segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 20/02/2022

ANO C


7º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano C - Verde

“Dai e vos será dado.” Lc 6,38

Lc 6,27-38

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Celebrando o mistério Pascal de Jesus somos convidados a imitá-lo no exercício da obediência à Deus e amor ao próximo. Ele, fiel e obediente aos planos do Pai, por meio de palavras e ações, deixou-nos o exemplo para que façamos o mesmo. Eis nossa missão como Igreja: servir Jesus presente naqueles que nos cercam!

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Celebrando o mistério Pascal de Jesus somos convidados a imitá-lo no exercício da obediência à Deus e amor ao próximo. Ele, fiel e obediente aos planos do Pai, por meio de palavras e ações, deixou-nos o exemplo para que façamos o mesmo. Eis nossa missão como Igreja: servir Jesus presente naqueles que nos cercam!

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, neste dia dedicado ao Senhor, celebremos seu amor, sua bondade e sua fidelidade. O Senhor hoje manifesta seu convite para vivermos o amor que não tem limites e que oferece até o perdão a quem nos ofendeu e nos propõe amar nossos inimigos. Abramo-nos ao convite do Senhor e deixemo-nos tomar por sua graça que nos transformará em verdadeiras testemunhas do seu Reino.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O discípulo de Jesus é alguém que, mesmo nos momentos mais difíceis de sua vida, sabe encontrar forças para ouvir e colocar em prática os ensinamentos de seu Mestre. Deus é Bondade. E como tal é o parâmetro para todo discípulo na sua caminhada pelo mundo, mesmo quando a lógica do mundo nos apresenta o contrário!
Fonte: NPD Brasil em 24/02/2019

AMAR SEM MEDIDA...

A liturgia de hoje nos coloca diante dos ‘contrários’ de Deus. Se o que vemos na atualidade é o ‘cada um por si’ e o ‘olho por olho, dente por dente’ temos, em todos os textos sagrados, sobre tudo nesse trecho do evangelho que ouvimos hoje, uma proposta contrária a tendência mundanas.
Jesus nos diz com muita clareza que o mal não se ‘cria’ quando é respondido com o bem. As atitudes propostas por Ele, não são só bonitas e sim profundas e quando assumidas são verdadeiras molas propulsoras que nos aproximam do real plano de Deus para nós: a verdadeira santidade.
Mesmo que a vingança seja propagada como solução, sua ‘satisfação’ é momentânea e não edifica nada, mas quando nos propomos a essa mudança de dentro para fora vemos coisas muito profundas acontecendo, caímos na conta de que o que nos torna melhores não é crivo do ‘toma lá dá cá’ e sim a misericórdia que vem sempre temperada com a justiça divina.
Texto: Equipe Diocesana - Diocese de Apucarana - PR
Fonte: NPD Brasil em 24/02/2019

A REVOLUÇÃO CRISTÃ DO AMOR

O Evangelho deste domingo contém uma das palavras mais típicas e fortes da pregação de Jesus: "Amai os vossos inimigos" (Lc 6, 27). É tirada do Evangelho de Lucas, mas se encontra também no de Mateus (5, 44), no contexto do discurso programático que se abre com as famosas "Bem-Aventuranças". Jesus pronunciou-o na Galileia, no início da sua vida pública: quase uma "declaração" apresentada a todos, com a qual Ele pede a adesão dos seus discípulos, propondo- lhes em termos radicais o seu modelo de vida. Mas qual é o sentido desta sua palavra? Por que Jesus pede para amar os próprios inimigos, isto é, um amor que excede as capacidades humanas?
Na realidade, a proposta de Cristo é realista, pois considera que no mundo existe demasiada violência, demasiada injustiça, e portanto, não se pode superar esta situação exceto se lhe contrapuser um algo mais de amor, um algo mais de bondade. Este "algo mais" vem de Deus: é a sua misericórdia, que se fez carne em Jesus e que sozinha pode "inclinar" o mundo do mal para o bem, a partir daquele pequeno e decisivo "mundo" que é o coração do homem.
Exatamente esta página evangélica é considerada a carta magna da não-violência cristã, que não consiste em entregar-se ao mal segundo uma falsa interpretação do "oferecer a outra face" (cf. Lc 6, 29) mas em responder ao mal com o bem (cf. Rm 12, 17-21), quebrando dessa forma a corrente da injustiça. Então, compreende- se que a não-violência para os cristãos não é um mero comportamento tático, mas um modo de ser da pessoa, uma atitude de quem está tão convicto do amor de Deus e do seu poder, que não tem medo de enfrentar o mal somente com as armas do amor e da verdade.
O amor ao inimigo constitui o núcleo da "revolução cristã", uma revolução baseada não em estratégias de poder econômico, político ou mediático. A revolução do amor, um amor que definitivamente não se apoia nos recursos humanos, mas é dom de Deus que se obtém confiando unicamente e sem reservas na sua bondade misericordiosa. Eis a novidade do Evangelho, que muda o mundo sem fazer rumor. Eis o heroísmo dos "pequenos", que creem no amor de Deus e o difundem até à custa da vida.
[...] Peçamos à Virgem Maria, meiga discípula do Redentor, que nos ajude a deixarmo-nos conquistar sem reservas por aquele amor, a aprendermos a amar como Ele nos amou, para sermos misericordiosos como é misericordioso o nosso Pai que está nos céus (cf. Lc 6, 3).
Papa Bento XVI
Angelus, 18/02/2007
Fonte: NPD Brasil em 24/02/2019

Comentário do Evangelho

O dinamismo do amor.

O tema dominante do evangelho de hoje é o amor aos inimigos com a consequente gratuidade e generosidade que esse dinamismo de vida exige. É no amor aos inimigos e através da generosidade e gratuidade que a vida do cristão exprime a misericórdia semelhante à misericórdia de Deus (v. 36). O amor cristão não é uma ideia, nem belos propósitos; é um modo de viver que dá sentido e valor a todas as coisas e move o coração do ser humano na direção do bem a ser realizado, inclusive em favor dos inimigos. Os destinatários deste trecho do discurso da planície são aqueles que ouvem Jesus, isto é, aqueles para os quais o ensinamento de Jesus faz sentido, aqueles que ouvem a palavra do Senhor, a saber, os que deixam a palavra de Jesus cair no mais profundo do coração, lá onde só Deus pode chegar e agir. Exigência da vida de seguimento de Jesus Cristo é a identificação com a atitude e o coração de Deus (v. 36). Essa identificação se exprime na prática do amor aos inimigos, no cultivo da disposição de fazer o bem não importa a quem. O que se propõe, outrossim, neste trecho é a superação da teologia da retribuição pelo amor, através do qual as barreiras da inimizade são rompidas.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, predispõe-me a amar meus inimigos e perseguidores. Só assim estarei dando testemunho do amor que devotas a cada ser humano.
Fonte: Paulinas em 11/09/2014

Vivendo a Palavra

Penetramos nas águas mais profundas do Sermão da Montanha. Jesus nos ensina a dar o salto qualitativo que precisamos para possuir o Reino do Pai – que já está em nós! – na companhia dos irmãos peregrinos: o Amor total, que abrange amigos e inimigos; bons e maus, a exemplo do Pai Misericordioso.
Fonte: Arquidiocese BH em 11/09/2014

vIVENDO A PALAVRA

Como novos Levis, também nós, não poucas vezes, nos colocamos a serviço do Império, que nos impõe pagar e cobrar dos irmãos os seus tributos. Mas o Evangelho nos consola, apontando que há caminho para a libertação: Jesus nos chama. Ele quer nos transformar em novos Mateus – seus fiéis seguidores e inspirados anunciadores do Reino de Amor.

Reflexão

A regra do ouro da vida do cristão é resumida por Jesus na frase: 'O que vós desejais que os outros vos façam, fazei-o também vós a eles'. Todas as pessoas desejam ser amadas, compreendidas e servidas, por isso, todos devem amar, compreender e servir. Devemos ser diferentes das pessoas que vivem a reciprocidade: devemos viver a gratuidade, ser diferentes dos que vivem fazendo justiça: devemos ser misericordiosos. O critério do nosso agir em relação aos outros não pode ser o agir dos outros, mas sim o próprio Deus, que não nos trata segundo nossas faltas, mas ama a todas as pessoas, indistintamente, com amor eterno e as cumula com a abundância dos seus bens. Se vivermos segundo esse critério, seremos filhos do Altíssimo e será grande a nossa recompensa nos céus.
Fonte: CNBB em 11/09/2014

Reflexão

O Evangelho continua o “discurso da planície”, iniciado domingo passado. No texto de hoje, Jesus aprofunda as consequências das bem-aventuranças: propõe a superação da lei do talião, convida ao amor, tendo Deus como modelo, e exorta ao não julgamento. A seu exemplo, Jesus exige o amor sem limites para com todos, pede para rezar e fazer o bem desinteressadamente. Fazer tudo sem esperar nada em troca, a exemplo do Pai, que é misericordioso e bom para com todos. Devemos tratar os outros como gostaríamos que eles nos tratassem. O desejo do ser humano é poder viver, amar e sentir-se amado. A proposta do Evangelho é claramente contrária à violência e à vingança; é uma superação da lei do talião. Na nova sociedade que Jesus propõe, haverá novas relações, pautadas pela gratuidade e pelo desejo de superar a espiral da violência. Para superá-la, é preciso resistir com atitudes que a desmontem, desarmando quem aposta nela como solução. Combatendo a violência com a violência ou com a vingança nunca chegaremos a construir a cultura da paz. Para quem busca construir uma nova sociedade, onde não haja rancor, ódio e intolerância, a última palavra deve ser o amor e o perdão.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 24/02/2019

Reflexão

O Evangelho continua o “discurso da planície”, iniciado domingo passado. No texto de hoje, Jesus aprofunda as consequências das bem-aventuranças: propõe a superação da lei do talião, convida ao amor, tendo Deus como modelo, e exorta ao não julgamento. A seu exemplo, Jesus exige o amor sem limites para com todos, pede para rezar e fazer o bem desinteressadamente. Fazer tudo sem esperar nada em troca, a exemplo de Deus, que é misericordioso e bom para com todos. Podemos dizer que a chave de leitura do texto está no tratar os outros como gostaríamos que eles nos tratassem. O desejo do ser humano é poder viver, amar e sentir-se amado. A proposta do Evangelho é claramente contra a violência e a vingança, é uma superação da lei do talião. Na nova sociedade que Jesus propõe, haverá novas relações, pautadas pela gratuidade e que superam a espiral da violência e da arrogância. Para quebrar a espiral da violência, é preciso resistir com atitudes que a desmontem, desarmando quem aposte nela como solução. Se combatermos a violência com a violência ou com a vingança, nunca chegaremos a construir a cultura da paz e a sociedade harmoniosa. Para construir uma nova sociedade, onde não haja rancor, ódio e intolerância, a última palavra deve ser o amor e o perdão.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)

Recadinho

Quero ser perdoado? O caminho é começar aprendendo a lição do perdão! - Acho justo pedir a Deus perdão quando não sei perdoar meu próximo? - Se sinto que sou pouco amado, não é porque demonstro pouco amor para com meu próximo? - O que mais humilha uma pessoa, ter que perdoar ou ter que pedir perdão? - Será que às vezes não corro o risco de fazer o bem buscando algo em troca?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 11/09/2014

Comentário do Evangelho

QUEBRANDO A ESPIRAL DA VIOLÊNCIA

O amor aos inimigos era um ponto fundamental na pregação de Jesus. Este deveria ser, também, o comportamento distintivo de seus discípulos, pois corresponde ao ideal evangélico por excelência. Por quê? Porque é assim que o Pai age.
Ele manifesta sua benevolência para com os ingratos e malvados, como também para com os bons. A história de seu amor é única. Não existe um regime de graça e bênçãos para uns, e castigo e maldições para outros. Para todos, o Pai prodigaliza igualmente os frutos de seu amor: os bens da criação, o dom da vida e do perdão. A todos oferece a possibilidade de salvação. Aliás, os ingratos e malvados, por serem mais carentes dos dons divinos, são objeto de preocupação especial por parte do Pai. É preciso ajudá-los a encontrar o bom caminho.
Quando o discípulo faz o bem a quem o odeia, bendiz a quem o amaldiçoa, reza por quem o calunia, está agindo de maneira digna de um filho de Deus. Esta é uma forma de quebrar a espiral da violência, mostrando como ela é frontalmente contrária ao modo divino de ser e de agir. A aparente passividade do discípulo torna-se, em última análise, sacramento de um mundo como o Pai quer, onde as relações interpessoais sejam dinamizadas pela misericórdia.
Recusando-se a imitar os maus e violentos, o discípulo esforça-se por ser misericordioso como o Pai é misericordioso.
Oração
Espírito que dá forças para amar os inimigos, reforça minha disposição de agir em conformidade com o Pai, mostrando-me misericordioso com quem não me quer bem.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que crêem em Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 11/09/2014

Meditando o evangelho

O PAI, MODELO DE MISERICÓRDIA

O ensinamento de Jesus a respeito do amor aos inimigos é o maior desafio para quem aceita tornar-se seu discípulo. Este amor aos inimigos foi especificado de várias maneiras. Responder o ódio com a prática do bem, a maldição com a bênção e a calúnia com a oração são todas formas de amar os inimigos e, assim, quebrar a espiral da violência. Oferecer a outra face a que o esbofeteou e dar a túnica a quem lhe tirou o manto são também sinais deste amor. O discípulo, agindo assim, reverte uma maneira esteriotipada de reagir, pela qual as pessoas tendem a revidar o mal com o mal e a violência com violência. Só é capaz de agir assim quem tem o coração repleto da misericórdia do Pai. Caso contrário, não terá condições de realizar os gestos heróicos propostos por Jesus.
O modelo inspirador da ação cristã é a misericórdia do Pai. Ele é igualmente bondoso para bons e maus. Se ele respondesse às ofensas humanas, eliminando o pecador, boa parte da humanidade deveria desaparecer. O Pai tem paciência com os ingratos e malvados por nutrir a esperança de que se convertam para a misericórdia no trato mútuo.
O mesmo se dá com o discípulo. A capacidade de fazer frente à violência, com o amor, justifica-se pela esperança de conquistar o malvado para o Reino. A atitude cristã pode fazer o perverso abandonar seu caminho de violência e levá-lo a optar pelo caminho indicado por Jesus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, dá-me força e coragem para retribuir o ódio com o amor e, assim, poder conquistar meus inimigos para o Reino.
Fonte: Dom Total em 24/02/2019

Meditando o evangelho

MISERICORDIOSOS COMO O PAI

Os discípulos são convidados, com insistência, a serem misericordiosos como o Pai. E este imperativo de Jesus tem sua razão de ser: a atitude misericordiosa para com seu semelhante caracteriza o discípulo do Reino, por se inspirar no modo de agir do próprio Deus.
O Pai é exemplarmente misericordioso em relação à humanidade. É assim que a Bíblia entende a criação e a história de Israel. Os Salmos são pródigos em exaltar a misericórdia divina. Ela é eterna e sem limites; por ela, os pecados são perdoados, e as pessoas são salvas e cumuladas de vida. Porque é misericordioso, Deus se preocupa com o ser humano e não rejeita a sua súplica. Por isso, a misericórdia é preciosa e digna de ser louvada e proclamada, cada manhã.
O discípulo do Reino deve ser misericordioso no relacionamento com os seus semelhantes. Diferentemente dos pecadores que não pensam como Deus e fazem o bem apenas a quem lhes quer bem, o discípulo é misericordioso para com todos, inclusive com os inimigos. Está sempre pronto a fazer o bem, sem esperar recompensa. Responde ao ódio com o amor, e à maldição, com a bênção. Recusa-se a ser violento com quem o trata com violência.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Prece
Espírito de misericórdia, modela o meu coração pela misericórdia do Pai, a fim de que eu tenha somente gestos de bondade para com meus semelhantes.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. AMAR OS INIMIGOS!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Este é um evangelho daqueles bem desconcertantes, porque em tempo em que se cometem crimes horrendos que chocam a opinião pública, praticados por bandidos cruéis, há no coração do povo um sentimento de vingança.
Um pouco pela própria natureza humana, que diante de uma agressão pensa na vingança como forma de punir o agressor, mas este sentimento é também calcado no coração das pessoas pela mídia sensacionalista que mistura indignação, ódio e vingança, enfiando tudo goela abaixo do povo que a toma como uma verdade absoluta sendo que a proposta é sempre a mesma: eliminar a árvore, porém sem mexer em sua raiz, eliminar o efeito sem se preocupar com a causa.
“Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos maldizem e orai pelos que vos injuriam” Para muitos cristãos este evangelho é difícil de ser praticado e então o empurram para baixo do tapete, como fazemos com aquela “sujeirinha” inoportuna, quando não queremos fazer uma faxina pra valer em nossa casa.
Primeiramente é bom que se esclareça algo muito importante: Jesus não fez esse ensinamento a toda multidão, mas apenas aos que o ouviam, isto é, aos seus discípulos, os mesmos para os quais já havia dito no sermão da planície, a frase revolucionária “Feliz os pobres porque deles é o Reino de Deus”.
Mas afinal de contas quem é o nosso inimigo? É todo que nos faz ou nos deseja algum tipo de mal, de pequenas ou de grandes proporções. A inimizade existe em todo lugar, escola, trabalho, família, vizinhança, esporte, e até em lugar onde ela nunca deveria existir: na comunidade, entre ministros, agentes pastorais, dirigentes, coordenadores e obreiros.
Diante desse evangelho, imediatamente pensamos nas situações críticas da sociedade onde assistimos a confronto de classes, chacinas, extermínios, atos de violência explícita no confronto entre nações. Então um sentimento de impotência nos domina e achamos que nada há para se fazer a não ser rezar.
Mas a coisa mais importante que devemos fazer, de maneira bem prática, é olharmos mais perto, para o nosso quotidiano onde nos relacionamos com as pessoas. Que sentimentos alimentamos, com nossos gestos, palavras e atitudes? A quem devemos ouvir e dar razão: ao mundo que propõe a vingança e o extermínio de quem pratica o mal, ou ao evangelho de Cristo, que nos ensina o amor, o perdão e a misericórdia?
Jesus não condena uma pessoa que quer justiça e vingança contra alguém que lhe fez mal. Esta é uma reação humana, perfeitamente compreensível e natural, de acordo até com um ensinamento bíblico do Antigo Testamento, de que se deve fazer o bem a quem nos faz o bem, e o mal a quem nos deseja o mal, é a lei do talião, olho por olho e dente por dente, fato que acontece com o melhor e mais santo dos cristãos.
Somos homens desta terra, descendentes e Adão e irmão de Caim, que cometeu o primeiro crime da história ao matar seu próprio irmão Abel por ciúmes e inveja.
Porém, lembra-nos o apóstolo Paulo na segunda leitura, o Espírito vivificante nos transformou em Homens celestiais a partir da graça que Jesus nos concedeu, dom imerecido que nos santifica e nos configura ao próprio Cristo, portanto capacitados para viver na relação com o próximo, aquele único e verdadeiro amor com o qual Deus nos ama em seu Filho Jesus.
A proposta desse jeito novo de se relacionar é apenas para os discípulos do Senhor que hoje são todos os que crêem e são batizados, vivendo em comunidade com os irmãos e irmãs. É aí que devemos trabalhar no sentido de superarmos na graça de Deus, qualquer sentimento de ódio, mágoa ou vingança, contra alguém que nos fez o mal.
Da comunidade vamos para a família e desta para o nosso ambiente de trabalho, é isso que Jesus pede de nós nesse evangelho, pois somente nos exercitando no amor, na misericórdia e no perdão, com as pessoas com quem convivemos, é que teremos a coragem de anunciar o evangelho falando o contrário do que o mundo nos ensina.
Somente assim estaremos sendo Filhos do Altíssimo, imagem e semelhança do Pai de Misericórdia que em Jesus nos ama, jamais nos tratando segundo as nossas faltas. Na próxima quarta feira terá início mais uma quaresma, tempo oportuno para reconhecermos que somos imperfeitos, ainda uma imagem muito distorcida de Deus que é todo perfeição e santidade. Dado este primeiro passo, a graça transbordante do Senhor, em um processo dinâmico de conversão, nos configurará a Cristo, imagem perfeita do Amor de Deus vivido com os irmãos.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. Orai por aqueles que vos caluniam
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Saul e Davi não se entendiam. Chegaram a ser inimigos mortais. Davi teve a oportunidade de matar Saul, mas não o fez. Podia tê-lo acertado com a lança enquanto dormia. Davi levou em consideração que Saul era o rei, o ungido do Senhor, e também que “o Senhor retribuirá a cada um conforme a justiça e a fidelidade que tiver praticado”.
No Evangelho de Lucas, Jesus nos ensina a construir um mundo novo com a prática da misericórdia. Sabemos que nossas dificuldades se concentram em nossos relacionamentos, sejam eles pessoais, sejam eles sociais. Pequenos desentendimentos familiares e guerras mundiais têm a mesma característica: temos dificuldade de nos relacionarmos. Jesus repete o princípio já ensinado pelos sábios de Israel: “Assim como desejais que os outros vos tratem, tratai-os do mesmo modo”. Comece por aí. Trate os outros como você gostaria de ser tratado. Jesus desenvolve este princípio com orientações claras e bem definidas: “Amar os inimigos. Fazer o bem a quem nos odeia. Falar bem de quem fala mal. Rezar pelos difamadores. Não repetir ações violentas. Não julgar, não condenar, perdoar, dar com abundância”.
Em suma, “ser misericordioso como o Pai celeste é misericordioso”, vencendo o mal com o bem, sem querer desfazer a violência com outra violência. Ter a capacidade de introduzir, num mundo que repete coisas velhas, a novidade gratuita do amor, que vem do Espírito. Enfim, enquanto o Senhor não vem, que seus discípulos construam dia a dia amostras do Reino de Deus definitivo. Escrevendo aos coríntios e falando da ressurreição, São Paulo ensina que na eternidade Deus nos dará um corpo novo. Diz também que em nossa vida há uma dimensão puramente terrestre, vinda de Adão, e uma dimensão espiritual, vinda do Cristo ressuscitado. Continuamos terrestres, mas já começamos a viver como os seres celestes. Se formos só matéria, não amaremos ninguém e menos ainda os nossos inimigos. Na unidade de nossa pessoa se realiza o que é corpo material, o que é psiquismo e o que é espiritual. A presença do Espírito amplia as nossas dimensões.
Fonte: NPD Brasil em 24/02/2019

REFLEXÕES DE HOJE

DOMINGO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 24/02/2019

HOMILIA

AMOR E LEI DE TALIÃO

Fechando os meus olhos para ouvir Deus me falando eu me pergunto: O que o texto diz? Para mim, esse é um dos trechos mais desconcertantes, embaraçosos, difíceis e desafiadores dos evangelhos. Senão vejamos: As orientações de Jesus são claras: “Amai”, “Fazei o bem”, “Abençoai”, “Orai”, “Emprestai”, “Perdoai”, “Dai”. E ainda: “Sede misericordiosos”, “Não julgueis”, “Não condeneis”. E com quem praticar também: “Os vossos inimigos”, “aos que vos odeiam”, “os que vos amaldiçoam”, “os que vos difamam”, “os que te ferem na face”, “os que te tiram a capa”, “os que te tomam o que é teu”, “os que te pedem”. Verdade é que, amar o próximo como a si mesmo quando o próximo é amigo, é até fácil de entender e aceitar. Agora amar os inimigos, os que nos odeiam, amaldiçoam, difamam, roubam ou tomam o que é nosso é coisa totalmente inédita. No Antigo Testamento era permitido o olho por olho e o dente por dente (lei do talião). O Novo é mais exigente. A virtude da Justiça manda dar a cada um, o que lhe é devido. Portanto, o que Jesus pede é ir além da justiça. Amar e fazer o bem aos que os amam, os pagãos também fazem. Mas a quem quiser escutá-lo, Ele pede mais e apresenta as razões: “Será grande a vossa recompensa”, “sereis filhos do Altíssimo” e “porque ele é bom para com os ingratos e maus”. Veja as palavras que o anjo Gabriel revela a Maria sobre Jesus: “Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo...” (Lc 1,32). Ou seja, a recompensa é o próprio Jesus, ser como Ele. Se Ele nos pede é porque é possível, e Ele mesmo dá o exemplo. “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Os apóstolos não estariam errados se invocassem a justiça e o direito diante dos judeus que prenderam e flagelaram Jesus. Mas Ele não permite que Pedro use a espada para defendê-lo ou pede o socorro das legiões de anjos para livrá-lo. Nem faz um milagre diante de Herodes ou ameaça Pilatos para escapar da morte. Ele sabe que cumpre a Vontade do Pai e que a justiça definitiva pertence a Deus. A Ele só cabia amar, orar e perdoar os que o condenavam, “pois não sabem o que fazem...” (Lc 23,34).
Que tal iniciar sua oração não pelos “inimigos” que talvez você não identifique, mas pelos que o ofenderam ou o agrediram, seja com palavras ou com atos. Ou pelos que não lhe deram a atenção, ou enfim pelos que lhe pediram alguma coisa e você não atendeu. Peça perdão por não ter sido capaz de praticar esta passagem naquela ocasião. Se conseguir identificar seus “inimigos”, também ore por eles. Suplique a graça de amar como Jesus amou, dando sua vida. Interceda por todos os que lhe prejudicaram intencionalmente ou não. Peça a misericórdia de Deus por você e por eles. Abra-se à ação do Espírito Santo que é capaz de mudar corações de pedra por corações de carne, sensíveis à Vontade de Deus. Relembre as vezes que você amou os difíceis, perdoou, não condenou nem julgou os outros. Sinta a alegria de ter imitado Jesus, tornando-se filho de Deus. Louve e agradeça, pois foi graça e não mérito seu.
A contemplação dos mistérios de Deus é uma graça, um dom gratuito, que requer apenas uma atitude de recolhimento, abertura, aceitação, abandono e confiança. Então se recolha ao mais íntimo do seu coração. Abandone-se no Amor. Confie naquele que só sabe amar e deseja habitar em nós transformando-nos na imagem do Seu Filho.
Pai, predispõe-me a amar meus inimigos e perseguidores. Só assim estarei dando testemunho do amor que devotas a cada ser humano.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 11/09/2014

HOMILIA DIÁRIA

Retribua o mal com o bem

Retribua o mal com o bem. Se há aquelas pessoas que são contra você e até lhe desejam o mal, não retribua da mesma maneira.

“Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam” (Lucas 6, 27).

Ao longo da nossa vida, é verdade que nós fazemos muitos amigos, pessoas que são queridas, são caras e importantes para nós, para a nossa vida, para o nosso coração. Mas também não podemos negar que há pessoas as quais nós vamos contrariar, que não serão afins a nós. E haverá pessoas que até certo ponto, até certa medida, vão se tornar nossas inimigas, não serão nossas amigas e, muitas vezes, vão se colocar contra nós.
Há inimigos que são declarados, que dizem: “Eu não gosto de você! Não vou com a sua cara e não concordo com você!” e até fazem maldade contra nós. E também há os inimigos que, às vezes, nós nem conhecemos e talvez sejam os mais perigosos, porque se comportam como se fossem nossos amigos, estão ao nosso lado, caminham conosco, falam da sua vida para nós, escutam nosso coração, mas, por trás, agem contra nós, semeiam maldades e divisões contra nós e dizem coisas que nós nem falamos.
Nós não escolhemos inimigos; eles vão se formando ao longo da vida. E talvez você diga assim: “Eu não quero inimizade com ninguém!”, e o correto é isso mesmo. Eu também não quero inimizade com ninguém. Nós não devemos ter inimizades com ninguém. Na maioria das vezes, não somos nós quem nos tornamos inimigos das pessoas, mas são elas quem criam inimizades conosco.
Na verdade, não podemos ser amigos de todos, não podemos compartilhar à mesa de todos, não podemos pensar como todos pensam nem seguir seu modo de vida, porque senão acabamos sendo incoerentes. Quando olhamos para a vida do Mestre Jesus percebemos que muitos se tornaram Seus inimigos, contrários àquilo que Ele pregava, ensinava, falava e colocaram-se frontalmente contra Ele.
Deixe-me dizer a você: não fique desanimado, não fique triste, não perca o ânimo, nem perca o sentido da vida. Se há aquelas pessoas que se colocam contra você e que até lhe desejam o mal, não retribua da mesma maneira, da mesma forma. Pelo contrário, dê a outra face (dar a outra não significa ser bobo, nem significa se fazer de bonzinho), dar a outra face significa não retribuir do mesmo jeito, não fazer mal com aquele que faz o mal a você!
Reze por quem deseja seu mal, queira bem a ele, deseje que o bem chegue ao seu coração, porque, quando desejamos o mal a alguém, esse sentimento faz mal a nós mesmos. Ao passo que, quando desejamos o bem até a quem não nos quer bem, o próprio bem cresce dentro de nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 11/09/2014

HOMILIA DIÁRIA

Vivamos o amor e Deus viverá sempre em nós

A essência do amor se resume no perdão sem medidas

“Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados” (Lucas 6,36-37).

A graça que nós recebemos é a de sermos ensinados por Jesus, Ele nos ensina como viver. A essência da vida humana é uma só: o amor. O amor sem medida, que não se contém; o amor que se dá, se doa e se renova. Mas, não caiam no amor medíocre, de achar que o amor é voltado apenas para as pessoas que queremos bem, àqueles que nos fazem o bem e que preenchem o nosso ego.
Aqui falamos do amor divino, do amor de Deus em nós. É o amor que nos leva a amarmos os nossos inimigos, a fazer o bem a quem não nos quer bem. Nos leva a louvar e a bendizer aqueles que nos amaldiçoaram. É o amor que nos leva a orar por aqueles que nos caluniam, pelos que falam mal de nós.
De forma nenhuma demos aos outros a mesma moeda, o que devemos dar a eles é o melhor de nós, que é Cristo em nossa vida. Se o outro nos deu o mal, não é com o mal que iremos retribuí-lo. Vamos retribuir com a bênção de Deus que está ou deveria de estar em minha vida. Por isso, temos as exigências do amor.
A primeira exigência do amor é praticar a misericórdia, ser realmente a dimensão misericordiosa de Deus para a vida humana. Porque Deus é profundamente misericordioso. Se você não sabe ser misericordioso, volte-se para Deus que é profundamente misericordioso. Ele nos trata com extrema misericórdia em todos os dias da nossa vida.
Segunda exigência do amor é não julgar ninguém. Olhamos as redes sociais e vemos que as pessoas estão se julgando. Quem dera se fosse julgando a si mesmas, mas julgam umas às outras. O discípulo de Cristo não lança olhar de julgamento para ninguém, pois o olhar dele deve ser o da misericórdia.
O discípulo de Cristo jamais condena o pior pecador, porque para quem cabe conhecer aquela alma, em sua profundidade, é Cristo Jesus, o nosso Senhor.
A essência do amor se resume no perdão sem medida: “Perdoai e sereis perdoados”. Quando nós praticamos o perdão, o amor de Deus está em nós. E, quando negamos o perdão, e não vivemos a sua dimensão nas realidades da vida, negligenciamos o amor de Deus que está em nós.
Vivamos o amor e Deus viverá sempre em nós, em tudo aquilo que fizermos e realizarmos.
Deus abençoe vo
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 24/02/2019

Oração Final
Pai Santo, dá-nos grandeza d’alma para abandonar nossa pobre contabilidade do toma-lá-dá-cá. Ensina-nos a viver a plenitude do Amor, que é generoso, espontâneo, indiscriminado, libertador, gratuito e foi vivido pelo Cristo, teu Filho Unigênito que se fez humano em Jesus de Nazaré e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 11/09/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos vasos novos para acolher o Vinho Novo – a Boa Notícia que nos trouxe o Cristo Jesus: o teu Reino de Amor não vem com sinais exteriores, pois Ele está dentro de nós! E nos dá coragem e sabedoria, amado Pai, para nos tornarmos missionários, e anunciar esta Boa Notícia aos irmãos do Caminho. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão, e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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