sexta-feira, 18 de novembro de 2022

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 18/11/2022

ANO C


Lc 19,45-48

Comentário do Evangelho

Denúncia de Jesus

A chegada de Jesus a Jerusalém é marcada por dois momentos fortes de denúncia da teocracia aí sediada. Primeiro, a lamentação de Jesus sobre a cidade (cf. 22 nov.) e, logo a seguir, a denúncia da prática mercadológica do Templo. Jesus, em seu ministério na Galileia e nos territórios gentílicos vizinhos, fizera seu anúncio do Reino de Deus às multidões de pobres e excluídos, suscitando a ira dos chefes de sinagogas locais. Agora Jesus decide fazer seu anúncio libertador no próprio centro do poder religioso, mesmo sabendo que estava condenado pelos dirigentes do judaísmo. Para isto escolhe a ocasião da celebração da Páscoa judaica, quando uma multidão de peregrinos concentra-se em Jerusalém, em torno do Templo. No Templo havia, desde a sua fundação, um anexo, o Tesouro (gazophylákion), onde eram depositadas as riquezas acumuladas a partir das ofertas dos fiéis. As inúmeras e minuciosas observâncias legais, impossíveis de ser cumpridas, pesavam sobre o povo que, humilhado e submisso, era qualificado como pecador. O ataque de Jesus ao Templo visa abalar este núcleo de poder, em vista da libertação de seu povo, e acelera sua sentença de morte por parte dos dirigentes religiosos, enquanto o povo ficava fascinado.
José Raimundo Oliva
Oração
Espírito purificador, tira do meu coração toda sorte de maldade e de egoísmo, que o tornam indigno de ser morada de Deus.
Fonte: Paulinas em 23/11/2012

Vivendo a Palavra

Pensamos sempre no duplo sentido do Templo: pode ser aquela imponente construção em Jerusalém, ou pode ser o nosso corpo, morada do Espírito Santo. Ambos merecem respeito e devem ser mantidos puros. A Casa não será poluída com interesses comerciais menores e o corpo será posto a serviço dos irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 23/11/2012

VIVENDO A PALAVRA

Pensamos sempre no duplo sentido do Templo: pode ser aquela imponente construção em Jerusalém, ou pode ser o nosso corpo, morada do Espírito Santo. Ambos merecem respeito e devem ser mantidos puros. A Casa de pedra não será poluída com interesses comerciais menores e o corpo será colocado a serviço dos irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 23/11/2018

Reflexão

Existem muitas pessoas que se vangloriam do fato de participar ativamente da Igreja, possuir ministérios ou ter um cargo importante na comunidade eclesial. Mas infelizmente, existem pessoas que usam do fato da pertença na comunidade para substituir as relações de serviço por relações de poder, para dominar, oprimir, buscar promoção pessoal e desvalorizar as outras pessoas que fazem parte da comunidade. A religião para essas pessoas é uma forma não de adorar ao Deus vivo e verdadeiro, mas sim de promover o culto a si próprio e buscar a satisfação dos seus próprios interesses. A esses diz Jesus: "sofrerão a mais rigorosa condenação".
Fonte: CNBB em 23/11/2012

Reflexão

O evangelista Lucas usa poucas palavras para descrever a expulsão dos vendedores que se instalaram no Templo. No entanto, trata-se de atitude densa de significado: o Templo já não era o lugar do sincero louvor a Deus e do cultivo das boas relações humanas. Tinha se transformado em “abrigo de ladrões”, recinto de exploradores do povo. Perdeu sua finalidade. Não havia mais razão para permanecer. Jesus, com seu gesto profético, provoca as autoridades, porque está abalando uma estrutura que, por séculos, constituía o centro do poder religioso, social, econômico e político do povo de Israel. Com efeito, os chefes dos sacerdotes, os doutores da Lei e os anciãos do povo, mais que depressa começam a tramar a morte de Jesus. Não obstante o perigo próximo, Jesus “ensinava todos os dias no Templo”.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 23/11/2018

Reflexão

O evangelista Lucas usa poucas palavras para descrever a expulsão dos vendedores que se instalaram no Templo. No entanto, trata-se de atitude densa de significado: o Templo já não era o lugar do sincero louvor a Deus e do cultivo das boas relações humanas. Tinha-se transformado em “abrigo de ladrões”, recinto de exploradores do povo. Perdeu sua finalidade. Não havia mais razão para permanecer. Jesus, com seu gesto profético, provoca as autoridades, porque está abalando uma estrutura que, por séculos, constituía o centro do poder religioso, social, econômico e político do povo de Israel. Com efeito, os chefes dos sacerdotes, os doutores da Lei e os anciãos do povo, mais que depressa começam a tramar a morte de Jesus. Não obstante o perigo próximo, Jesus “ensinava todos os dias no Templo”.
Oração
Ó Jesus Messias, teu ardente zelo pela “casa de oração” te leva a expulsar de seu interior os mercadores, que dela fizeram um “abrigo de ladrões”. Purificado, o Templo se torna ponto de onde ensinas o povo, sedento de tua mensagem. Alimenta-nos, Senhor, com tuas palavras de vida eterna. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Dom Total em 20/11/2020

Meditando o evangelho

A CASA DE DEUS PROFANADA

Jesus não se conteve, quando se deparou com o estado em que se encontrava o templo de Jerusalém. Na mentalidade da época, o templo era o lugar escolhido por Deus para habitar no meio de seu povo. Era o espaço do encontro do Pai com seus filhos. Portanto, lugar da comunhão fraterna, da justiça, do respeito aos pobres e aos fracos, que são os preferidos de Deus.
Este ideal grandioso, porém, chocava-se com a realidade. O templo tornara-se um amplo mercado onde se fazia câmbio de dinheiro para facilitar a vida dos peregrinos estrangeiros e se comerciava os diversos tipos de animais usados para o sacrifício. Toda esta intensa atividade visava a ganância do lucro, dificilmente obtido por motivo de pura caridade. Assim, a injustiça e a exploração eram praticadas na própria casa de Deus. Os pobres e ingênuos peregrinos eram expoliados, sob os olhos do Pai. A boa-fé do povo transformava-o em joguete nas mãos de pessoas inescrupulosas. E tudo isso com a benévola anuência da classe sacerdotal, que tirava partido da situação.
A realidade do templo estava em aberta contradição com o ideal de Reino de Deus pregado por Jesus. Daí o furor que se apossou de seu coração e o gesto profético de expulsar os profanadores da casa de Deus, que devia ser espaço do amor.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Oração
Senhor Jesus, não permita que eu permaneça insensível, vendo a casa de Deus - o coração humano - ser profanado pela injustiça.
Fonte: Dom Total em 23/11/2018 e 20/11/2020

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Minha casa será casa de oração...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Depois de ter lamentado a sorte de Jerusalém, Jesus entrou na cidade e foi ao Templo. Viu os vendedores e acusou-os de transformar a Casa de Oração em covil de ladrões. E todos os dias Jesus ia ao Templo para ensinar o povo. O povo o ouvia com gosto, o que se tornava um problema para os sacerdotes e os escribas que queriam matar Jesus. A purificação do Templo foi certamente uma ação profética de Jesus, ligada à lamentação proferida anteriormente sobre a destruição de Jerusalém. Esse Templo, que deveria ser Casa de Oração para todos os povos, transformou-se necessariamente em casa de comércio pelo volume de atividades requeridas pelos sacrifícios a serem oferecidos, incluindo câmbio de moedas. O que Deus quer, porém, é amor e conhecimento de Deus, e não sacrifícios e holocaustos. Ao relatar seu próprio chamado, Mateus cita esta afirmação do profeta Oseias e a repete quando os discípulos arrancam espigas para comer num dia de sábado. A misericórdia vai substituir tudo o que se fazia no Templo. A multiplicação de leis e preceitos, as minúcias na organização dos ritos, as exigências da qualidade do material dos sacrifícios; enfim, todas as normas litúrgicas da época transformaram a Casa de Oração em covil de ladrões. Ladrões de dinheiro e ladrões de consciência. Os mais simples levam a sério o que lhes dizem que é vontade de Deus.
Fonte: NPD Brasil em 23/11/2018

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Os Ladrões do Templo
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

___Olha São Lucas, a gente aqui do Terceiro Milênio da Era Cristã, está achando que podemos trabalhar esta reflexão em cima dessa acusação muito grave que Jesus faz contra os mercadores "Fizestes da minha casa um esconderijo de Ladrões".
___Vocês estão no caminho certo, mas falta incluir a frase inicial que é também muito importante "A minha casa é casa de oração...".

___Então há uma relação entre essas duas afirmações?
___Claro que há, pense que uma casa de oração é antes de tudo um lugar de encontro...

___Certo! Encontro com os irmãos e irmãs e também com Deus. Mas encontro para que?
___Ótima pergunta, tem gente que pensa que é um encontro para rezar.

___Mas, não é?
___O Rezar junto é apenas conseqüência de quem vive em comunhão e só está em comunhão com Deus e os irmãos quem se doa, dando algo de si para os outros. Quando você faz o contrário e tira algo dos outros para si, isso se chama "Roubo".

___Ah...! Quer dizer que ainda tem muitos "mercadores" em nossas comunidades?
___Claro que tem, como tinha nas comunidades primitivas do primeiro século... sempre que nos trabalhos pastorais somos um obstáculo para que os irmãos e irmãs não tenham acesso á esta Vida Nova oferecida por Jesus, estamos na verdade tirando algo que lhes pertence. Sempre que a Igreja não cumpre sua missão primária que é evangelizar, está também roubando algo valioso que não lhe pertence.

___É por isso que os Escribas, os Príncipes dos Sacerdotes e Chefes do Povo estavam querendo acabar com Jesus? Ele estava atrapalhando seus "negócios"...
___Isso mesmo, Jesus é alguém que se doa, seus ensinamentos não são apenas retórica e discurso bonito, olhando para ele e prestando atenção naquilo que fala e faz, a comunidade facilmente irá se dar conta dos mercenários disfarçados de pastores que há em seu meio.

2. Minha casa será casa de oração - Lc 19,45-48
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Entrando na cidade, Jesus vai ao Templo, o coração de Jerusalém e de todo Israel, e o purifica. O Templo deve tornar-se casa de oração. A citação é de Isaías: “A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos”. Algo novo se delineia. O Templo purificado será abandonado até o dia em que ele voltar. Não ficou pedra sobre pedra. A esperança cristã não está na reconstrução do edifício. Conta-se que o imperador Juliano, chamado apóstata por ter renegado o Batismo, mandou que se reconstruísse o Templo num ato de desafio a Jesus Cristo. Dizem que das pedras saía fogo e o trabalho não pôde ser levado adiante. Ao morrer numa batalha, Juliano, caindo do cavalo, apanhou um pouco de terra, jogou-a para o alto e exclamou: “Venceste, Galileu”. Jesus transforma a casa de comércio em casa de ensino, realizando a palavra profética: “De Sião sairá o Ensinamento e de Jerusalém, a Palavra do Senhor”. Antes, um covil de ladrões. Depois, todos os dias Jesus ensinava no Templo ao povo encantado com o que ouvia. Essa casa se torna por um tempo o seu espaço onde partilha o seu ensinamento com o povo que o ouve com prazer. Lucas descreve muito brevemente a purificação do Templo e passa para a discussão sobre a autoridade de Jesus. Jesus age com autoridade e sua autoridade visa ao projeto de Deus: “Minha casa será casa de oração”.
Fonte: NPD Brasil em 20/11/2020

HOMILIA DIÁRIA

O gosto da profecia cristã

Postado por: homilia
novembro 23rd, 2012

A Igreja nos convida a ouvirmos, meditarmos e daí tirarmos consequências práticas do acontecimento bíblico, agora narrado por São Lucas: Lc 19, 45-48.
Segundo este evangelista, a profética expulsão do Templo ocorreu no mesmo dia em que Jesus entra triunfantemente em Jerusalém, como meta de Sua viagem pascal (cf. Lc 19, 28-39). O mais curto relato dentre os Evangelhos não perdem, nem por isso, a riqueza e profundidade. Vem Espírito Santo e ajuda-nos a desbravarmos este tesouro!
No Evangelho, Jesus se revela como o Senhor e Mestre do templo da Cidade Santa, lugar onde São Lucas apresenta como ambiente próprio dos últimos feitos e ensinamentos do Salvador da humanidade.
Retornando à purificação do Templo, Jesus fundamenta o Seu ato na Palavra de Deus, proferida por Isaías e Jeremias, chamando-O de “novo” Moisés, Isaías e Jeremias, bem compreendendo que n’Ele e para Ele convergiram todas as promessas e profecias, tanto do Antigo como na Nova e Eterna Aliança.
Jesus Cristo é tudo para as Sagradas Escrituras. Mas e para cada um de nós? Resposta que a Igreja Católica reafirmou no Concílio Vaticano II: «A Igreja, por sua parte, acredita que Jesus Cristo, morto e ressuscitado por todos, oferece aos homens, pelo seu Espírito, a luz e a força para poderem corresponder à Sua altíssima vocação; nem foi dado aos homens sob o céu outro nome, no qual devam ser salvos. Acredita também que a chave, o centro e o fim de toda a história humana se encontram no seu Senhor e mestre» (Gaudium et Spes, nº 10).
Por isso, neste Ano da Fé, precisamos pedir a graça de Deus para pensarmos e professarmos a nossa fé segundo a Igreja de Cristo, a qual segue na história sendo sinal e sacramento da Salvação presente e testemunhada na Palavra do Senhor. Ela atesta, desde o Antigo Testamento, a autoridade que, um dia, seria revelada por e em Jesus de Nazaré: «Porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos» (Is 56, 7).
É bom recordar que o espaço do Templo em que Jesus atuou era reservado aos gentios, mas precisava ser ponto de encontro dos povos com o Deus amoroso, que a ninguém despreza ou trata inferiorizando. Também Jesus citou uma parte do texto do profeta, talvez, mais contestado e corajoso da Antiga Aliança e, por isso, prefiguração do Missionário e Consagrado do Pai das Misericórdias: «Acaso esta casa consagrada ao meu nome tornou-se, a vosso ver, um esconderijo de ladrões?» (Jr 7, 11).
Neste sentido, é que o contato com a Palavra da Verdade sempre precisa promover uma autêntica conversão, como acontecia com aqueles que se encontravam com Jesus pela fé. Sobre isto também ensinou o Papa Bento XVI, na exortação apostólica sobre a Palavra de Deus: «De fato, é precisamente a pregação da Palavra divina que faz surgir a fé, pela qual aderimos de coração à verdade que nos foi revelada e entregamos todo o nosso ser a Cristo: “A fé vem da pregação, e a pregação pela palavra de Cristo” (Rm 10, 17). Toda a história da salvação nos mostra, progressivamente, esta ligação íntima entre a Palavra de Deus e a fé que se realiza no encontro com Cristo» (Verbum Domini, nº25).
Deixar-se conquistar e purificar pela graça de Cristo, até que nosso pensar, falar, agir e reagir testemunhe-O como o centro de tudo, é uma meta possível de se alcançar, pela ação do Espírito Santo encarnada na nossa história e na disposição de irmos ao encontro dos outros, principalmente os mais desfavorecidos. Por isso, era autêntico o testemunho da Beata Teresa de Calcutá: «Jesus, meu Tudo em tudo!»
Minha vida já comunica esta verdade libertadora? A Providência Santíssima, que nos visita pela Palavra meditada, vivenciada e testemunhada, já foi sentida por mim como amargura aos pecados da minha vida e mel do meu consolo em Deus? Qual é a reação da Palavra de Deus em mim?
O livro da Revelação nos fornece um bom parâmetro: «Vai…“Pega e devora. Será amargo no estômago, mas na tua boca será doce como mel”. Peguei da mão do anjo o livrinho e o devorei. Na boca era doce como mel, mas quando o engoli, meu estômago tornou-se amargo. Então me foi dito: “Deves profetizar ainda contra muitos povos e nações, línguas e reis”» (Ap 10, 9-11).
Eis a Boa Nova de Jesus Cristo que, nem sempre, nos agrada ou está de acordo com as expectativas dos outros. Portanto, precisamos, neste Ano da Fé, nos esmerarmos em pedir humildemente ao Espírito Santo que o nosso profetizar aponte para o Profeta, Senhor, Mestre e centro da Igreja e do plano de Deus para a salvação do mundo.
Ele haverá de transformar todas as realidades e nos ensinar a cooperarmos, com e como Igreja d’Ele e para o mundo. Ainda que custe… «Eu vos digo: se eles se calarem, as pedras gritarão» (Lc 19, 40).
Padre Fernando Santamaria – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 23/11/2012

HOMILIA DIÁRIA

A Igreja é o lugar do encontro com Deus

A Igreja é o lugar do nosso encontro com Deus, é o lugar de Jesus nos ensinar a viver

“Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores. E disse: Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões. Jesus ensinava todos os dias no Templo” (Lucas 19,45-47).

O Templo, a Igreja, a Capela, o Santuário é lugar de oração; é o lugar da presença de Deus. É o lugar do nosso encontro com Deus; é o lugar de Jesus nos ensinar a viver.
Eu vou para o Templo para viver duas realidades. A primeira é para falar com Deus e para escutá-Lo; é para que possamos orar e viver a nossa comunhão com o Senhor.
Sabe, meus irmãos, muitas vezes, não fazemos isso porque a dispersão toma conta de nós. Pois, mesmo se a Igreja que vamos não tenha virado uma bagunça, como esse templo citado no Evangelho: cheio de vendedores, cambistas e muito mais; os vendedores e os cambistas do mundo estão dentro da nossa cabeça e do nosso coração. Chegamos à Igreja agitados demais, tensos e ansiosos em demasia, a cabeça fica fervilhando e não nos centramos, não entramos na comunhão com Deus.
Quando vamos à casa do Senhor, precisamos nos esvaziar, precisamos tirar de nós tensões, preocupações e ocupações que não sejam outra coisa a não ser ocupar-nos do Senhor.
Na Igreja nos ocupamos de Deus e Ele ocupa todos os espaços que há dentro de nós. Ele ocupa nossos pensamentos, sentimentos, o nosso coração, tudo aquilo que somos, que estamos vivendo, sentindo e passando. Deixamo-nos ser tomados pela presença de Deus.
É muito importante que, em nossa Igreja, haja uma atmosfera espiritual. Preciso dizer que muitas pessoas tiram esse ambiente espiritual. Quem vai para a Igreja e precisa organizar a música não pode achar que a sua bateria, que o seu instrumento musical é mais importante do que a atmosfera espiritual. A pessoa vai lá e faz aquela agitação, fica meia hora passando o som do microfone.
A Igreja precisa ter ambientes para as pessoas rezarem, mas muitas chegam atrasadas ou em cima da hora e querem cumprimentar todo mundo. A Igreja é o lugar do encontro, mas primeiro do encontro com Deus. Segundo, é o lugar do ensino, é onde Jesus quer nos ensinar. Precisamos ir lá e cada vez que vamos, precisamos deixar que Ele nos ensine a viver, porque caso contrário, vamos para o templo e lá é apenas o lugar de tantas coisas, mas não do essencial. Vamos lá para nos tornar templo e para que o Templo de Deus esteja em nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 23/11/2018

HOMILIA DIÁRIA

Que nossa casa seja um local de oração

“Naquele tempo, Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores. E disse: ‘Está escrito: Minha casa será casa de oração’” (Lucas 19,45-46).

O zelo de Jesus pela Casa do Pai, o zelo de Jesus pelo Templo, pelo lugar sagrado, deve ser também o zelo da nossa alma e do nosso coração por aquilo que é sagrado. São muitas coisas sagradas, a começar a nossa própria vida.
Somos a primeira morada de Deus, a unção batismal nos colocou na condição de sermos propriedades sagradas d’Ele. É Deus que habita em nós, Ele mora em nós, e como precisamos tomar consciência dessa verdade e dessa realidade!
Infelizmente, muitas vezes, não cuidamos do nosso próprio interior, e a bagunça que há no mundo trazemos para dentro de nós. Tanta coisa desgovernada, perdida, e dentro de nós as coisas estão em ebulição, mas é preciso cuidar bem do coração, porque é aqui que Jesus mora.
Assim como Jesus entrou no Templo e de lá expulsou os vendedores, deixemos que Ele também entre dentro de nós para expulsar tudo aquilo que está causando confusão, divisão, tudo aquilo que está colocando o nosso coração a venda.

Uma casa que não é uma casa de oração vive tantos desordenamentos

Não podemos comercializar, não podemos, de forma alguma, entregar aquilo que é mais sagrado para Deus, que é a nossa própria vida. Tudo aquilo que causa confusão dentro de nós precisa do senhorio e da autoridade de Jesus para colocar ordem na casa e no coração.
A mesma coisa precisa acontecer na nossa casa. Por favor, não a deixemos virar uma casa de bagunça, uma casa desordenada e bagunçada, onde entra tudo, pode tudo, acontece tudo, onde se faz tudo.
A nossa casa é um local sagrado, é o lugar da morada de Deus. Não podemos assistir a tudo que se passa nos veículos de comunicação, na TV; não podemos ouvir tudo que há nas rádios, não podemos deixar que a internet traga tudo aquilo que tem de lixo, de coisas estragadas do mundo para dentro da nossa casa. É preciso agir com autoridade, invocar a autoridade de Jesus para que a nossa casa não vire uma casa desordenada.
O zelo que Jesus teve pela Casa do Pai, que é o Templo, expulsando, colocando para fora aqueles que estavam bagunçando a Casa do Senhor, porque a Casa de Deus é uma casa de oração, é o zelo que Ele quer que tenhamos pela nossa vida e pela casa de cada um de nós.
Precisamos reconhecer e falar a verdade; e, muitas vezes, a nossa casa está se perdendo. Se não conseguimos arrumar nem o nosso quarto, a bagunça que está ali, não vamos conseguir ordenar as coisas que estão dentro de nós.
Se não ordenarmos o que entra em nossa casa, se não ordenarmos aquilo que não deve permanecer em nossa casa, ela será uma casa desordenada. Com a mesma autoridade que Jesus exerceu sobre a Sua casa, que era Casa do Pai, o Templo, o lugar do ensino da Palavra, precisamos também fazer com a nossa casa. Ela precisa ser uma casa de oração.
Precisamos assumir cada vez mais: “Minha casa é uma casa de oração”. Uma casa que não é uma casa de oração vive tantos desordenamentos, e não é isso que Deus quer para nenhum de nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 20/11/2020

Oração Final
Pai Santo, infunde em nós o espírito de pobre para vencermos a tentação da riqueza deste mundo. Que saibamos usar os bens que passam para atender as necessidades dos companheiros peregrinos e aliviarmos as dores dos que mais sofrem. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 23/11/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, infunde em nós o espírito de pobres para vencermos a tentação das riquezas e dos prazeres deste mundo. Que saibamos usar nossos dons e os bens passageiros que nos emprestas para atender às necessidades dos companheiros peregrinos e aliviarmos as dores dos que sofrem. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 23/11/2018

OU

DEDICAÇÃO DAS BASÍLICAS DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO

Mt 14,22-33

Reflexão

Edificaram-se as basílicas de São Pedro e de São Paulo para perpetuar a memória destes dois gigantes do cristianismo. Seus nomes, e principalmente sua obra de evangelização, estão intimamente ligados à história de Roma, onde, pelo martírio, deram testemunho de fidelidade a Cristo. A basílica de São Pedro, em Roma, erigida por Constantino no século IV, sobre o túmulo do apóstolo Pedro, foi demolida no século XVI, porque ameaçava ruir; no mesmo local, foi logo reconstruída outra mais esplêndida, que Urbano VIII consagrou em 18 de novembro de 1626. Também a basílica de São Paulo foi construída no século IV. Em 1823, um incêndio devastou grande parte do edifício. Pio IX reconsagrou a basílica em 10 de dezembro de 1854, no mesmo dia da solene proclamação do dogma da Imaculada Conceição da Mãe de Deus.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)

Comentário ao Evangelho

EM MEIO ÀS TEMPESTADES

A cena evangélica desenrola-se em meio aos ventos, tempestades e ondas encapeladas, que põem em risco a vida dos discípulos, enquanto atravessam o mar da Galileia. Além disso, é noite! A natureza toda parece ter-se colocado contra o pequeno grupo. O quê fazer neste contexto desesperador, quando todos já haviam sido tomados pelo medo?
A salvação aparece com a chegada de Jesus. Embora a tempestade continue, ele lhes recomenda a não temer, mas confiar. Quando o Mestre está com eles, podem estar seguros de que não perecerão.
A ousadia de Pedro, querendo por à prova o Mestre, acabou em fracasso. Amedrontado pelo vento furioso, começou a afundar. Sua falta de fé levou-o a duvidar da presença do Senhor. Donde o risco de quase ter sido tragado pelas ondas. Só se salvou porque recorreu a Jesus.
Este fato ilustra a vida da comunidade cristã, atribulada por perseguições, verdadeiras tempestades que devem enfrentar. Quando tudo parece concorrer para fazer a comunidade sucumbir, é preciso reconhecer a presença salvadora do Mestre. Até mesmo as lideranças, representadas por Pedro, correm o risco de perder a fé. Atitude arriscada, que pode levar a todos de roldão. Só é possível salvar-se, recorrendo a Jesus: "Senhor, salva-nos!"

HOMILIA DIÁRIA

Coloque toda a sua confiança no Senhor

Quando os discípulos o avistaram, andando sobre o mar, ficaram apavorados e disseram: “É um fantasma”. E gritaram de medo. Jesus, porém, logo lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” (Mateus 14,26-27)

Meus irmãos, hoje, comemoramos as Basílicas de São Pedro e São Paulo – memória facultativa –, e comemoramos essas duas Igrejas, esses dois Templos dedicados ao Senhor, abençoados para que novos cristãos nascessem ali, para que a Palavra de Deus fosse proclamada ali.
E a nossa fé, meus irmãos, é baseada — é claro — em Nosso Senhor Jesus Cristo, o nosso Deus que nos doou a Sua fé, e Jesus escolheu Pedro como o primeiro, e escolheu Paulo para propagar a fé.
A nossa fé também está fundamentada nos apóstolos, nesses alicerces. E, é claro que, na caminhada, Pedro e Paulo tiveram dificuldades. Neste Evangelho, escutamos que Pedro foi ao encontro do Senhor, mas, depois, teve medo, começou a afundar e pediu o socorro de Nosso Senhor.
Meus irmãos, assim como Pedro e Paulo, na nossa caminhada, possivelmente sofreremos ventos, ventanias, tempestades onde começaremos a afundar, por isso precisaremos recorrer a Nosso Senhor. Como Pedro, peçamos ao Senhor: “Socorro, Senhor”, “Venha me socorrer”.

Continuemos o nosso caminho com muita fé e confiança. O Senhor está conosco

E o Senhor foi ao encontro de Pedro. O Senhor também socorreu Paulo, que perseguia os cristãos. E passou a ser perseguido, porque se tornou um apóstolo do Senhor. Esses dois homens se encontraram com Cristo, esses dois homens foram apoiados por Nosso Senhor Jesus e tornaram-se grandes evangelizadores.
Ao comemorarmos, hoje, São Pedro e São Paulo, a Dedicação dessas duas Basílicas, Nosso Senhor nos chama à confiança n’Ele. “Não tenhas medo, Pedro!”, “Não tenhas medo — qual é o teu nome?  — Confiança no Senhor”.
Depois, mais tarde, São Paulo pôde dizer isso: “Eu sei em quem coloquei a minha confiança”. Hoje, comemorando a Dedicação dessas duas Basílicas, peçamos o socorro de Nosso Senhor e confiemos ainda mais n’Ele.
Os ventos estão dando contra você, as ventanias, as tempestades, os males deste mundo? Confiança no Senhor, como Pedro e Paulo. Você começou a afundar por causa da falta de fé, por causa dos problemas e doenças? Confiança no Senhor! Paulo, da mesma forma, foi preso, sofreu as chicotadas, mas confiou no Senhor.
Continuemos o nosso caminho com muita fé e confiança. O Senhor está conosco, Ele está com você!
Abençoe-vos o Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Márcio Prado
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

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