terça-feira, 19 de março de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 20/03/2019

ANO C


Mt 20,17-28

Comentário do Evangelho

Solicitação de um privilégio

É o terceiro anúncio da paixão no evangelho segundo Mateus. Já o dissemos: o anúncio da paixão, morte e ressurreição de Jesus é uma prolepse que interessa, sobretudo, ao ouvinte ou leitor do evangelho. A mãe dos filhos de Zebedeu, juntamente com seus dois filhos, entra em cena para pedir um favor que, na verdade, é a solicitação de um privilégio: "Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda". O pedido dela é fruto da incompreensão. A verdadeira recompensa está em participar da vida de Jesus e de sua paixão, pois "ao discípulo basta ser como o Mestre" (Mt 10,25), que "não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate de muitos".
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, transforma-me em servidor de meus semelhantes, fazendo-me sempre pronto a doar minha vida para que o teu amor chegue até eles.
Fonte: Paulinas em 27/02/2013

Vivendo a Palavra

O texto nos consola e anima, porque João e Tiago, que conhecemos como os mártires tão admirados, mostram-se aqui humanos como nós, em busca de posições privilegiadas no Reino que Jesus anuncia. Mas o Mestre adverte “Entre vocês não deve ser assim...” Temos que ser diferentes.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/02/2013

Reflexão

Nós todos, que nos dizemos discípulos e discípulas de Jesus, não podemos deixar os critérios do Evangelho para viver segundo os critérios do mundo. No mundo, autoridade significa ocasião para a tirania, a opressão e a busca da satisfação dos próprios interesses, sejam de quais naturezas forem. O próprio Jesus nos fala que entre nós não deve ser assim. Ele é o modelo de autoridade para todos nós, pois sendo verdadeiro Deus, o Senhor de tudo, se fez servidor dos homens e despojou-se de tudo, desde a sua condição divina até a sua vida humana, para nos resgatar e nos fazer participantes da vida divina.
Fonte: CNBB em 27/02/2013

Reflexão

Ao seguir para Jerusalém, Jesus corre sério risco de vida. Sabe que os chefes do povo estão ansiosos para capturá-lo. E o final já se prevê: prisão, condenação e morte. Jesus não se entrega à morte como algo inevitável ou fatal. Sua coerência de vida, seu pacto com a verdade, sua fidelidade aos planos do Pai, tudo isso o impele a prosseguir caminho. Eis que uma mulher desvia a atenção de Jesus para os filhos: quer para eles lugar de honra. O Mestre esclarece que vai entregar a vida por amor; enquanto a mãe fala de buscar segurança e posto importante para os filhos. Voltando-se para ela e seus dois filhos e para os demais discípulos, Jesus lhes esclarece o que significa segui-lo: assumir atitude de serviço na comunidade e entregar a própria vida por todos.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

DUAS ATITUDES CONTRASTANTES

É fácil perceber o contraste entre as duas atitudes apresentadas no Evangelho. Fica, em aberto, a questão: com qual delas mais nos identificamos?
A primeira atitude é a de Jesus, o Filho do Homem, cuja vida está a ponto de ser entregue, como sinal de seu total desprendimento e de sua absoluta fidelidade à vontade do Pai. Caminhando para a morte, tem consciência de não ter dado espaço ao egoísmo, em seu coração. Sua existência definiu-se como serviço generoso aos que viviam oprimidos pelo pecado e precisavam libertar-se.
Contrastando com Jesus, está a atitude dos filhos de Zebedeu. Ambiciosos, querem garantir um lugar de destaque no reino messiânico, que está para ser instaurado, e assim, receber honrarias e serem servidos. Têm apenas ideais de grandeza, postos a serviço do próprio egoísmo. Não lhes interessa o bem que poderão fazer, e sim, os benefícios dos quais irão usufruir. Não lhes passa pela cabeça sacrificarem-se pelos outros, mas exigir que os demais se sacrifiquem por eles.
O cristão, tem diante de si, estas duas possibilidades. A fidelidade à sua vocação cristã dependerá da capacidade de optar pela atitude de Jesus. Embora devendo passar pela cruz, esta é a atitude que corresponde à vontade de Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de desprendimento, não me deixes cair na tentação de buscar as honras deste mundo. E concede-me força para eu seguir sempre as pegadas de Jesus, o qual veio para servir.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Disputas por cargos influentes...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Os evangelhos são escritos produzidos muito tempo depois da morte de Jesus e não são, portanto, escritos sequenciais do tipo relatório fiel dos fatos e de tudo o que Jesus falou. O evangelho de hoje mostra muito bem isso.
A Mãe de Tiago e João vai falar com Jesus em um momento bastante impróprio (não se ela era muito influente junto a Jesus, ou se o evangelista, para não ficar feio para os dois irmãos “pidonhos”, inventou que a conversa foi com a Mãe. Veja bem...
Dá-se a impressão de que Jesus está ali falando com os doze sobre o trágico desfecho de sua vida e a mulher chega para fazer o pedido especial: um cargo de confiança no primeiro escalão do novo Reino. Se fosse assim, os demais discípulos iam olhar para ela e balançar a cabeça em reprovação. O mestre acabou de dizer que tudo vai dar errado, será humilhado, agredido, torturado e morto em uma cruz e os dois querem um cargo de honra? É no mínimo estranho um pedido desse.
Mas tratando-se de um escrito pós-pascal, como são todos os evangelhos, percebe-se que é um ensinamento. O pedido da Mãe dos dois rapazes sonhadores contrasta totalmente com a missão de Jesus e o modo como ele vai realizar a obra da Salvação, plantando definitivamente o Reino de Deus em meio aos homens, e que tem como fundamento o Amor do serviço e da doação da própria vida. Portanto, cargos de confiança ou de honra estão fora de cogitação.
Quando se lê que os outros dez se indignaram contra os dois, ninguém se iluda, achando que eles conheciam a verdade. Não! De modo algum... Mas é que perceberam que os dois irmãos espertos estavam querendo passar-lhe a perna.
Esse é contexto das comunidades de Mateus setenta a oitenta anos após a morte de Jesus, e podemos dizer, sem medo de errar, que é também o contexto das nossas comunidades cristãs implicando todos os ministérios, ordenados e não ordenados, pastorais e movimentos, onde há sim certas disputas acirradas por cargos influentes.
Jesus corrige-nos sobre esse mal entendido, essa interpretação equivocada sobre o Reino que Ele inaugurou, e sobre a Vida em Comunidade, ontem e hoje: Quem quiser ser grande, seja o servo de todos, e quem quiser o primeiro, se faça escravo de todos. Jesus não extingue os cargos e coordenações para os quais são necessários carismas e dons que o próprio Espírito concede, mas afirma que eles devem e precisam sempre ser exercidos como Serviço, gratuito e incondicional...
Em nossas comunidades há sim, pessoas generosas que dão testemunho e agem com esse espírito de serviço humilde, mas há também aqueles que têm a mesma conduta reprovável dos discípulos, naquele momento da reflexão de São Mateus. Pelos primeiros, louvemos a Deus, pelos demais, que não nos falte a misericórdia...

2. Podeis beber o cálice que eu vou beber?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Jesus chama os Doze Apóstolos de lado e explica-lhes o que vai acontecer em Jerusalém. Apóstolos e discípulos não entenderam quando Jesus lhes anunciou que, em Jerusalém, devia sofrer, morrer e depois ressuscitar. Não era o que esperavam. Esperavam o primeiro lugar no Reino de Davi. É o pedido interesseiro que a mãe dos filhos de Zebedeu faz a Jesus. Que seus filhos ocupem os primeiros lugares, quando Jesus estiver em sua glória.

HOMILIA DIÁRIA

No Reino dos Céus, o maior tem de ser aquele que serve a todos

Postado por: homilia
fevereiro 27th, 2013

Deus educa-nos à prática do bem e da humildade. Entregando sua vida ao Pai, Jesus preparava os discípulos para o anúncio do Reino: “Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos sumos sacerdotes e aos mestres da Lei. Eles o condenarão à morte”.
O Mestre toma a decisão livre e também responsável. Digo “livre e responsável”, porque só os homens livres é que são responsáveis pelos seus atos. E o viver de Jesus entre nós foi uma liberdade total na obediência à vontade de Deus, Seu Pai. Chegada a hora crucial, Cristo decide dirigir-se para Jerusalém para fazer Seu anúncio e consumar os mistérios pascais. Para tanto, o Mestre empenha-se em esclarecer aos Seus discípulos sobre os riscos que lá o aguardam, pois sabia que os chefes judeus haviam decidido a Sua morte.
Por outro lado, vemos os discípulos como que desconhecendo tudo o que Jesus falava. E o mais grave é que eles pensavam que Jesus – dirigindo-se para Jerusalém – consolidaria o poder político anunciado pelos profetas, o que também não passava de um mal entendido sobre o real messianismo do Ungido do Senhor. É o que eles esperavam e expressavam nos bastidores como sendo a “glória”.
Portanto, pensavam tomar parte do poder político de Jesus e, talvez, até serem nomeados “ministros”, “senadores”, “governadores” enfim.
Jesus, porém, descarta o poder político, caracterizado como opressor e tirânico. No Reino dos Céus, o maior tem de ser aquele que serve a todos. O primeiro tem de ser o último. Cristo renova nos discípulos a proposta de consagrarem sua vida ao serviço dos mais necessitados, pelo que os excluídos são reintegrados na vida e Deus é glorificado. Pois o Seu ministério é de comunhão. É partilha e serviço. É vida e compromisso.
De outra parte, a mãe dos filhos de Zebedeu faz-lhe um pedido de privilégio, de destaque para seus filhos, porque, também ela pensava, se fizer um pedido Àquele que em breve terá “a faca e o queijo na mão”, os meus filhos terão um cargo importantíssimo no Seu governo. Todavia, Jesus mostra-lhe como eles podem conseguir. Será à custa de muito sacrifício. O cálice de fel, de mortificação, de jejum, de penitência e oração.
Estando nós no tempo da Quaresma, não podemos nem devemos almejar outro cálice, senão o de conversão e misericórdia.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 27/02/2013

Oração Final
Pai Santo, dá-nos força para não nos acomodarmos, coragem para nos tornarmos diferentes, discípulos missionários de tua Igreja, anunciadores do teu Reino de Amor já presente neste mundo, pois foi vivido e anunciado pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/02/2013

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