terça-feira, 15 de março de 2022

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 15/03/2022

ANO C


Mt 23,1-12

Comentário do Evangelho

A vida cristã é um serviço.

Todo o capítulo 23 de Mateus é uma dura crítica de Jesus aos escribas e fariseus em razão da hipocrisia deles. O comportamento deles não corresponde à Lei que ensinam. Há uma distância entre o que ensinam e o que fazem. O modo como eles ensinam e fazem praticar os preceitos equivale a um fardo pesado posto sobre o ombro dos outros, fardo que eles mesmos não carregam. A religião que praticam é hipocrisia, pura encenação, expressão da vaidade que encerra o indivíduo em si mesmo; o coração deles não está no que fazem, pois buscam ser vistos pelos homens (v. 5). A hipocrisia faz com que eles busquem os seus próprios privilégios, esquecendo-se da misericórdia a que estão obrigados. Para a comunidade cristã, a hipocrisia deve ser rejeitada veementemente, e o comportamento dos escribas e fariseus não pode se constituir em norma de conduta. Dos discípulos é exigido um comportamento totalmente diferente, enraizado na própria vida e no ensinamento de Jesus. A vida cristã é um serviço.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que os maus exemplos jamais me influenciem, fazendo-me desviar de teu caminho. Seja teu Filho Jesus meu único modelo de vida.
Fonte: Paulinas em 18/03/2014

Vivendo a Palavra

Nossa fé não se mostra em gestos e sinais externos que não humanizam as relações com os irmãos; nem na ostentação de riquezas de ritos vazios e frios. Jesus viveu e ensinou a religião simples, leve e alegre – de quem sabe que está sempre na presença do Pai e quer testemunhá-la aos irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/03/2014

VIVENDO A PALAVRA

Nós somos todos irmãos! O nosso testemunho de conversão não deve ser apresentado como uma lição que desejamos ensinar aos irmãos. Será a alegria simples de nossa fé que contagiará a todos, ainda que vivida silenciosamente, sem anúncios explícitos. Jamais nos deixemos chamar mestres. Somos todos discípulos do Cristo!
Fonte: Arquidiocese BH em 10/03/2020

VIVENDO A PALAVRA

Diferente dos fariseus e dos doutores da Lei, Jesus de Nazaré, antes de ensinar com belas palavras, movia as pessoas com a sua vida – o seu jeito humilde de ser, e a acolhida fraterna que dispensava a todos que dele se aproximavam. Uma religião que visava à Vida de todos os fiéis – e Vida plena! – atribuindo a cada irmão um fardo leve e um jugo suave. Assim Ele deseja que sejamos também nós, a sua Igreja.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/03/2021

Reflexão

Dois elementos são importantes para nós a partir da leitura do Evangelho de hoje. O primeiro é que nenhum ser humano pode ser para nós modelo absoluto para a vivência do Evangelho, uma vez que todas as pessoas são pecadoras. O segundo é que não podemos fazer da religião forma de relação de poder e de promoção pessoal. As distinções que existem na vida religiosa devem ser de cargos e funções, porque existem ministérios diferentes, mas todos na Igreja têm uma dignidade igual: a de filhos e filhas de Deus. Mesmo dentro da Igreja, a hierarquia só pode ser concebida à luz do Evangelho e a partir do conceito de serviço.
Fonte: CNBB em 18/03/2014

Reflexão

As duras advertências de Jesus atingem primeiramente as lideranças religiosas. Elas conhecem as Escrituras, fazem belas pregações nas sinagogas, apontam os defeitos alheios. Talvez consigam até esconder-se atrás de seus impressionantes discursos. Página de incrível atualidade. Aos líderes religiosos e políticos, o Mestre pede que sejam cumpridores do que exigem dos outros. Ao povo em geral, ele alerta para que não se deixe enganar com as conversas de certos  líderes. São lobos ferozes disfarçados de ovelhas, dirá Jesus em outra ocasião (cf. Mt 7,15). Malfeitores também choram diante das câmeras de televisão! É preciso observar o que fazem. Os títulos podem encobrir atitudes não recomendáveis. Jesus espera atitudes de humildade e generoso serviço ao próximo.
Oração
Ó Jesus, nosso único Mestre, pedes que não imitemos os que dizem, mas não fazem. Muitos líderes da sociedade gastam palavras e propaganda em vista de sua autopromoção ou algum cargo de governo. Dá-nos, ó divino Líder, discernimento para que pessoas desonestas não nos enganem. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 10/03/2020

Reflexão

O Evangelho deste dia parece que vai contra tudo o que a atual sociedade busca: prestígio e aplauso. O capítulo 23 de Mateus é muito duro com as autoridades farisaicas. Começa criticando aqueles que vivem tranquilos, com todo tipo de mordomia, e impõem pesados fardos sobre os pobres. É fácil estar “sentado em cátedras e viver em mansões” e ditar regras para a população que vive na penúria. Tudo isso pode acontecer tanto no mundo da política como no da religião. Em seguida, Jesus convida seus seguidores a não seguir esse caminho, mas a pautar sua vida na fraternidade e no acolhimento mútuo, seguindo o exemplo do próprio Mestre, sem se preocupar muito com títulos e privilégios. A comunidade comprometida com o projeto de Jesus precisa superar dominações, para viver como irmãos e irmãs.
Oração
Ó Jesus, nosso único Mestre, pedes que não imitemos os que dizem, mas não fazem. Muitos líderes da sociedade gastam palavras e propaganda com vista a sua autopromoção ou algum cargo de governo. Dá-nos, ó divino Líder, discernimento para que pessoas desonestas não nos enganem. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 02/03/2021

Reflexão

Jesus, ao se dirigir às multidões e a seus discípulos, toca em questões práticas e, certamente, do dia a dia. Provavelmente, todos conheciam – e bem – a realidade mencionada por Jesus; contudo, colocar o dedo na ferida é comprometedor e pode ser perigoso. Jesus reconhece que os doutores da Lei e os fariseus são pessoas instruídas na fé e capazes de ensiná-la. Entretanto, para uns e outros falta coerência de vida. O que eles ensinam e cobram do povo não é vivido por eles. Aqui cabe aquele ditado: faça o que eu digo, não o que eu faço. Diante dessa situação, permanece, ao menos, um questionamento: por que algumas pessoas que têm responsabilidade de ensinar a fé não a vivem? Esse é um risco que também pode recair sobre nós, por isso, cabe a nós a revisão constante de nossa vida para que sejamos autênticos e coerentes.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)

Recadinho

Procuro praticar a humildade? - Posso dizer a meu próximo que imite minhas ações? - Tenho uma boa palavra a dar a quem necessita de ajuda? - Procuro me lembrar que o título mais importante é ser considerado irmão em Cristo? - Será que quero ser sempre dono(a) da verdade?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 18/03/2014

Meditando o evangelho

O MAU EXEMPLO

Os discípulos de Jesus foram alertados em relação ao mau exemplo dos mestres da Lei e dos fariseus, os quais ousavam apresentar-se como modelo de piedade e de fidelidade a Deus. Suas belas palavras não combinavam com o que faziam. Por um lado, eram capazes de interpretar bem as Escrituras, por outro, levavam um estilo de vida incompatível com a sua formação religiosa. Suas palavras eram dignas de crédito; seu modo de agir, não. Resultado: suas ações desqualificavam os seus ensinamentos.
Jesus não podia suportar que os mestres da Lei e os fariseus fossem rigorosos como as pessoas, ensinando-lhes uma religião severa e cheia de exigências, ao passo que, para si mesmos, eram complacentes e permissivos. Outro mau exemplo consistia em servir-se de sua condição para granjear reconhecimento e louvor. Daí usarem roupas vistosas, ocuparem os lugares de destaque nas sinagogas e nos banquetes, sentirem prazer ao serem venerados como "mestres". Desta postura resultava uma atitude de soberba, fatal para quem pretende ser ministro de Deus.
A postura correta, a ser assumida pelo discípulo, consistirá em fazer-se servidor e colocar-se, com toda humildade, à disposição de seu semelhante, sem nenhum sentimento de superioridade. Para isso, basta seguir o bom exemplo de Jesus, no seu testemunho de serviço generoso a todos quantos recorriam a ele.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, seja toda a minha existência calcada no testemunho de serviço generoso de Jesus, cuja vida correspondeu exatamente aos seus ensinamentos.
Fonte: Dom Total em 10/03/2020 02/03/2021

Meditando o evangelho

A FALTA DE MISERICÓRDIA

A sensibilidade de Jesus para a falta de misericórdia, no trato mútuo, era evidente. A menor atitude de menosprezo ou insensibilidade, em relação ao próximo, chamava-lhe a atenção. Por isso, aproveitava estas ocasiões para advertir os discípulos.
Os escribas e fariseus estavam, constantemente, na mira de Jesus. Eles tinham certos comportamentos com os quais o Mestre não podia compactuar, por não serem movidos pela misericórdia. Assim, impunham, às pessoas de boa-fé, um acúmulo de prescrições, ao passo que eles mesmos não se sentiam obrigados a cumpri-las. Igualmente, com ar de importância, exigiam que as pessoas lhes deixassem os primeiros lugares nos banquetes, nas sinagogas e nas praças, e que as chamassem com o título honroso de "rabi". E muitas coisas mais! Toda essa maneira de se comportar é que os discípulos deveriam evitar. O Mestre foi explícito: "Não imiteis suas ações!", pois não primam pela misericórdia.
O discípulo espelha-se no modo de agir de Jesus. Contrariamente aos escribas e fariseus, o Mestre não se prevaleceu dos pequenos e fracos, antes, procurou agir com extrema humildade e discrição, jamais buscando grandezas e honrarias mundanas. Seu agir misericordioso desmascarava a arrogância de seus adversários.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de misericórdia, livra-me de seguir o mau exemplo de quem, no trato com o próximo, prima pela arrogância e pela insensibilidade.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A cadeira do Padre
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Já vi muitas discussões inúteis sobre a questão do uso da cadeira chamada presidencial, utilizada nas celebrações, e que só podem ser ocupadas pelos Ministros Ordenados. Em primeiro lugar precisamos saber o que significa a tal cadeira do Padre, embora se pareça com um trono, pois o layout dos nossos presbitérios lembra uma reunião da corte, onde havia a cadeira do trono ladeada por outras cadeiras, reservadas aos ministros do primeiro escalão, ou seja, aqueles que, de certa forma "mandavam" junto com o rei.
Embora não seja a nossa realidade atual, a verdade é que as cadeiras aveludadas e de grande tamanho, colocadas no centro do presbitério, enchem a cabeça de muitos leigos de grandes fantasias, onde o ego se enche de soberba e a pessoa começa a se achar muito importante porque no exercício do seu ministério ocupa uma das cadeiras durante a Santa Missa ou a Celebração da palavra, e se for Ministro da Palavra, irá sentar-se na cadeira do padre e daí a sede de poder é ainda mais forte. Não é qualquer um que pode sentar-se na cadeira do padre e nas igrejas das grandes metrópoles a concorrência é ainda muito maior...
Claro que não é disso que fala a reflexão do evangelho, mas poderíamos usar a expressão "Sentar-se na cadeira do padre", para entender a crítica de Jesus contra os Escribas e Fariseus daquele tempo...
Sentar-se na cadeira de Moisés (expressão colocada pelo evangelista) ou sentar-se na cadeira do padre, significa querer serem os Donos da Verdade e os detentores de todas as informações importantes da comunidade. É fácil saber se isso está acontecendo na sua comunidade, se lá você tem ouvido muito essa expressão: "Pergunte para FULANO porque isso é só ele quem sabe", pronto! A comunidade é igualzinha a de Mateus, tem gente que sabe ou pensa saber demais, e sem eles nenhuma decisão poderá ser tomada. Eis aí aqueles sobre os quais os corneteiros de plantão dizem jocosamente "Este quer mandar mais que o padre".
Os que se sentam na cadeira do padre criam regras e mil norminhas na pastoral, no movimento e na liturgia, quando "apertados" por alguém que os enfrentam, terminam com a conhecida frase “Ah... São ordens do nosso padre...” Isso é colocar fardos pesados nas costas dos irmãos e irmãs.
Claro que estes, que gostam de sentarem-se na cadeira do padre, automaticamente procuram os primeiros lugares em tudo, na Festa do Padroeiro, equipe de eventos, conselhos paroquiais ou pastorais, CAAE, etc. Qualquer decisão para ser tomada tem que passar pelo crivo deles...  Eu conheci alguém que exercia um ministério há muitos anos e ninguém tinha coragem de tirá-lo do cargo, nem o padre que achava melhor não criar caso com o idoso Senhor, que entre outras coisas ela quem escalava os ministros da Eucaristia, e ainda indicava para o padre quem poderia ser ministro.
São críticas severas para nossas comunidades? Sem dúvida alguma. Nas comunidades cristãs há muita riqueza e santidade autêntica de tantos irmãos e irmãs, mas não podemos nos iludir achando que Escribas e Fariseus só existiam no tempo de Jesus, ou em uma DIOCESE lá da Patagônia. A conclusão do evangelho nos aponta quem é o único e Verdadeiro Centro das atenções em nossa Igreja: Jesus Cristo, tudo é nele, com ele e por ele. Exatamente por isso que Jesus se apresenta como sendo ele o único Mestre, o único que tem autoridade, o único que é o centro de todas as atenções, sem ele, todo e qualquer ministério não tem nem razão de ser.
E o que faz esse Mestre Supremo? Rebaixou-se à condição de um escravo, sendo ele o maior de todos os maiorais, se fez Servo e ao se humilhar com a morte vergonhosa da cruz, foi exaltado pelo Pai. O Lava-Pés consolida a ação servidora de Jesus.

2. Não vos façais chamar de rabi, pois um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos - Mt 23,1-12
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

A sociedade e a Igreja são feitas de seres humanos que trazem consigo a marca da imperfeição. Somos incoerentes e contraditórios, dizemos e não fazemos. No entanto, o fato de a nossa natureza ser “corrompida” não significa que se deva proteger a corrupção com a impunidade. O que Jesus dizia sobre os escribas e os fariseus, as autoridades religiosas de seu tempo, continua válido em nossos dias. Aplica-se às autoridades civis e aplica-se às autoridades religiosas. Os profetas criticavam os sacerdotes e os reis não por serem religiosos e governantes, mas por não serem. Não eram o que deviam ser. Jesus recomenda ouvir o que dizem, uma vez que falam, sem, contudo, imitar o que fazem.
Fonte: NPD Brasil em 10/03/2020

HOMILIA

QUEM SE EXALTA SERÁ HUMILHADO

O evangelho de Mateus apresenta no capítulo 23, de maneira contundente, as últimas críticas de Jesus aos escribas e fariseus. No trecho de hoje, o evangelista conta uma história curiosa. Trata-se da crítica de Jesus ao poder reinante do espírito do mundo. Ele começou a pregar completamente diferente do que se vivia. Não estava preocupado com o poder político dominante. Uma única vez que tentaram colocá-lo à prova numa difícil situação política, Ele respondeu: "Hipócritas! (…) Pois dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus." É um ensinamento para todos, mas também uma advertência àqueles que detêm o poder neste mundo.
Jesus fala em cátedra de Moisés, a doutrina tradicional que receberam de Moisés, chamada Lei Mosaica, contida na Torá, que ainda trazia o que falaram os profetas, Abraão e outros grandes patriarcas. Dominados pelos romanos, os judeus, sem muita alternativa, tomaram uma posição de fazer valer aquelas tradições. Mas, ao longo do tempo, a elas foram acrescentadas interpretações pessoais a impor tanta coisa, que eles mesmos não podiam cumprir. Aqueles mestres faziam questão de assim serem chamados. Isto fazia com que se sentissem mais poderosos. Quem não os chamava de Mestre estava perdido.
Meu irmão, esta critica é também para nós. Pois em nossos dias vemos muitas vezes padres novos, catequistas e lideres meio tímidos, e à medida que a comunidade coloca muitas coisas à sua disposição, que o bajula demais, ele vai se transformando num poderoso, transferindo para dentro da Igreja aquele espírito pomposo que impõe obrigações e sacrifícios aos outros e paroquianos, como quase condição para que o tenham. Se suas atividades deveriam ser levadas pelo Espírito de Deus, trata-se de uma pessoa espiritualizada que revela um demasiado zelo. Percebe-se, porém, cerimônias realizadas e quando se faz pelo espírito da vaidade e da soberba. Somente para aparecer.
Jesus observou isto muito bem. Ele sabia que naquela sinagoga acontecia a mesma coisa. E alertou aos Apóstolos: vocês devem entender a Lei e cumpri-la, mas não imitem esses homens, "pois dizem o que não fazem"; impõem a vocês coisas que eles mesmos não cumprem, fardos que não carregam, porque não aguentam. Isto é hipocrisia. E termina dizendo uma coisa desconcertante, para a época, ao olhar dos judeus. Os mestres das sinagogas ensinavam: Se eu tenho este copo é porque tenho a graça de Deus. Se o tenho cheio d’água é porque estou repleto da graça de Deus. Se tenho o copo, água e posso bebê-la, estou plenamente na graça de Deus.
Eles faziam uma divisão. Queriam convencer as pessoas de que estavam bem, eram ricos, cheios de franjas e frases do Torá na testa e nas roupas, finas por sinal, porque estavam cheios da graça de Deus. Aqueles que não pudessem fazer isto, é porque não tinham a graça de Deus. Esta era a mentalidade da época.
Jesus vem com uma proposta contrária a tudo isso: "Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado." Hoje, entendemos essa máxima do Evangelho, mas naquela época isto foi de difícil compreensão: ter de se humilhar para ser exaltado? Se somos pobres diante dos homens, seremos ricos diante de Deus. Essa pobreza é um dom de Deus.
Senhor, ensina-me a ser humilde, quebre a minha vaidade, orgulho e soberba, para que eu possa entender a máxima: Deus humilha os que se exaltam e exalta os que se humilham.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 18/03/2014

REFLEXÕES DE HOJE

TERÇA

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 18/03/2014

HOMILIA DIÁRIA

Precisamos lutar contra a hipocrisia

E a hipocrisia é justamente isto: é falar uma coisa e praticar outra; crer em uma coisa e viver de forma totalmente diferente daquilo em que se crê.

”Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam” (Mateus 23,3).

O relato do Evangelho de hoje coloca Jesus em um confronto direto com os fariseus e com a realidade em que os fariseus vivem. Nesse Evangelho o Senhor ensina aos Seus discípulos e as multidões que O seguem uma verdadeira catequese contra a hipocrisia. E a hipocrisia é justamente isto: é falar uma coisa e praticar outra; crer em uma coisa e viver de forma totalmente diferente daquilo em que se crê.
Sabem, meus irmãos, não é hora de nós olharmos para o erro deste ou daquele, porque, quando nós paramos para observar a nossa vida, vemos que ela é cercada de hipocrisias de um lado e de outro. A  nossa própria condição de pecadores nos deixa nessa situação hipócrita, nós queremos fazer o bem e acabamos fazendo o mal, nós prometemos amar a todos, mas só conseguimos amar alguns e olha lá!
Nós nos comprometemos com Deus a viver a Sua vontade, mas nos sucumbimos a tentações e a fragilidades, escondemos pecados que só nós e Deus conhecemos, às vezes os levamos para o confessionário.  Mas, muitas vezes, são situações que vivemos que vão se arrastando dentro de nós, de modo que a hipocrisia acaba sendo uma realidade para cada um de nós. É óbvio que é preciso separar o joio do trigo.
Há o hipócrita que se conformou com essa situação, que sabe da sua dificuldade, da sua miséria, mas simplesmente transforma o erro em uma coisa certa e já não quer mais ser corrigido, já não quer ser mais ajudado, não quer mais ser orientado: ”Eu sou assim e pronto e acabou!” . E pior ainda: nem reconhece que tem erros ou limites, acaba sendo duro, impiedoso com o erro dos outros, mas esconde os seus próprios erros e hipocrisias debaixo do tapete que nem ele mesmo é capaz de enxergar. Essa hipocrisia, sim, é perigosa! É a hipocrisia de quem não consegue fazer um ato de contrição, um bom exame de consciência, já não consegue mais ver seus erros e limites.
Do outro lado há a hipocrisia do dia a dia, da luta, aquele que quer ser melhor e nem sempre consegue; cai, levanta, pede ajuda, socorro, levanta, luta, lida com suas fraquezas, mas confia em Deus, não consegue ser perfeito. E quem de nós consegue? Mas ele luta e combate o mal, não se conforma com seus próprios erros; claro não se trata de viver se acusando, se culpando, mas se trata de humildemente se reconhecer pecador: ”Eu sei que estou errado e preciso de ajuda para mudar, que Deus me ajude, que o próximo me ajude, que eu busque auxílio na confissão, na direção espiritual, em um conselho, ao receber oração”. Ele não mascara a sua realidade. O ruim é quem sabe que está errado, mascara a sua realidade e transforma o erro em coisa certa!
O seu pecado pode ser o maior do mundo, se você reconhece, se você quer que Deus o ajude, que o próximo e que a Igreja o ajudem, pode ter certeza de que Deus o  ama independente do seu erro ou do seu pecado. Só não seja como os fariseus vivendo uma hipocrisia religiosa, duro com os outros, mas não é capaz de reconhecer os seus próprios erros.
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 18/03/2014

HOMILIA DIÁRIA

A hipocrisia é um mal terrível para nossa vida

O maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado” (Mateus 23,11-12).

A Palavra de Deus nos convida, hoje, a vencermos a hipocrisia religiosa. Há diversas formas de hipocrisia no mundo em que vivemos, porém, uma das mais graves, sérias e danosas, não resta dúvida, é a religiosa.
A religião tem essa graça de nos religar e nos colocar na comunhão com Deus. É verdade que as pessoas religiosas, os líderes religiosos, os que frequentam as religiões exercem influência em nós, porque nos colocam perto do Sagrado pelas palavras, pelos ensinamentos, pela posição que ocupam, porém, todos nós precisamos nos precaver, porque a hipocrisia é uma tentação do mundo, e levamos esse mundo naquilo que fazemos.
Muitas vezes, falamos o que não vivemos, ensinamos o que não praticamos. Quem faz o que é correto caminha na graça; agora, quem ensina e não vive está na hipocrisia, e a hipocrisia é um mal terrível.
A nossa luta de cada dia é para repelir esse demônio perverso e enganador que nos ilude para nos acharmos bons, perfeitos, porque ensinamos, falamos, rezamos bastante, porque estamos o tempo todo na igreja e sabemos muita coisa de Deus, porque, desde criança, estamos na casa de Deus e nunca O abandonamos.
Vivemos práticas hipócritas, por isso precisamos vencer o fermento da hipocrisia pela coerência. E só se alcança a coerência pela humildade.

Vivemos práticas hipócritas, por isso precisamos vencer o fermento da hipocrisia pela coerência

Ninguém é coerente buscando ser maior que os outros ou mais importante, tendo mais razão que os outros, colocando-se como o sabedor e conhecedor de tudo. Só quem se humilha na presença de Deus, só quem se faz pequeno diante dos irmãos consegue alcançar um coração verdadeiramente convertido.
Não nos iludamos, não sigamos aqueles que gritam, que se exasperam em nome da religião e nunca se rebaixam. Não sigamos o exemplo nem nos deixemos iludir pelo comportamento daqueles que se colocam como modelo, mas não os vemos abaixar a cabeça diante de situação nenhuma.
Façamos esse próprio caminho de salvação e santidade, pois não se atinge uma santidade verdadeira senão pela via da humildade, do silêncio, o não ter a razão, o não ter a voz, o deixar o outro achar que ele é.
Olhemos para nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o humilhado, o renegado, o desprezado e pregado na cruz. Aprendamos com Ele a via da salvação para não levarmos a salvação aos outros, mas ficarmos de fora pela incoerência, pela soberba, pelo orgulho e, acima de tudo, pela hipocrisia.
Permitamos que a Palavra de Deus nos converta em espírito e verdade.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 10/03/2020

HOMILIA DIÁRIA

O humilhado é exaltado no coração de Deus

“Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam” (Mateus 23,3).

Este é o princípio da hipocrisia: falar e não fazer, não viver aquilo que nós falamos para os outros. Temos que prestar bastante atenção porque essa é uma prática dos mestres da Lei e dos fariseus.
Quando queremos nos converter para Deus, temos que tirar da nossa frente essa condição que nos colocamos como sendo mestres, como aqueles que sabem de tudo, conhecem tudo, podem exercer juízo sobre tudo e colocarmo-nos na condição de aprendiz.
O discípulo aprendiz é aquele que se coloca na posição de aprender com o seu mestre e o Mestre Jesus nos ensina, primeiro, a lidarmos com o nosso coração porque não sabemos lidar com ele, não sabemos lidar com as nossas emoções, com nossos sentimentos e nossos afetos; não sabemos lidar com o nosso orgulho, com a nossa soberba e com as nossas vaidades.

Saibamos que o Mestre, que foi humilhado pelos homens, está ao lado também dos humilhados dos tempos em que vivemos

Deixamo-nos levar pelos sentimentos que nos colocam acima de todos para sermos mestres, para julgarmos, para condenarmos, para dizermos o que é certo e errado, e é óbvio que o errado vai ser sempre aquele que não concorda comigo e o certo é só aquele que faz o que penso e acho, e caímos num pecado terrível de sermos também neste mundo mestres da Lei e fariseus.
Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. A grande lição que precisamos aprender para a vida é a lição de servir. O que serve é aquele que escuta, porque quem não escuta não sabe servir. Se vou executar um serviço tenho que, primeiro, aprender a ouvir as orientações do serviço que devo executar. Se quero ser discípulo de Jesus, não devo falar o que vou fazer, devo aprender aquilo que o Mestre me ensinar a fazer, devo aprender aquilo que, na verdade, preciso colocar em prática na minha vida.
A grande lição para aprender a cada dia é que quem se exalta será humilhado, mas quem se humilha é quem será exaltado no coração de Deus. Cuidemos da exaltação do coração, cuidemos do culto que prestamos à nossa própria soberba, à nossa própria cabeça.
Saibamos que o Mestre, que foi humilhado pelos homens, está ao lado também dos humilhados dos tempos em que vivemos. Num tempo onde muitas pessoas querem prevalecer pelo que pensam e sabem, saber silenciar, escutar e se colocar ao lado do Mestre Jesus humilhado é sabedoria evangélica.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 02/03/2021

Oração Final
Pai Santo, dá-nos sabedoria e força para seguirmos o caminho da humildade e da simplicidade de coração, para professarmos a fé pura de filhos que sabemos ser muito amados por Ti e queremos ser fontes de esperança para os irmãos de jornada. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/03/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, concede-nos o dom da humildade. Que a nossa vida seja plena da alegria de saber que seguimos os passos de Jesus de Nazaré, teu Cristo feito humano como nós para nos conduzir de volta ao teu Reino de Amor, a nossa querida e saudosa morada paterna. Pelo mesmo Cristo Jesus, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/03/2020

ORAÇÃO FINAL
Pai amantíssimo, felizes os que guardam para sempre a fidelidade ao teu Reinado de Amor! Envia sobre nós o teu Espírito e nos faze compreender que seguir ao Cristo, teu Ungido que se fez humano em Jesus de Nazaré é acolher com humildade e doçura o clamor do nosso irmão e cuidar para que o seu Caminho de volta à Casa Paterna, em nossa companhia, seja leve, cheio de esperança e de fé. Pelo mesmo Cristo Jesus, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/03/2021

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