dos nossos tempos. Rapidamente Santo estevão se  fez popular em toda a  Europa cristã. Na Alemanha maniveram-se verdadeiras correntes de devoção até às peregrinações húngaras, que ao longo da Idade Média acorriam grandes massas à Colônia ou ao Aquisgrão. Em territórios sumamente distantes se encontram pegadas desta veneração crescente por Santo Estevão da Hungria. Assim, se encontrou na Bélgica,  na região de Namur, na Itália, em Montecassino e na própria Rússia. Este fenômeno se deve, indubitavelmente, à predileção que Santo estevão mostrou sempre pelas peregrinações e o favor que sempre prestou aos peregrinos. Assim se explica quão salutar a Igreja lhe dedicar um ofício litúrgico na Hungria, que Inocêncio XI (1676-1689) extendeu à toda Igreja.  
                                                     É curioso o antigo costume de apresentar a Santo Estevão extremanente encião, sendo assim que morreu contando somente uns sessenta e três anos e com um manto de coroação, na forma de casula, de que ele mesmo havia feito donativo à igreja de Alba Regalis (Szekesfehervar).
                                                     Tendo presente, por um lado, como favoreceu constantemente á obra dos beneditinos e, por outro, como seu espírito profundamente religioso, sua piedade eminentemente litúrgica, sua hospotalidade e amor aos pobres o assemleham tanto ao espírito de São Bento, observa-se que Santo Estevão da Hungria foi um rei beneditino e levou ao trono o espírito da regra beneditina. Mais ainda. De certa maneira,  se chegou a dizer, é mais beneditino que São Bento e seus filhos. Pois é conhecido que ele tinha o piedoso costume de entregar cada ano seu cargo na igreja de São Martinho. de fato, a regra de São Bento, não pede tanto de seus abades. 
Por Bernardirno Llorca, S.I. (Vide refererência na base)
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Reflexões:

De Santo Estevão da Hungria podemos aprender primorosas lições:  

1. Soube honrar e cuidar com zeloso apreço o maior tesouro que recebera como herança de seu pai:  A educação cristã, que valorosamente soube semear no coração de seu povo, de tradição eminentemente pagã.  

2. Não deixou-se embriagar-se pela soberba, nem o poder do mundo o seduziu. Alcançando elevado grau de prestígio político e militar junto aos territórios que ocupara,   sua primeira providência foi curvar-se diante do Trono de Pedro, enviando emissários ao Papa rogando sua bênção apostólica. 

3. Com ajuda dos monges cluniacenses e beneditinos, empenhou-se com todas as forças para extirpar de seu povo  traços malignos do paganismo, feitiçaria e toda espécie de crendices e superstições;  organizou e estabeleceu dioceses, erigiu belíssimas igrejas e mosteiros, enfim, fez florescer extraordinariamente, em toda a Europa medieval, a verdadeira doutrina de Cristo. 

4. Após assumir o trono, pessoalmente intensificou as práticas da caridade, do amor ao próximo e da piedade. À medida que Deus o elevava diante dos homens, tanto mais se humilhava diante d'Ele. Dedicou sua vida, por assim dizer, exclusivamente ao rebanho que lhe fora confiado,  os educando, instruindo e guiando no caminho da Salvação.  Seu maior  tesouro, a Igreja,  adornou cuidadosamente com as mais belas e preciosas jóias de afeto  e dedicação cristã.

Peçamos a intercessão de Santo Estevão da Hungria para que, com a mesma coragem e determinação, possamos combater as forças malignas que, sutilmente infiltradas, tentam contestar, sufocar ou mesmo aniquilar a autoridade do Sucessor de Pedro. Da mesma forma, afastar para longe as íntimas tentações do ter, do poder e do prazer, que tantas almas têm levado à perdição eterna.   

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