terça-feira, 2 de outubro de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 03/10/2018

ANO B


Lc 9,57-62

Comentário do Evangelho

Prerrogativas do seguimento de Jesus

Jesus, com seus discípulos, estava a caminho de Jerusalém, tendo em vista fazer o seu anúncio da Boa-Nova entre os peregrinos que para lá se dirigiam para a celebração da festa da Páscoa.
Enquanto na passagem paralela a esta, em Mateus , são duas pessoas que se dispõem a seguir Jesus, aqui, em Lucas, são três. A primeira e a terceira tomam a iniciativa de pedi-lo, enquanto a segunda é convidada por Jesus.
Respondendo a cada um, Jesus apresenta um elenco de propostas para seu seguimento. Aquele que se oferece, de imediato, com grande disponibilidade deve estar disposto a assumir a pobreza e insegurança à semelhança de Jesus. Ao segundo, convidado por Jesus, porém apegado às tradições familiares ("enterrar o pai"), Jesus destaca a primazia a ser dada ao anúncio da novidade do Reino de Deus, por ele revelada. Ao terceiro, que se mostra afetivamente muito ligado aos de sua casa, Jesus propõe olhar para a frente e perceber as portas que se abrem para a comunhão com a grande família dos que fazem a vontade do Pai, com seu projeto vivificante.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, torna-me apto para o serviço do teu Reino, dando-me as virtudes necessárias para não me desviar do caminho traçado por ti, mesmo devendo pagar um alto preço por isso.
Fonte: Paulinas em 03/10/2012

Vivendo a Palavra

Para possuir o Reino do Céu devemos seguir Jesus. É a opção radical: não cabe olhar para trás, cheios de apego ao passado, ou ficar dividido entre os bens passageiros da terra enquanto se busca o tesouro definitivo. O Reino é partilha. Há que se abraçar o projeto do Cristo e se jogar inteiro na missão.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/10/2012

VIVENDO A PALAVRA

Para entrar no Reino do Céu devemos seguir Jesus. A opção precisa ser radical. Não cabe olharmos para trás, cheios de apego ao passado, ou ficarmos seduzidos pelos bens passageiros da terra, enquanto buscamos o tesouro definitivo. O Reino é partilha: dom e também missão. Temos que abraçar o projeto do Cristo e nos jogarmos inteiros nessa maravilhosa aventura.

Reflexão

Seguir Jesus significa muito mais do que ser um repetidor doutrinário, significa ser capaz de assumir o seu Projeto como algo próprio, ser capaz de olhar para o futuro e visualizar o Reino de Deus, fundamentar a própria existência nesse Reino, fazer da esperança da sua realização o motor propulsor da própria vida e entregar-se de corpo e alma, com tudo o que se é e que se tem na luta em prol da plena realização desse Projeto, renunciando a todas as conquistas humanas obtidas e a todas as formas de segurança que este mundo pode oferecer. É ser totalmente livre de todos os apegos deste mundo para amar a Deus de forma total e exclusiva e fazer desse amor a grande motivação da construção do Reino e a causa da própria felicidade.
Fonte: CNBB em 03/10/2012

Reflexão

Jesus segue seu caminho para Jerusalém, onde será crucificado. Alguém se mostra disposto a segui-lo (v. 57). Jesus o previne: é necessário ser solidário com todos os marginalizados, a exemplo do “Filho do Homem”, que escolheu ser pobre entre os pobres (v. 58). Outro recebe de Jesus o convite: “siga-me”, mas põe condições que atrasariam seu imediato engajamento; precisa cuidar da família. Jesus ensina-lhe que o anúncio do Reino de Deus é urgente e está acima de outros compromissos, também importantes. Um terceiro manifesta o desejo de seguir o Mestre, mas antes tem negócios familiares para acertar. Jesus não concorda. Olhar para trás é não viver o presente, é buscar seguranças humanas. Paulo dizia: “Esquecendo-me do que fica para trás… corro em direção à meta…” (Fl 3,13-14).
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

APTO PARA O REINO DE DEUS

As três cenas de diálogo entre Jesus e as pessoas que se dispunham para o discipulado evidenciam a aptidão para o Reino. Muita coisa deve ser deixada de lado, muitas outras devem ser assimiladas, antes de dar assentimento ao chamado de Jesus.
Não é apto para o Reino quem está em busca de riqueza e segurança, não se predispondo a levar uma vida de pobreza e insegurança. A segurança oferecida pelo Reino depende da fé na providência do Pai. E a riqueza do discípulo consiste unicamente nas boas obras realizadas. Elas é que se mostrarão deveras valiosas quando se encontrar com Pai, no fim de sua caminhada terrena. Tudo o mais será desprovido de valor.
Não é apto para o Reino quem submete os interesses do Reino aos interesses familiares, a ponto de, quando houver conflito entre ambos, ser levado a optar por estes últimos. O discípulo deve estar disposto a colocar as coisas do Reino em primeiro lugar, e, a partir daí, redimensionar as exigências provindas do âmbito familiar.
Não é apto para o Reino quem é inconstante, incapaz de manter-se firme na sua decisão. Esta supõe pessoas de caráter firme, cujas opções não são mudadas ao sabor das circunstâncias, de modo especial quando as conseqüências se fazem sentir. Neste sentido, a firmeza de Jesus foi exemplar. Nem mesmo a perspectiva da morte, fê-lo olhar para trás. Decidido a obedecer o Pai, seguiu resolutamente em frente.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, torna-me apto para o serviço do teu Reino, dando-me as virtudes necessárias para não me desviar do caminho traçado por ti, mesmo devendo pagar um alto preço por isso.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O Discipulado é incondicional
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Motivado pela busca de segurança e proteção, alguns cristãos tem a mesma atitude desse primeiro homem que Jesus encontrou no caminho "Senhor, eu te seguirei para onde quer que fores..." Certamente esse homem estava admirado com Jesus, seus milagres e prodígios, sua liderança natural, seu carisma maravilhoso, pensou com certeza em segurança e proteção, não diferente de certa mentalidade cristã da pós modernidade, presente na afirmação "Com Jesus eu tenho tudo".
O Cristianismo não oferece nenhuma segurança nesse sentido, isenção de doenças, tribulações, dificuldades de toda ordem, inclusive de bens materiais. Conheci uma pessoa que desanimou na Fé porque teve o carro roubado justamente na hora em que se encontrava na Igreja, trabalhando na comunidade.
Jesus vai dizer em sua resposta a esse fanático discípulo, que nem ele mesmo tem um lugar certo, de sua propriedade, para repousar. Na Sociedade de consumo, quando se entra em algum empreendimento lucrativo, vale a pena dar tudo, pois quanto mais a gente dar, mais lucro a gente vai ter. Para um seguidor de Jesus, somente a primeira parte é verdadeira, "dar tudo de si, priorizando o Reino como o valor absoluto em nossa vida, e todo o resto como secundário.
Diante do chamado as pessoas reagem, exatamente assim, sempre há algo mais urgente a ser feito, o primeiro queria primeiro obedecer a Lei e fazer o enterro do Pai, o outro queria primeiro uma Festa de despedida dos parentes e amigos.
A missão e o chamado para o discipulado vem sempre como proposta, porém, quem der o seu SIM não poderá ter outra prioridade na Vida que não seja a de anunciar o Reino de Deus, quem coloca certas condições para ser cristão e membro da comunidade, ainda não está preparado para ser um verdadeiro discípulo.

2. EU TE SEGUIREI
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O seguimento de Jesus comporta exigências radicais e supõe rupturas. Só quem, de fato, optou pelo Reino é capaz de submeter-se a elas. Jesus defrontou-se com pessoas dispostas a segui-lo, mas sem terem suficiente consciência do que isto comportaria.
Àquele homem que se dispôs a segui-lo por toda parte, Jesus recordou a pobreza que o discípulo deveria abraçar: assim como o Filho do Homem não tinha onde reclinar a cabeça, o mesmo se passaria com quem desejasse segui-lo. Deveria estar disposto, nas suas longas caminhadas, a abrir mão de muitas comodidades e não perder o ânimo, quando se visse privado até mesmo do alimento. O seguimento se dá na pobreza e no despojamento.
A quem pediu permissão para, antes, ir enterrar o pai, Jesus exigiu a imediata execução da ordem: "Segue-me". Não havia por que esperar até a morte do pai para sentir-se liberado para seguir Jesus. Quanto ao pai, haveria quem cuidasse dele em suas necessidades. O discípulo foi desafiado a colocar o serviço do Reino acima do afeto familiar.
E aquele que desejou ir despedir-se dos familiares antes de seguir Jesus, foi alertado quanto à necessidade de ter um coração indiviso. Nada de seguir Jesus e, ao mesmo tempo, ter a atenção desviada para outra direção. E necessário entregar-se todo ao projeto do Reino.
Portanto, o Mestre não aceitava adaptar o discipulado à conveniência de seus seguidores.
Oração
Senhor Jesus, quero seguir-te, submetendo-me às exigências do discipulado, sem olhar para as minhas conveniências e meus interesses.
Fonte: NPD Brasil em 03/10/2012

HOMILIA DIÁRIA

O exigente caminho do discípulo que segue a Cristo

Postado por: homilia
outubro 3rd, 2012

A caminhada que Jesus aqui inicia com os discípulos é mais teológica do que geográfica. Lucas não tem a pretensão de nos descrever os lugares por onde Jesus vai passar até chegar a Jerusalém. Seu objetivo é apresentar um itinerário espiritual, ao longo do qual Jesus vai mostrando aos discípulos os valores do Reino e os vai presenteando com a plenitude da revelação de Deus. É o caminho que terá o seu fim na Paixão, Morte e Ressurreição do Mestre. Portanto, trata-se do caminho no qual se vai irromper a Salvação definitiva. Como discípulos, somos exortados a seguir este caminho para nos identificarmos plenamente com Jesus.
Este caminho é penoso e exigente. Aliás, como se costuma dizer: “A rapadura é doce, mas não é mole não!”
Lucas apresenta – através do diálogo entre Jesus e três candidatos a discípulos – algumas das condições para percorrer, com Cristo, esse caminho que leva a Jerusalém, isto é, que leva ao acontecer pleno da Salvação.
O primeiro diálogo sugere que o discípulo deve despojar-se totalmente das preocupações materiais. Para o discípulo, o Reino tem de ser infinitamente mais importante do que as comodidades e o bem-estar material: “As raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”.
O segundo diálogo sugere que o discípulo deve desapegar-se desses deveres e obrigações que, apesar da sua relativa importância, impedem uma resposta imediata e radical ao Reino: “Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; mas tu, vai anunciar o Reino de Deus”.
O terceiro diálogo sugere que o discípulo deve desapegar-se de tudo, para fazer do Reino a sua prioridade fundamental. Nada – nem a própria família – deve adiar e demorar o compromisso com o Reino: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus”.
Não podemos ver estas exigências como normativas. Noutras circunstâncias, Ele mandou cuidar dos pais (cf. Mt 15,3-9); e os discípulos – nomeadamente Pedro – fizeram-se acompanhar das esposas durante as viagens missionárias (cf. 1 Cor 9,5). O que estes ensinamentos pretendem dizer é que o discípulo é convidado a eliminar da sua vida tudo aquilo que possa ser um obstáculo no seu testemunho cotidiano do Reino.
À nós, discípulos de Jesus, é proposto que O sigamos no caminho de Jerusalém. Pois é por ele que chegaremos à Salvação e à vida plena. Trata-se de um caminho que implica a renúncia de si mesmo, dos próprios interesses e orgulho; e um compromisso com a cruz, com a entrega da vida, com o dom de si e com o amor até às últimas consequências.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 03/10/2012

Oração Final
Pai Santo, dá-nos força e coragem para fazermos nossa opção radical de vida pelo teu Reino de Amor. Faze-nos generosos para partilhá-lo com os irmãos de peregrinação, seguindo o Caminho, a Verdade e a Vida – o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/10/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos força e coragem para fazermos nossa opção radical de vida pelo teu Reino de Amor. Faze-nos generosos para partilhá-lo com os irmãos de peregrinação, seguindo o Caminho, a Verdade e a Vida – o Cristo Jesus, teu Filho, que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário