terça-feira, 14 de março de 2023

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 14/03/2023

ANO A


Mt 18,21-35

Comentário do Evangelho

Perdoar à medida da compaixão de Deus

Como parte do "discurso eclesiológico" (Mt 18), o texto de hoje apresenta o tema dominante de todo o discurso: o perdão. Não se trata de quantificar o perdão, mas de imitar a compaixão de Deus que perdoa toda dívida . A experiência, consciência e reconhecimento de ter sido perdoado por Deus, tem para o membro da comunidade uma implicação prática: perdoar. Nesse sentido os versículos 32b-33 resumem o ensinamento da parábola: ". eu te perdoei toda a tua dívida, porque me suplicaste. Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?".
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, é meu desejo imitar teu modo de agir, no tocante ao perdão. Faze-me ser pródigo e misericordioso em relação ao próximo que precisa do meu perdão.
Fonte: Paulinas em 05/03/2013

Vivendo a Palavra

O Evangelho ensina a construir uma Igreja que perdoa – até setenta vezes sete, isto é, sem impor limites, sem contabilizar débitos e créditos – que perdoa como desejamos que o Pai Celeste nos perdoe. Igreja que perdoa, porque sabemos que tudo é dom da Graça de Deus, a começar pela Vida e a Fé.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/03/2013

VIVENDO A PALAVRA

O perdão incondicional e sem limites – setenta vezes sete! – deve ser uma característica marcante dos discípulos missionários de Jesus de Nazaré. Lembremos o compromisso que fazemos cada vez que oramos como Ele nos ensinou: ‘perdoa-nos, Pai Nosso, as nossas ofensas, do mesmo jeito com que nós perdoamos aos irmãos que nos ofendem!'
Fonte: Arquidiocese BH em 17/03/2020

VIVENDO A PALAVRA

A grande lição que acabamos de ouvir do Mestre é que podemos sentir-nos infinitamente perdoados pelo Pai. E que, por tudo isso, sejamos agradecidos! A gratidão se mostrará nas relações fraternas com os peregrinos que caminham conosco rumo à Casa do Amor, e no sentimento de filhos que temos uma certeza: somos todos muito amados pelo Pai.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/03/2021

Reflexão

O Evangelho nos surpreende muitas vezes ao usar determinados termos que, à primeira vista, nos parecem totalmente descabidos em relação a Deus. O texto de hoje nos mostra Deus indignado por causa da falta de perdão. Como pode Deus indignar-se, o Altíssimo ter a sua dignidade ferida? Este texto nos mostra uma realidade muito profunda: se o pecado fere a dignidade humana, a ausência do perdão fere a dignidade divina. Por que? Porque Deus é amor, é misericórdia, e negar o amor e a misericórdia é negar o próprio Deus na sua essência. Negar o perdão é negar que Deus é amor e misericórdia e impedir que ele aja com amor e misericórdia em relação a nós mesmos, e impedir a ação misericordiosa de Deus é causar-lhe indignação.
Fonte: CNBB em 05/03/2013

Reflexão

O tema do perdão é frequente nos evangelhos. Talvez pela dificuldade que o ser humano tem de perdoar. Uma coisa é certa: Jesus parece levar muito a sério a necessidade que temos de perdoar “setenta vezes sete”, isto é, sempre. Isso nos causa arrepio, pois, na vida cotidiana, parece haver ofensas imperdoáveis. Como consegue uma mãe perdoar o assassino de seu filho? Onde ajuntar forças e disposições para um perdão sincero em caso tão grave? O ferimento, se é profundo, leva longo tempo para cicatrizar. Precisamos, pois, contar com o auxílio divino, porque o perdão total só é possível com o impulso da graça de Deus. E as parábolas comprovam que o Pai celeste quer e espera que perdoemos “de coração” aos nossos semelhantes.
Oração
Senhor Jesus, obrigado pelo ensinamento sobre o perdão. Pela pergunta de Pedro, constatamos quanta dificuldade temos para perdoar a quem nos ofendeu. Por isso, tu nos mostras que o modelo de misericórdia é o Pai celeste, que perdoa sem medida. E exige que também nós perdoemos sem cessar. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 17/03/2020

Reflexão

O capítulo dezoito do Evangelho de Mateus contém o discurso catequético de Jesus à comunidade. São, portanto, ensinamentos do Mestre para que os membros da comunidade os vivam dia a dia. O texto de hoje fala do perdão que as pessoas deveriam viver no relacionamento cotidiano. Pedro quer estabelecer um limite ao perdão do irmão. Por meio da parábola, Jesus apresenta o pensamento de Deus a respeito do perdão. Suplicando, o servo consegue do rei misericordioso (Deus?) o perdão de sua enorme dívida. Por outro lado, esse servo não consegue perdoar um colega que lhe devia pequena quantia. Com a expressão “setenta vezes sete”, Jesus ensina que não há limite para o perdão. Quando rezamos o pai-nosso, pedimos a Deus que nos perdoe assim como nós perdoamos. Se ele levasse em conta isso, coitados de nós.
Oração
Senhor Jesus, obrigado pelo ensinamento sobre o perdão. Pela pergunta de Pedro, constatamos quanta dificuldade temos para perdoar a quem nos ofendeu. Por isso, tu nos mostras que o modelo de misericórdia é o Pai celeste, que perdoa sem medida. E exige que também nós perdoemos sem cessar. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 09/03/2021

Reflexão

Somos chamados a perdoar de forma ilimitada; é isso que significa o “setenta vezes sete”. E para que não haja dúvida, Jesus conta uma pequena história que ilustra com muita clareza como devem ser a lógica e a dinâmica do perdão daqueles que seguem o Mestre. De modo geral, perdoar não é fácil. Depende, no mínimo, da índole de cada pessoa e também da ofensa recebida. Contudo, toda e qualquer dificuldade de perdoar somente será superada se estivermos inseridos no Cristo. Perdoar é libertador, é uma decisão, é um exercício. As ofensas recebidas não são esquecidas facilmente (ou nunca são esquecidas); contudo, o perdão concedido nos possibilita seguir adiante com leveza e de cabeça erguida.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 22/03/2022

Reflexão

Muito oportuna a pergunta de Pedro a Jesus sobre o perdão. A resposta vem imediatamente, sem deixar margem a dúvidas: é necessário perdoar todas as vezes que alguém nos ofende. Para ilustrar o ensinamento novo, Jesus conta a parábola dos dois devedores. E salienta a desproporção entre o perdão generoso que nos vem de Deus e o nosso perdão, muitas vezes mesquinho ou dado de má vontade. A parábola mostra também que Deus nos perdoa quando nós perdoamos. Ao perdoar alguém, abrimos o canal para que o perdão de Deus chegue até nós. Detalhe: não se trata de um perdão qualquer, da boca para fora. É necessário perdoar “de coração”. Todos somos pecadores e precisamos do perdão de Deus. Estamos dispostos a oferecer o perdão a quem nos ofendeu?
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

Reflexão

«O senhor teve compaixão, (…) perdoou-lhe a dívida»

Rev. D. Enric PRAT i Jordana
(Sort, Lleida, Espanha)

Hoje, o Evangelho de Mateus convida-nos a uma reflexão sobre o mistério do perdão, propondo um paralelismo entre o estilo de Deus e o nosso na hora de perdoar.
O homem atreve-se a medir e a levar em conta a sua magnanimidade perdoadora: «Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?» (Mt 18,21). A Pedro parece-lhe que sete vezes já é muito e que é, talvez, o máximo que podemos suportar. Bem visto, Pedro continua esplêndido, se o compararmos com o homem da parábola que, quando encontrou um companheiro seu que lhe devia cem denários, «Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’» (Mt 18,28), negando-se a escutar a sua súplica e a promessa de pagamento.
Fechadas as contas, o homem, ou se nega a perdoar, ou mede estritamente a medida do seu perdão. Verdadeiramente ninguém diria que receberíamos da parte de Deus um perdão infinitamente reiterado e sem limites. A parábola diz: «o senhor teve compaixão, soltou o servo e perdoou-lhe a dívida» (Mt 18,27). E a divida era muito grande.
Mas a parábola que comentamos põe acento no estilo de Deus na hora de outorgar o perdão. Depois de chamar à ordem o seu devedor em atraso e de o fazer ver a gravidade da situação, deixou-se enternecer repentinamente pelo seu pedido contrito e humilde: «‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo’. Diante disso, o senhor teve compaixão…» (Mt 18, 26-27). Este episódio põe à vista aquilo que cada um de nós conhece por experiência própria e com profundo agradecimento: que Deus perdoa sem limites ao arrependido e convertido. O final negativo e triste da parábola, contudo, faz honras de justiça e manifesta a veracidade daquela outra sentença de Jesus em Lc 6,38: «Com a medida com que medirdes sereis medidos».

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Aquele que perdoa e aquele que é perdoado, encontram-se num ponto essencial, na dignidade» (São João Paulo II)

- «O perdão é o instrumento, posto nas nossas frágeis mãos, para alcançarmos a serenidade de coração» (Francisco)

- «Não há nenhuma falta, por mais grave que seja, que a santa Igreja não possa perdoar. «Nem há pessoa, por muito má e culpável que seja, a quem não deva ser proposta a esperança certa do perdão, desde que se arrependa verdadeiramente dos seus erros». Cristo, que morreu por todos os homens, quer que na sua Igreja as portas do perdão estejam sempre abertas a todo aquele que se afastar do pecado (cf. Mt 18,21-22)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 982)

Meditação

Jesus afirma que devemos perdoar sempre. A parábola dá os motivos: devemos perdoar porque Deus nos perdoa; porque nos perdoa se nós também perdoamos. E, uma vez que devemos perdoar sempre, podemos concluir que também Deus nos perdoará sempre se nós sempre perdoarmos. Perdoar é ato de amor. Nosso amor deve ser sem limites, e também sem limites nosso perdão.
Oração
Ó Deus, que a vossa graça não nos abandone, mas nos faça dedicados ao vosso serviço e aumente sempre em nós os vossos dons. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Meditando o evangelho

ATÉ QUANDO PERDOAR

Conviver é uma arte. Não basta boa vontade e paciência para que o relacionamento interpessoal seja perfeito. Embora com todas as precauções, é grande a possibilidade de desentendimento entre pessoas amigas, e até mesmo entre cristãos convictos.
Entretanto, a questão não reside na ruptura, e sim, na disposição a refazer os laços de amizade rompidos. Ninguém pode garantir que uma única reconciliação seja suficiente para cimentá-los, para sempre. É possível que outras rupturas aconteçam, pelo mesmo motivo. A tendência humana é impor limites bem definidos a esta situação. "A paciência tem limite" - assim justificamos a ruptura definitiva.
O discípulo de Jesus defronta-se com a lição de perdoar, toda vez que for ofendido. É exortado a fazer frente a uma tendência humana muito forte, a de não perdoar. O motivo apresentado pelo Mestre é inquestionável: é assim que somos perdoados pelo Pai. Quem se julga tão fiel a Deus a ponto de estar seguro de jamais correr o risco de pecar? Só um insensato poderá ter tal pretensão.
Todos somos pecadores e precisamos do perdão de Deus. Da mesma forma, quando alguém precisar do nosso perdão, por respeito a Deus somos obrigados a concedê-lo. Trata-se de dar o que também recebemos.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de perdão, liberta-me da tendência a colocar limites ao perdão. Pelo contrário, que eu esteja sempre pronto a perdoar a quem me ofendeu.
Fonte: Dom Total em 17/03/202009/03/2021 22/03/2022

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A Paciência não têm limites
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

O pronome possessivo “meu irmão”, presente na pergunta que Pedro dirige ao Mestre explicita que se trata das relações entre os irmãos e irmãs da comunidade. O ensinamento está, portanto, na vida em comunidade e não fora, a meu ver algo bem mais difícil, pois a pessoa a quem devemos perdoar não é um estranho que nos ofendeu em uma ocasião, e que depois dificilmente iremos nos encontrar com ele. Certa vez um sujeito que eu não conhecia, me derrubou da bicicleta ao empurrar-me quando eu passei pedalando perto dele. Vim embora com os cotovelos ralados e foi fácil perdoá-lo, nunca mais o vi em minha vida.
O perdão a que se refere o evangelho é para aquela pessoa que se vê todo dia e que se convive na comunidade, na pastoral, na catequese, no ministério ou no movimento. E por que é muito mais difícil de perdoá-lo? Porque cada vez que o vemos ao nosso lado ou á nossa frente, vamos lembrar sua falta pois o nosso subconsciente armazena muito bem os detalhes da ofensa recebida. Por isso, quando dizemos “Nem me lembro mais do mal que ele, ou ela, me fez”, estamos sendo no mínimo hipócritas.
Pedro exagerou ao colocar sete, como a quantia de vezes a ser perdoada, pois, com as pessoas mais próximas do relacionamento, como esposa ou parentes, perdoar três vezes estava de muito bom tamanho para os Judeus. Jesus não se deixa levar por números dessa matemática mesquinha e miserável na relação com os irmãos e irmãs de comunidade, mas procura mostrar, através da parábola, como Deus se relaciona com o Homem nessa questão.
Nas nossas comunidades há muitos relacionamentos que têm como parâmetro essa matemática de Pedro, quantas pessoas que desistem de viver em comunidade, porque chegou no limite da sua capacidade de amar e perdoar, passou de sete vezes e preferiu cair fora porque o padre, o diácono, o ministro ou seja lá quem for, é intragável e insuportável. Essas pessoas migram para outras Paróquias ou até Igrejas, na ilusão de que vão encontrar uma comunidade perfeita, com pessoas angelicais, de relações sempre harmoniosas. Na vida conjugal e familiar, que é também a pequena comunidade, casais de relações sólidas e testemunhos estupendos na vida cristã, de repente se separam, porque um deles passou dos limites, estourando a quota estabelecida, e o outro não aguentou.
O amor de Deus, sua misericórdia e paciência para com todos nós, é eterno, infinito e sem limites. O atestado de que somos todos Filhos e filhas de Deus, não está em algum carisma prodigioso ou em coisas fantásticas que somos capazes de fazer, mas sim em amar sinceramente as pessoas com quem convivemos na Igreja e na Família, aceitando-as do jeito que elas são, com suas fraquezas e defeitos, pois é exatamente assim que DEUS NOS AMA!

2. Quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes? - Mt 18,21-35
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

É nossa missão introduzir no mundo o perdão, que o mundo não conhece. A força do perdão é transformadora. Perdoe aqui na terra para ser perdoado no céu.
Fonte: NPD Brasil em 17/03/2020

HOMILIA DIÁRIA

A maior experiência de amor que podemos fazer é  perdão

Postado por: homilia
março 5th, 2013

O Evangelho de hoje nos fala dos relacionamentos entre Deus e os homens, e dos homens entre si.
Começaremos dizendo que Deus cria o homem por pura benevolência e o faz participar da Sua dignidade. A partir daí, o homem se converte em grande devedor de Deus. Primeiro da vida – como dom gratuito de Deus – e por isso seu promotor e protetor, quer no início quer na fase terminal. Ele foi constituído por Deus como senhor e guarda da natureza: “Crescei-vos, multiplicai-vos, dominai e sujeitai a terra” (Gn 1,28a).
Porque criados à imagem e semelhança de Deus – homem e mulher os criou – Deus estabelece relações entre os homens.
A Quaresma é o tempo do sonho de Deus. Como cristãos, embora ainda pequenos, somos convidados, interpelados e impelidos a viver este sonho de Deus em nossa vida. Sonho que se realiza quando amamos, acolhemos e perdoamos os erros e falhas uns dos outros. Portanto, é tempo de viver um constante amar e perdoar sem fim. Aliás, é isso que signfica as palavras de Jesus ante a pergunta de Pedro: “Quantas vezes deverei perdoar se meu irmão me ofender. Até sete vezes?”
Deus quer nos falar neste dia sobre um assunto tremendamente importante. Eu diria essencial para que os relacionamentos em família possam gozar de inteira comunhão. Refiro-me ao perdão. O perdão é a maior experiência de amor que podemos fazer e não há dia ou tempo marcado para ele. Por desconhecermos as implicações do ato de perdoar e ser perdoado, é que vemos a cada dia lares se desfazendo, filhos abandonando os seus pais, casais se divorciando, irmãos brigando contra irmãos.
Vivemos num mundo, de fato, carente do amor e do perdão. Recordo a você, meu irmão, que a resposta de Senhor: “Não te digo até sete vezes mas até setenta vezes sete”, nos faz mergulhar na imensidade da misericórdia de Deus.
Deus não faz “matemática” para saber até quanto deve perdoar. Veja o que acontece conosco, quando nos ajoelhamos diante d’Ele reconhecendo nossos pecados e pedimos perdão com o propósito de nos corrigirmos, na pessoa do empregado que, de joelhos, diz ao seu patrão: “Tenha paciência comigo, e eu pagarei tudo”. Diante disso, “o patrão teve pena dele, perdoou a dívida e deixou que ele fosse embora”.
Se o simples patrão perdoou a grande dívida, quanto mais Deus que é rico em misericórdia – que perdoa até a milésima geração – não nos perdoará os nossos pecados se a Ele recorrermos, noite e dia, com gemidos inefáveis?
Quem ama não pode olhar “quantas vezes” as pessoas lhe ofenderam, acusaram injustamente, traíram, enganaram e também “quantas vezes” já perdoou aos que lhe fizeram tudo isso. É necessário perdoar sempre.
A falta do perdão entre os homens é tão forte que, a cada segundo que passa, nos deparamos com o que aconteceu na parábola que Jesus contou. Cristãos que pedem que Deus os perdoe, mas eles mesmo não perdoam. Ou, se o fazem, é só da “boca pra fora” e não de coração. Se isso acontece com você, o desfecho será: “Empregado miserável! Você me pediu, e por isso eu perdoei tudo o que você me devia. Portanto, você deveria ter pena do seu companheiro, como eu tive pena de você”.
Tomemos para nossas vidas a advertência de Jesus: “É assim que meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 05/03/2013

HOMILIA DIÁRIA

Busquemos em Deus o perdão e a reconciliação verdadeira

Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: ‘Senhor, quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?’. Jesus respondeu: ‘Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete’.” (Mateus 18,21-22)

Muitas pessoas conhecem e experimentam o perdão, mas não é o perdão divino, é o humano, limitado, mesquinho e tão condicional. É o perdão que não cura, mas, na verdade, coloca limites.
Que bom que Deus não usa das medidas humanas! Que bom que o perdão d’Ele é o perdão sem medidas! A verdade é que Deus não faz conta dos nossos pecados porque a Sua misericórdia é maior do que todas as nossas misérias humanas, por isso, Ele não se cansa de nos perdoar, nos amar, nos purificar, nos lavar e nos renovar.
Eu vejo Deus como uma mãe que não se cansa de lavar o seu filho, de cuidar do vômito, do xixi, das fezes da sua criança. A criança pode defecar quantas vezes for ao dia, a mãe bondosa e paciente está ali limpando, cuidando e deixando o seu filho sempre cheiroso.
Eu fico olhando para Deus, e, quantas vezes erramos, pecamos, falhamos, pisamos na bola e Deus está nos lavando e nos purificando! É que somos adultos e temos de ter consciência que pecamos, falhamos e vamos lá para Deus nos consertar e nos purificar. É isso que Deus faz conosco.

A oração verdadeira produz perdão sem medidas no coração do homem

Isso é o sacramento da confissão, é isso que a misericórdia divina realiza em nós quando buscamos o perdão e a reconciliação com Ele. Quem experimenta a misericórdia de Deus torna-se expressão da misericórdia para o mundo, para as pessoas e para com os irmãos.
Não há limites para perdoar e nem contas para perdoar; não há um ponto que devemos chegar e dizer: “Não perdoo mais”. Aquele que experimenta o perdão de Deus torna-se a expressão do perdão em todas as situações, sabe conviver com os defeitos, os limites, as fraquezas do seu irmão, pois, sabe que os irmãos têm de conviver com suas fraquezas, limites e falhas. Ele não julga, mas tudo olha com o olhar da bondade e da misericórdia, sabe reconsiderar, rever, ponderar e jamais condenar.
Aquele que tem o bálsamo da misericórdia de Deus em seu coração não fala com rancor, porém, é curado pelo amor. Aquele que experimenta verdadeiramente Deus em si não coloca as pessoas umas contra as coisas, nem expõe ofensas e mágoas onde quer que esteja, mas expõe o coração reconciliado, testemunha com a própria vida aquilo que Deus mesmo fez no seu coração maltratado.
O homem que perdoa é o homem que reza porque só o homem que reza é capaz de perdoar. A oração verdadeira produz perdão sem medidas no coração do homem. Quem reza de forma superficial perdoa de forma superficial e não alcança a profundidade da misericórdia de Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 17/03/2020

HOMILIA DIÁRIA

O perdão de Deus quebra as amarras do nosso coração

“’Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?’ Jesus respondeu: ‘Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete’.” (Mateus 18,21-22)

Se queremos compreender o Reino de Deus e nele entrar, é preciso compreender que o Reino de Deus é o Reino do perdão. Ninguém vive o Reino de Deus sem ser banhado profundamente no perdão e na misericórdia de Deus. Ninguém mergulha no Reino de Deus se não coloca o perdão como o fundamento da sua relação com Deus.
A primeira coisa é buscar o perdão, entender o quanto precisamos ser perdoados, inclusive, perdoados dos pecados que não reconhecemos e não tomamos consciência. É preciso buscar ter a consciência daquilo que o pecado exerce em nossa vida, do quanto o pecado obscurece a nossa mente, a nossa consciência, a nossa vontade; do quanto o pecado gera orgulho e soberba, gera essa situação toda dentro de nós que nos torna pessoas vaidosas, inclusive, religiosamente falando.
O perdão de Deus é para nos libertar e nos purificar, o perdão de Deus é para quebrar as amarras do nosso coração e realmente sermos pessoas novas.

Se queremos viver uma relação verdadeiramente com Deus, nos convertamos para o perdão

Sabemos quando uma pessoa encontrou o perdão de Deus pela forma de até como ela fala, como ela se expressa. Olhe os pecadores do Evangelho que foram perdoados, olhe os doentes que foram curados, olhe como a vida deles exala a misericórdia divina.
Infelizmente, alguns olham para Maria Madalena, e olham sempre para ela com o “retrovisor do passado”, querem catalogá-la como prostituta, como adultera, com todas aquelas categorias humanas de catalogar as pessoas. Mas ela é a mulher nova, perdoada, redimida, a mulher salva e, por isso, o perfume que exala dela é o bálsamo da misericórdia e do perdão.
Se queremos viver uma relação verdadeiramente com Deus, nos convertamos para o perdão. E perdoar significa perdoar setenta vezes sete, ou seja, sempre, em todo o momento. Não teremos saúde no corpo, na alma e no espírito, se o perdão não for uma condição de vida para a nossa vida.
Perdoar quer dizer: eu quero ser curado! Eu quero ser liberto! Porque o rancor, o ressentimento e a mágoa criam “ranços” tão profundos na nossa alma, que vão nos tornando pessoas azedas, amargas; e olhamos a vida sempre com o prisma da amargura, quando não somos curados pelo perdão.
Decidir-se pelo Reino de Deus é decidir-se perdoar todos os dias setenta vezes sete.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 09/03/2021

HOMILIA DIÁRIA

A força do perdão brota do coração do Pai

“Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: ‘Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?’ Jesus respondeu: ‘Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.” (Mateus 18,21-22)

Veja, meus irmãos, o número setenta, na Palavra de Deus, indica o infinito, sem limites. E aqui temos o infinito multiplicado sete vezes. Ou seja, um jeito de perdoar muito estranho, um jeito de perdoar que excede qualquer compreensão humana e vai ser sempre assim. O perdão vai ser sempre um mistério.
É justamente por ser um mistério que Jesus nos ensinou, do Alto da Cruz, a nos referirmos sempre ao coração do Pai do Céu se nós quisermos aprender algo sobre o perdão. Se quisermos aprender algo sobre o perdão, não está dentro de nós a resposta. Essa força não está dentro de você.
Quando Jesus, do Alto da Cruz, diz: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23,34), Jesus poderia muito bem ter dito: “Perdoo vocês por aquilo que vocês fazem comigo”, mas Jesus faz referência ao Pai do Céu, porque Ele quis nos mostrar de onde brota a força do perdão: do coração do Pai. O coração do Pai que ama com amor infinito, o coração do Pai que ama com um amor exageradamente misericordioso. Então, é d’Ele que nós temos que aprender.
Agora, o primeiro assunto que aparece aqui no Evangelho, trata-se da parábola. O padre só leu o início do Evangelho, mas, depois, Jesus conta aquela parábola dos dois devedores: um que devia uma dívida impagável e o outro que devia uma dívida irrisória, muito pequena, muito simples.

O mesmo perdão que recebemos de Deus, precisamos partilhar com os nossos irmãos

O primeiro devedor é alcançado pela graça, ele recebe uma graça, porque a dívida foi totalmente perdoada; o proprietário não quis nem dar um tempo para que ele pagasse, e perdoou toda a dívida. O segundo devedor tinha uma dívida com aquele primeiro, que foi agraciado pelo perdão. Veja, o primeiro recebe a graça; e o segundo tem na dívida, na possibilidade de receber daquele que foi agraciado, também o perdão. Isso é para nos mostrar que o perdão nasce da memória de ter sido perdoado.
Aquele primeiro devedor que teve a sua dívida totalmente perdoada, precisava ter feito memória daquela graça, daquele perdão, para transmitir o que ele recebeu para o seu irmão. Isso nos ensina alguma coisa, quando pensarmos em perdoar alguém ou pedir perdão a alguém, vamos fazer memória de que nós também, um dia, fomos perdoados. Não um dia com uma coisa distante; por Deus, somos perdoados a cada segundo. A cada momento que nós pecamos, Deus se manifesta fiel e justo para nos perdoar se nós nos arrependemos dos nossos pecados e das nossas faltas.
Se temos uma boa consciência, vamos recordar o que nós fizemos contra Deus. Desafio você a se lembrar da sua última confissão, os pecados que você contou diante do sacerdote, ministro de Cristo; veja as ofensas que você fez contra Deus e assim vamos nos lembrar daquele Salmo: “Ah, se Deus nos tratasse como exigem as nossas faltas”. (cf. Salmo 78).
Não foi assim que Ele nos tratou, Ele nos tratou com muita misericórdia, com muito amor. Então, olhando para mim: quem eu sou? A minha fraqueza, a minha fragilidade, sou um santo em vestes frágeis ou sou um pecador com máscara de santo? Isso precisa interrogar o nosso coração, porque o mesmo perdão que recebemos de Deus, precisamos partilhar com os nossos irmãos até setenta vezes sete.
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

Oração Final
Pai Santo, dá-nos uma alma grande para perdoar sem julgamentos; um coração aberto para acolher todos os companheiros que nos deste para a viagem por este mundo encantado. Assis estaremos seguindo os passos do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/03/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ensina-nos a gratidão pelos benefícios recebidos dos irmãos, mas, antes de tudo, ensina-nos o perdão. Muito além de esquecer, perdoar é lembrar com ternura quando nos julgamos ofendidos. Que a nossa presença seja sinal do Amor com que amas e do perdão que concedes. Por Jesus, o Cristo teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/03/2020

ORAÇÃO FINAL
Pai amantíssimo, estendemos a Ti as nossas mãos suplicantes e agradecidas, pedindo que nos livres de condenar nossos irmãos. E pedimos mais: que nos livres até mesmo de julgá-los. Que nós tenhamos um olhar desarmado e cheio de gratidão para a humanidade e o universo que Tu criaste, tornando-nos fontes de Paz, fraternidade e Esperança para todos. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/03/2021

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