quarta-feira, 24 de abril de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 24/04/2019

ANO C


Lc 24,13-35

Comentário do Evangelho

O caminho de Emaús

O capítulo 24 é um resumo de todo o evangelho. Durante a viagem a Emaús, os discípulos retomam ponto por ponto as grandes etapas do ministério de Jesus. O evangelho de hoje, nós já o comentamos brevemente no último dia 31 de março. Vale ressaltar um aspecto que com frequência é esquecido: o tempo que separa o “ver” do “reconhecer” permite a lição de exegese que os dois discípulos confessarão ter transformado suas vidas (cf. v. 32). O caminho de Jerusalém a Emaús é o suporte simbólico de outro caminho: através das Escrituras. Viagem longa e necessária para que se abram os corações, a inteligência e os olhos dos discípulos.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, não permitas que eu caia na tentação de viver distante de meus irmãos e irmãs de fé, pois o Senhor Ressuscitado nos quer todos reunidos em seu nome.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/04/2013

Vivendo a Palavra

O companheiro desconhecido de Cléofas bem que poderia ser cada um de nós que não poucas vezes nos vemos na situação de desânimo e tristeza daqueles discípulos. Nestas horas, procuremos nas Palavras de Jesus o conforto e consolo para nossa angústia e coragem para anunciar aos irmãos o Reino do Pai que já mora em nós.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/04/2013

Reflexão

Este trecho nos mostra todas as etapas do trabalho evangelizador. Inicialmente, as pessoas estão caminhando em comunidade. Ninguém caminha verdadeiramente quando está sozinho. Jesus é o verdadeiro evangelizador, que entra na caminhada das pessoas, caminha com elas. Durante a caminhada, faz seus corações arderem, porque desperta neles o amor, permanece com eles, formando uma nova comunidade, e se dá verdadeiramente a conhecer quando as pessoas dão respostas concretas aos apelos do amor, fazendo com que elas sejam novas testemunhas da ressurreição.
Fonte: CNBB em 03/04/2013

Reflexão

Jesus ressuscitado só aparece aos que já o conheciam e tinham condições de reconhecer seus gestos e palavras. No mesmo dia da ressurreição, Jesus percorre longo caminho com os discípulos de Emaús e se interessa por suas preocupações, dores e alegrias. Dá resposta a seus anseios, citando as Escrituras. É a Palavra de Deus que ilumina a caminhada dos homens e mulheres de todos os tempos. O insistente convite dos discípulos para o peregrino ficar com eles, dá ocasião para Jesus se revelar claramente ao partir o pão. Inflamados de amor, os discípulos refazem o caminho de volta e partilham com os apóstolos sua experiência com o Ressuscitado. Da comunhão com Deus brota a autêntica missão. Este episódio realça os dois elementos básicos da celebração eucarística: a Palavra e a Eucaristia.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

CORAÇÕES LENTOS PARA CRER

 A fé na ressurreição consolidou-se no coração dos discípulos de maneira muito lenta. O choque provocado pela crucifixão do Mestre causou-lhes um impacto enorme. Embora tivesse demonstrado ser "um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo", Jesus fora condenado à morte reservada ao malditos e marginais. Com isto, os discípulos viam esvair-se sua esperança de ver Israel libertado da opressão estrangeira, e reconquistar a condição de povo livre, segundo o querer do Pai.
A decepção deu lugar à deserção. Seria inútil dar continuidade ao grupo formado pelo Mestre quando ele ainda vivia, já que, diante da cruz, tudo quanto dissera e fizera tinha perdido sua consistência. Conseqüentemente, nem merecia ser recordado. Era tempo de colocar um ponto final nessa experiência que despontara tão promissora!
A superação deste desânimo deu-se após um lento processo de repensamento, à luz das Escrituras, de tudo quanto acontecera com o Senhor. Foi preciso que os discípulos vissem a cruz com uma perspectiva aberta, relacionando-a com o conjunto da vida do Mestre, relida à luz do cumprimento do desígnio de Deus.
Na medida em que se deslanchava um processo de compreensão da ressurreição, eles experimentavam uma profunda mudança interior. Revigorados na fé, reconheceram ser preciso voltar à vida de comunidade e se tornar proclamadores da ressurreição.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, revela-me o sentido da ressurreição de Jesus, de maneira que minha fé seja revigorada e eu possa sentir a alegria de estar junto com os irmãos e as irmãs de fé.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. A FRUSTRAÇÃO SUPERADA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A crucifixão de Jesus foi um duro golpe para a comunidade cristã. Com ela, vieram abaixo os projetos de libertação, carinhosamente acalentados pelos discípulos. As palavras e as ações do Mestre pareciam dignas de fé. Seu modo de ser tinha algo de especial, bem diferente do que até então se tinha visto.  Sua morte na cruz, no entanto, deixou, nos discípulos, o sabor da frustração e da desilusão!
Foi preciso que o Ressuscitado os chamasse à realidade. Eles não estavam dispensados da missão. Por conseguinte, não havia motivo para se dispersarem e voltarem  para sua cidade de origem, uma vez que tinham, diante de si, um mundo a ser evangelizado. Era insensato cultivar sentimentos de morte, quando a vida já havia despontado e se fazia presente no Ressuscitado. Por que fixar-se no aspecto negativo da vida, já que a realidade vai muito além?
Os discípulos de Emaús retratam os cristãos desiludidos de todos os tempos, uma vez que não acreditam na possibilidade de se criar um mundo fraterno. São os pessimistas, centrados em si mesmos, incapazes de projetar-se para além dos próprios horizontes. Ou seja, são cristãos nos quais a ressurreição ainda não produziu frutos.
Só a descoberta do Ressuscitado permite ao cristão superar os reveses da vida. Aí então, ele se dará  conta de que, apesar da cruz, vale a pena somar esforços para construir o Reino.
Oração
Espírito de otimismo, abre meus olhos para que eu perceba a presença do Ressuscitado junto de mim, e assim, reencontre a razão de viver.
Fonte: NPD Brasil em 03/04/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. CAMINHANDO COM JESUS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Nhá Maria era uma senhora bem pobre que gostava muito de vir em nossa casa para receber alguma ajuda. Naquele tempo, o pedinte não era um estranho que causava medo e insegurança como hoje, e nós a acolhíamos na mesa da refeição, porque jamais minha mãe permitia que ela ficasse na porta ou na calçada, um filho de Deus tem que sentar-se á mesa, nos dizia sempre. Claro que os tempos eram outros e ninguém pensava em seqüestro ou assalto. Depois de ouvi-la atentamente, a conversa sempre terminava com a frase tão batida lá em casa, “Se for da vontade de Deus, tudo vai melhorar e dar certo”, que minha mãe dizia, enquanto preparava um cafezinho fresco que a Nhá Maria tomava antes de ir embora, toda agradecida, não sem antes ajudar a arrumar a cozinha.Este evangelho mostra algo que hoje não se pratica muito em nossas relações: ouvir as pessoas, caminhar com elas, saber como está a vida, o que anda pensando ou sonhando, ou porque andam tristes. Passamos de carro, sempre apressados, e no máximo fazemos um aceno ou buzinamos para os conhecidos.
O caminhante que se junta aos dois peregrinos age diferente, percebe que estão tristes e desanimados, se junta a eles, quer saber o que aconteceu, qual a causa da tristeza, ouve com atenção e somente depois é que vai falar, não deixou suas inquietações sem uma resposta, não terminou a prosa com aquele jeito resignado “fazer o que, a vida é assim mesmo...” Como muitas vezes encerramos nossa conversa com alguém que está sofrendo ou desanimado. É bem verdade que os censurou por serem tão lerdos na compreensão da escritura antiga, mas a conversa foi agradável, marcada pela ternura, pois não se pode anunciar o evangelho com gestos bruscos e cara feia, como se quisesse dar uma lição de moral em quem ouve, isso é perda de tempo! O texto não deixa dúvidas quanto a isso, seus corações ficaram abrasados, enquanto Jesus lhes falava, levando-os a descoberta de algo novo, o sofrimento faz parte da vida, mas não é a última palavra.
Considerando-se a intencionalidade do autor, o texto trata de uma celebração eucarística, com duas partes bem distintas: a Palavra e a Eucaristia, aliás, coisa que nós cristãos herdamos do Judaísmo em uma junção da Sinagoga, lugar da reflexão da Palavra, e Templo, lugar do Sacrifício. Vivemos um tempo histórico diferente do que viveram esses discípulos, porém a situação é quase a mesma, achamos difícil perceber a presença do Senhor em meio a um quadro muitas vezes desolador, e a história de Emaús, mais parece uma bela lembrança. Eis uma fé distorcida e fragilizada como a dos dois discípulos peregrinos! No coração do Cristão, Jesus Ressuscitado na maioria das vezes é alguém distante de nossa vida e de nossos problemas, parece que o Jesus da história é um, e o Jesus da Salvação é outro.
Pois esse evangelho, belíssimo por sinal, nos mostra que na comunidade, em cada celebração a história se repete o Senhor nos questiona sobre o que estamos falando pelo caminho desta vida, em que acreditamos, quais são nossas aspirações, o que queremos ver realizado. A palavra que celebramos nos fala da vida de Jesus e de nossa vida também, ela nos encoraja porque penetra em nosso coração, não se restringindo a um mero rito.
Uma caminhada com uma prosa saudável e edificante, fortalecedora e motivadora, não tem coisa mais revigorante neste mundo, assim é que Jesus vem ao nosso encontro em cada domingo. A palavra de Jesus que caminha com eles, não é conversa fiada, lamentação e choramingos, porque as coisas não vão bem, em casa, na comunidade, no trabalho ou na política, Jesus é alguém diferente, que encontrou um sentido novo e sua palavra renovadora, fortalecedora é revigorante, porque nos faz dar a volta por cima, por isso, aos seus discípulos de ontem e de hoje, ele vem confirmar o seu projeto de salvação, anunciando que a morte e a força do mal, não têm nenhum poder sobre o Reino que ele instalou no meio dos homens.
E depois de uma boa conversa, em uma mesa de refeição, Cleofas e seu amigo de caminhada sentem que não podem mais viver sem aquele homem, e o acolhem no coração, quando o conhecem no partir do pão, onde o Senhor partilha com eles seus sonhos e projetos de vida, que ajudam a construir o reino novo.
Não tenhamos medo de percorrer o caminho de Emaús, onde levamos, é verdade, nossos desânimos e fracassos, mas diante da palavra que nos aquece o coração, , manifestemos o desejo de que o Senhor fique sempre conosco, “Fica conosco Senhor pois é tarde, e a noite vem chegando”. E no pão que se parte e reparte, nos fortalecemos, e voltamos com pressa á nossa comunidade, onde não há mais noite, mas na fé caminhamos com os irmãos e irmãs, diante da luz sempre reluzente que é o próprio Deus, presente em Cristo - Jesus!

2. Não estava ardendo o nosso coração?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Realmente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão. Fica conosco, Senhor, é tarde, e a noite já vem!

HOMILIA DIÁRIA


Postado por: homilia
abril 3rd, 2013

Lucas é o único que narra a volta de dois discípulos de Jesus para a cidade de Emaús, após terem vivenciado o martírio de seu Mestre, em Jerusalém.
Jesus havia morrido e uma sensação depressiva tomava conta de Seus muitos discípulos -  não apenas de Seus doze apóstolos. Cada um fugiu como pôde da presença das autoridades que queriam incriminar a todos os que seguiram Aquele que agora estava morto, por conta deste ter levantado tanta insurreição e contradição em Jerusalém e circunvizinhanças.
Aqueles dois discípulos sabiam de tudo. Tinham todas as últimas informações sobre a vida e a morte de uma pessoa conhecida deles. Mas não sabiam  que Aquele que a eles se dirigia – e que outrora estivera morto e agora estava vivo – era a própria fonte de toda vida, o único capaz de lhes tirar daquele estado de profunda angústia.
Porque “sabia-se e sabe-se de tudo”, mas desconhece-se, ainda, o que o Senhor pode fazer, pois Ele é uma resposta que não mais agrada a uma sociedade encantada por tudo o que aprendeu e sabe fazer e ter.
Jesus faz menção de ir embora, mas os dois O convidam a repousar na cidade deles, já que a hora avançara bem. Jesus aceita o convite e compartilha com eles do pão. A partilha fraterna, a solidariedade e o amor constituem a prática que a todos revela a presença viva do Senhor nas comunidades e no mundo. É reconhecido, neste instante, mas desaparece do meio dos dois, segundo o texto.
Comentando o estranho episódio, um deles diz: “Por acaso não ardia o peito dentro de nós enquanto Ele nos falava aquelas coisas?”.
Estar a caminho, à procura, exprime a situação da nossa vida. O caminho requer, também, capacidade de mudar. A Bíblia indica-nos qual é a direção melhor, aquela que nos dá a liberdade dos filhos de Deus. Descubramos que nossos companheiros de viagem são especialmente as pessoas que sofrem. Reconheçamo-nos a nós mesmos como portadores de sofrimentos e necessitados de acompanhamento.
Em nossas convivências, como os dois discípulos a caminho para Emaús, falemos das coisas da vida, de acontecimentos e problemas concretos. Deus faz-se presente na história e indica-nos a direção duma mudança capaz de oferecer uma grande alegria. Então, como os discípulos, também nós diremos: “Não parecia que o nosso coração queimava dentro do peito, quando Ele nos falava na estrada e nos explicava as Sagradas Escrituras?”
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 03/04/2013

Oração Final
Pai Santo, fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando... Abrasa o nosso coração com tua Palavra Criadora, com teu Amor inefável e faz de nós arautos para anunciar o teu Reinado de Amor já presente entre nós, ainda que não em sua plenitude. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/04/2013

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