Leopoldo Mandic nasceu na Dalmácia, atual Croácia,
em 12 de maio de 1866. Os pais, católicos fervorosos, batizaram-no com o nome
de Bogdan, que significa "dado por Deus". Desde pequeno apresentou
como características a constituição física débil e o caráter forte e
determinado. O mais novo de uma família numerosa, completou seus estudos
primários na aldeia natal.
Nessa época, a região da Dalmácia vivia um ambiente social e religioso marcado
por profundas divisões entre católicos e ortodoxos. Essa situação incomodava o
espírito católico do pequeno Bogdan, que decidiu dedicar sua vida à
reconciliação dos cristãos Orientais com Roma.
Aos dezesseis anos, ingressou na Ordem de São Francisco de Assis, em Udine,
Itália, adotando o nome de Leopoldo. Foi ordenado sacerdote em Veneza, onde
concluiu todos os estudos em 1890. Sua determinação era ser um missionário no
Oriente e promover a unificação dos cristãos. Viajou duas vezes para lá, mas
não em missão definitiva.
Leopoldo foi destinado aos serviços pastorais nos conventos capuchinhos por
causa da saúde precária. Ele era franzino, tinha apenas um metro e quarenta de
altura e uma doença nos ossos. Com grande espírito de fé, submeteu-se à
obediência de seus superiores. Iniciou, assim, o ministério do confessionário,
que exerceu até a sua morte. No início, em diversos conventos do norte da
Itália e, depois, em Pádua, onde se tornou "o gigante do
confessionário".
A cidade de Pádua é famosa por ser um centro de numerosas peregrinações. É em
sua basílica que repousam os restos mortais de santo Antônio. Leopoldo dedicava
quase doze horas por dia ao ministério da confissão. Para os penitentes, suas
palavras eram uma fonte de perdão, luz e conforto, que os mantinham na
fidelidade e amor a Cristo. Sua fama correu, e todos o solicitavam como
confessor.
Foi quando ele percebeu que o seu Oriente era em Pádua. E fez todo o seu apostolado
ali, fechado num cubículo de madeira, durante trinta e três anos seguidos, sem
tirar um só dia de férias ou de descanso. Pequenino e frágil, com artrite nas
mãos e joelhos, e com câncer no esôfago, ofereceu toda a sua agonia alegremente
a Deus.
Frei Leopoldo Mandic morreu no dia 30 de julho de 1942, em Pádua. O seu funeral
provocou um forte apelo popular e a fama de sua santidade espalhou-se, sendo
beatificado em 1976. O papa João Paulo II incluiu-o no catálogo dos santos em
1983, declarando-o herói do confessionário e "apóstolo da união dos
cristãos", um modelo para os que se dedicam ao ministério da
reconciliação.
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