segunda-feira, 29 de outubro de 2018

LEITURA ORANTE DO DIA - 28/10/2018



LEITURA ORANTE

Mc 10,46-52 - Fé que devolve a luz


Saudação
- A nós, reunidos pela rede da internet,
a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Jesus Mestre, que dissestes:
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome,
eu aí estarei no meio deles", ficai conosco,
aqui reunidos para melhor meditar
e comungar com a vossa Palavra.
Sois o Mestre e a Verdade:
iluminai-nos, para que melhor
compreendamos as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho:
fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida:
transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus
produza frutos abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio, se possível, na Bíblia, o texto: Mc 10,46-52, e
observo pessoas, Jesus e o cego Bartimeu.
Jesus e os discípulos chegaram à cidade de Jericó. Quando ele estava saindo da cidade, com os discípulos e uma grande multidão, encontrou um cego chamado Bartimeu, filho de Timeu. O cego estava sentado na beira do caminho, pedindo esmola. Quando ouviu alguém dizer que era Jesus de Nazaré que estava passando, o cego começou a gritar:
- Jesus, Filho de Davi, tenha pena de mim! Muitas pessoas o repreenderam e mandaram que ele calasse a boca, mas ele gritava ainda mais:
- Filho de Davi, tenha pena de mim! Então Jesus parou e disse:
- Chamem o cego.
Eles chamaram e lhe disseram:
- Coragem! Levante-se porque ele está chamando você!
Então Bartimeu jogou a sua capa para um lado, levantou-se depressa e foi até o lugar onde Jesus estava.
- O que é que você quer que eu faça? - perguntou Jesus.
- Mestre, eu quero ver de novo! - respondeu ele.
- Vá; você está curado porque teve fé! - afirmou Jesus.
No mesmo instante, Bartimeu começou a ver de novo e foi seguindo Jesus pelo caminho.
Refletindo
Bartimeu, cego, marginalizado, "sentado à beira do caminho, pedindo esmola", percebe o que outros não percebem: Jesus de Nazaré que passa. A sua fé, mesmo se imperfeita, é mais luminosa do que a vista dos que enxergavam. É através desta fé que ele receberá de Jesus o dom da recuperação da visão. Curado "porque teve fé", Bartimeu "segue" Jesus pelo caminho. O itinerário deste cego é um forte testemunho de fé, iluminação, chamado e seguimento do Mestre.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
A minha vivência da fé em Jesus Cristo é para ser comunicada.
Meditando
Como dizem os bispos da América Latina:
"Desejamos que a alegria que recebemos no encontro com Jesus Cristo, a quem reconhecemos como o Filho de Deus encarnado e redentor, chegue a todos os homens e mulheres feridos pelas adversidades; desejamos que a alegria da boa nova do Reino de Deus, de Jesus Cristo vencedor do pecado e da morte, chegue a todos quantos jazem à beira do caminho, pedindo esmola e compaixão (cf. Lc 10,29-37; 18,25-43)." (DAp 32).

3. Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo com o bem-aventurado Alberione:
Jesus Mestre,
disseste que a vida eterna consiste em conhecer a ti e ao Pai.
Derrama sobre nós, a abundância do Espírito Santo!
Que ele nos ilumine, guie e fortaleça no teu seguimento,
porque és o único caminho para o Pai.
Faze-nos crescer no teu amor,para que sejamos,
como o apóstolo Paulo testemunhas vivas do teu Evangelho.
Com Maria, Mãe Mestra e Rainha dos Apóstolos,
guardaremos tua Palavra,
meditando-a no coração.
Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tem piedade de nós.

4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus.
Uma nova visão no meu modo de pensar e agir,
conforme o Projeto de Jesus Mestre.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patrícia Silva, fsp
irpatricias@gmail.com

Leitura Orante
30° Domingo Tempo Comum, 28 de outubro de 2018


TECENDO OLHARES

“Rabuni, que eu volte a ver” (Mc 10,51)

Texto Bíblico: Marcos 10,46-52

1 – O que diz o texto?

Continuamos fazendo caminho com Jesus, rumo a Jerusalém. Estamos na última cena, antes de entrar na “cidade santa”, onde acontecerão os mistérios centrais da nossa fé: Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.
Detenham em alguns detalhes que o evangelista Marcos deixa transparecer no evangelho deste domingo, para uma maior assimilação do modo de ser e agir de Jesus.
O cego Bartimeu é o símbolo da marginalização: está fora do caminho, jogado na sarjeta, sem poder se locomover, percebendo como os outros vão passando por ele, dependendo deles, de suas esmolas e de seus cuidados, porque não podia fazer outra coisa. Trata-se de um homem na beira do caminho, que vive à custa da bondade ou da maldade dos outros e, na maioria das vezes, à mercê da indiferença de todos; um homem sem ofício nem benefício e sem serviços sociais que o sustentassem ou o acompanhassem; um ser humano de quem ninguém queria se aproximar porque era tido também como impuro; um cego sem companhia, sem possibilidade de ser amado, habitando na solidão física e psíquica, com o agravante de sentir-se julgado e culpado, sem possibilidade de defesa, porque a sentença já era pública.
Jesus é aquele que ouve, para e chama justamente aquele cego cujo grito perturbava e incomodava a “tranquilidade” da multidão que o seguia. Ele interrompe bruscamente a sua caminhada apressada para Jerusalém. Os dois ainda não se conheciam, mas era forte, em ambos, o desejo de se encontrar.
O cego levanta-se de um pulo, deixa de lado seu manto, sem hesitar: sua proteção, sua segurança, seu teto..., e entra na luz do olhar de Jesus. Sai de seu fechamento (o manto era considerado um prolongamento da pessoa); desfaz-se do que lhe trazia segurança e recupera sua dignidade: “pôs-se de pé”.

2 – O que o texto diz para mim?

A situação de Bartimeu já estava determinada, ou seja, a exclusão; ele aparece aqui como alguém consciente de sua situação desesperada, de seus limites e de que sozinho não poderia superá-los. Mas não fica resignado com sua situação; este é o ponto de partida. Daí o grito por compaixão, quando percebe que Jesus passa por perto.
Como cego, não tem outro meio de chamar a atenção de Jesus senão gritando. Muitas pessoas próximas se irritam e o mandam calar a boca, mas ele o chama mais alto ainda. Ele investe toda sua força nessa oportunidade única e vai até Jesus, expressando assim sua alegria em encontrá-lo e em receber a sua ajuda.
Ao lhe perguntar - “o que queres que eu te faça?” Jesus está ativando o protagonismo no outro, estabelecendo um diálogo de tu a tu, sem intermediários, oferecendo-lhe a possibilidade de afirmar-se diante de alguém, de ter uma palavra que é escutada (não só um grito que se instala como música de fundo para os transeuntes indiferentes), de expressar os desejos de seu coração, de “empalavrar” suas aspirações e esperanças. O espaço de diálogo experimentado devolve ao cego a confiança, conecta com suas forças resilientes, lhe confere autonomia e o mobiliza a entrar no caminho de Jesus.
A capa que antes acompanhava o cego e o protegia, agora é abandonada. Fica lá, na beira da estrada, marcando o lugar da mudança. A imagem que ela representa é coisa do passado. A capa continua lá no mesmo lugar, mas Bartimeu, agora tomado pelo olhar de Jesus, é homem do caminho, discípulo, seguidor. Ao chamado de Jesus, reage dando um salto. Salta para um novo olhar, salta ainda mais para um novo ser. Salta da vida sem graça, limitada a pedinte da margem do caminho, para a graça da vida de caminheiro solidário rumo à transformação.
Bartimeu viveu a experiência de uma profunda “travessia”: antes, cego e sentado à beira da estrada pedindo esmola; agora, com a visão recuperada, pode fazer a sua escolha: “e seguia Jesus pelo caminho”. Esta frase expressa mobilidade e proximidade. Depois da experiência do encontro com Jesus, Bartimeu passou da imobilidade ao movimento, da exclusão à inclusão, do afastamento à proximidade...
Para ele, a obscuridade se tornou luz; a marginalidade se tornou estrada; o estranho se tornou familiar; a liberdade se tornou gratidão; a exclusão se tornou seguimento...

3 – O que a Palavra me leva a experimentar?

Ao “fixar seu olhar” em mim, chamando-me pelo nome, serei movida a fazer eleições mais radicais e integrais pelo Reino, segundo o modo de ser, de viver e de fazer do próprio Jesus.
“Chamado-resposta” implica, pois, uma troca comprometedora de olhares. O olhar transparente e livre de Jesus ressuscita o meu olhar tímido e estreito e me capacita a olhar amplos horizontes: seu povo, seu mundo dividido e excluído... Seu olhar me predispõe a encontrar motivações saudáveis e maduras que me permitam olhar e viver no contexto atual plural com amor, com entusiasmo e criatividade.
Preciso suplicar como o cego do relato de Marcos: “Rabuni, que eu volte a ver” para poder reconhecer e agradecer, descobrir portas onde antes via muros. Hoje sou afetada por muitas cegueiras: não vejo aqueles que economicamente não são contados, e há milhões de pessoas consideradas invisíveis.
Estou ameaçada pela cegueira da segurança, da intolerância, do preconceito..., e aqueles que são diferentes me parecem estranhos. As telas frias dos aparelhos eletrônicos tiram o brilho e o calor de meu olhar e petrificam o meu coração. Vivo cega pela pressa e pelo auto-centramento; e as rupturas humanas, as divisões e o ódio, embotam meus sentidos e me cegam a respeito de minha unidade essencial.
É preciso deixar que o Evangelho e os outros vão me tirando as vendas, vão me curando a visão, vão me despertando para que eu possa chegar a ser uma pessoa de olhos grandes, que contemplam a vida em sua profundidade e em sua vulnerabilidade, e também em suas infinitas possibilidades.

4 – O que a Palavra me leva a falar com Deus?

Senhor, eu sei que toda a realidade me entra pelas janelas de meus olhos. Cultivar a espiritualidade em minha vida cotidiana tem a ver com aprender a olhar de outra maneira, e aprender a observar sem qualificar, sem medir, sem emitir juízo, simplesmente, recebendo o que existe, deixando-o ser, dando-lhe espaço.
Uma visão sadia, é aquela que sabe ver o outro no melhor de si mesmo, em seu mistério único, em sua originalidade, em todo seu potencial latente ainda por acontecer; e que sabe também aceitar suas arestas, sua parte de sombra, sem rejeitar nada. Um olhar que descobre uma sensibilidade por debaixo da aparente aspereza, que reconhece a benção que se oculta por detrás da ferida. Um olhar amável e incondicional que oferece o espaço para que o eu existencial comece a se desatar e a vida possa fluir.
Que eu possa olhar através dos outros e ativar dentro de mim aquela bem-aventurança: “Ditosos vossos olhos porque veem” (Mt 13,16).
A oração é o ambiente natural para mobilizar-me, expandir meu olhar e preparar-me para o grande salto da vida: um novo projeto, um novo compromisso, uma nova missão...

5 – O que a Palavra me leva a viver?

Chegarei algum dia a aprender, como Jesus, a olhar através dos olhos dos simples e pequenos deste mundo...
Quando eu me abrir a outros olhares, quando eu chegar a poder olhar pelos olhos daqueles que estão em um lado da vida diferente do meu, expande-se em mim a capacidade de perceber e agradecer a realidade.
Meu modo de olhar depende do lugar onde piso: olhar burguês, olhar preconceituoso, olhar intolerante...
Fazer um pequeno exercício de “olhar a si mesmo” com o olhar do pobre, do excluído, daquele que pensa e sente diferente...

Fonte:
Bíblia Novo Testamento – Paulinas: Marcos 10,46-52
Pe. Adroaldo Palaoro, sj

Sugestão:
Música: Um novo olhar sobre a cidade – fx 05 (02:28)
Letra e música: Pe. José de Freitas Campos
Solo: Ricardo Campos
Coro: Astúlio Nunes, Paulo R. Campos, Ricardo Gomes, Dalva Tenório, Claudia
Ferrete, Vilma Faggioli
CD: As pedras falarão
Gravadora: Paulinas Comep

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