terça-feira, 13 de novembro de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 14/11/2018

ANO B


Lc 17,11-19

Comentário do Evangelho

Fé e gratidão

Nesta narrativa da cura dos dez leprosos, exclusiva de Lucas, fica em evidência a prática de Jesus em vista da inclusão social. A lepra, além das lesões corpóreas que produzia, levava também à exclusão social. Pela Lei religiosa judaica, os leprosos deviam habitar em lugares desertos e lhes era proibido aproximar-se de qualquer outra pessoa (Lv 13,45-46). Diante do pedido dos leprosos, Jesus os envia aos sacerdotes. A caminho, eles são curados. Porém, só um, o qual era samaritano, entende que deve voltar a Jesus para agradecer-lhe, glorificando a Deus. A fé deste samaritano, acompanhada da gratidão, é exaltada por Jesus como fonte de salvação. Os outros nove, embora tivessem crido em Jesus, continuavam atrelados ao judaísmo. Lucas e João, em seus evangelhos, dão destaque maior aos samaritanos pelo seu acolhimento a Jesus, ao contrário dos judeus, que o rejeitaram. Na inclusão social do leproso vê-se também a inclusão dos samaritanos no Reino de Deus.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, que o meu coração, repleto de fé, reconheça Jesus como a mediação de todas as graças e favores que recebo de ti.
Fonte: Paulinas em 14/11/2012

Vivendo a Palavra

Gratidão é a virtude valorizada pelo Mestre neste texto. Jesus não reclama reconhecimento a Ele mesmo, mas que saibamos dar glória a Deus Pai por sua presença amorosa em nós, sinalizada pelos dons maravilhosos da própria vida e da fé que nos anima na caminhada.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/11/2012

Reflexão

Jesus não quer simplesmente realizar a cura das pessoas, ele quer a libertação integral e a reinserção social de todos os que são por ele curados. Quando Jesus manda que os dez leprosos se apresentem diante dos sacerdotes, ele está realizando a cura deles e quer que eles tenham autorização para voltar a participar ativamente da vida comunitária, o que não era permitido aos leprosos, que eram considerados impuros e, por isso, excluídos da sociedade. Somente quando os sacerdotes constatavam a cura da lepra, poderiam voltar ao convívio de todos.
Fonte: CNBB em 14/11/2012

Reflexão

Segundo o Levítico (Lv 13,45-46; 14,2), o leproso ficava impedido de participar do culto religioso e da vida social. Cruel marginalização. Por isso eles se mantêm à distância e gritam a Jesus, pedindo ajuda. Mostrar-se aos sacerdotes era exigência da Lei como confirmação da cura realizada. Jesus constata, com tristeza, a ingratidão de nove leprosos. Foram salvos da opressão que os esmagava, mas não foram capazes de reconhecer seu salvador. Envolveram-se de tal modo com o cumprimento minucioso da Lei, que esqueceram o dever da gratidão. Somente um samaritano, representante de um grupo desprezado pelos judeus, retorna, glorifica a Deus em alta voz, dá graças a Jesus e se prostra a seus pés. Atitudes de pessoa sensível à ação de Deus em sua vida. Gratidão e abertura de coração.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

SENTIMENTO DE GRATIDÃO

O reconhecimento e a gratidão são sentimentos nobres de quem sabe acolher como dom os benefícios recebidos de Deus. Apesar de serem tantas as pessoas beneficiadas por seus milagres, Jesus estava atento para este aspecto. Não lhe passava despercebida a reação de quem se via curado por obra de seu amor misericordioso.
Por ocasião da cura de dez leprosos, só um teve a gentileza de voltar para agradecer a Jesus. E era um samaritano, portanto, um estrangeiro, na mentalidade dos judeus. A gratidão brotou de um excluído e desprezado como pagão. Só ele foi capaz de glorificar a Deus, cujo Reino se fez presente em sua vida pela ação de Jesus. O gesto de adoração do samaritano, prostrado com o rosto em terra, aos pés do Mestre, demonstrou a consolidação de sua fé naquele, a quem recorrera com tanta confiança. E foi salvo pela fé.
O que se passou com os outros nove curados? Por que não voltaram para agradecer o dom da cura, que lhes permitiu reconquistar o direito de cidadania? Talvez, se tivessem esquecido de que haviam recebido um dom totalmente gratuito, ou pensassem que Jesus havia feito simplesmente sua obrigação. Logo, não era necessário voltar para agradecer-lhe.
É a ingratidão de quem, sendo agraciado com os benefícios divinos, permanece fechado aos apelos do Reino de Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, quero ter um coração agradecido, que saiba reconhecer tantos benefícios que eu, sem mérito algum, recebo, cada dia, de ti.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A FÉ COR DE CINZA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Às vezes entre os próprios cristãos há uma anedota de que, para a pessoa ser crente, tem que ser direita, séria, a Fé nesse caso é avaliada pelas atitudes, deixou de fumar, de beber, de levar uma vida devassa, dizem que a pessoa então, virou crente, e qualquer não participação da mesma, em algo que signifique diversão e descontração, lá vem alguém com a piadinha desrespeitosa: “ Esse aí virou crente”
Penso que ter uma nova atitude, a partir do momento em que se encontrou Jesus Salvador, e o proclama-se Senhor da nossa Vida e da nossa História, é válida e deve ser respeitada, principalmente em meio a uma sociedade marcada pelo ateísmo.
Essa Fé cor de cinza que eu quero aqui abordar, vai além dessas aparências que possam sinalizar uma vivência cristã na vida das pessoas. É exatamente a Fé daqueles nove leprosos que não voltaram, recebendo a crítica do evangelista Lucas nesse evangelho do 28º Domingo do Tempo Comum.
Provavelmente em nossas igrejas cristãs, nos sentiremos exortados por essa palavra, para que tenhamos sempre a atitude do Leproso que voltou para dar glória a Deus, pelo dom da sua cura. Certamente muitos pregadores irão dar enfoque à virtude da gratidão, dizendo que diante de Deus devemos ser gratos, no que não estão errados, no fundo a mensagem seria mesmo essa. Mas tenho como proposta fazer uma reflexão ainda mais profunda, válida para todos os que se declaram e se sentem cristãos: qual a diferença entre os nove que não voltaram, e aquele que voltou?
Até o momento em que encontraram Jesus, eles eram exatamente iguais, vítimas da mesma desgraça, a lepra, uma doença que acabava com a alegria de viver, porque o homem, longe do seu semelhante, isolado de seus irmãos, se transforma em um “Bicho Triste”. Banido da sociedade, da família e da comunidade.
O texto não fala que um suplicou mais do que o outro, ou que um gesticulou, ou ficou de cabeça baixa, ou que alguém entre eles, se ajoelhou, simplesmente pararam á distância e clamaram por misericórdia. Vendo-os Jesus disse “Ide mostrar-vos aos sacerdotes”. Até aqui, portanto, nenhuma diferença, tudo exatamente igual, mas aconteceu que enquanto caminhavam ficaram purificados....aqui começa a diferença de atitudes....e a Fé começa a ter uma cor.
Os dez se deram conta de que algo de extraordinário tinha acontecido com eles, a partir daquele momento não eram mais leprosos, poderiam voltar de imediato ao convívio dos familiares, dos amigos, e da comunidade, acabou-se a confinação, o isolamento, a vidinha triste do acampamento de Leprosário, se tinham esposas ou mães e pais, irmãos e irmãs, quem sabe alguma noiva, tudo havia agora se renovado, a vida recomeçava com um horizonte novo e promissor. A cura não era mais uma promessa, mas realidade palpável e concreta, pele limpa, mãos e rosto intacto e sem deformações monstruosas. Podiam comemorar e extravasar toda alegria presentes na alma e no coração.
Com certeza, os dez sentiram naquele momento toda essa euforia , entretanto, na comemoração, só um deles teve a ousadia de “extrapolar”, não havia como deixar fora desse clima de Festa, Aquele que realizara tal prodígio, seria impensável para ele, prosseguir o caminho sem antes festejar a cura com aquele que o havia curado, mas junto com a alegria também o sentimento de gratidão,Simplesmente porque acaba de ser curado. Não damos glória a Deus porque somos bons cristãos, praticantes da religião, cumpridores das obrigações cristãs, mas damos Glória a Deus, porque o seu Amor é grandioso e infinito, e em Jesus o Filho de Deus, já podemos sentir esse amor extremamente misericordioso.
Imagino que no caminho de volta esse homem fez a maior festa, cantando, dançando, dando murros no ar para extravasar a sua incontida alegria. A sua Fé tinha a cor da alegria, era uma Fé contagiante, marcada antes de tudo pelo encanto que começara a sentir pela pessoa de Jesus, por isso o Senhor irá lhe dizer “Vai, a tua Fé te salvou”. Os outros nove continuaram curados da lepra, mas este estrangeiro acabara de descobrir que somente Jesus, Salvador e Redentor consegue dar um sentido novo á nossa vida, somente ele é a razão de se viver.
Provavelmente procurou o Sacerdote, representante da Instituição, que iria apenas confirmar aquilo Jesus realizara em sua vida, o verdadeiro rito manifesta aquilo que é essencial, sinalizando o agir Divino.
Em todos os domingos, nós cristãos temos um encontro privilegiado com Jesus em nossas comunidades, sua palavra nos encanta e a Ceia Eucarística que é o seu Corpo e Sangue, passa a fazer parte do nosso Ser Existencial, O Mistério da Força da Eucaristia nos desinstala de nós mesmos, nos leva a buscar a comunhão com as pessoas que nos cercam e com quem convivemos na Comunidade, na Família e na Sociedade.
Qual a cor da Fé que manifestamos em nossas celebrações? Se for a do rito formal de uma liturgia “quadrada” que sufoca em nós a alegria de manifestar o amor de Deus, se for a de um formalismo religioso vivido em uma igreja das obrigatoriedades e preceitos, ela será sempre CINZA como a dos nove Leprosos, que preocupados com o aspecto legalista da relação com Deus, esqueceram ou não quiseram comemorar com Aquele que é a causa, a razão e o sentido desta Vida Nova que nos libertou da tristeza do pecado.
Fé que se fecha em nossas igrejas, não irradia alegria de ser amado, e não contagia as pessoas com quem convivemos, será sempre cor de CINZA, e nossas celebrações serão sempre enfadonhas, monótonas, não vemos a hora de acabar, para voltar ao Leprosário do nosso egoísmo, do mundinho religioso que inventamos, onde nada mais enxergamos além do próprio umbigo. Essa Fé não salva e nem cura ninguém, nem a nós mesmos..
Fonte: NPD Brasil em 14/11/2012

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A Opção Fundamental
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Quem durante a infância ou adolescência, não brincou em uma casa inacabada? Na minha rua tinha uma que nos abrigava após as malandragens, só tinha uma parte do telhado e buracos disformes em lugar das portas e janelas. Invadida pelo matagal tornara-se um depósito de lixo, virando ainda esconderijo de casais mal intencionados e de bandidos de outras plagas que ali pernoitavam. É para isso que serve uma casa inacabada, para ser usada para o mal.
Poderia ser uma bela casa e abrigar uma família de bem, mas acabou ficando daquele jeito, escura, triste, feia e abandonada, e tudo por falta de planejamento do seu construtor, que não teve o bom senso e a prudência de sentar-se para elaborar o orçamento, planejando o início e o término da obra, que desta forma tornou-se um testemunho vergonhoso contra ele.
Na outra parábola, Jesus é ainda mais claro, qual o rei que antes de sair para o combate, primeiro não se senta para avaliar se valerá a pena marchar contra o inimigo que vem com um exército numericamente superior, e depois envia mensageiros para negociar a paz?
Em qualquer empreendimento humano é necessário um planejamento para atingirmos a meta. Em nossos trabalhos pastorais e, sobretudo na missão fundamental de evangelizar, pecamos muito por falta de planejamento, esse também é o pecado de algumas pastorais e movimentos, pois nem sempre nossos planos pastorais são levados a sério e daí, é claro que os resultados nem sempre serão os esperados.
Em resumo o evangelho quer nos ensinar que antes de tomar uma decisão importante, é preciso pensar e refletir porque depois da decisão tomada, haverá consequências às quais temos que assumir. Um exemplo claro disso é o casamento, onde os casais recebem o sacramento, mas não têm consciência sobre o que estão assumindo e daí não perseveram na vida a dois e o casamento se transforma em uma casa velha, inacabada, que só trará desgosto e aborrecimento.
Pode assim entender por que as palavras de Jesus parecem ser tão duras e exigentes neste evangelho! No meio da multidão dos seus seguidores, e também nas comunidades de Lucas, havia muitas pessoas que ainda não tinham entendido o que é ser cristão, pois Jesus e seu evangelho não é apenas uma opção a mais, mas é a única e verdadeira opção para quem quer ser discípulo.
Ser cristão não é poder escolher em uma vitrine, algumas virtudes, ideologias ou tendências que mais nos agradem. Infelizmente há muitos que agem desta forma e por isso acabam fragmentando o evangelho e os ensinamentos cristãos, idealizando a imagem de um Jesus Cristo mais "Light", esquecendo-se que Cristo não é apenas a parede da casa, mas o alicerce sobre o qual construímos a nossa existência e tudo se fundamenta nele: nossa relação com os outros, tudo o que somos e temos, absolutamente nada deve ficar fora do ideal cristão!
É isso que Jesus quer dizer com a palavra desapego e renúncia, que não significa abrir mão de tudo que se tem, mas sim colocar o reino de Deus acima de todas essas coisas, até mesmo das relações afetivas com os familiares, simplesmente porque tudo o que temos e somos nesta vida é transitório e efêmero diante do Reino.
Há cristãos que planejam mal a sua vida de fé, muitas vezes almejam a glória da ressurreição tentando cortar por atalhos o caminho do calvário, esquivando-se da cruz que nos pertence, mas que o Senhor carregou por todos nós. Este é na verdade o grande perigo desse cristianismo da modernidade, ser discípulo de um Cristo sem cruz, onde não se precise fazer renúncias e nem desapegos, onde não seja necessário tomar decisão radical a favor do evangelho e nem se precise ser tão exigente conosco, no campo da ética e da moral.
As renúncias devem estar presentes em nosso dia a dia, como consequência natural de quem fez uma opção fundamental por Jesus, trata-se de uma escolha que se iniciou no dia do nosso batismo, quando pais e padrinhos falando em nosso nome, confiantes no efeito da graça de Deus em nossa vida, prometem solenemente naquele dia RENUNCIAR todas as forças do mal, contrárias ao reino que Jesus inaugurou.

2. Dez leprosos vieram ao encontro de Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Iniciamos a quinta etapa da subida de Jesus a Jerusalém. Jesus entra numa aldeia e se encontra com dez leprosos. Pararam à distância, como mandava a Lei, e gritaram: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós”. Estes e outros necessitados sabem rezar. Um reconhecimento de que Jesus é Mestre e uma súplica. Oração breve que diz tudo da parte de quem fala e diz tudo rapidamente para quem deve ouvir. Pequena oração que podemos repetir sempre e muitas vezes. Um deles era samaritano e foi o único que voltou para agradecer. Agradecer também faz parte da oração. No início da primeira etapa da subida a Jerusalém, Tiago e João queriam fazer descer fogo do céu sobre os samaritanos que não receberam Jesus em sua aldeia. No fim da etapa, Jesus conta a parábola do Bom Samaritano. Sacerdote e levita judeus passaram adiante, só o samaritano se debruçou sobre o homem ferido jogado na beira do caminho. Agora só o samaritano volta para agradecer. Jesus não está criticando os judeus e elogiando os samaritanos. Ele está dizendo que não basta estar dentro!

HOMILIA DIÁRIA

Tenho um coração agradecido diante de Deus?

Postado por: homilia
novembro 14th, 2012

“Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão?” A obediência daqueles dez leprosos à Palavra de Jesus consegue a cura, mas aparentemente a falta de gratidão de nove agraciados os desvia de quem foi seu Salvador. Em Jesus, aquele leproso samaritano – infiel e herege segundo os judeus – encontrou o Deus verdadeiro e o seu representante na terra. Por isso, dirá Jesus ao samaritano: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”. Há, pois, um contraste entre cura e salvação que o mundo atual não percebe, porque os bens imediatos – embora não sejam tudo – são os únicos que interessam e preocupam à maioria.
Aqueles leprosos marginalizados aproximam-se de Jesus. Apesar de sua total culpabilidade perante Deus e os homens, eles têm esperança. Sua cura dependia daquele Mestre, de quem tinham ouvido falar como grande médico e curandeiro. O grito deles pode ser também o nosso, quando a esperança só tem como base a bondade divina: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!”
Como pensamos que Deus vê nossas vidas? Limpos e puros ou tão terrivelmente marcados pelo mal que parecemos leprosos cheios de imundície?
O ponto de partida para a ação divina é a súplica. Jesus não os busca. São eles que buscam Aquele que tem poder para curá-los. O resto é um mandato: conformem-se com a Lei, se é que querem viver em sociedade novamente. No tempo do profeta Eliseu, Naamã recebeu a ordem de se lavar no Jordão. Agora, com Cristo, os dez leprosos foram enviados ao sacerdote. Nada há de anormal ou extraordinário em ambas ocasiões. É a obediência que atrai a ação de Deus e transforma o homem em seu filho amado no qual encontra satisfação.
O agradecimento é essencial nas relações com Deus. Todos nós somos semelhantes aos nove leprosos curados. Incapazes de uma súplica que não seja uma petição de ajuda. Uma vez obtida a mesma, esquecemos o louvor, o elogio, a ação de graças. Nossa religiosidade tem muito de oportunismo, de interesse, de ingratidão. Conformamo-nos com o nosso bem-estar e esquecemos o muito que temos recebido como dom. O pouco mal que nos atinge não nos permite enxergar o muito de bem que nos rodeia. Por isso, a queixa é mais abundante que o louvor.
Por esse egoísmo próprio de quem só olha seu próprio bem, esquecemos que os bens são fruto de uma dádiva divina. Nos servimos de Deus, não servimos a Ele. E a melhor maneira de servi-Lo é agradecê-Lo e obedecê-Lo.
Esquecemos que os bens agora possuídos são uma simples amostra do que nos espera se a gratidão toma conta de nossas vidas. O canto às misericórdias de Deus, nesta vida, é só o começo do canto sem fim que será o “modus vivendi” na eternidade. Desde já devemos aprender a recitá-lo, caso queiramos vivê-lo como experiência existencial.
Não temos lepra que nos separe socialmente, mas a aids, a etnia, a pobreza, marginaliza muita gente neste mundo que se gloria de sua globalização. Quem não tem ouvido falar dos ciganos, dos negros, dos indígenas ? E eles não são “contagiosos”. O contágio, pelo contrário, é a ideia de que existem classes e diferenças.
A gratidão implica em ações de graças, pelas quais comunicamos e partilhamos com os outros, os bens recebidos por nós.
Pai, que o meu coração, repleto de fé, reconheça Jesus que me liberta de todas as lepras que o mundo semeia entre os homens.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 14/11/2012

Oração Final
Pai Santo, nós queremos ser crianças no teu Reino. Mantém-nos encantados pela Criação e agradecidos pelos dons que recebemos da tua misericórdia. Não permitas, Pai amado, que nos acostumemos com as tuas maravilhas, mas que elas nos encantem para sempre. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/11/2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário