domingo, 30 de novembro de 2025

COLETÂNEA DE HOMÍLIAS DIÁRIAS, COMENTÁRIOS E REFLEXÕES DO EVANGELHO DO DIA, DE ANOS ANTERIORES - 30/11/2025

ANO A


1º DOMINGO DO ADVENTO

Ano A – Roxo

“Também vós ficai preparados!” Mt 24,44

Mt 24,37-44

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Irmãos e irmãs, iniciamos hoje o tempo santo do Advento. Como Igreja reunida, aguardamos o dia prometido da vinda gloriosa do Senhor. Por recomendação do próprio Jesus, estejamos vigilantes e atentos para os sinais de sua vinda. Entremos, pois, neste tempo santo e desde já preparemo-nos para acolher o Senhor que vem.
Fonte: Diocese de Apucarana - Pulsandinho em 27/11/2022

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, iniciamos hoje um novo Ano Litúrgico, durante o qual seremos acompanhados pelo Evangelho de São Mateus. Neste primeiro Domingo do Advento, a Igreja reuni- da, aguarda o dia prometido da vinda gloriosa do Senhor. Por recomendação do próprio Jesus, estejamos vigilantes e atentos para os sinais de sua vinda. Nessa santa espera, o nosso coração vigilante se enche de esperança aguardando o Senhor, nosso Amado Esposo, que vem nos ilu- minar com a glória de sua Vida. Entremos, pois, neste tempo santo e desde já preparemo-nos para acolher o Senhor que vem.
Fonte: Arquidiocese de SP - Folheto Povo de Deus em 27/11/2022

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Irmãos e irmãs, iniciamos hoje o tempo santo do Advento. Como Igreja reunida, aguardamos o dia prometido da vinda gloriosa do Senhor. Por recomendação do próprio Jesus, estejamos vigilantes e atentos para os sinais de sua vinda. Entremos, pois, neste tempo santo e desde já preparemo-nos para acolher o Senhor que vem.
Fonte: Diocese de Apucarana - Pulsandinho em 01/12/2019

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, iniciamos hoje o tempo santo do Advento. Como Igreja reunida, aguardamos o dia prometido da vinda gloriosa do Senhor. Por recomendação do próprio Jesus, estejamos vigilantes e atentos para os sinais de sua vinda. Nessa santa espera, o nosso coração vigilante se enche de esperança aguardando o Senhor, nosso Amado Esposo, que vem nos iluminar com a glória de sua Vida. Entremos, pois, neste tempo santo e desde já preparemo-nos para acolher o Senhor que vem.
Fonte: Arquidiocese de SP - Folheto Povo de Deus em 01/12/2019

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Início de um novo Ano Litúrgico - ANO A. O Ciclo do Natal se inicia com o Advento e hoje nós começamos nossa preparação para a comemoração do Nascimento de Jesus, para a chegada do Menino Deus e Rei em nossas vidas. A cada ano celebramos esta chegada e proponho uma chamada de consciência para verdadeiramente aceitarmos Cristo como nosso único Rei e Salvador, Caminho, Verdade e Vida. Que a nossa fé não seja só de fachada ou de conveniência, mas que seja realmente a força que nos move a sermos verdadeiramente CRISTÃOS, com letras maiúsculas, Vigiando e Orando, sempre preparados para agir nos momentos precisos pelo bem de nossos irmãos e irmãs e receber ao Nosso Senhor, quando ele chegar.
Fonte: NPD Brasil em 01/12/2019

FORMAÇÃO LITÚRGICA

“Creia que o melhor de Deus na sua vida ainda está por vir!”
Fonte: NPD Brasil em 01/12/2019

FORMAÇÃO LITÚRGICA

“O Tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam- se os corações para a expectativa da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa” (Normas sobre o Ano Litúrgico e o calendário, n. 39).
Fonte: NPD Brasil em 01/12/2019

E DE NOVO HÁ DE VIR

Iniciamos o tempo do Advento e, com ele, a preparação para celebrar o Natal de Jesus mais uma vez. O Advento é marcado pela esperança alegre do cumprimento das promessas de Deus, que vem ao nosso encontro como Salvador. Este tempo recorda-nos a fidelidade de Deus, que não abandona o seu povo e cumpre suas promessas de salvação. Preparando-nos para celebrar o Natal mais uma vez, somos convidados a renovar nossa esperança e nossa confiança em Deus.
O Advento, no entanto, tem uma segunda dimensão importante: este tempo litúrgico nos coloca diante da promessa de Jesus, que um dia virá gloriosamente para julgar os vivos e os mortos e para inaugurar o reino definitivo. Isso faz parte da fé da Igreja e está baseado na firme promessa de Jesus: ele levará a sua obra ao seu cumprimento final; o tempo presente ainda não é o definitivo, mas caminhamos, passo a passo, na direção da realização plena do reino de Deus.
As leituras de hoje falam disso de diversos modos. O profeta Isaías anuncia os dias do Messias e do seu reino como tempos de paz completa e de superação de todos os males, quando todos se deixarão guiar pela luz de Deus. São Paulo, na 2ª leitura, fala do tempo que passa depressa, e convida os fiéis a viverem honestamente, deixando de lado toda forma indigna de viver, mas “revestindo-se” de Cristo, para estarem sempre prontos para o encontro com o Senhor, quando ele vier.
No Evangelho, Jesus ensina que a sua vinda gloriosa será surpreendente e ninguém sabe quando isso acontecerá. O que importa, é estar sempre vigilantes e preparados: “Na hora em que menos esperardes, o Filho do Homem virá”. O Advento nos convida também à vigilância cristã, que é a atitude de prontidão e do discernimento a todo instante, para não abandonar o caminho do bem, caindo em tentação.
Advento significa chegada. Este tempo refere-se à primeira vinda (chegada) do Salvador, que recordamos cheios de alegria e gratidão, aderindo a ela com fé renovada. E anuncia a segunda vinda do Salvador, para a qual ainda nos preparamos. Esta segunda vinda acontecerá, para cada um, individualmente, na hora da morte. E um dia, no futuro de Deus, acontecerá gloriosamente e definitivamente.
Para ambos esses momentos de nossa fé devemos estar sempre preparados. Ninguém sabe o dia nem a hora. Única coisa que sabemos, é que vai acontecer para cada um e que devemos estar sempre prontos para esse momento de Deus em nossas vidas. Que este tempo do Advento nos ajude a viver vigilantes e sempre preparados. Desejo boa celebração do Advento para todos!
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo
Fonte: Arquidiocese de SP - Folheto Povo de Deus em 27/11/2022

E DE NOVO HÁ DE VIR EM SUA GLÓRIA

Advento. De maneira geral, entende- se que este tempo destina- se a preparar o Natal de Jesus e não está errado. Mas é preciso lembrar que o Advento também nos prepara para a segunda vinda de Jesus – “em sua glória, para julgar os vivos e os mortos”, conforme professamos em nossa fé católica.
Durante o Advento, os textos da Liturgia nos recordam o anúncio do Salvador, a ansiosa espera do Messias pelo povo da Primeira Aliança e a fidelidade de Deus às suas promessas. Por isso, este tempo está marcado pela esperança e a alegria.
Mas a Igreja sabe e proclama que as promessas de Deus para o envio do Messias-Salvador já se realizaram, e de maneira maravilhosa, com a encarnação do Filho de Deus no seio da Virgem Maria e seu nascimento humano entre nós. Por isso, a recordação das promessas de Deus, que já se cumpriram em Jesus de Nazaré, nos enche de alegria e fervorosa ação de graças.
Mas a Igreja, Povo de Deus a caminho do encontro definitivo com Deus, vive a espera da vinda gloriosa de Jesus Cristo, “para julgar os vivos e os mortos”. Ninguém sabe quando isso ocorrerá, mas é certo que a promessa de Cristo se cumprirá, para levar à plenitude a sua obra redentora. O Senhor veio, vem continuamente e virá gloriosamente um dia.
Enquanto estamos a caminho, somos convidados à vigilância pela Liturgia do Advento, para não nos distrairmos durante este tempo de espera. Uma vigilância operosa, cheia das obras da fé e de caridade. Uma vigilância alegre e perseverante, sem desânimos.
Que Deus nos conceda a graça de vivermos com alegria este tempo, acolhendo com amor a sua vinda ao nosso encontro todos os dias! Durante o Advento, organizemos e participemos das Novenas de Natal em família e com os vizinhos. E já vamos preparando o ambiente para celebrar o Natal cristão. Preparemos um presépio em cada lar aso longo do Advento.
Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo
Fonte: NPD Brasil em 01/12/2019

Comentário do Evangelho

Atitude de vigilância

O primeiro domingo do Advento é o início do ano litúrgico. Para os cristãos, é o verdadeiro “ano novo”, pois a nossa vida de fé é marcada e ritmada pela celebração do Mistério de Deus. O Advento é tempo de preparação para o Natal; tempo que deve ser vivido numa dupla atitude: intensificar a leitura e a meditação da Palavra de Deus e a penitência.
O texto da liturgia de hoje é parte do discurso escatológico de Jesus (Mt 24,1–25,46); discurso sobre o fim. Entenda-se fim não como término, mas como aquilo que é definitivo para a existência humana. Normalmente, a linguagem utilizada para este tipo de discurso é a apocalíptica, que tem um tom um tanto dramático e, por vezes, causa certo medo nas pessoas que não ultrapassam o sentido primeiro do texto. Em nosso caso, o discurso é exortação aos discípulos a colocarem a sua confiança naquilo que não passa. O precursor deste tipo de linguagem na Bíblia é o livro de Daniel (Dn 7–12), escrito em meados do segundo século antes de Cristo.
A evocação do tempo de Noé e o dilúvio servem para colocar os discípulos, destinatários do discurso (cf. Mt 24,1), de alerta e para os convidar a uma atitude de engajamento e coerência com sua vocação cristã. O dilúvio, como evento de purificação, é água divisora entre um antes e um depois. Parece que o dilúvio os faz abrir os olhos quanto ao modo como viviam: nada percebiam, “até que veio o dilúvio e arrastou a todos” (v. 39). A vida do ser humano não se encerra nos limites da história, nem se resume em comer e beber, nem em procurar “aproveitar a vida”. Na descrição sumária do tempo de Noé, Deus não aparece; é como se ele não contasse para nada. A excessiva preocupação com questões relativas à vida de cada dia e com o bem-estar pode não só nos distanciar das coisas do céu, como também nos fazer prescindir do próprio Deus ou até ignorar sua presença. A história do tempo de Noé, antes do dilúvio, serve para ilustrar esta situação e interpelar os discípulos a que mantenham a vida referida a Deus. A fé em Deus exige uma vida conforme a sua vontade: “Nem todo aquele que me diz Senhor, Senhor!, entrará no Reino dos céus, mas o que faz a vontade do meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21). A vida de quem crê deve ser a expressão da fé que ele professa e do Deus em quem ele põe a sua esperança e confiança. O principal é buscar o Reino de Deus, que antecede todas as coisas, e por Deus o necessário é dado (ver: Lc 12,22-31).
A imprevisibilidade da vinda do Filho do Homem exige uma atitude diferente das pessoas do tempo de Noé, anteriores ao dilúvio (cf. v. 39b-41). A atitude requerida é a da vigilância (cf. v. 42). Vigilância é trabalho de discernimento, é empenho na atividade cotidiana que engaja o homem na sua missão, fruto do seguimento de Jesus Cristo. “É hora de despertarmos do sono”, diz Paulo, “abandonemos as obras das trevas, e vistamos as armas da luz; procedamos honestamente como em pleno dia […]. Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo” (Rm 13,11-14).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, à chegada de teu Filho que vem, quero encontrar-me preparado, por meio do amor gratuito a meu semelhante.
Fonte: Paulinas em 01/12/2013

Vivendo a Palavra

Comiam, bebiam, casavam-se... A vida corria na aparente normalidade – assim como a nossa. Jesus nos adverte que o fim acontecerá sem anúncio específico: devemos vigiar, para não cairmos nas tentações, e orar sempre. Significa viver conscientes de que Deus, Pai Misericordioso, está presente em nós e entre nós.
Fonte: Arquidiocese em 01/12/2013

Vivendo a Palavra

Ao iniciarmos este ano litúrgico, entremos no clima de alegre expectativa para a próxima vinda do Senhor. Advento é isto: vivermos a alegria de saber que a nossa salvação está agora mais próxima do que quando começamos o nosso processo de conversão. Advento é tempo de esmola, jejum e oração.
Fonte: Arquidiocese em 27/11/2016

VIVENDO A PALAVRA

Comiam, bebiam, casavam-se… A vida corria na aparente normalidade – assim como a nossa, hoje. Jesus nos adverte que o fim acontecerá sem anúncio específico: devemos vigiar, para não cair nas tentações, e orar sempre. Isto significa: vivermos conscientes de que Deus, Pai Misericordioso, está presente em nós; e estarmos sempre atentos para ouvi-Lo e prontos para seguir sua Palavra de Vida.
Fonte: Arquidiocese em 01/12/2019

Reflexão

A SALVAÇÃO ESTÁ PRÓXIMA

I. INTRODUÇÃO GERAL

O tema principal do Tempo do Advento é a espera por Jesus. Anunciada pelo Antigo Testamento, a vinda do Messias instauraria um novo modo de viver com consequências mundiais. A rotina das pessoas, seus afazeres mais corriqueiros, seria motivada pela paz e pela concórdia. Os instrumentos da discórdia, simbolizados pelas armas, não teriam mais nenhuma utilidade.
Na segunda leitura, Paulo chama a atenção para a espera da parusia (segunda vinda de Cristo) como uma luta contra as forças das trevas, a começar em cada um de nós mesmos, depois no mundo. A espera pelo Senhor é um tempo de graça no qual todas as pessoas são chamadas a demonstrar em seus atos cotidianos que configuram a própria vida à de Cristo.
E o evangelho nos exorta que a espera pela vinda do Senhor deve ser marcada pela vigilância. O Senhor vem à semelhança de um ladrão. As pessoas estarão em suas ocupações diárias e serão tomadas de surpresa. A motivação interna com a qual realiza sua práxis é que determinará se a pessoa é cristã ou não.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Mt 24,37-44): Ficai preparados

O texto do evangelho de hoje vem nos dar orientações sobre como esperar a segunda vinda de Cristo. A parusia é um tema frequente nos discursos de pregadores sensacionalistas com o intuito de comover as multidões. O Senhor ensinou o que necessitamos para esperar esse tempo. Tudo o demais é especulação inútil.
A vinda de Cristo será inesperada (vv. 37–39). E, para esclarecer isso, o texto faz duas comparações:

1) Noé – nenhum sinal especial (vv. 37–41). Para ilustrar o fato de que ninguém pode saber o dia e a hora (v. 36), Jesus cita o caso de Noé, quando, de repente, o dilúvio caiu inesperadamente sobre as pessoas enquanto cumpriam as rotinas diárias (vv. 37–39). A seguir descreve dois casos – um masculino e outro feminino – como exemplos de como será a parusia de forma totalmente inesperada (vv. 40, 41). As pessoas estarão em suas ocupações habituais. Quando Cristo vier, o tipo de ocupação da pessoa não determina ser escolhido ou não (vv. 40, 41; dos dois ocupados na mesma coisa um será escolhido e o outro não). Significa que os cristãos não são diferentes dos demais em suas ocupações, a diferença está na vivência dos valores do reino que motiva suas opções.

2) O ladrão – vigilância (v.43). A vinda de Cristo está anunciada e é certa, porém apenas Deus sabe quando será. O importante é estar preparado. E aquele que vive uma autêntica práxis cristã espera com constância a vinda de Cristo para instaurar o seu reino definitivo.

2. I Leitura (Is 2,1-5): Caminhai à luz do Senhor

Na primeira leitura de hoje, o profeta Isaías nos esclarece sobre a importância de Jerusalém nos tempos messiânicos. Por causa do Messias, o monte Sião, sobre o qual aquela cidade foi construída, se tornará o centro espiritual para todas as nações. O profeta pensa no Messias como um rei de um império mundial cuja capital seria Jerusalém. As nações do mundo inteiro, governadas pelo Messias, abandonarão seus ídolos e adorarão o verdadeiro Deus de Israel.
A Cidade Santa será o centro mundial de instrução e de irradiação da Palavra de Deus. As nações se encaminharão para Jerusalém porque reconhecerão que a Palavra de Deus (a Lei) é a fonte da verdade. Elas têm desejo de se aproximar do Senhor. Elas decidirão andar nos caminhos de Deus fazendo a vontade divina. Isso significa que as nações governadas pelo Messias não serão obrigadas a servir ao Deus de Israel, elas decidirão livremente adorá-lo.
Não haverá mais disputas, o rei da paz conciliará os povos e o monte Sião, ou seja, Jerusalém, capital do reino messiânico, será o local a partir do qual a paz e a justiça vão se propagar. As armas não terão mais nenhuma utilidade, por isso serão transformadas em ferramentas de trabalho. Isso mostra que a esperança messiânica do Antigo Testamento consistia principalmente na espera por um novo modo de viver. As atividades cotidianas permaneceriam, mas não teriam como motivação a discórdia e sim a paz. Numa interpretação cristã desse texto podemos afirmar que o profeta vislumbra o cristianismo, e se não constatamos esse estilo de vida nesses dois milênios de fé cristã talvez seja porque não vivemos verdadeiramente como cristãos, por não termos consciência do que seriam os tempos messiânicos instaurados por Jesus Cristo.
A vida nova que o profeta vislumbra para a era messiânica deve ser o mais profundo desejo dos seguidores do Cristo que aguardam a plenificação de sua obra salvífica, quando se manifestar a Jerusalém celeste onde todos viverão como irmãos na família de Deus. Ele será o sol da nova criação e todos os povos andarão à sua luz.

3. II Leitura (Rm 13,11-14a): Revistamo-nos das armas da luz

Paulo exorta os cristãos a tomarem consciência de que já estão vivendo na escatologia, ou seja, nos tempos finais, embora essa realidade ainda não seja plena. Portanto, a existência cristã, nesse tempo da graça (kairós) deve estar em conformidade com a vida de Cristo. Os cristãos são chamados a demonstrar através de seu estilo de vida que são seguidores de Cristo.
Os cristãos não devem ficar inertes, à semelhança de quem está dormindo, quando as circunstâncias exigem que lutem contra as trevas, a começar em si mesmo.
Paulo elenca uma lista de vícios (bebedeiras, contendas, ciúmes etc.) como exemplos do que seriam as obras das trevas (noite) em contraste com as obras do dia (vida nova em Cristo ressuscitado).
O cristão já está revestido de Cristo pelo batismo, mas essa identificação com Cristo deve dar frutos na vida cotidiana até que ele venha.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

O esclarecimento sobre a identidade do cristianismo foi sempre uma preocupação desde os mais remotos tempos da era cristã. A Carta a Diogneto, escrita no século II d.C. por um autor desconhecido, assim descreve a vida cristã:
Os cristãos, de fato, não se distinguem dos outros homens, nem por sua terra, nem por língua ou costumes. Com efeito, não moram em cidades próprias, nem falam língua estranha, nem têm algum modo especial de viver. Sua doutrina não foi inventada por eles, graças ao talento e especulação de homens curiosos, nem professam, como outros, algum ensinamento humano. Pelo contrário, vivendo em cidades gregas e bárbaras, conforme a sorte de cada um, e adaptando-se aos costumes do lugar quanto à roupa, ao alimento e ao resto, testemunham um modo de vida social admirável e, sem dúvida, paradoxal (Carta a Diogneto 5,1-4).
A homilia deve dar um enfoque especial ao testemunho de vida como elemento essencial da identidade cristã e esclarecer sobre grupos que se apegam a aspectos superficiais distraindo as consciências da verdadeira vocação do cristão.

Aíla Luzia Pinheiro Andrade
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail: aylanj@gmail.com
Fonte: Vida Pastoral em 01/12/2013

Reflexão

Fiquem vigilantes”

NOSSO COMPROMISSO COM O MENINO JESUS

De 12 de outubro de 2012 a 24 de novembro passado, um fato privilegiou o povo de Deus: o Ano da Fé, decretado pelo papa Bento XVI, hoje emérito, para atender a urgentes necessidades do mundo atual. Homens e mulheres, empolgados pelas conquistas da inteligência e do trabalho, passam a acreditar mais na sua potencialidade do que na sabedoria divina, distanciando-se sensivelmente daquele que é a fonte do saber. Pouco a pouco se afastam de Deus, esquecem o seu projeto criador e vivem guiados por uma suposta liberdade. A promulgação do Ano da Fé foi uma tentativa de reaproximar do seu Pai filhos e filhas desorientados pelos ídolos da pós-modernidade.
A Igreja, qual rebanho dócil ao pastor, concretizou a intenção do papa com uma sequência de atividades que objetivaram a conversão do ser humano a Deus, na perspectiva de uma sociedade equilibrada entre os valores do mundo e as propostas do reino.
Renovados pelas orações e reflexões do Ano da Fé, estamos capacitados para fazer de 2014 um tempo rejuvenescido pela graça de Deus e pela ação de cristãos conscientes de seu destino eterno e de sua vocação temporal.
O Natal é celebrado neste mês. Infelizmente, muitas pessoas movimentam-se para festejá-lo com ritos que não têm nada que ver com o nascimento de Jesus. Mas nós, enriquecidos por tantos dons do céu, vamos assinar um compromisso com o menino Jesus: sermos parceiros seus na salvação dos nossos irmãos e irmãs. No último contato que teve com os seres humanos, antes de retornar à sua casa, Jesus ordenou-nos anunciar o evangelho a todas as criaturas, garantindo-nos a força da sua presença. Não podemos desfazer o seu projeto, mas, diante da gruta de Belém, em meio a tantos sinais de alegria, só nos cabe dizer: Menino Jesus, reconhecemos nossas limitações, porém, confiando na tua ajuda, estamos dispostos a lutar pela transformação do nosso mundo, motivados pelas lições que o teu Natal nos dá.
Queremos que ele seja um espaço de fraternidade e uma pousada de paz.
Para todos os que utilizam o folheto O Domingo – Celebração da Palavra de Deus, um abençoado Natal.
D. Geraldo Majella Agnelo
Cardeal Arcebispo Emérito de Salvador
Fonte: Paulus em 01/12/2013

Reflexão

SEMPRE VIGILANTES

A Igreja abre o tempo do Advento e o novo ano litúrgico (Ano A) com o convite do Evangelho de Mateus para a vigilância: “Ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor”. Para ilustrar isso, o evangelista usa algumas figuras expressivas: o dilúvio, o trabalho no campo e o ladrão.
Ser vigilantes significa estar atentos aos sinais do tempo em que estamos vivendo; em outras palavras, significa estar bem alertas e perceber os sinais pelos quais Deus se manifesta no dia a dia, principalmente nesta época de rápidas e grandes mudanças.
Diante das muitas possibilidades apresentadas pela sociedade atual, é fundamental saber escolher os caminhos que conduzem à vida e à dignidade para todos. O Documento de Aparecida nos diz que os caminhos da vida verdadeira e plena “são aqueles abertos pela fé que conduzem à plenitude de vida que Cristo nos trouxe: com esta vida divina também se desenvolve em plenitude a existência humana, em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural” (n. 13).
No agitado mundo em que vivemos, onde tudo é programado e calculado, Cristo pode nos surpreender com suas visitas inesperadas e nos propor uma mudança radical que quebre e transforme a rotina cotidiana. O encontro com ele não pode ser programado, mas deve ser esperado a todo momento em face das pessoas, dos fatos e dos acontecimentos. Nossa vida deve abrir espaço para a sua presença.
No nosso agir cotidiano, não podemos negligenciar a possibilidade de surpresas, pois é ali que Cristo se manifesta. Cabe-nos estar atentos ao extraordinário de Deus no ordinário da vida. Vigiar é comunhão com Cristo e compromisso com as pessoas com as quais convivemos. Somos chamados a viver o tempo atual com os olhos dirigidos à frente, pois a vinda de Cristo no fim da história determina a vida no presente.
Pe. Nilo Luza, ssp
Fonte: Paulus em 01/12/2013

Reflexão

Com este domingo, iniciamos simultaneamente o tempo do Advento e um novo ano litúrgico. O evangelho de hoje usa a linguagem apocalíptica – forma de expressão bastante comum no tempo de Jesus e nos momentos de crises e dificuldades – que pode assustar, se não for bem compreendida, lembrando que o evangelho é sempre uma Boa Notícia, mensagem de alegria e esperança. O texto de hoje repete várias vezes a expressão “vinda do Filho do Homem”. O apelo é para ficar preparados para sua chegada, comparada a três cenas: do dilúvio, dos trabalhadores e do ladrão. Da mesma forma que o dilúvio chegou inesperadamente, chegará a destruição de Jerusalém. Cada trabalhador tem seu momento de deixar este mundo. O ladrão normalmente não anuncia sua chegada. Essas cenas mostram claramente a necessidade de estar sempre alertas, pois muitas e boas oportunidades surgem com frequência e não podem ser desperdiçadas por descuido. Deus vem continuamente com suas graças e suas bênçãos: cabe a cada um abraçá-las e acolhê-las. O amor e a salvação de Deus são para todos, mas a pessoa é livre para aceitá-los ou recusá-los. O importante é viver bem o dia a dia, para não ser surpreendido no fim da vida. O Vaticano II alerta sobre os sinais dos tempos e nos convida a estar sempre atentos ao que acontece no cotidiano.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 01/12/2019

Reflexão

Com este domingo, iniciamos simultaneamente o tempo do Advento e o novo ano litúrgico. O Evangelho de hoje usa a linguagem apocalíptica – forma de expressão bastante comum no tempo em que o Evangelho foi escrito e nos momentos de crises e dificuldades – que, a princípio, pode assustar, mas lembremos que o Evangelho é sempre uma Boa Notícia, mensagem de alegria e esperança. O texto repete três vezes a expressão “vinda do Filho do Homem”. O apelo é para ficar preparados para sua chegada, comparada a três cenas: o dilúvio, os trabalhadores e o ladrão. O Filho do Homem já veio, já está presente entre nós, é preciso perceber sua presença. Para isso, basta assumir cotidianamente os próprios compromissos: trabalhar, comer, beber, descansar, guardar a “casa”… Estar vigilante e preparado é fazer bem o que temos de fazer. Fazer tudo conforme a vontade e a “glória de Deus”, e a vontade e a glória de Deus é que toda pessoa tenha vida com dignidade. Trabalhar e construir sobre os fundamentos da Palavra de Deus, colaborando com a obra de Deus, valorizando-a e preservando-a. Cada um colhe o que semeia. O Vaticano II alerta sobre os sinais dos tempos e nos convida a estar sempre atentos ao que acontece no cotidiano.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 27/11/2022

Reflexão

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista

“É hora de despertar”

Viver na esperança

O Advento é tempo em que celebramos a vinda de Cristo. Não se trata somente de sua vinda no Natal, mas também de sua vinda no fim dos tempos. Com fé rezamos no Creio: “Ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus; está sentado à direita de Deus Pai Todo Poderoso, donde há de vir julgar os vivos e os mortos”. Essa vinda dá-nos a impressão de ser perigosa. Ele não virá para condenar, mas para dar a todos o prêmio. Virá de um momento para o outro. A palavra de Deus acentua não a gravidade do momento, mas o fato de ser uma vinda inesperada. Por isso somos convidados a estar sempre prontos. A partir do dia 17.12 celebramos sua vinda no Natal. Por ela participamos pessoalmente da redenção que Deus nos deu em seu Filho. Para essa segunda vinda vivemos um tempo não de angustiosa espera, mas de uma alegre esperança de encontrarmos o Senhor. Rezamos no Salmo: “Que alegria quando me disseram: ‘Vamos à casa do Senhor’” (Sl 121). O Cristo que vem como rezamos, nos estimula a “ter o ardente desejo de possuir o Reino celeste”. S. Paulo nos alerta: “Já é hora de despertar. Com efeito, agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé” (Rm 13,11). A vinda inesperada é um estímulo a vivermos revestidos de Cristo (Rm 13,14ª). Revestir-se de Cristo é viver como Ele viveu sempre voltado para o Pai fazendo sua vontade. A vinda de Cristo já está cansando. Esta espera é para dar mais tempo de buscar o Senhor. Na oração pós-comunhão rezamos: “Fazei que os sacramentos nos ajudem a amar desde agora o que é dos Céus, e caminhando entre as coisas que passam, abraçar as que não passam”.

Advento é transformação

O Advento que prepara a vinda do Senhor tanto no fim dos tempos, como no Natal é uma oportunidade de nos preocuparmos em transformar o mundo a partir de nosso coração. O profeta Isaias é atual e nos convida a ter a coragem de mudança radical: “Ele há de julgar as nações e arguir os povos; estes transformarão as espadas em arados e as lanças em foices; Não pegarão em armas e não mais travarão combates” (Is 2,4). Não adianta celebrar essa vinda, se não mudarmos também a situação tão distorcida da vontade de Jesus. É preciso preparar o homem para acolher o Senhor. Essa é a missão primeira dos cristãos. Por isso esperamos. Rezamos: “Concedei a vossos fiéis o ardente desejo de possuir o Reino Celeste para que, acorrendo com nossas boas obras ao encontro do Cristo que vem, sejamos reunidos a sua direita na comunidade dos justos” (Oração). Vamos conseguir essa vitória quando começarmos a “amar o desde agora o que é do Céu e, caminhando entre as coisas que passam, abraçar as que não passam” (Pós comunhão).

Vamos à casa do Senhor

O salmo nos faz cantar com esperança: “Que alegria quando me disseram: Vamos à casa do Senhor”. O Pai nos abre o caminho da salvação (prefácio). Tudo é maravilhoso. Há, contudo o compromisso de uma vida coerente: Paulo nos convida a uma preparação eficiente viver honestamente. Na perspectiva da Vinda diz: “A noite já vai adiantada, o dia vem chegando; Despojemo-nos das ações das trevas e vistamo-nos das armas da luz... procedamos honestamente como em pleno dia” (Rm 3,12-13). É muito bom não perder de vista que o Senhor virá. Mas voltemos o pensamento e as atenções à sua vinda no Natal. A liturgia do Advento é rica. uma quaresma de abertura do coração para acolher Aquele que vem, seja nas nuvens, seja na palha do presépio. Ele sempre vai encher nosso coração.

Leituras: Isaias 2,1-5; Salmo 121; Romanos 13,11-14ª;Mateus 24,37-44

Ficha nº 1600

- O Advento nos prepara para as duas vindas de Cristo: no fim dos tempos e no Natal. O Senhor não vem para castigar, mas para premiar. Não é uma espera angustiante, mas de uma alegre esperança.
- O Advento nos estimula a transformar aas pessoas através das boas obras.
- Advento, tempo do compromisso coerente.

Quem avisa amigo é

Advento significa chegada, vinda. Na reflexão da Igreja, no Advento só se dava atenção para vinda de Cristo no Natal. Após a reforma se retornou ao tema mais amplo: preparação para a segunda vinda de Cristo. Fazemos essa preparação levando em conta o Cristo que vem cada dia ao nosso encontro. Por isso rezamos que os sacramentos nos ajudem a amar desde agora o que é do Céu e, caminhando entre as coisas que passam abraçar as que não passam (Pós-Comunhão). A preparação imediata para o Natal se faz a partir do dia 17de dezembro.
A segunda Vinda é importante em nossa fé: Cremos que Ele voltará. Não se trata de ficar dizendo que Jesus vai voltar, mas preparar sua vinda através de uma vida coerente. Aí não vamos precisar ter medo.
Jesus diz no Evangelho: “Ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá” (Lc 24,44). Como podemos estar preparados? Rezamos na oração da missa: “Concedei a vossos fiéis o ardente desejo de possuir o Reino celeste, para que, acorrendo com as boas obras ao encontro do Cristo que vem, sejamos reunidos a sua direita na comunidade dos justos”. Viver bem é estar esperando a vinda de Cristo. É essa a transformação que podemos fazer no mundo. Nossa vida de acordo com o Evangelho é a melhor maneira de torná-lo presente. S. Paulo diz: “Procedamos honestamente, como em pleno dia” e enumera o que não podemos fazer. Quem avisa amigo é.
São Paulo continua exortando : “ Já é hora de despertar...a hora já vai adiantada e o dia vai chegando; despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz”. É preciso revestir-se de Cristo (Rm 13,11-14).
Vamos ao encontro de Cristo. Só assim podemos entender porque veio morar conosco. Veio indicar o caminho de ir a seu encontro.
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 27/11/2016

Meditando o evangelho

PRONTOS PARA RECEBER O SENHOR

O tempo litúrgico do Advento convida-nos à preparação para acolher o Senhor que vem. O apelo insistente da Igreja questiona a tendência dos cristãos a serem acomodados, quando não contaminados pela mentalidade mundana, centrada na busca desenfreada do prazer e na consecução de interesses pessoais.
Desconhecendo o dia e a hora em que o Senhor virá, o discípulo deve estar sempre pronto para recebê-lo. A prontidão cristã é feita de pequenos gestos de amor, na simplicidade do quotidiano. Nada de ações mirabolantes nem de tarefas heroicas a serem cumpridas! Exige-se do discípulo apenas amor sincero e gratuito a Deus e ao próximo.
O episódio bíblico acerca da figura de Noé e do dilúvio ilustra a atitude contrária àquela do discípulo do Reino. A devastação diluviana tomou de surpresa a humanidade. Ninguém, além de Noé e de sua família, deu-se conta do que estava para acontecer. Por isso, comia-se, bebia-se e se celebravam bodas, na mais total ignorância da fúria destruidora da natureza que se abateria sobre a Terra.
O Senhor espera encontrar os discípulos do Reino vigilantes, quando de sua chegada. A menor desatenção pode revelar-se perigosa. Por isso, o egoísmo jamais poderá ter lugar no coração de quem quer ser encontrado pelo Senhor. Só existe uma maneira de preparar-se para este momento: amar.
Fonte: Dom Total em 27/11/201601/12/2019 27/11/2022

Oração
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Pai, à chegada de teu Filho que vem, quero encontrar-me preparado, por meio do amor gratuito a meu semelhante.
Fonte: Dom Total em 01/12/2019

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Ficai Atentos!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Nos meus tempos de seminário, nos anos 60, alguém da direção vez ou outra fazia de surpresa, uma inspeção em nossa cama, armário e criado mudo, e que muitas vezes ocorria em horas que não esperávamos. Na turma havia o “Ferreirinha”, um mineiro muito caprichoso que mantinha suas coisas em ordem, limpas e organizadas, despertando em toda a turma muita raiva e ciúmes. Quando o sineteiro tocava o sino fora de hora, era aquela correria de alunos subindo as escadas em direção ao dormitório, porque a inspeção iria começar. Nessas horas o Ferreirinha continuava tranquilamente a sua atividade, de estudo ou lazer, sorrindo satisfeito e divertido, ao ver a turma se atropelando no pé da escada, temerosos de serem punidos pela equipe de disciplina, que fazia a inspeção.
Um dia decidi acompanhar mais de perto o desempenho do meu amigo e percebi que ele nunca deixava nada para depois, na hora do banho ganhava um tempinho e limpava o criado mudo, na hora do recreio, dedicava dez minutinhos para ajeitar melhor a cama, o lençol e a fronha. Pela manhã agilizava a higiene pessoal e tinha um tempinho a mais para dar uma revisada no armário, e assim, fazendo um pouco a cada dia, ia mantendo sempre em ordem o seu canto, e quando chegava o sábado, que era dia de limpeza, tinha muito pouco a fazer, e para nossa inveja, ficava na sala de TV assistindo algum seriado, ou lendo algum livro.
Lembrei-me disso diante desse evangelho do primeiro domingo do advento, quando se inicia um novo tempo litúrgico, e a palavra chave é: Vigiai e estejais preparados!
Muita gente pensa que se trata de estar preparado para morrer, quando na verdade, é estar preparado para viver, e isso significa, em última análise, viver intensamente cada minuto da nossa existência, dedicando-nos a fazer o bem, em pequenos gestos e ações do dia a dia, exatamente como fazia o meu colega de seminário.
Porque estar atento e vigiar, é o mesmo que fazer faxina em nossa casa, quando deixamos para fazer tudo em um só dia, o trabalho é dobrado, a canseira é muita e a qualidade fica a desejar, se estivermos com pressa de acabar logo. Mas se dispusermos de alguns minutos para limparmos e cuidarmos de um cômodo por dia, com certeza teremos pouco trabalho pela frente e uma maior qualidade naquilo que for feito. Não se pode ter preguiça e deixar para depois, pois esse comodismo poderá custar caro.
A expressão usada por Jesus: “FICAI ATENTOS...” põe-nos de sobreaviso sobre algo que vai acontecer mais à frente, na história da nossa vida e da humanidade, para que não sejamos pegos de “calças curtas” na volta do Filho do Homem. No tempo de Noé, muitos empurravam a vida com a barriga, não descobrindo no existir, qualquer sentido novo e para estes, tanto fazia o rio correr para o norte ou para o sul, não tinham um ideal e nem razão para buscar algo grandioso. Coração vazio, alma vazia, nada faz sentido, nem acontecimento bom ou ruim. Há outros que inventam falsos valores de felicidade e passam a vida inteira correndo atrás de bolinhas de sabão, quando as alcança, descobrem que tudo não passou de uma fantasia. A nossa sociedade é assim, vivendo de maneira perigosa no indiferentismo.
Todos terão um último e definitivo encontro com o Senhor da nossa Vida e da nossa História, essa verdade é proclamada por Mateus, em seu discurso apocalíptico no evangelho desse domingo, mas quando será e como se dará, isso ninguém sabe a não ser o Pai.
Tem gente que corre atrás de visões, adivinhações, premonições, principalmente nessa época de final de ano, quando não faltam ingênuos que pagam caro por uma consulta, para saber da saúde ou de negócios. No mundo têm bobo pra tudo...
Enquanto isso, a Palavra de Deus nos revela gratuitamente tudo que precisamos saber, para viver bem a nossa vida, onde em cada minuto a prática do amor, e a busca da verdade e da justiça nos ajuda a estarmos preparados e vigilantes, pois toda vez que deixamos um minuto passar em branco, sem amar ou ajudar ninguém, sem construir algo de bom e edificante, estamos desperdiçando a grande oportunidade de acolher o Senhor, que vem ao nosso encontro em tantas pessoas ou situações.
E desta forma, ajudar alguém, consolar quem está triste, encorajar quem está desanimado, chorar com quem está sofrendo, são algumas maneiras de nos encontrarmos com Jesus, ainda nessa vida, mas para isso é necessário estar sempre atento e vigilante, pois a oportunidade de fazermos o bem acontece todo dia, em situações rotineiras em que menos esperamos. Quem viver assim, não será surpreendido quando o Senhor voltar, para confirmar todo bem que se viveu, na plenitude do amor, vocação maior a qual fomos chamados.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. Vós não sabeis em que dia virá - Mt 24,37-44
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Estamos iniciando hoje o novo ano litúrgico. O ano da Igreja começa com o Tempo do Advento. São quatro domingos e três semanas inteiras e uma quarta, nem sempre completa, dependendo do dia de Natal. Desta vez, a quarta semana terá dois dias. No primeiro domingo, levantamos o olhar para o Cristo que virá no fim dos tempos em sua glória.
No segundo domingo, neste ano, celebraremos a Imaculada Conceição, e no terceiro, vemos Jesus Cristo vindo cada dia ao nosso encontro. No quarto domingo olhamos para a história passada e vemos o Menino Jesus deitado na manjedoura em Belém de Judá.
Hoje, primeiro domingo do Advento, São Mateus em seu Evangelho nos diz que o Filho do Homem virá na hora em que menos pensarmos. Sua vinda será como nos dias de Noé, quando todos estavam distraídos e chegou o dilúvio. Com exceção de Noé e sua família, ninguém estava preparado. Ao contrário, estavam todos tranquilos no seu dia a dia quando, de repente, as águas chegaram e cobriram a superfície da terra. Assim virá Jesus Cristo, o Filho do Homem, sem avisar. Virá a qualquer hora.
A recomendação que o próprio Jesus nos dá é que estejamos preparados. “Vigiem e fiquem preparados.” Quem estiver preparado, será levado. Os outros serão deixados. Não vivamos, pois, numa indiferente despreocupação. Quem vigia não dorme. Está acordado.
Na carta aos Romanos, São Paulo nos desperta do sono. É hora de estarmos acordados porque a salvação está perto. A noite já passou, o dia está clareando. Já não estamos na escuridão. Que nossas boas obras sejam visíveis a todos. O Apóstolo nos dá orientações práticas: não comer nem beber demais, evitar orgias e imoralidades, brigas e rivalidades. Ser honesto em tudo, particularmente com o uso do dinheiro público.
O profeta Isaías, que nos acompanhará ao longo do Advento, orienta o nosso olhar para o fim dos tempos. Ele vê a montanha onde está a Casa do Senhor, bem firme acima de todas as outras montanhas. Para ela afluem os povos de todas as nações. Esperam que o Senhor lhes mostre o caminho que devem trilhar, “porque de Sion sai o Ensinamento e de Jerusalém, a Palavra do Senhor”.
O Ensinamento por excelência consiste em fazer desaparecer todas as armas de guerra, transformando-as em instrumento de produção. Esta será a decisão do Senhor para todos os povos, que nunca mais pegarão em armas nem farão exercícios militares. Temos assim orientações bem práticas para todo o Advento na espera do Senhor que vem a qualquer momento. Em termos pessoais: vigiar nossa comida e nossa bebida. Nada com exagero. Evitar absolutamente bebedeiras em festas imorais, que chamamos de orgias. Invejas, rivalidades devem ser controladas e superadas para evitar brigas.
Em termos sociais: as armas devem ser substituídas por instrumentos de produção. Produzir para a paz e não para a guerra. Instituir Escolas Superiores de Paz e destruir as que formam para a guerra. É evidente que a lança transformada em foice é também um instrumento de violência. Uma pedra ou uma vassoura podem ser armas nas mãos de alguém violento. É preciso trabalhar na superação da violência que está em nós para que ninguém pegue em arma contra ninguém.
Fonte: NPD Brasil em 01/12/2019

Liturgia comentada

Todos comiam e bebiam... (Mt 24,37-44)
Fique bem claro: o clima era de festa... Prato cheio, vinhos finos, riso farto, gente descontraída. O suficiente para esquecer qualquer preocupação. Como nas noites de nossas sextas-feiras, quando vale qualquer recurso para esquecer as pressões do trabalho, exigências da família e – óbvio – as necessidades do próximo. É o que chamamos de “diversão”. Ou, se quiserem, “distração”.
Ao final da festa, todos hão de cair no sono, divertidos e distraídos. Entretanto, a noite já está avançada e o Senhor se aproxima. Ouvirão eles o grito agudo na escuridão? “O Senhor vem!” Ora, dificilmente poderão ouvir a voz profética de João Batista, que clama por conversão. É outro o prefixo. É outra a realidade...
Todos os textos da liturgia de hoje – já no tempo do Advento - estão orientados para a Vinda do Senhor. Fora da festa, muita gente vive na expectativa de sua chegada. Atentos, em alerta permanente, de olhos bem abertos, nem ousam piscar. Postados sobre a muralha, eles vigiam a noite, atiçam a aurora, tentando apressar a Presença.
Este 1º Domingo do Advento é um premente convite a sairmos do sono e acordar para a chegada do Desejado de todas as nações. Lâmpadas acesas, os rins bem cingidos, ouviremos o toque da trombeta e sairemos festivos ao encontro do Rei.
Outra coisa não é a vida cristã, senão esse estado de vigília permanente que nos vacina contra toda distração. Nada nos descentra do foco: Ele vem! Ele está às portas! Preparai-vos!
Como escreveu o teólogo Hans Urs von Balthasar, “Deus faz irrupção na história a partir do alto, por assim dizer, verticalmente: Ele vem para todos na hora em que não esperam; é justamente por isso que devemos esperá-lo sem cessar”.
Já a turma daquela festa não espera por nada. Por ninguém. Por isso é que eles têm necessidade de “matar o tempo” e acabam adormecendo nos vapores do vinho. A noite deles custa a passar. A noite é sempre longa quando não se espera por nada...
Nós, ao contrário, esperamos ansiosamente pelo Senhor. A noite é curta para nós. A aurora já se anuncia. O Senhor já vem!
Orai sem cessar: “O Espírito e a Esposa dizem: ‘Vem!’” (Ap 22,17)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 01/12/2013

Liturgia comentada

Se o dono da casa soubesse… (Mt 24,37-44)
Vivemos em tempo de medo. Cai a noite, trancam-se as portas. Cerca eletrificada, porteiro eletrônico, câmeras de segurança, guardas na guarita. Nunca se sabe quando virá o ladrão…
Abrindo mais um Advento do Senhor, a Igreja não sente medo d'Aquele que vem: ao contrário, ela destranca as portas, derruba as cercas e se põe ela mesma na posição do sentinela que, sobre a muralha, espera pela aurora do Natal.
Eis o comentário de François Trévedy sobre este Evangelho: “Não, a vigilância que nos ordena Jesus Cristo não é despertada por um perigo, pelo terror, mas por uma simples chegada, ainda que seja de um “ladrão”. É preciso reconhecer que o “Ladrão” (cf. Mt 24,43; Ap 16,15) de que nos fala o Evangelho não é tão perigoso para nós e, em definitivo, é bem melhor que ele venha.
Ele não nos rouba por malícia, mas por amor, por um jogo do qual, um dia, participa todo amor verdadeiro. Nós olhamos com pânico para aquilo que chamamos de “últimos fins”, estamos obsedados pelo fim e nem mesmo vemos que o Senhor chega para nós sem cessar e de todos os lados ao mesmo tempo.
O que provoca a vigilância cristã não é uma catástrofe: é um acontecimento; é o perpétuo assalto – em nós e em torno de nós – da Presença pascal de Jesus Cristo. Este assalto só é perigoso se nós reagimos contra ele, pois Jesus Cristo é inofensivo para quem entra no seu jogo. […]
Jesus pode nos surpreender hoje; e na hora de nossa morte ele nos tomará como sua propriedade; ele retomará seu bem em nós, pois é bem no interior de nós, já agora, que isto será tomado e deixado (cf. Mt 24,40-41). Instantâneo como a luz, o Advento de Jesus Cristo operará – e opera desde já! – o corte transversal da história em seu conjunto e da vida de cada um de nós.”
Por que alguém temeria a Luz? Quem teria medo dessa íntima iluminação? Quem amaria tanto as trevas, a ponto de dar as costas para o Sol nascente? O tempo do Advento é exatamente um convite a derrubar os muros, abrir mão das próprias defesas, escancarar as janelas ao Vento da madrugada, pois o Dia já vem.
E Trévedy convida: “Deixemos Deus fazer uma intrusão em nós, nos invadir, nos demolir, talvez. É a luz da aurora pascal que faz trincar o túmulo, assim como no estábulo do Natal abre-se uma fresta para a torrente das estrelas…”
Orai sem cessar: “Senhor, na tua luz veremos a luz!” (Sl 36,10)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 27/11/2016

HOMILIA

VIGILÂNCIA

Neste primeiro domingo do Advento, somos convidados a nos preparar para a vinda de Jesus. Para a primeira vinda, que acontece no Natal, com o seu nascimento, mas também para a segunda vinda, que irá marcar o fim dos tempos. Durante toda a semana refletimos o capítulo 21 de Lucas, que trata desse assunto.
A embriaguez, a glutonaria e a luxúria são os sinais que Jesus dá para descrever o estado daqueles que foram surpreendidos pelo dilúvio e dos que serão surpreendidos pela vinda do Filho do Homem. Jesus enraíza assim a vigilância espiritual numa atitude corporal. Se os que foram e serão surpreendidos se entregavam à embriaguez, à glutonaria e à luxúria, como deve ser a atitude dos que permanecem vigilantes? Eles devem agir opostamente; à embriaguez devem opor a sobriedade, à glutonaria devem opor o jejum, à luxúria devem opor a castidade.
A figura paradigmática dessa atitude de vigilância é São João Baptista, ele que não bebia bebida fermentada, comia apenas mel silvestre e gafanhotos e vivia só no deserto. Por isso, Deus deu-lhe o dom de reconhecer em Jesus o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Estar acordado, desperto, com o espírito atento aos sinais dos tempos para não sermos surpreendidos pelo Deus que intervém na história para julgar com justiça para operar a divisão entre os que o esperam e os que se entregam à embriaguez de espírito.
A Igreja recorda-nos, particularmente no tempo do Advento, que a preparação para esses tempos escatológicos é extremamente necessária. São Francisco de Sales diz mesmo que nós deveríamos viver cada dia como se ele fosse o último da nossa vida. A segunda vinda do Senhor não nos deve atemorizar, mas sim encher-nos de confiança. Em primeiro lugar porque Cristo virá julgar com justiça colocando ordem num mundo desordenado pelo pecado e o Bem vencerá finalmente o mal. Então todos os povos subirão à montanha do Senhor e o grande banquete nupcial de todos os povos começará. Por isso a Igreja suspira durante este tempo do Advento dizendo: «Vem, Senhor Jesus»
Segundo João Paulo II o “Advento encoraja-nos a estar vigilantes e conscientes de que o Reino de Deus se aproxima”. Com este primeiro domingo do Advento tem início um novo ano litúrgico. A Igreja retoma o seu caminho e convida-nos a refletir mais intensamente sobre o mistério de Cristo, mistério sempre novo que o tempo não pode esgotar. Cristo é o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Graças a Ele, a história da humanidade avança como uma peregrinação para o cumprimento do Reino, que Ele próprio inaugurou com a sua encarnação e a sua vitória sobre o pecado e a morte.
Por isso, Advento é sinônimo de esperança: não a expectativa vã de um deus desprovido de rosto, mas a confiança concreta e certa da vinda d'Aquele que já nos visitou, do «Esposo» que, com o seu sangue, selou com a humanidade um pacto de aliança eterna. É uma esperança que encoraja a estar vigilante, virtude característica deste singular tempo litúrgico. Vigilância na oração, animada por uma expectativa amorosa; vigilância no dinamismo da caridade concreta, consciente de que o Reino de Deus se aproxima, onde os homens aprendem a viver como irmãos.
Com estes sentimentos, a comunidade cristã entra no Advento, mantendo o espírito vigilante, para receber melhor a mensagem da Palavra de Deus. Hoje, na liturgia é entoado o célebre e maravilhoso oráculo do profeta Isaías, pronunciado num momento de crise da história de Israel. «No fim dos tempos diz o Senhor acontecerá que o Monte do Templo do Senhor terá os seus fundamentos no cume das montanhas e dominará as colinas. Acorrerão a ele todas as gentes... que das suas espadas forjarão relhas de arados, e das suas lanças, foices. Uma nação não levantará a espada contra outra nação, e não se adestrarão mais para a guerra» (Is 2, 2-4).
Estas palavras contêm uma promessa de paz mais atual do que nunca para a humanidade. Oxalá as palavras do profeta Isaías inspirem a mente e o coração dos fiéis e dos homens de boa vontade e contribuam para criar no mundo um clima mais calmo e solidário.
Que Maria, Virgem vigilante e Mãe da esperança. Daqui a alguns dias celebraremos com fé renovada a solenidade da Imaculada Conceição. Ela nos oriente por este caminho, ajudando cada homem e nação a voltar o olhar para o «monte do Senhor», imagem do triunfo definitivo de Cristo e do advento do seu Reino de paz. Amém!
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 01/12/2013

REFLEXÕES DE HOJE

1º DOMINGO DO ADVENTO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 01/12/2013

REFLEXÕES DE HOJE

1º DOMINGO DO ADVENTO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 27/11/2016

REFLEXÕES DE HOJE

1º DOMINGO DO ADVENTO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 01/12/2019

HOMILIA DIÁRIA

O melhor caminho é estarmos atentos e vigilantes

Não sabemos nem o dia nem a hora que o Senhor virá, nem quando nós iremos ao encontro d’Ele. Como não sabemos, o melhor caminho é estarmos atentos e vigilantes.

“Portanto, ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor.” (Mt 24,42)

Meus queridos irmãos e irmãs em nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, nós, hoje, começamos o tempo da graça chamado “Advento”. É o tempo que nos prepara para o Senhor que vem. Eu sei que em nossa cabeça, em nosso imaginário, muitos estão acostumados a pensar que o tempo do Advento é somente para o Natal de Jesus. É também um aspecto do Advento nos fazer recordar a primeira vinda do Senhor nessa data. Quando Ele veio a primeira vez, veio na fragilidade humana. Ele nasceu pequeno, uma criança frágil como qualquer um de nós, nasceu no relento, em meio ao sofrimento, no frio.
O Nosso Salvador se fez carne e habitou no meio de nós. A primeira vinda do Senhor, na fragilidade humana, nos aponta em direção à segunda vinda gloriosa do Senhor. Por isso, não se assuste porque as leituras destes dias, destes tempos, nos falam muito sobre essa segunda vinda do Senhor, para que nós, Igreja, e, para a Igreja, que é a esposa d’Ele, estejamos sempre preparados, pois o seu Noivo está às portas, o Noivo está por vir e a Igreja se prepara para esperar o Sacerdote.
Nós devemos esperar de que forma? Atentos, vigilantes, porque não sabemos nem o dia nem a hora que o Senhor virá, nem quando nós iremos ao encontro d’Ele.
Como não sabemos, o melhor caminho é estarmos atentos, o melhor caminho é estarmos vigilantes, o melhor caminho é não “dormirmos no ponto”. É não vivermos a vida de qualquer jeito, como se não tivéssemos que prestar contas a Deus ou irmos ao encontro do Senhor, nem Ele vir ao nosso encontro.
Esse tempo do Advento, que se inicia hoje, chama a atenção de toda a Igreja, chama a atenção de todos nós, para que vivamos a espiritualidade da vigilância. Vigiar nossos atos, nossas atitudes, a nossa postura. As pessoas estão se preparando para o Natal, árvores, presentes, decorações, tudo isso é o sentido externo; o Advento nos prepara para aquele Natal que acontece todos os dias em nossa vida, no coração puro, purificado, vigilante para receber o Senhor que está sempre vindo ao nosso encontro.
Nós teremos, um dia, que ir ao encontro definitivo com o Senhor. É por isso que a casa tem de estar preparada, é por isso que o nosso coração, com a ajuda da vigilância e da oração, tem de estar em constante espera do Senhor que virá ao nosso encontro.
Que Deus abençoe você.
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 01/12/2013

HOMILIA DIÁRIA

Precisamos ter vigilância para com nossa vida

A vigilância cristã nos chama a estarmos preparados a cada dia, mas não é com aquela neura de que vamos morrer logo

“Portanto, ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor.” (Mateus 24, 42)

A nossa espiritualidade deve ser revestida desse elemento principal: a vigilância, palavra que, acima de tudo, quer dizer “cuidado”. Vigiar é cuidar de si, da vida, da nossa espiritualidade e das nossas relações, é o cuidado que precisamos ter para com a nossa vida.
Imagine um vigilante: o papel dele é cuidar daquilo que foi colocado sob sua responsabilidade. Ele precisa estar atento, ligado, precisa cuidar, da melhor forma possível, para que nada de errado aconteça com aquilo que está sobre sua responsabilidade e cuidado.
A nossa espiritualidade é a vigilância. Todos nós somos vigilantes, todos nós precisamos cuidar da nossa vida com a diligência necessária. Cuidado exige responsabilidade, é sermos responsáveis pelos nossos atos, pelas nossas atitudes, por aquilo que fazemos; é prestar atenção onde devemos ou não ir, é prestar atenção naquilo que nós devemos fazer e naquilo que não devemos fazer. Acima de tudo, não podemos dormir no ponto.
Imagine um vigia que dorme no ponto! Onde era para ele estar de guarda, de sentinela, para que nada de mal acontecesse, ele dorme. Então, chega alguém e assalta a casa, o prédio, o edifício, porque o guarda estava dormindo.
Não podemos deixar que roubem nossa vida e nossos valores, que roubem a nossa fé por falta de cuidado ou vigilância. Sabemos que se o vigia soubesse que hora o ladrão viria, ele certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada.
Cuide bem da sua casa e do seu coração! Cuide bem da sua vida, pois ninguém sabe a hora em que o Senhor virá. Nenhum de nós sabe em que dia iremos ao encontro do Senhor.
A vigilância cristã nos chama a estarmos preparados a cada dia, mas não com aquela neura de que vamos morrer logo, que a nossa vida vai acabar. Não! É estarmos prontos, é, a qualquer momento, sermos chamados por Deus e dizer: “Senhor, eis-me aqui!”.
Gostamos muito de improvisar as coisas, vamos protelando as coisas e não colamos nossa vida no eixo, no prumo, na direção, na correção e nos cuidados. Temos de viver o hoje como se hoje fôssemos ao encontro do Senhor!
Há uma outra coisa muito importante: não temos que cuidar da nossa vida ou fazer dela uma vigilância constante, porque estamos preocupados quando vamos morrer, quando vamos nos encontrar com o Senhor. Quero a minha vida bem cuidada, bem direcionada, quero que minha vida seja direcionada, não só no final dela, mas todos os dias da minha vida. Por isso, é muito mais uma questão de amor, do que uma mentalidade de medo de morrer, de Deus me aparecer hoje. É a mentalidade de quem ama e se cuida a cada dia, porque a cada dia o Senhor está no meio de nós!
Que Deus abençoe você.
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 27/11/2016

HOMILIA DIÁRIA

O tempo da graça nos aproxima do Senhor

“Vós sabeis em que tempo estamos, pois já é hora de despertar. Com efeito, agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé.” (Rm 13,11)

Iniciamos esse tempo da graça, o tempo do Advento, que é o tempo que nos coloca cada vez mais próximos da graça do Senhor. Veja, não é só um tempo de preparação para a comemoração do Natal, é o tempo que nos prepara e deixa o nosso coração mais próximo do Senhor que vem.
O Senhor já veio, Ele vem e virá. O Senhor vem ao nosso encontro cada vez que nos aproximamos d’Ele e abraçamos a Sua graça que se aproxima de nós. Por isso, esse tempo especial da graça quer nos colocar mais perto do Senhor. Por diversas circunstâncias, muitas vezes, nos distanciamos do Senhor e precisamos acordar, despertar porque a hora é agora e, muitas vezes, cochilamos e adormecemos.
O Evangelho de hoje diz que, no tempo de Noé, todos estavam muito ocupados, atarefados nos seus compromissos e, no corre-corre da vida, perderam a graça da salvação na Arca de Noé.

Iniciamos o tempo da graça, o Advento que nos coloca cada vez mais próximos da graça do Senhor

Nos dias de hoje, estamos perdendo a salvação porque estamos muito ocupados com nossas tarefas, obrigações e não despertamos para a fé, não acordamos para a fé, não abrimos os nossos olhos para enxergar o Senhor que está perto de nós para que nós O abracemos a cada dia.
Vamos propor viver uma espiritualidade do Advento que nos coloque atentos, acordados, de olhos abertos e fixos em Jesus, de modo que possamos revisar a nossa vida, os nossos comportamentos e ações na vida, para que possamos fazer a vontade do Senhor na nossa própria vida.
Acordemos, despertemos de todo sono, lentidão e letargia que nos paralisa, nos adormece para que não percamos o tempo da graça.
É hora de despertar, de acordar, de levantar, de abrir os olhos… Não abra os olhos para olhar o comércio, as cores do Natal que estão no mundo exterior. Abramos os nossos olhos para olhar para o nosso interior, para dentro do nosso coração, para dentro da nossa própria alma, para rever e ver tudo o que precisamos mudar em nós para que estejamos mais perto do Senhor.
Que Deus abençoe você.
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 01/12/2019

HOMILIA DIÁRIA

Prepare-se para a vinda de Nosso Senhor

“A vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé. Pois nos dias, antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. E eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e arrastou a todos. Assim acontecerá também na vinda do Filho do Homem.” (Mateus 24,37-39)

Já é Ano Novo na Igreja, estamos no primeiro domingo do Advento. Nessas quatro semanas, em cada domingo, uma vela será acesa na coroa do Advento. A cada domingo, seremos iluminados pela Palavra, pelos ensinamentos de Nosso Senhor.
E esse tempo do Advento nos chama primeiro a preparar o nosso coração para festejar o Natal do Senhor, a Sua primeira vinda. Mas, meus irmãos, o Advento também nos remete à segunda e definitiva vinda de Nosso Senhor. Comemoramos a Sua vinda, mas também aguardamos a Sua segunda e definitiva vinda.
E, no Evangelho de hoje, o Senhor usou este exemplo: que Ele vai vir e que as pessoas não podem estar insensíveis como no tempo de Noé.

Precisamos estar vigilantes para a vinda d’Ele neste Natal

Noé construiu a arca, chamou o povo, mas eles não deram atenção, e o dilúvio veio numa hora inesperada. As pessoas viram que Noé estava se preparando, mas não se prepararam, porque o dilúvio viria.
Meus irmãos, um dilúvio está também para acontecer, a vinda do Senhor está para acontecer, por isso nós precisamos estar alertas, precisamos estar vigilantes para a vinda d’Ele neste Natal e para o Natal definitivo de Nosso Senhor que está para acontecer, a Sua vinda entre nós.
Ele deseja nos encontrar vigilantes, deseja nos encontrar vivendo a santidade, vivendo a Sua Palavra, por isso estejamos atentos, porque o Senhor vai voltar, Ele está vindo. Diante dos sinais que nós temos visto, diante dos sinais que ouvimos, que o nosso coração não seja insensível, mas que nos preparemos para a Sua vinda.
O Senhor vem, é certo que Ele vem, por isso vamos romper com o pecado. O Senhor veio, o Senhor vem, por isso vivamos uma vida que O agrade. O Senhor vem, prepare-se, preparemo-nos.
A bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Márcio Prado
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 27/11/2022

Oração Final
Pai Santo, que nos concedes iniciar mais um ano litúrgico em nossa existência, dá-nos sabedoria, coragem e força para utilizarmos esse tempo que desponta para fazermos o bem a todos os irmãos de caminhada, anunciando o teu Reino de Amor. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/12/2013

Oração Final
Pai Santo, prepara o nosso coração para acolher o Menino que veio, vem e virá. Ilumina o nosso entendimento para compreendermos a grandeza do Dom que Ele significa. Prepara o nosso espírito para que possamos seguir dignamente os passos do Cristo, teu Filho que se fez humano como nós em Jesus de Nazaré, para que compartilhássemos com Ele da tua Divindade.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/11/2016

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que nos concedes estarmos vivos para iniciar mais um ano litúrgico em nossa caminhada, dá-nos sabedoria, coragem e força para utilizar esse tempo que desponta para fazer o bem a todos os irmãos de caminhada, anunciando a chegada do teu Reino de Amor. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/12/2019

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