segunda-feira, 20 de junho de 2022

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 20/06/2022

ANO C


Mt 7,1-5

Comentário do Evangelho

Julgar os outros significa também condená-los.

Há no evangelho de hoje duas exortações: a primeira de não julgar os outros (vv. 1-2) e a segunda contra a hipocrisia (vv. 3-5). O juízo contra os outros é uma forma de rotular a pessoa e petrificá-la numa imagem irreversível, isto é, sem oferecer-lhe nenhuma possibilidade de defesa ou de mudança. Julgar os outros significa também condená-los. No evangelho de João, no diálogo de Jesus com Nicodemos, encontramos a oposição entre julgar e salvar: “Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (Jo 3,17). A escatologia (v. 2) deve iluminar a vida presente do discípulo e orientar o seu comportamento. A segunda exortação diz respeito à hipocrisia que é caracterizada nesses termos: alguém vê um pequeno defeito na vida do irmão e esse pequeno defeito passa a ser a sua maior ocupação. No entanto, por causa da própria cegueira a pessoa não reconhece a gravidade de sua própria situação, nem faz nenhum esforço para eliminá-la. Na controvérsia com os fariseus, Jesus faz essa declaração contundente: “Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas dizeis: nós vemos! Vosso pecado permanece” (Jo 9,41). No ditado popular dizemos: “Cegueira maior tem aquele que não quer ver”.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, livra-me de julgar meus semelhantes de maneira severa e impiedosa. Que eu seja misericordioso com eles, assim como és misericordioso comigo.
Fonte: Paulinas em 23/06/2014

Vivendo a Palavra

Jesus ensina carinhosamente o melhor – talvez o único – caminho que temos para tornar a nossa comunidade mais santa: procurarmos a nossa própria santificação. Cuidemos de nos converter e, pelo testemunho de vida, não tanto por palavras e conselhos, nós ajudaremos os irmãos a orientar sua caminhada rumo ao Reino do Pai.
Fonte: Arquidiocese BH em 23/06/2014

VIVENDO A PALAVRA

Jesus revela os princípios que valem no Tribunal do Reino: não julguem, sejam generosos nas medidas que usarem em suas partilhas, cuidem da limpeza de seus olhos para preservar a pureza do olhar. Tudo tão doce, tão fraterno, tão diferente do que estamos acostumados a vivenciar…
Fonte: Arquidiocese BH em 22/06/2020

Reflexão

A maioria das pessoas está mais preocupada com os pecados dos outros do que com os próprios, sempre apresentando o argumento de que os pecados dos outros são mais graves e exigem uma maior preocupação. O trabalho de transformação do mundo deve começar pela transformação e pela conversão pessoal. Se cada pessoa estivesse realmente preocupada com a própria conversão e de fato fizesse tudo o que está ao seu alcance, contando com a graça divina para uma verdadeira mudança de vida, muitos dos problemas que estão presentes na nossa sociedade já estariam superados. Portanto, que cada um olhe para si, se descubra pecador e se converta, para contribuir de fato com a conversão do mundo.
Fonte: CNBB em 23/06/2014

Reflexão

Jesus puxa um assunto de extrema atualidade. As imagens do cisco e da trave são tão claras e eloquentes, que todos podem compreender. Nossa visão é enganosa: vemos com lentes de aumento os defeitos alheios, ao passo que escondemos os nossos. Contra essa tendência maligna é que Jesus nos adverte. Não temos condições para julgar ninguém de modo justo; somente Deus conhece o íntimo das pessoas. Então é necessário empenhar-nos a fim de corrigir nossos erros. Isso é exigente. Requer constante exame de consciência e profundo desejo de conversão. Lembramos, enfim, que os defeitos alheios que nos irritam são os nossos próprios defeitos. Preciosa indicação para sabermos o que aperfeiçoar em nós. Somos imperfeitos. Caminhamos confiando-nos à misericórdia de Deus.
Oração
Ó Jesus, nosso Mestre, tua advertência vem nos ajudar a corrigir uma tendência bastante comum entre os seres humanos: a de ficar apontando e criticando os defeitos dos outros. Senhor, tu nos ensinas a prestar atenção primeiramente em nossos próprios defeitos. Observar e emendar. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 22/06/2020

Reflexão

O ensinamento do Evangelho deste dia é algo válido para todos os tempos e todas as pessoas. Uma das primeiras tendências das pessoas em relação aos outros é lançar um olhar de dúvida e julgamento. O apelo de Jesus é claro: não julgar nem condenar. Não fomos criados para condenar, mas para amar: não somos juízes, mas irmãos e irmãs. Para mostrar a hipocrisia que, muitas vezes, há ao julgar, o Mestre usa as imagens do cisco e da trave, tão claras que todos podem compreender. O apelo do Evangelho é fazer uma autocrítica antes de criticar. Aqui não se trata tanto desses pequenos e inofensivos julgamentos que se fazem dia a dia, mas de julgamentos condenatórios. Quanto aos juízes, que têm a missão de julgar, espera-se que julguem com a justiça do Reino de Deus, segundo os critérios do Evangelho, e não conforme as conveniências.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)

Recadinho

Consigo ver minhas falhas, meus defeitos? - Será que sou tão desligado que nem noto quando minha presença não causa alegria a ninguém? - Quem sou eu para querer julgar meu próximo? - Se quero julgar os outros, uso das mesmas medidas que julgo a mim mesmo? - Sou coerente? Louvemos ao Senhor!
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 23/06/2014

Comentário do Evangelho

A PROIBIÇÃO DE JULGAR

O imperativo de Jesus, a respeito do julgamento do próximo, reveste-se de uma profundidade imperceptível à primeira vista. Seu pressuposto é que ninguém pode ser identificado com seus atos exteriores, ou com suas aparências. Dentro de cada um, existe um mistério profundo e impenetrável, cujo conhecimento é reservado unicamente a Deus. É preciso respeitá-lo, sabendo que, por trás de cada ato humano, existe uma história que nos escapa.
O discípulo do Reino evita qualquer tipo de julgamento, a não ser quando é feito por amor ao próximo. Só o amor possibilita-o posicionar-se de maneira conveniente em relação a seu semelhante, e emitir um juízo a seu respeito. Quem é movido pelo ódio ou pela malevolência, jamais será capaz de olhá-lo com objetividade e emitir um juízo verdadeiro sobre ele.
O julgamento mais radical ao qual o ser humano será submetido é o de condenação ou de salvação. Evidentemente, só ao Pai compete fazer tal julgamento. Aqui, também, vale o critério do amor. Ou seja, apenas o Pai ama tanto o ser humano, a ponto de poder determinar se este é merecedor de salvação ou de condenação. Ele conhece cada pessoa, na sua intimidade. Por isso, não corre o risco de se enganar. É com misericórdia que ele pesa as ações humanas.
Oração
Espírito que leva a respeitar os semelhantes, educa-me a usar de misericórdia para com o meu próximo, de sorte que eu não seja levado a julgá-lo negativamente.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que firmais no vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 23/06/2014

Meditando o evangelho

NÃO SEJA JUIZ DO PRÓXIMO

O discípulo está terminantemente proibido de julgar. Essa proibição deve ser bem entendida. Julgar diz respeito à decisão sobre a salvação ou a condenação do próximo. Somente a Jesus compete dizer qual será a sorte eterna de uma pessoa. A ninguém mais!
Quando alguém se arvora em juiz dos outros, comete uma série de equívocos. Ele tende a ser excessivamente severo e rigoroso, a ponto de faltar de misericórdia. A condenação do próximo parece dar-lhe prazer e não sua salvação. Em contrapartida, o juiz alheio prima por minimizar seus próprios pecados e limitações, mesmo sendo graves e dignos de reprovação. A forma minuciosa como a vida alheia é analisada de nada serve para que ele perceba a enormidade de suas faltas.
É pura hipocrisia preocupar-se com os pequenos defeitos dos outros e conviver tranquilamente com os próprios erros. Antes de querer bisbilhotar a vida do próximo, para condená-lo, o hipócrita deveria por ordem na própria casa, para não ser vítima da condenação querida para o outro.
O critério de juízo a ser aplicado por Deus corresponderá ao que cada um usou no trato com os irmãos. Rigor impiedoso será usado com os impiedosos. Misericórdia infinita encontrará quem tiver sido misericordioso. O discípulo prudente não pode se enganar.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, que eu não queira ser juiz do meu próximo e, sim, use para com ele a mesma misericórdia que espero receber de ti.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Misericórdia Divina
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

O Evangelho nos traz orientações e exortações próprias para a vida em comunidade. No rigorismo da Lei de Moisés, que era um Código de Normas Religiosas, na relação com Deus e o Próximo, era possível saber quando uma pessoa não estava agindo de acordo com a Lei de Deus.
Um exemplo bem prático disso está no nosso trânsito, facilmente percebe-se quando a pessoa infligiu uma Lei, entrando na Contra Mão, parando em lugar proibido, transitando com excesso de Velocidade permitida no local, ultrapassando em locais proibidos demarcados pelas faixas contínuas nas rodovias, entrando com o sinal vermelho, são erros mais que evidentes. Se não há radar e nem um Agente da Lei por perto, não haverá punição alguma.
O Cristianismo ultrapassou a Lei, sem, entretanto alterá-la. Apenas pôs a descoberto aquilo que está no bojo da Lei Divina: o Amor e a Misericórdia! Portanto muda-se também as relações com Deus e o próximo. No Velho Judaísmo olhava-se para o irmão de comunidade no crivo da lei, em Jesus Cristo as pessoas passaram a ser olhadas em uma outra ótica, a do Amor e da Misericórdia. Foi assim que Jesus olhou para Mateus, Zaqueu, Madalena, Nicodemos e outros mais. Eram pessoas que no Judaísmo não teriam a menor chance de serem inseridas na Comunidade de Israel.
Então o que mudou? Não há mais normas religiosas a serem seguidas? Não há mais castigos nem punições humanas ou Divinas? Que religião é essa que vai dar uma guinada de 90 graus na relação entre as pessoas da Comunidade?
Nada mudou na verdade. Herdamos do Judaísmo as Leis de Deus e as Leis da Igreja, estão lembrados?  Na minha Catequese dos anos 60 tínhamos de saber de cor e salteado as dez Leis de Deus e os cinco da Igreja.  A grande novidade do Cristianismo é justamente o modo de se relacionar, não mais a partir da Lei, não mais dividindo a Comunidade em dois Grupos, o Grupo dos Santos e Justos, e o Grupo dos Pecadores. Todos devem ser olhados do mesmo modo, com os olhos de Deus que é todo Amoroso e Misericordioso.
É exatamente desse modo que Deus olha para todos e para cada um de nós. Ele vê o nosso pecado, a nossa infidelidade, entretanto jamais prescinde do Amor, da bondade, da compreensão e da Misericórdia. Deus nos conhece intimamente, sabe muito quem somos, o que fazemos e o que pensamos, quer estejamos sozinhos ou com outras pessoas. Não tem como esconder de Deus algo tenebroso da nossa vida e que diga respeito a nossa conduta moral. E o que Deus faz diante disso? Por acaso nos condena? Por acaso nos despreza? Por acaso fica-nos indiferente? Claro que não! Vem em nossa busca, a nossa procura, como no caso da moeda perdida, ou da ovelha desgarrada. Seu grandioso e infinito amor por nós não cessa, por causa dos nossos erros e pecados. Em resumo, é esse mesmo relacionamento de Deus para conosco que Jesus nos pede neste evangelho, para que tenhamos com o próximo.
Os erros e pecados do nosso irmão não pode nos impedir de o amá-lo, e se a nossa relação com os irmãos da comunidade, não tiver como fundamento o Amor e a Misericórdia, é sinal mais que evidente que temos muito a nos converter, pois a tentação de imitarmos o Velho Judaísmo e a Lei de Moisés em nosso meio, sempre é muito grande.

2. Não julgueis, e não sereis julgados - Mt 7,1-5
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Dizia o Evangelho de ontem para “não ter medo e declarar-se por Jesus diante dos homens”. A recomendação de hoje é para não julgar os outros, mas olhar para si mesmo. São João Fischer e São Tomás More, que hoje celebramos, são dois mártires de quando o Brasil estava nascendo. Foram mortos na Inglaterra em 1535. É sempre difícil fazer um julgamento tranquilo de acontecimentos passados. Era época do rei Henrique VIII, que separou de Roma a Igreja da Inglaterra. Muitos católicos pagaram com a vida sua fidelidade à Igreja e ao Papa. “O povo acompanha a religião do rei”, assim se dizia. Por isso, sem fazer julgamentos, que podem não ser exatos, fiquemos com o testemunho fiel dos santos mártires.
Tomás More era filósofo, homem de Estado, diplomata, escritor, advogado e jurista. Foi chanceler do rei Henrique VIII. João Fischer era bispo de Rochester. Fora nomeado cardeal enquanto estava preso e logo depois foi decapitado. Paulino, outro santo de hoje, foi bispo de Nola, na Itália. Contemporâneo e amigo de Santo Ambrósio e de Santo Agostinho, é um dos Padres da Igreja do Ocidente. Estes santos, firmes na causa de Jesus e do Evangelho, nos ensinam a firmeza permanente. E nós, estamos firmes na fé que professamos no nosso Batismo?
Fonte: NPD Brasil em 22/06/2020

HOMILIA

NÃO JULGUEIS E NÃO SEREIS JULGADOS

A partir do capítulo 7 de S. Mateus, que hoje começamos a ver, o discurso da montanha parece tomar uma nova profundidade, orientado mais em particular para os discípulos, isto é, para os membros da comunidade cristã de Mateus e de todos os tempos.
O contraste exagerado entre o cisco no olho alheio e a trave no próprio pode refletir um provérbio popular de então, a rápida observação das faltas dos outros, em contraste com a tolerância das faltas do próprio caráter, é tema comum em todos os povos e línguas. E por isso, os homens ao longo dos tempos foram compondo provérbios que iluminam claramente as suas culturas e tradições.
No provérbio de hoje Jesus pretende chamar a atenção dos seus discípulos para um perigo que os cerca: o perigo de se considerarem perfeitos e superiores e por isso se separarem dos outros, como fariseus. O significado da palavra fariseu é separado.
O sentido que tem aqui o verbo julgar não é simplesmente fazer-se uma opinião, algo que dificilmente poderemos evitar, mas julgar duramente, ou seja, condenar os outros, como se diz na passagem paralela de S. Lucas: Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados (6, 37).
O julgamento pertence a Deus e não a nós, porque só Deus conhece a fundo o coração do homem. Constituir-se em juiz dos outros é uma ousadia irresponsável, é tomar o lugar de Deus. Deus nos aceita e ama todos tal como somos, e olha-nos com amor de Pai que dissimula as faltas dos seus filhos, a quem vê através do seu próprio Filho, Cristo.
Se, anteriormente, ao longo do discurso da montanha, Jesus falou do perdão das ofensas e do amor inclusivamente ao inimigo, para tentar aproximar-nos ao menos um pouco da perfeição de Deus, agora está apontando à imitação da sua misericórdia. Como diz o livro da Sabedoria, Deus compadece-se de todos corrige os que caem para que se convertam e acreditem n’Ele.
À medida que usarmos com os outros, usá-la-ão conosco. Isso não quer dizer que Deus – a quem não se menciona no texto por respeito – nos julgará com a nossa medida injusta e impiedosa. Esse não é o seu modo de proceder. Certamente, quem age assim com os outros, expõe-se a um julgamento mais severo para si mesmo.
Deus teria, digamos, duas medidas para o seu julgamento: uma de justiça, outra de misericórdia. Ele medir-nos-á com aquela que nós utilizarmos, nesta vida, com os irmãos. É a mesma lição da parábola do devedor insolvente que é perdoado e não perdoa, ou a contida petição do Pai-nosso: perdoa as nossas ofensas… O que condena o irmão auto-exclui-se do perdão de Deus e cai sob a jurisdição da lei, que não deixará de acusá-lo e condenar como imperfeito que é.
Todos somos imperfeitos, tanto e mais que os outros, ainda que, julgando-os com superioridade, os desprezemos. Tal atitude, desprovida de amor, provém da nossa própria cegueira que nos impede de ver os nossos defeitos. Manter a conscientemente tal postura é hipocrisia astuta, cujo modelo no evangelho são escribas e fariseus.
É muito velho o costume de criticar os outros. Assim, pensamos justificar-nos a nós como melhores. Mas, a experiência demonstra que os mais críticos, os que julgam ser perfeitos, saber tudo e ter a melhor solução para qualquer problema, costumam ser os que menos fazem e levam aos outros.
Um olhar no espelho, uma vista de olhos à nossa pequenez e insignificância, à nossa “trave” no olho, minimizará sem dúvida as falhas dos outros, e far-nos-á mais tolerantes e acolhedores, pensando que os outros também têm que suportar-nos a nós. Conhecer as nossas próprias limitações, admiti-las e aceitá-las ensinar-nos-á, a saber, estar e viver com os outros. Assim, caminharemos em verdade e simplicidade, com ânimo de fraternidade, tolerância e compreensão para com os outros sem os condenar.
Se Deus é otimista a respeito do homem e o ama apesar de tudo, o discípulo de Cristo há-de fazer o mesmo em relação aos seus irmãos. Este é um caminho mais seguro para a realização e a felicidade pessoal do que o engano da presunção.
Meu irmão, minha irmã, nós não temos o direito de julgar, ao menos que tiremos primeiro a trave que está no nosso olho. Ou seja, se eu sou um exemplo, no caso tenho todo direito de julgar, mas através da Escritura, logo, se eu sou um homem integro diante de Deus no que concerne a alguma prática, seja ela confessional, doutrinária, ou moral, tenho duas ferramentas em mãos e que contribuem entre si para o julgamento Cristão; Primeiro: O fato que a Escritura Sagrada condena expressamente determinada prática, e em segundo, eu sou um homem que não pratico tais coisas, e assim, a trave do meu olho já foi tirada, e se eu tirei a trave do meu olho, tenho todo o argumento para tirar o argueiro do olho do meu irmão.
Pai, livra-me de julgar meus semelhantes de maneira severa e impiedosa. Que eu seja misericordioso com eles, assim como és misericordioso comigo.
Fonte: Liturgia da Palavra em 23/06/2014

REFLEXÕES DE HOJE

SEGUNDA

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 23/06/2014

HOMILIA DIÁRIA

O julgamento cabe somente a Deus

Julgar os outros cabe somente a Deus, a nós cabe ajudar, ter misericórdia, paciência e, sobretudo, não rotular as pessoas. Quantas vezes, nós olhamos os problemas dos outros, falamos dos outros e não olhamos o que nós mesmos somos!

“Por que observas o cisco no olho do teu irmão, e não prestas atenção à trave que está no teu próprio olho?” (Mateus 7, 3).

Hoje nós somos chamados por Deus a rever a forma como olhamos uns para os outros; na verdade, essa palavra se chama “julgamento”. Quem de nós não julga o outro e a forma do outro proceder, agir, falar e se comportar? Isso está no nosso consciente e no nosso inconsciente; Nós somos e nos comportamos, muitas vezes, como juízes dos nossos irmãos. Você pode dizer: “Não, eu estou só vendo. É o que todo o mundo está vendo”.
Aquele que julga demais torna-se cego para si mesmo, aquele que vê demais a vida dos outros não enxerga a própria vida. É aquela história do vizinho que vê a telha da casa do seu vizinho caindo e não percebe que seu telhado já está todo no chão.
Quantas vezes, nós olhamos para os problemas dos outros, falamos dos outros e não enxergamos o que nós mesmos somos. O problema do julgamento é que ele nos faz pessoas cegas. Sim, cegas para nos mesmos, pois não somos capazes de nos enxergar.
Quando nós temos a humildade de nos conhecer, de nos voltarmos para dentro de nós mesmos e de analisarmos com mais seriedade, profundidade e serenidade os nossos próprios atos, nós somos mais misericordiosos ao julgar os outros. Na verdade, nós aprenderemos que julgar os outros cabe somente a Deus, a nós cabe ajudar, ter misericórdia, paciência e, sobretudo, não rotular as pessoas.
Há algo muito sério quando nós julgamos, analisamos e falamos da vida de todos e não olhamos para a nossa própria vida. É um sério risco que nós corremos em tudo aquilo que nós fazemos, pois a nossa vida se torna um enrosco só e nos enchemos de problemas e dificuldades, porque nós passamos muito tempo tomando conta da vida dos outros e não sabemos cuidar da nossa própria vida.
Deus é nosso amigo, Ele está conosco, quer nos ajudar, Ele só quer nos pedir uma coisa: Deixemos de julgar os outros e permitamos que o justo Juiz nos ajude a ver com clareza aquilo que somos verdadeiramente.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 23/06/2014

HOMILIA DIÁRIA

Deixemos que Jesus exija os julgamentos

“Não julgueis, e não sereis julgados. Pois, vós sereis julgados com o mesmo julgamento com que julgardes; e sereis medidos, com a mesma medida com que medirdes” (Mateus 7,1-2).

Graça fundamental para a nossa espiritualidade é a capacidade de não julgar. O julgamento é próprio das pessoas que se sentem justiceiras, são movidas pela própria justiça interior, mas é uma justiça subjetiva, porque cada um é justo de acordo com a sua medida.
Aquilo que me agrada é justo, aquilo que me desagrada eu acho que é injusto. Porém, não conhecemos todas as coisas, pois somos movidos pelos critérios que criamos e que nos deram. Só existe um critério verdadeiro, aquele que vem da Verdade. Como não sou a verdade, você não é a verdade, e a Verdade é Jesus, deixemos que todo e qualquer julgamento seja exigido por Ele.
Isso não é um conselho, mas uma ordem evangélica: não julgueis e não sereis julgados. É fato que vivemos a nossa vida o tempo inteiro julgando. A nossa cabeça, a nossa mente é um sensor; julgamos muito pouco a nós, mas a vida dos outros, temos uma capacidade sem igual de julgar e, sobretudo, condenar.
A mente está observando, julgando, condenando e vendo o que está ao redor. Lançamos sempre juízo sobre a vida dos outros.
Não basta saber que esse julgamento está somente dentro de nós – quem dera! –, porque faz um mal terrível para nós. Absorvemos e críamos imagens erradas das pessoas, porque vivemos o tempo inteiro as julgando. Basta ver os lixos que estão em nossas redes sociais, o quanto as pessoas estão, o tempo inteiro, fazendo julgamentos dessas ou daquelas situações.

Como a Verdade é Jesus, deixemos que todo e qualquer julgamento seja exigido por Ele

Uma coisa é termos análise crítica e capacidade de percepção, outra coisa é, em tudo que analisarmos, lançarmos o nosso julgamento, muitas vezes, movidos por nossos critérios justiceiros e não verdadeiros.
Além de não nos contentarmos em julgarmos dentro de nós, sempre precisamos jogar o nosso lixo para fora, e por isso as pessoas se reúnem para julgar e comentar a vida do outro. Estão aí as nossas redes sociais, as nossas conversas no WhatsApp e aplicativos da vida, onde não há pinça de julgamento das pessoas. Nas nossas conversas, estamos sempre julgando, analisando e dando a nossa sentença de condenação.
Movidos pelo sentimento evangélico, paremos de usar a medida do mundo. E qual é a medida do mundo? Observamos sempre o cisco no olho do outro e jamais reparamos nas traves que estão em nós.
E por que o que está no outro é cisco e o que está em nós é trave? Porque à medida que nos preocupamos com o cisco do outro, o cisco dele vem sempre para nós e, com isso, vai sempre crescendo. Ou seja, vamos criando traves que são entraves para que enxerguemos a verdade.
A primeira verdade sobre mim, eu não me conheço, eu escondo aquilo que sou, vivo sempre sobre capas e maquiagens, mas o olho sempre cresce para ver o irmão.
Meus irmãos, em Jesus Cristo, Senhor e Salvador, quem conhece a si mesmo não perde tempo julgando nem condenando a vida do outro.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 22/06/2020

Oração Final
Pai Santo, faze com que a tua Igreja seja o lugar de testemunhas do teu Amor, muito mais do que de mestres, ávidos para ensinar e impor normas e regulamentos. O cisco que vemos no olho do irmão nos ajude a reconhecer e assumir a trave que temos nos nossos olhos. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 23/06/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai todo Misericórdia, eu Te peço sabedoria, para usufruir com alegria e gratidão o precioso dom da Vida que me ofereces; e peço também compaixão, para colocar a serviço dos irmãos os talentos que me confias. Isto, para que todos vivamos a Vida Plena anunciada por Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/06/2020

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