sexta-feira, 24 de julho de 2020

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 24/07/2020

ANO A


Mt 13,18-23

Comentário do Evangelho

A eficácia da Palavra de Deus

Esta explicação da parábola do semeador parece ter sido elaborada entre as primeiras comunidades. É uma interpretação alegórica aplicada aos seus contextos atuais, fugindo ao estilo de Jesus. A ênfase é a maneira como é acolhida a palavra de Jesus. Descrevem-se os resultados da missão: aquele ouve a palavra sem entendê-la, pois o sistema religioso das sinagogas o retém nas malhas de sua tradição, roubando a palavra semeada em seu coração; outro recebe a palavra com alegria, como discípulo, porém defronta-se com a perseguição às comunidades e desiste logo; outro ouve a palavra, porém não quer ir contra o sistema que seduz, ilude e promete riquezas; contudo, há quem ouve a palavra, a entende e insere-se na comunidade dando frutos abundantes. Nestes últimos a Palavra de Deus foi eficaz. O sucesso da missão não está na adesão imediata das multidões, mas no anúncio do Reino, que dia e noite cresce sem parar.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, enche de misericórdia o meu coração para que, como Jesus, eu me solidarize com os pecadores, e procure atraí-los para ti.
Fonte: Paulinas em 27/07/2012

Vivendo a Palavra

Usando parábolas para anunciar a chegada do Reino do seu Pai e nosso Pai, Jesus convida os discípulos a participarem ativamente no processo. Definições delimitam o assunto. Parábolas abrem caminhos novos para a compreensão e a intuição. Oferecendo a nossa visão pessoal, nós nos tornamos co-autores e corresponsáveis pela Boa Notícia.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/07/2012

VIVENDO A PALAVRA

Definições encerram o assunto. São próprias dos que se consideram donos da Verdade. Parábolas, por outro lado, abrem espaço para novas e criativas releituras. Jesus mostra o caminho, apresentando uma das interpretações que podem iluminar a sua parábola. Nós devemos seguir essa trilha, buscando, em nosso cotidiano, situações e realidades passíveis de serem iluminadas com o sentido das sempre atuais e sugestivas parábolas do Mestre.

Reflexão

Todos nós falamos muito em felicidade e todas as pessoas desejam ser felizes. Em nome da felicidade as pessoas fazem as maiores proezas e correm os maiores riscos. A felicidade está sempre naquilo que nós mais valorizamos na nossa vida. É justamente aqui que nós encontramos o elemento de análise principal para encontrarmos a causa de tanto sofrimento e tanta dor que estão presentes no mundo de hoje. Deus é o valor absoluto e somente a partir dele pode haver felicidade verdadeira. Qualquer felicidade que encontre o seu fundamento fora de Deus, coloca o seu fundamento em um falso valor, de modo que é na verdade uma falsa felicidade, que só pode trazer dor e sofrimento.
Fonte: CNBB em 27/07/2012

Reflexão

É do próprio Jesus a explicação da parábola do semeador. É necessário que a Palavra penetre em nosso íntimo, provoque conversão e produza obras de justiça e fraternidade. A “Palavra do Reino” é sempre boa; o semeador é generoso e espalha as sementes a mancheias. A falha está nos terrenos (pessoas). A busca de poder, o apego aos bens materiais, as tribulações da missão, tudo isso impede ou dificulta o crescimento da Palavra no coração das pessoas. Curiosamente, dos quatro terrenos apresentados, apenas um produz frutos de modo satisfatório. Essa proporção (ou desproporção) indica que a missão de Jesus e dos cristãos com frequência não produz os frutos esperados. Nenhum motivo para desânimo. Abraçar e seguir as propostas do Reino supõe tribulações. Com a constante presença do Senhor.
Oração
Ó Jesus Mestre, exigente é a tua Palavra. Precisamos empenhar-nos para buscá-la e praticá-la. Nem sempre damos à Palavra de Deus o merecido valor. Então ela não penetra em nós nem provoca mudança de vida. Move nossa vontade, Senhor, para que aprofundemos a tua mensagem de amor. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

OUVIR E COMPREENDER

A Palavra de Deus exige, além da audição, uma correta compreensão. Ouvir a Palavra, mas sem entendê-la, ou melhor, sem perceber suas implicações práticas, nem sentir-se questionado por ela, é inútil. Assim acontece com quem permite que o Maligno lhe arrebate do coração a palavra semeada. O mesmo se dá com quem sucumbe diante das tribulações e perseguições, ou se deixa sufocar pelas preocupações deste mundo e pela fascinação das riquezas. Todas estas circunstâncias são indício seguro de que a Palavra se deteve nos limites da audição, sem chegar a ser compreendida.
Quem ouve a palavra e a entende, certamente, viverá de acordo com ela. Trata-se de uma compreensão prática, explicitada no nível existencial. É no dia-a-dia, nas circunstâncias mais simples da vida, que se revelam os níveis desta compreensão. Mantendo-se imune às investidas do Maligno, o discípulo segue firme no caminho traçado pela Palavra. Nada é suficientemente forte para demovê-lo de seu projeto de vida, pois ele deixou-se seduzir pelo Reino, não por mundanismos efêmeros.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Portanto, a passagem da audição à compreensão existencial é um movimento que exige do discípulo um exercício de conversão e disponibilidade para a ação de Deus. Sem isto, a Palavra permanece estéril.
Oração
Espírito de compreensão da Palavra, ajuda-me a explicitar, no dia-a-dia, meu entendimento prático da mensagem do Reino.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. “A Semente é de primeira, a terra, nem tanto...”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Perto da minha casa onde vivia minha infância, havia uma pequena quitanda, onde se vendia também sementes de hortaliças. Minha saudosa mãe sempre tinha no quintal um pedacinho de terra onde gostava de cultivar verduras, e ela me incentivava a cuidar do canteiro. Um dia decidi obedecer e seguindo seus conselhos fiz um canteirinho só para mim, e fui comprar as sementes.
Como era desleixado e não zelava de maneira conveniente pelo canteiro, os brotinhos das hortaliças acabaram morrendo, por falta de água e de cuidados, fora o que os pardais comeram. Certa tarde em que ela me censurava pelo meu desleixo, respondi que as sementes é que não prestavam... É isso que Jesus explica aos discípulos neste evangelho.
A Semente da Boa nova vem sendo fartamente semeada desde a encarnação de Jesus, primeiro por ele próprio e depois pela Igreja, desde a Era Apostólica, até os nossos tempos. O problema está na terra do coração do Homem, onde a semente cai. Às vezes não compreendemos a Palavra, sentimos necessidade de uma formação, de um aprofundamento, mas sempre deixamos para mais tarde, então as Forças do Mal levam a semente embora. Essa foi semeada á beira do caminho... Em outras ocasiões acolhemos a Palavra e a guardamos como uma nova ideologia ou Filosofia de Vida, mas não deixamos que ela se enraíze em nós, isso é, nos negamos a admitir que ela mude algo em nossa vida, são essas as sementes que caíram em terreno pedregoso, talvez pedregulhos de um exacerbado racionalismo que nos impede ter uma visão do Transcendental. Então na primeira dificuldade a rejeitamos e ela permanece em nós, mas na superficialidade do nosso ser.
Há as sementes que caíram no meio do espinheiro, achamos a Palavra muito interessante, mas há em nosso íntimo outras raízes do espinheiro do egoísmo, que sufocam a Semente, no coração de um egoísta, de quem se recusa a viver em comunidade, na comunhão de vida com os irmãos e irmãs, nesse coração a pobre Semente da Palavra não a menor chance de frutificar.
E quando se compreende a Palavra é porque vemos nela a possibilidade de algo novo e inédito em nossa vida, queremos que frutifique, cuidamos da terra do nosso coração, removemos os pedregulhos e espinhos, aplicamos o poderoso Fertilizante da Eucaristia e aos poucos vamos sentir a alegria de ver os frutos, que as vezes são poucos, outras vezes dão um pouco mais, e em outras vezes chegam a cem por cento. Nosso coração comporta todos esses tipos de solo, cuidar dele para que possa sempre frutificar, é dever de todos nós, como me ensinou minha mãe a cuidar do pequeno canteiro.
Quando somos desleixados com a Palavra, jogamos a culpa na semente, há os que, por conta disso mudam de igreja e de religião e vão se embora levando no coração muitos espinheiros, pedregulhos e terra seca, sem se darem conta disso.
Fonte: NPD Barsil em 27/07/2012

HOMILIA DIÁRIA

Quando a Palavra é eficaz?

Postado por: homiia
julho 27th, 2012

Caríssimos, fico a pensar se, no tempo das primeiras comunidades cristãs, existiam pessoas que se perguntavam entre elas: “Mas tal pessoa ouviu a Palavra de Deus, mas não tem vivência cristã?” Ou ainda: “Fulano começou tão bem na Igreja… Agora abandonou tudo?”
O Evangelho de hoje, quando nos apresenta a interpretação de Jesus quanto a parábola do semeador (cf. Mt 13, 18-23) não vem nos dar matéria para julgarmos aos outros, mas para lançarmos sobre nós mesmos um olhar, mais profundo, quanto ao nosso relacionamento com a Palavra de Deus e o testemunho que temos transmitido uns aos outros, os tais frutos.
Interessante perceber que a explicação que Jesus, o Divino Semeador, faz de Sua parábola do semeador está endereçada a este tipo – necessário e diário – de exame de consciência. Até porque o problema nunca estará na Palavra de Deus, quando anunciada corretamente:“Pois a Palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Julga os pensamentos e as intenções do coração” (Hb 4,12).
Mas como está o nosso acolhimento? Esta Palavra dependerá não somente da escuta externa, mas de uma compreensão interior da mesma, para que os frutos sejam produzidos “um cem, outro sessenta e outro trinta” (v. 23). Contudo, não significa que o Senhor considere “tudo fácil”, como se não houvessem pressões internas e externas que possam “abortar” a eficácia concreta da Vontade de Deus a nosso respeito.
São várias as forças contraditórias, tão conhecidas pelo Senhor, a ponto d’Ele mesmo elencar algumas realidades: compromisso com Deus, só baseado em emoções momentâneas (v.21); estar desprotegido perante as solicitações da vida e das tentações (v.22). E outras tantas fraquezas que Jesus não trata com indiferença, muito pelo contrário, Ele quer cuidar e auxiliar com a Sua Infinita Misericórdia e ação do Poderoso Espírito.
Por isso, não podemos arrumar desculpas, como: “Somos frutos destas circunstâncias e vítimas das pressões que nos rodeiam! Somos fracos! Resultado do meio em que nascemos e vivemos!” Se fosse assim, meu irmão e irmã, você haveria de concordar comigo, que Nosso Senhor teria que ter pregado para os anjos bons, e não a nós, pobres pecadores!
Mas quem disse que Ele veio nos salvar pelos nossos méritos e meios puramente humanos e falíveis? A Palavra encarnada veio, na certeza que seríamos – e de fato fomos! – salvos pelos méritos de Cristo e na força do Seu Espírito de Misericórdia. Instituiu a Igreja como serva da Palavra e instrumento desta Salvação, no poder do Crucificado-Ressuscitado.
Sabemos que, mesmo assim, o crescimento na vivência do plano de amor que o Pai tem para nós (e para cada um em particular), é um drama que não permite romantismos melosos” e nem uma “tragédia”.Dentro da liberdade de cada um, diariamente, pela “fé que opera pelas obras” (cf.  Gl 5,5), precisamos nos abrir à graça do Senhor para sermos “terras boas”, através das quais os que nos conhecerem possam se “alimentar” do nosso testemunho e glorificar ao Pai do Céu pelas nossas boas obras (cf. Mt 5,16).
O contrário poderá ser uma infundada desconfiança da eficácia da Palavra, pois da parte do Divino Semeador sempre prevalecerá esta verdade: A chuva e a neve que caem do céu para lá não voltam sem antes molhar a terra e fazê-la germinar e brotar, a fim de produzir semente para quem planta e alimento para quem come, assim também acontece com a minha palava: Ela sai da minha boca e para mim não volta sem produzir seu resultado, sem fazer aquilo que planejei, sem cumprir com sucesso a sua missão” (Is 55,10-11).
Enquanto da relação da Palavra e nós, os outros de forma correta ou não também dirão algo. E se nada  disserem… Será que a nossa vida está comunicando algo? Façamos hoje e sempre o nosso exame de consciência à luz da Palavra eficaz.
Padre Fernando Santamaria
Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 27/07/2012

Oração Final
Pai Santo, envia o teu Espírito para que nós, ainda que ouvindo as mesmas palavras, sejamos inspirados para acolhê-las cada vez de forma nova, como mensagem viva e adequada para o tempo em que vivemos. Certamente assim o desejava o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/07/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai querido, faze-nos terra acolhedora para a Semente da Palavra. Dá-nos força para acolher essa semente, não permitindo que as seduções do mundo sufoquem a plantinha que dela vai nascendo. E que com nossos cuidados – adubando e regando – a semente do teu Reino se torne árvore forte, dê frutos e acolha em sua sombra nossa pobre humanidade. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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