quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 23/02/2012

23 de Fevereiro de 2012 

Lucas 9,22-25

Comentário do Evangelho

Jesus identifica-se com o "Filho do Homem"

O centro do evangelho de Lucas, bem como o de Marcos, é marcado pela revelação da identidade de Jesus. Jesus rejeita ser identificado com um messias ("cristo") restaurador do reinado de Davi. É chegado o momento de deixar isto claro. A partir da interrogação sobre quem ele é, Jesus identifica-se com o "Filho do Homem". O termo original hebraico (Ezequiel e Daniel) e, depois, grego (tradução dos LXX) significa "o humano", a condição humana. 

Enquanto "humano", Jesus está exposto ao sofrimento e à morte. Há uma referência à "necessidade" deste sofrimento e morte. O termo "necessidade" não indica um determinismo cego, mas as implicações inevitáveis decorrentes do compromisso libertador assumido por Jesus. Quem assume o anúncio e a luta libertadora despertará, necessariamente, a ira dos poderes constituídos, que procurarão destruí-lo. Porém, Jesus revela que ao "humano" foi dada, por Deus, a vida eterna. Quem quiser unir-se ao destino de Jesus, renuncie ao sucesso e à glória do status social e econômico. E não fuja das adversidades e dos sofrimentos que os poderes político e religioso lhe imporão. 

José Raimundo Oliva



Vivendo a Palavra

Seguir Jesus não é se amoldar docilmente aos critérios da sociedade egoísta em que vivemos, mas buscar modificá-la fazendo com que nela apareçam os sinais do Reino de Deus. Isto não acontecerá sem que os discípulos do Mestre sofram perseguições e condenações.



Reflexão 
O verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que vive como o próprio Jesus e faz dele o modelo de sua vida. Jesus nunca viveu para si, mas sempre viveu para o Pai e para os seus irmãos e irmãs, fazendo do seu dia a dia um serviço a Deus e ao próximo. A exemplo de Jesus, nós devemos passar por esse mundo não para buscar a satisfação dos nossos interesses e necessidades, mas para deixar de lado tudo o que nos impede de ir ao encontro de nossos irmãos e irmãs que precisam de nós, da nossa presença e do nosso serviço, e que também nos impede de ir ao encontro do próprio Deus para vivermos com ele a sua vida.



COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

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1. “Perder é preciso...”(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Nos dias de hoje inventaram um CRISTIANISMO sem cruz e sem calvário, criaram um atalho para se chegar à ressurreição, sem que seja preciso passar pelos tropeços e vergonhosa humilhação de se carregar a cruz. Diante de uma sociedade hedionda, que apregoa e incentiva a busca desenfreada de todos os prazeres, era mesmo necessário se criar um Cristo mais "folgado" e menos exigente, para se ostentar a fachada de um Cristianismo milenar, mas adaptado as conveniências humanas.

Nosso Deus não é masoquista, Jesus, o Filho de Deus, nunca buscou o sofrimento físico ou moral, ao contrário, veio para nos dar Vida Plena, isso significa alegria, felicidade e realização humana na vocação do amor. O sofrimento veio como conseqüência da sua postura séria e da sua fidelidade aos Desígnios Divinos.

Ser cristão é saber perder e morrer a cada dia, como pé que isso pode ser aceito e compreendido em uma sociedade tão competitiva onde somos sempre impelidos a vencer e a dominar? Que morte é essa e que perdas são essas que fala esse evangelho?

A resposta vem da comunidade, melhor lugar para se exemplificar esse ensinamento. Dona Maria - Ministra dos enfermos e das exéquias, já tinha trabalhado arduamente naquela semana, dois velórios na quinta, visita a quatro enfermos na sexta, e no sábado ainda cuidou de uma vizinha enferma que estava acamada e precisava tomar banho não tendo quem o fizesse. No domingo o esposo e os filhos haviam programado um passeio a chácara da Família para um merecido descanso, pois também o esposo e os filhos atuavam na comunidade em trabalhos pastorais... Entretanto...

Justo naquele domingo o Padre convocou os agentes de pastorais para um retiro espiritual e formação, a presença era obrigatória - avisou a coordenadora. Tristeza e desânimo naquela manhã de domingo, cheia de sol e de vida, a família guardou os apetrechos de lazer, roupas de banho para a piscina, varas de pescar, pois na chácara tinha um riozinho que dava bons peixes, a carne do churrasco, e seguiram para a comunidade logo cedo, onde o almoço foi um lanche comunitário em lugar do churrasco. Foi uma perda e tanto, algo morreu dentro deles naquele domingo... O amor pela comunidade e pela Igreja falou mais alto que suas necessidades de lazer, que ficaram para uma próxima oportunidade.

Essa renúncia e desapego, esse esvaziamento de si mesmo e aniquilamento, são as marcas características do Senhor, e que torna autêntica toda e qualquer ação dessa natureza. Essa linguagem e essa conduta, o mundo jamais compreenderá! Não tiremos a cruz de nossa vida, senão não haverá ressurreição...

2. Jesus identifica-se com o "Filho do Homem"(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

VIDE ACIMA

Oração

Pai, dá-me a firme disposição de renunciar a todos os meus projetos pessoais, para abraçar unicamente o projeto de Jesus, mesmo devendo passar por sofrimentos.


3. O CAMINHO DO MESTRE(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Quem se propõe a seguir Jesus, não pode escusar-se de refazer o caminho do Mestre. Este caminho tem uma dinâmica bem definida. Jesus começa recusando-se a se apegar à sua igualdade com Deus, e, por conseqüência, dispondo-se a assumir, plenamente, a condição humana. Passa pelo testemunho radical do Pai e de seu Reino, sem se importar com a opinião de quem o critica. E se consuma na morte de cruz, como desfecho natural de uma vida de total renúncia de si mesmo.

Também do seguidor de Jesus exige-se a disposição de abrir mão de seus projetos pessoais, escolhendo somente os que são compatíveis com o Reino, sem poupar-se ou estabelecer limites, quando se trata de executá-los. Põe em risco a própria salvação, quem se deixa levar pela prudência humana, e procura salvaguardar certas dimensões de sua vida, temendo colocá-las em jogo.

À imitação de Jesus, seu seguidor tem um coração desapegado, livre dos ideais mesquinhos de ganhar o mundo inteiro, ao preço da própria condenação. Esta liberdade capacita-o a trilhar o caminho de Jesus, embora tendo de enfrentar a cruz, com seu componente de rejeição e de morte.

O seguimento exige disposição e coragem para não nos determos na metade do caminho. Como seguidores do Mestre, somos desafiados a concluir, com ele e como ele, a sua mesma caminhada.

Oração

Torna-me, Espírito Santo, capaz de renunciar aos meus projetos pessoais e colocar-me, corajosamente, no seguimento de Jesus, até a cruz.



Jesus destruiu o poder da morte 

deixando o ser humano livre

Postado por: homilia

fevereiro 23rd, 2013


Os evangelistas, cada um à sua maneira, se referem à questão da identidade de Jesus. A interpretação dominante, entre os discípulos vindos do Judaísmo, era que Cristo seria o messias davídico esperado conforme a tradição antiga do Primeiro Testamento. Jesus rejeita ser identificado como este messias-restaurador do reinado de Davi. É o momento de deixar isso bem claro.
A partir da interrogação sobre quem o Senhor é, Jesus identifica-se como o “Filho do Homem”. Esta expressão, muito frequente no livro de Ezequiel, refere-se à comum condição humana, humilde e frágil. Enquanto “humano”, Ele é vulnerável ao sofrimento e à morte.
A “necessidade” deste sofrimento não significa um determinismo, mas as implicações inevitáveis decorrentes do compromisso de salvação assumido pelo Senhor. Os poderes constituídos necessariamente vão reagir contra a prática de Jesus e de Seus discípulos, e procurarão destruí-los. Porém, Jesus revela que ao “humano” foi dada, por Deus, a vida eterna. Perder a vida de sucesso oferecida por este mundo e consagrar-se ao seguimento do Senhor significa a comunhão com o Pai em Sua vida divina e eterna.
Para Lucas, o que conta é a ressurreição, não a morte. Mesmo ao descrever a morte com traços vivos, destacando a inocência de Jesus e Seu caráter de mártir, Lucas não lhe dá o sentido salvífico. Se, de fato, Lucas é um grego, então se pode ver nisso um motivo para não apelar para a morte expiatória e vicária, pois essa era teologia judaica. No contexto grego de Lucas é muito mais importante ressaltar a ressurreição, pois a morte para os gregos é loucura (cf. I Cor 1,23).
A morte de Jesus como vitória sobre o sofrimento e, sobretudo, sobre os poderes da morte e o fato de Cristo descer aos infernos e lutar com a morte, era uma ideia bem conhecida no Oriente e no Ocidente. Faz parte da mitologia de muitos povos que a aplicavam aos seus heróis. Essa ideia penetrou no Judaísmo tardio e dali passou para o Novo Testamento. Nesta mesma perspectiva, também Cristo tem vencido os poderes da perdição. Ele conquistou a salvação descendo ao reino dos mortos, libertando os que aí estavam presos , desde Adão até o último homem.
Por intermédio de Sua morte, Jesus destruiu o poder da morte deixando o ser humano livre. Mas, antes da ressurreição existe a cruz. E Cristo quer advertir os Seus de que fiquem preparados para ela.
Como os apóstolos, também nós somos convidados a seguir a Cristo passando por tudo o que Ele passou, a fim de que no final possamos ressuscitar com Ele para a eternidade.
Padre Bantu Mendonça


Leitura Orante

Preparo-me para a Leitura Orante, 
com todos os internautas, com a oração: 

Mestre: 
a tua vida me traça o caminho, 
a tua doutrina confirma 
e ilumina os meus passos; 
a tua graça me sustenta 
e me conduz no caminho do céu. 
Tu és perfeito Mestre: 
dás o exemplo, 
me ensinas 
e me animas a seguir-te. 

1.Leitura (Verdade) 

- O que a Palavra diz? 

Leio, atentamente, na Bíblia, o Evangelho do Dia: 
Lc 9,22-25. 

Aquele que quiser seguir a Jesus, participar de sua vida e de sua missão, deverá percorrer o mesmo caminho dele. E ainda, renunciar ao poder, ao reino de um messias glorioso e vencedor. A causa é dele, que afirma: quem esquece a si mesmo por minha causa terá a vida verdadeira. 

2. Meditação (Caminho)
 
- O que a Palavra diz para mim?
 
Também eu posso seguir Jesus. Assumir a sua causa. Nos momentos de maiores dificuldades vou me lembrar que esta causa é primordial. O seguimento de Jesus requer renúncia, busca de justiça e doação da vida por uma boa causa.Podemos afirmar, a melhor causa. 
Os bispos, em Aparecida, lembraram muito bem: 
"Como discípulos de Jesus reconhecemos que Ele é o primeiro e maior evangelizador enviado por Deus (cf. Lc 4,44) e ao mesmo tempo o Evangelho de Deus (cf. Rm 1,3). Cremos e anunciamos "a boa nova de Jesus, Messias, Filho de Deus" (Mc 1,1). Como filhos obedientes à voz do Pai, queremos escutar a Jesus (cf. Lc 9,35) porque Ele é o único Mestre (cf. Mt 23,8). Como seus discípulos, sabemos que suas palavras são Espírito e Vida (cf. Jo 6,63.68). Com a alegria da fé, somos missionários para proclamar o Evangelho de Jesus Cristo e, nEle, a boa nova da dignidade humana, da vida, da família, do trabalho, da ciência e da solidariedade com a criação."
(DAp 103). 

3. Oração (Vida) 

- O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 

Oração da Campanha da Fraternidade 2012 

Senhor Deus de amor, 
Pai de bondade, 
nós vos louvamos e agradecemos 
pelo dom da vida, 
pelo amor com que cuidais de toda a criação. 

Vosso Filho Jesus Cristo, 
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos 
e de todos os sofredores, 
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude. 

Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito. 
Guiai a vossa Igreja, para que ela, pela conversão 
se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo, 
e que a saúde se difunda sobre a terra. 
Amém. 

4. Contemplação/ Missão (Vida) 

- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 

Vou deixar de lado toda vaidade e reconhecimento humano e ajudar alguém que sofre a carregar a sua cruz.
 
Esta causa é de Jesus e minha também. 

Bênção 

- Deus nos abençoe e nos guarde. 
Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. 
Amém. 
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. 
Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, 
Pai e Filho e Espírito Santo. 
Amém. 

I. Patrícia Silva, fsp 

Oração Final

Pai Santo, dá-nos coragem para escolher o caminho da Vida. Ajuda-nos a fazer a opção pelo seguimento de Jesus, mesmo conscientes dos obstáculos que serão colocados à nossa frente. Faze-nos, Pai amado, testemunhas do teu Reino de Amor. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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