terça-feira, 9 de outubro de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 09/10/2018

ANO B


Lc 10,38-42

Comentário do Evangelho

A importância da escuta

Lucas, com esta sua narrativa que lhe é exclusiva, ilustra duas atitudes de acolhimento de Jesus, que se complementam. Marta dedicava-se aos cuidados de preparação da refeição, certamente com preocupações supérfluas, em vista da dignidade do hóspede. Jesus intervém quando Marta quer coagir Maria a ajudá-la nesta tarefa. Nesta atitude vê-se que ela julgava mais importante o supérfluo da refeição, indo além da simplicidade, do que a escuta da palavra e o diálogo com Jesus. Jesus, então, mostra a Marta que o fundamental é a escuta da palavra. A narrativa não tem o sentido de exaltar a vida contemplativa como superior à vida ativa. Trata-se de compreender que toda atividade só tem sentido quando orientada para o cumprimento da vontade de Deus, revelada por sua Palavra, que deve ser escutada e posta em prática. A narrativa, também, pode ser entendida como uma instrução para as casas que acolhem os missionários. As mulheres, donas de casa, não devem ater-se apenas aos serviços materiais de acolhida, que deve ser simples, mas devem dedicar-se, também, à escuta da palavra, como discípulas de Jesus.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, que o meu agir não seja movido por um ativismo insensível à palavra de Jesus. Antes, seja toda a minha ação decorrência da escuta atenta desta palavra.
Fonte: Paulinas em 09/10/2012

Vivendo a Palavra

O Evangelho aborda o tema sempre atual da opção de vida. Para sabermos se somos Marta ou Maria, vamos analisar o que fazemos do nosso tempo, de nossas energias, ou do dinheiro que ganhamos. Qual é o nosso desejo mais profundo? O que nos atrai na vida: a sedução do mundo ou o Reino do Pai?
Fonte: Arquidiocese BH em 09/10/2012

VIVENDO A PALAVRA

O Evangelho aborda o tema sempre atual da opção de vida. Para sabermos se somos Marta ou Maria, vamos analisar o que fazemos com o nosso tempo, com as nossas energias, ou com o dinheiro que ganhamos e gastamos. Qual é o nosso desejo mais profundo? O que verdadeiramente nos atrai na vida: a sedução do mundo ou o Reino do Pai?

Reflexão

Existem pessoas que se sentem angustiadas diante do sofrimento de outras pessoas, das injustiças, das carências e necessidades dos outros e também diante da descrença que existe no mundo de hoje, e, movidas por essa angústia, se entregam de corpo e alma no trabalho evangelizador, promocional e assistencial. Porém, todos nós devemos levar em consideração que o mais importante nem sempre é o que estamos fazendo, mas a motivação pela qual agimos e a consciência de que, na verdade, somos colaboradores com o próprio Deus na sua ação de salvação dos homens e que nada podemos fazer por nós mesmos. Assim, o ativismo é estéril e, além de não atingir seus objetivos, nos esvazia, enquanto que a mística, o encontro com Jesus, sustenta e dá eficácia ao nosso agir.
Fonte: CNBB em 09/10/2012

Reflexão

Jesus vai à casa de família amiga. Como é confortador estar em ambiente hospitaleiro e fraterno! O incansável pregador da Galileia precisava descansar um pouco e aproveitou a ocasião para nos deixar preciosa lição de vida. Antes de tudo, Jesus quebra um tabu: os mestres de sua época não ensinavam a lei às mulheres. Jesus, porém, ao ser recebido na casa de duas mulheres, confirma sua soberana liberdade com relação às proibições desse tipo. Ele não despreza os cuidados de Marta com a casa, mas insiste na prioridade que se deve dar à escuta de sua palavra (Maria sentada aos pés do Senhor). Seu ensinamento é vida. Se o sustento do corpo é necessário, para viver é mais importante o que sai da boca de Jesus, a sua mensagem. Os muitos afazeres acabam impedindo a escuta eficaz da Palavra de Deus.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

NÃO SEJA JUIZ DO PRÓXIMO

O discípulo está terminantemente proibido de julgar. Essa proibição deve ser bem entendida. Julgar diz respeito à decisão sobre a salvação ou a condenação do próximo. Somente a Jesus compete dizer qual será a sorte eterna de uma pessoa. A ninguém mais!
Quando alguém se arvora em juiz dos outros, comete uma série de equívocos. Ele tende a ser excessivamente severo e rigoroso, a ponto de faltar de misericórdia. A condenação do próximo parece dar-lhe prazer e não sua salvação. Em contrapartida, o juiz alheio prima por minimizar seus próprios pecados e limitações, mesmo sendo graves e dignos de reprovação. A forma minuciosa como a vida alheia é analisada de nada serve para que ele perceba a enormidade de suas faltas.
É pura hipocrisia preocupar-se com os pequenos defeitos dos outros e conviver tranqüilamente com os próprios erros. Antes de querer bisbilhotar a vida do próximo, para condená-lo, o hipócrita deveria por ordem na própria casa, para não ser vítima da condenação querida para o outro.
O critério de juízo a ser aplicado por Deus corresponderá ao que cada um usou no trato com os irmãos. Rigor impiedoso será usado com os impiedosos. Misericórdia infinita encontrará quem tiver sido misericordioso. O discípulo prudente não pode se enganar.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, que eu não queira ser juiz do meu próximo e, sim, use para com ele a mesma misericórdia que espero receber de ti.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. SER ou FAZER, eis a questão!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Pensei em conversar com Maria ou a própria Marta, mas o Evangelista São Lucas seria o mais indicado, afinal como autor ele é imparcial na história dessas duas mulheres.

___São Lucas, quem ganha essa parada, Marta ou Maria? Está muito claro que Maria escolheu a melhor parte, será que a reflexão é só isso mesmo?
São Lucas___Não podemos nos esquecer que o evangelho é uma reflexão das comunidades onde nós evangelistas estávamos em contato permanente e é como uma colcha de retalhos, pegavam uma palavra de Jesus aqui, um relato diferente acolá, alguma coisa que alguém de outra comunidade falou sobre o fato, costura-se tudo e se faz o evangelho, sempre inspiração do Espírito Santo, Palavra de Deus revelada.

___O Senhor está querendo com isso, dizer o que? Que esse episódio não ocorreu?
___Quero dizer que o mais importante é prestarmos muita atenção na reflexão em si, que se tira desse ensinamento do mestre, a reflexão é a essência, é como uma laranja onde a casca é importante, mas não mais do que aquilo que está dentro. Ao chupar uma laranja, se você ficar prestando atenção excessivamente nos detalhes da casca, irá perder o melhor, que são os gomos com o suco doce.

___Mas São Lucas, Jesus ia sempre hospedar-se na casa dessas duas irmãs, que são também irmãs de Lázaro, não?
São Lucas__ Claro que sim, eles formavam a Comunidade Betânia, mas sendo escritos pós-pascal, por trás de Marta e Maria há duas comunidades, isso é muito claro. Uma dessas comunidades, muito hospitaleira por sinal, havia ao que parece muitas atividades que hoje chamaríamos de pastorais. Era uma correria com reunião prá cá, reunião para lá, decisões e encontros, planejamento. Um ativismo exacerbado.

___Opa! Parece que o Senhor está falando de nossas comunidades? Às vezes é assim também aqui em nosso tempo!
São Lucas __ E a outra comunidade fazia um pouco menos de todas essas tarefas, pois tinham como prioridade as celebrações com a escuta da Santa Palavra, dos ensinamentos de Jesus. Não chegava a ser uma comunidade contemplativa, mas eram capazes de ficar horas e horas meditando a Palavra e não se cansavam em ouvi-la.

___São Lucas, nem precisa dizer mais nada, agora ficou fácil a meditação. Pois o Documento 94 das DGAE (Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora) nos ensina a fazer tudo, A PARTIR DE JESUS. Ele é o ponto inicial e o ponto final, sem ele, não caminhamos e nem chegamos a lugar nenhum. Uma Igreja Sacramentalista e Pastoralista parece Marta, que até acolhe, mas depois prioriza o FAZER em detrimento do SER, e o ideal mesmo é ser como Maria, primeiro o SER que vem com a Palavra de Jesus que transforma o nosso íntimo, daí o nosso FAZER será requalificado.

2. A hospitalidade na casa de Marta e Maria
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

A segunda etapa da subida a Jerusalém é longa. Lucas organiza os acontecimentos como lhe parece melhor, sem se preocupar com a geografia do percurso. Hoje Jesus está perto de Jerusalém, na casa de Marta e Maria, que moravam em Betânia. Lucas não define o lugar e não apresenta as duas irmãs como já conhecidas de Jesus. Começa a etapa dizendo: “Estando em viagem, entrou num povoado, e uma mulher, de nome Marta, o recebeu em sua casa”. O que está acontecendo é o que importa para a formação dos discípulos. Primeiro a acolhida. Jesus é muito bem acolhido. Depois, a atenção de Maria que faz companhia ao hóspede. Ao mesmo tempo, a atenção de Marta que prepara alguma coisa para comer. No fim, Jesus valoriza mais a atitude de Maria que, sentada, o escutava; e menos a de Marta que, de pé, cozinhava. Os discípulos estão aprendendo que, entre ouvir a Palavra de Deus e comer uma refeição, é melhor ouvir a Palavra. Uma questão de valores! A cena é enfeitada por um elemento muito humano: a reação de Marta. Marta se queixa por que Maria não a ajudava ou por algum ciúme? É comum as pessoas se queixarem com os serviços miúdos de tipo doméstico. Por que devo fazer eu, e não o outro ou a outra?

3. UMA SÓ COISA É NECESSÁRIA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).

A passagem de Jesus pela casa de uma família amiga permitiu-lhe experimentar o carinho e o afeto de duas pessoas queridas. Cada uma, a seu modo, expressou sua admiração pelo Mestre. Maria, sentada aos pés do Senhor, pôs-se a escutá-lo. Marta, por sua vez, tomou a iniciativa de providenciar comida para o hóspede ilustre.
Em geral, tende-se a contrapor as duas iniciativas, dizendo que Maria escolheu a contemplação e Marta a ação. E, pelo fato de Marta ter sido advertida por sua inquietação e Maria ter sido louvada por ter escolhido a melhor parte, pensa-se que Jesus tivesse privilegiado a contemplação em detrimento da ação.
A censura do Mestre, dirigida a Marta, não desmerecia sua ação. Apenas mostrou o vazio da ação que não brota da escuta da Palavra. Ou seja, é nessa escuta que o discípulo encontra inspiração para agir.
Maria encarnou a figura do discípulo. Antes de lançar-se ao serviço, ela se fez ouvinte da Palavra. Só depois, guiada por ela, saberia como servir mais e melhor.
"A melhor parte", portanto, significa o modo mais correto de agir, a maneira mais adequada de tornar-se servidora do Reino.
O próprio Jesus fazia sua ação ser precedida da oração. Nos longos momentos passados em contemplação e escuta, ele intuía a vontade do Pai.
Oração
Senhor Jesus, dá-me sabedoria para unir meu serviço ao Reino à contemplação, onde tu me inspiras o que devo fazer.

HOMILIA DIÁRIA

Quanto tempo você tem dedicado ao seu relacionamento com Deus?

Postado por: homilia
outubro 9th, 2012

As duas irmãs acolhem Jesus. Querem servir bem a Jesus. Só que de modos diferentes. Uma pela escuta atenta. Maria não se preocupa. Senta-se aos pés de Jesus, como os discípulos no Oriente se sentam aos pés de seu mestre. Marta repreende Maria. Jesus a defende. Para Ele basta pouca coisa.
Marta passa a imagem daquela mulher trabalhadora, dona de casa, que tem prazer em receber as visitas e acolhê-las, desmanchando-se em cortesias. Ela é a típica “mãezona” das nossas cidades interioranas. As casas dessas senhoras são impecáveis em matéria de limpeza e organização. Os enfeites na geladeira, na estante da sala, nas paredes… A comida deliciosa, feita na hora e servida até a visita dizer que não aguenta mais comer! Só quem visita uma casa que tem uma “Marta” sabe o que é ser bem acolhido.
A alegria de mulheres assim, é ver que a sua ilustre visita se sente bem em sua casa. Esse é o maior prazer que ela pode sentir. Mas esta atitude não basta para Jesus. Acabamos de ouvir como, no Evangelho, Marta pede a Jesus que mande sua irmã Maria ajudá-la. É bem provável que Jesus tenha dado aquele sorriso acolhedor para Marta, e as Suas palavras devem ter sido bem mais amenas do que as escritas por Lucas. Jesus deve ter dito, com um sorriso: “Ô Marta, por que se preocupa tanto? Isso que você está fazendo é importante, mas vocês podem deixar para fazer noutra hora. Agora é a hora de gastar tempo comigo. Maria escolheu a melhor parte! Não a recrimine. Mais tarde ela irá lhe ajudar. Por enquanto, sente-se aqui conosco”. E Marta deve ter percebido que, de fato, estava deixando passar uma oportunidade rara de receber os ensinamentos do Mestre Jesus, e deve ter se sentado para ouvi-Lo.
Meus irmãos e minhas irmãs: todos os grandes homens e mulheres de Deus foram pessoas que dedicaram muito tempo para estar com o Senhor. Muitas vezes nos sobrecarregamos de serviço, vivemos o dia inteiro correndo, resolvendo problemas, e Deus nos diz: “Pare, meu filho! Gaste um pouco mais de tempo comigo”. Quanto tempo você tem dedicado ao seu relacionamento com Deus? Devemos reservar alguns momentos do nosso dia para buscarmos ao Senhor, através da oração, jejum, leitura da Palavra, etc. O Senhor precisa ocupar o primeiro lugar nas nossas vidas. Esse princípio não pode ser quebrado jamais!
Deus conhece o mais profundo do nosso ser, os nossos pensamentos, pecados, desejos, vontades, temores, dúvidas, sonhos. Nada podemos ocultar do Senhor, pois os Seus olhos estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons. A sinceridade é um dos requisitos para quem deseja manter um bom relacionamento com o Eterno. Os fariseus sempre foram censurados por Jesus, porque eles não possuíam essa virtude, viviam de aparência e substituíam a revelação divina por suas próprias idéias e interpretações.
Nós estamos no mundo, mas não somos do mundo. Somos de Deus, cidadãos do Céu, povo que é propriedade exclusiva de Deus. Infelizmente, existem muitas pessoas que ainda não conseguiram se libertar totalmente do sistema mundano e continuam sendo amigos do mundo. Tiago escreveu na sua epístola que “a amizade do mundo é inimizade contra Deus”.
Portanto, quem quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Já o apóstolo João na sua primeira carta disse: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” (1 Jo 2,15). A palavra “Igreja” significa “chamados para fora”. Isso quer dizer que fomos chamados por Deus para fora do pecado e do mundo, para sermos santos e íntimos d’Ele.
Nós devemos ser “vasos na mão do oleiro”. Precisamos ser moldados e transformados a cada dia pelo nosso Deus. A total transformação não acontece da noite para o dia, mas sim com o passar do tempo, através do arrependimento, renúncia e muita força de vontade. Salomão escreveu em Provérbios 4,18: “Porque a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”. Isso fala da transformação gradual que acontece na vida de todo aquele que confessa a Jesus como Senhor e Salvador de sua vida.
O Senhor lhe chama para que você possa cultivar um relacionamento mais profundo com Ele, pois nada pode substituir o nosso relacionamento com Deus.
Pai, que o meu agir não seja movido por um ativismo insensível à Palavra de Jesus. Antes, seja toda a minha ação decorrência da escuta atenta da Palavra do Seu Filho que é o Caminho, a Verdade e a Vida.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 09/10/2012

Oração Final
Pai Santo, faze-nos ouvintes e seguidores de tua Palavra. Dá-nos sabedoria para encontrá-la no universo que criaste, na humanidade, na nossa história, nos sinais dos tempos, na vida da Comunidade e, mais do que tudo, no Cristo Jesus, teu Filho encarnado que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 09/10/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos ouvintes atentos e seguidores perseverantes de tua Palavra. Dá-nos sabedoria para encontrá-la no universo que criaste, na humanidade, na nossa história, nos sinais dos tempos, na vida da Igreja-Comunidade e, mais do que tudo, no Cristo teu Filho Unigênito encarnado em Jesus de Nazaré, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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