sexta-feira, 10 de setembro de 2021

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 10/09/2021

ANO B


Lc 6,39-42

Comentário do Evangelho

Ver o outro com os olhos de misericórdia de Jesus.

Nós não temos acesso, ou muito dificilmente o temos, do lugar original das parábolas contadas por Jesus.
A parábola de nossa perícope de hoje pode se referir às exigências precedentes. Quem é o “guia cego” de que fala a parábola? (v. 39). Parece ser o discípulo que não se submete ao seu Mestre, ou que não vê os outros com os olhos de misericórdia de Jesus; é o que resiste à identificação com o seu Senhor: “... todo discípulo bem formado será como o mestre” (v. 40).
A parábola da palha e da trave (vv. 41-42) apela para a necessidade de autocrítica e misericórdia: “Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando não percebes a trave que está no teu próprio olho?’” (v. 42). A trave não permite enxergar bem; ela distorce ou diminui a visão. A trave no olho equivale à cegueira ou estreiteza de visão e impossibilita a não importa quem se arrogar o direito de ser juiz de seu semelhante.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, concede-me suficiente autocrítica que me predisponha a corrigir meu semelhante, sem incorrer na malícia dos hipócritas.
Fonte: Paulinas em 13/09/2013

Vivendo a Palavra

Viver o discipulado de Jesus é reconhecer que somos limitados e imperfeitos; é procurar nos conscientizarmos que precisamos combater nossos pecados e nos colocarmos a serviço dos companheiros de caminhada como quem quer aprender e não como quem deseja ensinar. É a sabedoria que buscamos.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/09/2013

VIVENDO A PALAVRA

Viver o discipulado de Jesus é reconhecer que somos limitados e imperfeitos; é tomar consciência de que precisamos combater nossos pecados e vencer preconceitos, colocando-nos a serviço dos companheiros de caminhada com o desejo de aprender com eles e não com a pretensão de ensinar. É a humilde sabedoria que buscamos, cheios da esperança de alcançá-la.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/09/2019

Reflexão

A nossa vida espiritual deve ser marcada por um constante aprendizado, de modo que sejamos, ao mesmo tempo, evangelizadores e evangelizados, e o crescimento na fé realize-se principalmente na experiência da vida comunitária, na troca de experiência e na valorização de tudo o que os outros podem nos oferecer, sem ficar vendo apenas as dificuldades, os problemas e os erros das pessoas que estão ao nosso lado. Mas tudo isso deve ser iluminado por uma mística: devemos ser dóceis ao Espírito Santo, nos deixar ser conduzidos por ele, já que não somos os donos da verdade e ele é o Espírito da Verdade, que nos conduzirá à plena verdade. Somente agindo assim é que não seremos os cegos que guiam outros cegos, mas sim todos guiados pelo próprio Deus.
Fonte: CNBB em 13/09/2013

Reflexão

Tendência habitual do ser humano é apontar os defeitos alheios. Os fariseus, algumas vezes, foram chamados de cegos por Jesus. Por se acharem melhores que os outros, pensavam ter as credenciais para criticar o próximo. Muitas vezes censuraram o comportamento de Jesus e de seus discípulos. Jesus quer melhorar na vida comunitária o nível do relacionamento humano. Madre Teresa de Calcutá dizia: “Quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las”. Então, sigamos os conselhos do Mestre: ninguém é tão perfeito que tenha condições de remexer a vida dos outros. Cuidado! A ânsia de corrigir um pequeno defeito do próximo pode significar que temos o mesmo defeito em grau bem maior! Olhemos, portanto, nossos irmãos e irmãs com o olhar puro e misericordioso do Pai celeste.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 13/09/2019

Refleo

Tendência habitual do ser humano é apontar os defeitos alheios. Os fariseus, algumas vezes, foram chamados de cegos por Jesus. Por se acharem melhores que os outros, pensavam ter as credenciais para criticar o próximo. Muitas vezes censuraram o comportamento de Jesus e de seus discípulos. Jesus quer melhorar na vida comunitária o nível do relacionamento humano. Madre Teresa de Calcutá dizia: “Quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las”. Então, sigamos os conselhos do Mestre: ninguém é tão perfeito que tem condições de remexer a vida dos outros. Cuidado! A ânsia de corrigir um pequeno defeito do próximo pode significar que temos o mesmo defeito em grau bem maior! Olhemos, portanto, nossos irmãos e irmãs com o olhar puro e misericordioso do Pai celeste.
Oração
Divino Mestre, com firmeza nos prevines contra os falsos líderes. Mais que visar ao crescimento dos outros, preocupam-se em autopromover-se. Outro perigo é criticar pequenos defeitos alheios, sem antes corrigir os próprios erros. Contigo aprendemos, ó Senhor, que a melhor medida é a misericórdia. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)

Meditação

Existe o risco de alguém não saber nada e querer ensinar? - E o que dizer de quem quer se colocar como exemplo? - É fácil reconhecer os próprios erros e defeitos? - Será que estamos dispostos e atentos para aprender? - Você se esforça para conhecer cada vez mais a Palavra de Deus?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional e13/09/2013

Meditando o evangelho

CUIDADO COM OS FALSOS LÍDERES

Jesus criticava a postura dos fariseus, mas também se preocupava com a mentalidade corrente entre os seus discípulos. Os fariseus pretendiam ser um exemplo consumado de piedade, só porque davam mostras de ser zelosos no cumprimento da Lei.
Muitos ficavam bem impressionados com o testemunho de fidelidade a Deus, que eles davam. Jesus, porém, não se deixava enganar, pois conhecia a falta de solidez do estilo de vida dos fariseus. Pouca coisa restava além de exibicionismo. Portanto, era loucura deixar-se encantar por um testemunho de vida desse quilate. Seria como se um cego pretendesse ser guiado, com segurança, por outro cego.
Entre os discípulos, difundia-se, também, uma perigosa mentalidade. Havia os que se mostravam severos com o irmão, censurando-lhe as mínimas faltas, sem estarem dispostos a corrigir as próprias faltas pessoais, muito mais graves. Eram hábeis para perceber um cisquinho no olho alheio, mas incapazes de dar-se conta da trave que tinham no próprio olho.
Jesus não podia suportar tal hipocrisia. Para estar em condições de censurar o próximo, era preciso dispor-se a corrigir as próprias faltas. Neste caso, a severidade daria lugar à benevolência, e a impaciência, à compreensão. A atitude de juiz dos pecados alheios seria substituída pela solidariedade com a fraqueza humana.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Oração
Espírito de benevolente compreensão, dá-me um coração que saiba solidarizar-se com as fraquezas do próximo, sem cair na tentação de tornar-me seu juiz.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Pode um cego guiar outro?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

O discípulo não está acima do mestre, mas pode superá-lo. O próprio Jesus disse no Evangelho de João: “Quem crê em mim fará as obras que eu faço e fará até maiores do que elas”. As obras podem ser maiores, não o discípulo. O mestre será sempre o mestre. O discípulo bem formado poderá ser como ele. Hillel, o grande mestre do judaísmo, dizia que “o aluno tímido que não sabe perguntar não aprende nada, e o mestre irascível ensina mal”, ou “o tímido não aprende, o irascível não pode ensinar”. O discípulo deve saber perguntar, enquanto o mestre verdadeiro será manso e humilde de coração. Assim ouvimos de Jesus, no Evangelho de São Mateus: “Aprendei de mim porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas”. O mestre é Jesus e o discípulo sou eu. Qual é a lição de hoje? Ele me ensina a deixar a vida dos outros em paz. A não criticar o irmão por ter um cisco no olho, quando eu mesmo tenho uma trave no meu. Isto é hipocrisia, mas pode não ser se nossa ação for positiva. A correção fraterna será obra de amizade e caridade. Já se disse que “alguns não conseguem afrouxar suas próprias cadeias e, não obstante, conseguem libertar seus amigos”.
Fonte: NPD Brasil em 13/09/2019

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O Roto falando do rasgado...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Há um ditado ou dístico popular que se aplica perfeitamente bem aos ensinamentos desse evangelho “Não apontes os meus erros com o seu dedo sujo”
Não é proibido corrigir alguém que cometeu um erro, ao contrário, a correção fraterna é uma das práticas que Jesus recomenda á comunidade. O problema aqui é outro...
É quando a pessoa se insinua ou se apresenta como modelo e referência na comunidade. Claro que ninguém vai dizer aos outros “Olha, siga o meu exemplo, veja como sou bom...”. Mas é a postura que assumimos diante do outro, que nos coloca em evidência. Principalmente do outro que errou, pecou, e tem uma conduta moral não muito recomendável. O Guia cego relatado no evangelho, é aquele que olha para essa pessoa de cima para baixo, com ares de superioridade, ás vezes até se passando por conselheiro, mas na verdade está dando uma “raspança” no coitado, querendo urgência á sua conversão. É esse o Guia cego que cresce prá cima do outro, colocando em evidência suas “virtudes” diante do erro daquele pecador.
O Evangelho também diz claramente que somente Jesus Cristo é a referência para todos os discípulos, e que nenhum discípulo é superior ao Mestre. Em nossas relações de comunidade, ás vezes até verbalizamos o anúncio de Jesus, quando na verdade estamos anunciando a nós mesmos. Aí é que está o perigo de sermos “Guias Cegos”, com a trave no olho, querendo limpar os olhos do outro.
Quando se fala de Jesus a quem errou, a quem é pecador, basta falar da Misericórdia Divina, do Amor infinito sempre aberto a quem errou, da Paciência e bondade suprema do Pai manifestada em Jesus. Fala-se tudo isso com palavras doces, com um sorriso acolhedor, dando ao outro, coragem para recomeçar e ânimo para retomar a caminhada. Essa pessoa, voltará outras vezes, já com o coração aberto para acolher a Palavra de Deus manifestada em Jesus. Mas quando falamos de nós mesmos, e de como nos convertemos e nos tornamos um cristão exemplar, estamos incorrendo nesse erro grotesco de sermos cego guiando outro cego, fatalmente os dois cairão no buraco…em uma cena cômica e trágica ao mesmo tempo.

2. Pode um cego guiar outro cego? - Lc 6,39-42
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Um cego não pode guiar outro cego; o aluno não está acima do mestre. Se quero ser guia de cegos, preciso enxergar bem, se não caímos os dois no buraco. Nietzsche dizia que “alguns não conseguem afrouxar suas próprias cadeias e, não obstante, conseguem libertar seus amigos”. É um preso soltando outro preso. É alguém capaz de ajudar um outro a superar certas dependências que ele mesmo não supera. Transmito convicções que mantêm alguém firme na prática do bem e perseverante no amor conjugal, por forte que seja a vontade de desistir, e me vejo desistindo. Somos incapazes de muitas coisas, sobretudo de tirar a trave que temos nos olhos. A incapacidade é a verdade da nossa existência. “Kavaná” é uma palavra de grande importância na espiritualidade hebraica. Pode ser traduzida por “intenção”, “propósito”, “motivo”. O propósito da kavaná, explica o rabino Heschel, “é conduzir o coração para Deus, mais do que a língua e os braços”. O encanto está na possibilidade que Deus nos dá de orientar para ele tudo o que queremos realizar, de pôr em tudo uma intenção, kavaná, séria e sincera, mesmo tendo que dizer com o rabino Paulo de Tarso: “Vejo o melhor, experimento, e sigo o que é pior”.

Liturgia comentada

A minha parte da herança... (Salmo 16 [15])
Quando faltaram as forças a Jacó, pressentindo a morte próxima, ele disse a José: “Quanto aos dois filhos que tiveste no Egito, antes de vir para junto de ti, eles serão meus. Efraim e Manassés serão meus como Rúben e Simeão. Os que te nascerem depois deles serão teus e em nome de seus irmãos receberão a herança”. (Gn 48,5-6)
Como se vê, a herança é para os filhos. É um legado que o pai acumulou em sua vida e transfere a seus descendentes. Este miktam (poema) de Davi chega a ser profético quando concentra no próprio Deus a “herança” que lhe cabe. Mas certamente o rei-cantor não podia imaginar que, no futuro, o Filho de Deus nasceria de Mulher para que, nele, o Pai nos adotasse como filhos. Afinal, a herança não é para o escravo da casa...
Cabe aqui uma reflexão? Que é que nós esperamos de Deus, nosso Pai? Saúde para trabalhar? Um bom emprego para o marido? A aprovação do filho no vestibular? Um pé-de-meia para garantir a velhice? Uma vida feliz e tranquila? A morte de nossos inimigos? Ou seremos mais exigentes?
Santo Agostinho comenta: “O Senhor é a porção de minha herança e de meu cálice. Comigo eles possuirão a herança, o próprio Senhor. Outros escolham para sua fruição, porções terrenas e temporais; a porção dos santos é o Senhor, que é eterno. Bebam os outros mortíferos prazeres; a porção de meu cálice é o Senhor”.
No Evangelho de Marcos (10,17), um jovem chega correndo para perguntar a Jesus: “Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna?” Jesus poderia ter respondido: “Seja filho. Viva como filho e, em consequência, terá direito à herança...”
Tão simples, e complicamos tanto! Se Deus é nosso Pai e nós vivemos como filhos, imersos no amor e praticando a obediência, nada e ninguém poderá impedir que a herança nos seja dada. E mais: ao contrário do que afirmam certas filosofias, não é uma questão de mérito, é uma questão de amor. O pai nos ama e isto o impele a se entregar a nós, à imagem de seu Filho, “que nos amou e se entregou por nós”. (Ef 5,2)
Pregando o Evangelho aos gentios, em uma sociedade marcada pela indiferença dos deuses do Olimpo, Paulo precisou insistir na filiação que brotava da fé: “Sabei, pois: só os que têm fé é que são filhos de Abraão. [...] Assim a bênção de Abraão se estende aos gentios, em Cristo Jesus, e pela fé recebemos o Espírito prometido”. (Gl 3,7.14) E ainda: “A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: ‘Abbá! Pai!’ Portanto, já não és escravo, mas filho, então também herdeiro por Deus”. (Gl 4,6-7)
Orai sem cessar: “Tu és meu Pai, meu Deus!” (Sl 89,27)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Fonte: NS Rainha em 13/09/2013

HOMILIA DIÁRIA

Olhe primeiro para dentro de você

Olhe para a sua vida, repare na tua casa, olhe primeiro para dentro de você.

“Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão” (Lc 6,42).

Meus irmãos, às vezes uma cegueira envolve os nossos olhos, e a pior delas é aquela quando não enxergamos a nós mesmos. Nós enxergamos tanta coisa, mas o essencial não; enxergamos os problemas dos outros, os defeitos, as maldades deles, mas não conseguimos ver os nossos defeitos, os nossos limites, nós não conseguimos enxergar aquilo que em nós está errado.
É terrível, porque quando isso acontece, estamos criticando, estamos vendo defeitos, problemas. Reparamos e falamos da vida dos outros.
É como a história da mulher que sabe e fala dos filhos de todo mundo, está vendo a casa de todo mundo cair e não repara que a dela já caiu há muito tempo.
Olhe para a sua vida, repare na tua casa, olhe primeiro para dentro de você. Não queira corrigir, orientar, direcionar ninguém; quando você não consegue orientar, direcionar nem a sua própria vida. Enxergue-se primeiro!
Peçamos, hoje, ao Senhor que abra os nossos olhos e nos ajude a perceber aquilo que está dentro de nós, que está obscuro. Os nossos defeitos que, muitas vezes, incomoda tantas pessoas; os nossos limites que nós, muitas vezes, não procuramos corrigir; o nosso jeito que desagrada, não une, não faz bem.
Eu quero me enxergar, Senhor, quero me ver; quero olhar para mim e ser conhecido do jeito que sou.
São Luís Grignion de Montfort, com o tratado da verdadeira devoção a Nossa Senhora, diz: “Quando nós conhecermos o fundo sujo e podre que cada um de nós somos, não julgamos mais ninguém. Se nós ainda julgamos, condenamos, é porque ainda não nos conhecemos como deveríamos ser conhecidos”.
Que, hoje, Deus abra os nossos olhos para que enxerguemos do jeito que realmente somos; que Ele abra o nosso interior para que possamos compreender a nossa alma e, assim, sermos lavados pela misericórdia do Senhor e ajudemos os outros a caminhar melhor.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 13/09/2013

HOMILIA DIÁRIA

Quem quer seguir Jesus precisa se enxergar primeiro

“Por que vês tu o cisco no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho? Como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu não vês a trave no teu próprio olho? Hipócrita!” (Lucas 6,41-42).

Eu começo com essa afirmação final de Jesus, porque é uma hipocrisia muito grande ver o defeito do outro, o problema e o mal do outro, mas não se enxergar. Muitas vezes, não nos enxergamos, e se enxergamos, é muito mal!
Os nossos olhos se alargam para comentar a vida dos outros, para falar da vida dos outros, para criticar o problema dos outros, para entender que o problema sempre é o outro. A visão diminui e se torna ofuscada quando é para enxergar o que realmente somos, porque temos aquela imagem distorcida, achamos que somos referencial de bondade, de verdade; e se temos defeitos, procuramos amenizá-lo, escondê-lo, não o ver com profundidade.
Gastamos horas, se for preciso, para falar mal do defeito dos outros, para conversar sobre a vida dos outros, mas nos enxergamos muito mal, e aí está o princípio da hipocrisia, aí está aquilo que é mais condenado por Jesus na espiritualidade de quem O segue.
Quem quer seguir Jesus precisa, primeiro, enxergar-se, reparar em si mesmo, porque, se está reclamando da sujeira do outro, mas não está vendo a própria sujeira, não está se purificando.

É uma hipocrisia muito grande ver o defeito do outro, o problema e o mal do outro, mas não se enxergar

A hipocrisia é uma patologia, e das patologias espirituais, ela se torna a mais agravante e preocupante de todas, porque com ela não enxergamos o que precisamos, de verdade, enxergar. Com a hipocrisia, não somos capazes de nos voltar para nós, mas estamos sempre incomodados, chateados e com o pé atrás por causa do outro. E o outro se torna incomodo para nós, torna-se objeto da nossa preocupação, dos nossos pensamentos, daquilo que está em nós.
Quando algo do irmão causa preocupação, eu volto para aquele velho ditado: “Eu coloco minha barba de molho”. Coloco-me no chão em oração e digo: “Senhor, ajuda-me a enxergar, a ver o que não estou vendo, a reparar dentro de mim o que eu preciso consertar”.
A graça que Deus tem me dado é, cada dia mais, tomar consciência dos meus limites, das minhas fraquezas, daquilo que, dentro de mim, não está bem, mas que preciso rever e consertar. Isso faz de mim uma pessoa mais misericordiosa, isso não me permite parar para ficar julgando o pecado das pessoas nem condenando o mundo.
Todo mal que vemos em alguém é para nós uma provocação para nos revermos, para que nos olhemos no espelho não com o retrovisor, mas com a visão da frente que nos permite enxergar do jeito que somos.
Não me conheço como preciso ser conhecido, por isso a graça que peço, todos os dias, é: “Senhor, por favor, ajuda-me a me conhecer mais, a me cuidar mais, a reparar mais em mim os males dessa vida que ainda não reparei”.
Que Deus nos dê a graça de tirar as traves que estão em nós, para sabermos ter mais misericórdia para ver o cisco no olho do próximo.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 13/09/2019

Oração Final
Pai Santo, livra-nos da pretensão de saber muitas coisas, de nos tornarmos mestres diante dos irmãos. Faze-nos humildes de coração e abertos para acolher as lições que a Vida nos ensina, capazes de descobrir a tua presença na História através dos sinais dos tempos que vivemos. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/09/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, livra-nos da vaidade de saber muitas coisas, de nos colocarmos como mestres diante dos irmãos. Faze-nos humildes de coração e abertos para acolher as lições que a Vida nos ensina; capazes de descobrir a tua Presença em nós, nos irmãos e na História, através dos sinais dos tempos que vivemos. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/09/2019

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