quarta-feira, 13 de junho de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 13/06/2018

ANO B


Mt 5,17-19

Comentário do Evangelho

Amor e misericórdia acima da Lei

Este texto pode parecer contraditório em relação às frequentes advertências de Jesus sobre a prática dos chefes do judaísmo de seu tempo. A legislação de Israel e, depois, do judaísmo sofreu modificações e acréscimos ao longo da história, sempre apresentada como promulgada por Moisés. Aí se mesclam fidelidades e distorções. O cerne da Lei, apresentada como divina, é a obediência cega. Assim o povo era oprimido em nome de Deus. Jesus renova este enfoque, colocando o amor e a misericórdia, que animam a vida, acima da Lei.
Mateus escreve para sua comunidade de discípulos oriundos do judaísmo, com a mente solidamente formada pela doutrina tradicional. Mateus reinterpreta esta tradição no sentido de que a Lei e os Profetas apontam para Jesus como o realizador de todas as esperanças verdadeiras aí contidas. Com a alusão a "estes mandamentos", a atenção é dirigida às bem-aventuranças do Reino dos Céus, acabadas de ser proclamadas, nas quais não há a mínima referência à Lei. Estas bem-aventuranças são os novos mandamentos que substituem os antigos e são o fardo leve de Jesus. Somos convidados a construir o mundo novo de partilha, justiça, misericórdia, mansidão e paz.
José Raimundo Oliva
Oração
Espírito de plenificação, como Jesus, quero estar submisso à vontade primeira do Pai para a humanidade, pondo em prática, de maneira perfeita, as suas exigências.
Fonte: Paulinas em 13/06/2012

Comentário do Evangelho

A Lei é pensada a partir de Jesus Cristo

Durante a sua vida terrestre, Jesus enfrentou a oposição de adversários que pensavam que o modo como ele interpretava e punha em prática a Lei e relia a Escritura era um sinal de que sua determinação era de abolir a Palavra de Deus. No embate apologético com o judaísmo rabínico, essa dificuldade se prolongou no cristianismo primitivo. O trecho do evangelho de hoje visa dirimir o equívoco (cf. v. 17). Em Jesus, toda a Escritura encontra a sua realização e no Ressuscitado, a sua luz e o seu sentido pleno. Para o cristão que lê essas linhas do evangelho é dado um critério de interpretação do Antigo Testamento: é a partir de Jesus Cristo que a lei e os profetas devem ser lidos, pois apontam para Ele. Para o cristão, a Lei é pensada a partir da cristologia. A centralidade de Jesus Cristo faz com que a exigência primordial do amor e da misericórdia se imponham como condição de autenticidade ou não de determinada prática da Lei. O que tem precedência sobre quaisquer outras prescrições legais é o mandamento do amor (cf. Lc 10,25-37).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, livra-me do perigo de reduzir minha obediência aos teus mandamentos à execução mecânica de gestos exteriores. Revela-me, cada vez mais profundamente, a tua vontade.
Fonte: Paulinas em 26/03/2014

Vivendo a Palavra

Jesus garante que a Lei do Senhor é firme. Mas quer ensinar que ela é viva e deve ser acolhida com um olhar sempre renovado. O caminho percorrido pelo Povo de Deus é retomado pelo Mestre, que o ilumina com a Boa Notícia de que este mundo é parte do Reino de Deus: ele já está dentro de nós – ainda que não em sua plenitude.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/06/2012

Vivendo a Palavra

O Mandamento Novo trazido por Jesus, em sua expressão mais simples – ‘Amem-se uns aos outros assim como Eu amo vocês’ – não apenas cumpre plenamente; supera as numerosas regras a que se obrigava o povo de Israel. Entretanto sua gente, tanto quanto nós, não estava pronta para aceitar o que é simples: precisava complicar as coisas...
Fonte: Arquidiocese BH em 26/03/2014

VIVENDO A PALAVRA

Jesus garante que a Lei do Senhor é firme, mas quer ensinar também que ela é viva e deve ser acolhida com o olhar sempre renovado. O caminho percorrido pelo Povo de Deus é retomado pelo Mestre, que o ilumina com a Boa Notícia de que este mundo é parte do Reino de Deus: Ele já está dentro de nós! – ainda que não esteja ainda em sua plenitude.

Reflexão

O verdadeiro cumprimento da Lei não significa apenas a obediência a ela. Significa descobrir os valores que são inerentes a ela, as motivações que estão por trás dela e as conseqüências da sua observância para a felicidade pessoal, para a construção de um mundo melhor para todos e principalmente para que possamos descobrir o bem maior para as nossas vidas, que é o projeto de Deus para a humanidade, e assumir como próprio de cada um de nós este projeto que nos é proposto pelo próprio Deus. Jesus nos mostra que Deus não quer de nós a infantilidade da obediência cega, mas a maturidade da co-responsabilidade no projeto do Reino.
Fonte: CNBB em 13/06/2012

Reflexão

Todos nós estamos de acordo que devemos obedecer a Deus, mas não estamos muito de acordo se perguntarmos por que devemos obedecer a Deus. Isto porque existem duas formas de obediência. A primeira é a obediência de quem reconhece o poder de quem manda e se submete a este poder por causa das vantagens da obediência ou das conseqüências da desobediência. É aquele que diz que manda quem pode e obedece quem tem juízo. A segunda é de quem reconhece os valores que motivam a autoridade e assume esses valores como próprios, vendo na obediência a grande forma de concretização desses valores. Jesus não veio mudar a lei, mas mostrar as suas motivações, os seus valores, a fim de que a sua observância não seja um jugo, mas uma forma de realização pessoal.
Fonte: CNBB em 26/03/2014

Recadinho

Jesus insiste na importância dos mandamentos! É difícil cumpri-los? - Pode dizer que ama a Deus quem não respeita seu irmão? - Onde busco forças para cumprir os mandamentos? - Em minha comunidade há pleno respeito para com o próximo?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 26/03/2014

Reflexão

Jesus falava como quem tem autoridade e não como os escribas e fariseus. Dizia: “Vocês ouviram o que foi dito aos antepassados… Eu, porém, lhes digo”. Isso deixava os adversários dele intrigados. Estaria Jesus propondo alguma nova Lei, contrária à Lei de Moisés? Não. Jesus vem para respeitar e levar a pleno cumprimento a Lei e os Profetas, isto é, as Escrituras Sagradas. Não a lei deformada e decadente que predominava na época de Jesus e que ele procurava corrigir, mas a verdadeira Lei, a Lei que os Profetas sempre lembraram e ensinaram. Então os discípulos de Jesus podiam ficar tranquilos: ele não veio para eliminar as Escrituras; veio para cumprir e ensinar a vontade do Pai, da qual ele é o intérprete fiel e definitivo.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 07/03/2018

Comentário do Evangelho

O MANDAMENTO INVIOLÁVEL

A severidade com que Jesus tratou a questão da violação dos mandamentos – "mesmo dos menores" – deve ser entendida no contexto de sua pregação e de seu próprio testemunho de vida. Estaria equivocado quem tentasse entendê-la com a mentalidade dos fariseus legalistas da época. O apego deles aos mandamentos estava longe da prática de Jesus. Os fariseus apegavam-se à letra da Lei, o Messias Jesus, no entanto, ia além, buscando viver o espírito escondido nas entrelinhas dessa mesma Lei.
Jesus estava pouco interessado em minúcias, em questões irrelevantes com as quais os fariseus se debatiam. Sua preocupação centrava-se na prática do amor misericordioso, de modo especial em relação aos pobres e marginalizados; na busca constante de fidelidade ao Pai, cuja vontade era um imperativo inquestionável; na relativização das prescrições religiosas, quando estava em jogo a defesa da vida; na liberdade profética diante de tudo quanto se apresentava como empecilho para a realização do Reino. Portanto, seu horizonte era mais vasto e mais radical que o de seus adversários.
Esta é a dinâmica na qual a vida do discípulo deve se inserir, tornando-se para ele como que um mandamento inviolável. E por acreditar que este é o caminho correto de acesso a Deus, o discípulo tanto o pratica como o ensina. O legalismo farisaico é, pois, substituído pela fidelidade incondicional ao Pai.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, revela-me, cada dia, a tua vontade, transformando-a em mandamento ao qual toda a minha vida se submeta.
Fonte: Dom Total em 26/03/2014

Meditando o evangelho

GRANDE E PEQUENO NO REINO

A liberdade de Jesus, frente à Lei de Moisés, dava a falsa impressão de que os discípulos estivessem liberados para agir a seu bel-prazer. Os adversários do Mestre, que esperavam dele submissão absoluta à tradição legal, ficavam decepcionados quando o viam agir de uma forma inusitada, em pleno desacordo com o costume da época. No parecer deles, o agir de Jesus beirava a impiedade.
O Mestre tenta corrigir esta distorção, afirmando não ter vindo para abolir a Lei e os Profetas, e sim, para dar-lhes pleno cumprimento. Pelo contrário, ele exorta os discípulos a não transgredirem os mandamentos, por menor que sejam, para não serem considerados menores no Reino dos Céus. Estaria Jesus confessando-se legalista, e levando seus discípulos a competirem com o legalismo dos escribas e fariseus?
A exortação do Mestre deve ser entendida no contexto global de sua pregação. Quando se refere ao respeito à Lei e aos Profetas, está pensando na Lei como ele a entende: o desígnio original do Pai para nortear a vida humana, e não o amontoado de prescrições às quais os legalistas se submetiam. Jesus supera a letra da Lei, para atingir-lhe o espírito. Neste sentido, é grande quem se atém ao espírito da Lei e a cumpre com radicalidade; é pequeno quem a despreza, pois estará desprezando o próprio Deus.
Jesus foi grande, porque toda sua vida consistiu em cumprir a vontade de seu Pai, mesmo tendo de padecer a morte de cruz.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de obediência, guia-me a uma submissão sempre maior ao querer do Pai, de modo que eu possa ser considerado grande no Reino dos Céus.
Fonte: Dom Total em 07/03/2018

Meditando o evangelho

A PRÁTICA DA LEI

Jesus respeitava a Lei mosaica, porém tratando-a com a liberdade que lhe era característica. Seu cumprimento da Lei deu-se de forma tão radical, a ponto de poder dizer tê-la plenificado. Portanto, longe de abolir os preceitos da Lei, Jesus os viveu em radicalidade e ensinou seus discípulos a fazer o mesmo.
O respeito radical de Jesus à Lei não se deu em forma de submissão fanática à formulação dos preceitos legais. A letra da Lei importava pouco para Jesus. Ele cumpriu plenamente a Lei ao nortear sua vida pelo espírito que subjazia à letra. O espírito da Lei correspondia à vontade do Pai escondida atrás de suas palavras.
A atitude de Jesus serve de modelo para os discípulos do Reino, que têm a obrigação de respeitar a Lei e os Profetas, porém procurando atingir-lhe o espírito sem apegar-se exageradamente à sua letra. Essa postura lhes propicia um apego criativo à Lei, sem o risco de descambar para o fanatismo e a intransigência.
A violação da Lei, na perspectiva de Jesus, é de suma gravidade e pode ter conseqüências desastrosas por ser uma forma de afronta ao Pai. Rejeitando a vontade de Deus, o indivíduo ousa constituir-se em autor de sua própria lei, atitude de soberba exclusão de Deus. Jesus, de forma alguma, foi um violador da Lei como o acusavam seus adversários.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a cumprir a Lei, em plenitude, como tu, de modo a submeter toda a minha vida ao querer do Pai.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. A LEI PLENIFICADA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

As suspeitas dos adversários a respeito de Jesus não tinham fundamento. Se, à primeira vista, ele parecia estar passando por cima da Lei, negando-lhe qualquer valor, na realidade, só tinha a intenção de cumpri-la de maneira plena. A afirmação seria mal-interpretada, se levasse a pensar que Jesus estivesse disposto a porfiar com os escribas e fariseus, conhecidos por seu servilismo às prescrições da Lei.
Longe de pretender ser um super-fariseu, a intenção de Jesus era bem outra. Para ele, o pleno cumprimento da Lei, a que se dispunha, consistiria em sintonizar com o pensamento e a vontade do Pai, autor e princípio da Lei, antes mesmo de ela ter sido formulada. Esta, ao ser elaborada, visava ajudar a humanidade, marcada pelo pecado, a encontrar o caminho de volta para Deus. Destinava-se a um povo pecador, necessitado de ser guiado no seu processo de conversão!
A intenção de Jesus era a de retroceder ao momento anterior ao pecado, quando o projeto de Deus tinha como objetivo colocar a humanidade em comunhão com ele. Tratava-se de plenificar maximamente, no ser humano, seu lado positivo.
Esta é a vontade radical de Deus, que não deve ser violada, nem na sua exigência mais insignificante. O discípulo do Reino saberá praticá-la e transmiti-la com a vida.
Oração
Espírito de plenificação, como Jesus, quero estar submisso à vontade primeira do Pai para a humanidade, pondo em prática, de maneira perfeita, as suas exigências.
Fonte: NPD Brasil em 13/06/2012

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Santos Mandamentos de Deus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Confesso que no método de catequese da "Decoreba", nunca consegui tirar dez quando a catequista perguntava sobre os mandamentos de Deus e depois sobre os cinco da Igreja e não tenho vergonha de dizer que, se for responder ali na "lata", ainda vou me enroscar. Entretanto é bom que se diga que o problema estava no método e não no conteúdo, claro que nos anos 60 esse método servia. Hoje é quase impossível continuar-se com essa catequese conceitual e formativa.
Quando a Igreja se preocupa hoje em rever e modificar o método de catequese, adequando-o ao nosso contexto, ela não está "jogando fora" todo o ensinamento doutrinal da Tradição, o conteúdo doutrinal, que aliás é riquíssimo, continua o mesmo, a mudança está apenas no método, como apresentar tudo isso as crianças e aos catecúmenos nesses tempos da pós modernidade.
O mesmo acontecia no tempo da vida pública de Jesus, quando os seus opositores o acusavam de não seguir e obedecer a Sagrada Lei de Moisés e de querer acabar com ela. No evangelho de hoje o evangelista Mateus coloca na boca de Jesus a afirmação que quer “recolocar as coisas nos seus devidos lugares". Não vim para abolir a Lei e os Profetas, mas para leva-los á sua perfeição".
Ninguém tem autoridade para alterar a lei, ou manipula-la de acordo com suas conveniências; possivelmente na comunidade de Mateus onde esse evangelho foi refletido, haviam pessoas zelosas e bastante preocupadas com a tradição apostólica que trazia em si a Tradição de Israel, a Lei e os Profetas. O Cristianismo a princípio era uma seita dentro do Judaísmo e as coisas não aconteceram da noite para o dia, foram muitos anos até que o Cristianismo tivesse uma identidade própria. Com toda certeza a comunidade vivia esse dilema: abrir-se totalmente para a Plenitude que é Jesus ressuscitado e a novidade do evangelho, como era a tendência dos Cristãos vindos do Helenismo, ou manter a raiz em Israel, seguindo a Lei de Moisés, como pensavam os Cristãos vindos do Judaísmo?
Hoje entendemos a importância e o valor do Antigo Testamento, caminho seguro percorrido pelos Santos Homens e pelo Povo de Deus, para se chegar a Jesus Cristo, desta forma nada se pode acrescentar e nem diminuir neste legado de Fé da Antiga Aliança, o Novo Testamento ilumina o Antigo e o Antigo ilumina o Novo, pensar que a História da Salvação tem o seu início na Encarnação do Verbo, e desprezar a experiência de Fé de todos os que nos antecederam, seria o mesmo que destruir o alicerce, as vigas mestras de uma construção, onde o Edifício virá abaixo...

2. Nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

São Mateus procura mostrar que Jesus não rompeu com o judaísmo. Ele manteve os preceitos transmitidos pelo povo de Israel, procurou dar-lhes cumprimento e levá-los à perfeição. No entanto, o próprio Mateus e outras passagens do Novo Testamento dão a entender que Jesus inaugura um novo tempo. Sua encarnação é algo totalmente novo na história da humanidade e na história de Israel. Ele supera tudo o que o antecedeu, até o próprio rei Davi, que o chama de Senhor. Aceitou, porém, as consequências da encarnação, limitando-se num povo concreto, assumindo sua história e suas tradições, também elas limitadas no tempo e no espaço. Tornando-se homem, teve que aceitar uma pátria, uma língua, uma família, um aspecto físico, parentes e conterrâneos. Estamos fazendo uma leitura litúrgica e esta leitura nos diz que a Lei e os Profetas continuam em vigor. O que está escrito é Palavra de Deus, e deve ser praticada e ensinada. Isto não significa que o leitor deva aceitar as Escrituras literalmente. Elas são Palavra de Deus redigidas por seres humanos. Deus é o autor principal e os redatores são instrumentos humanos. É preciso distinguir o que é mandamento de Deus do que é simples tradição humana, e ver Deus se revelando na variedade dos acontecimentos da nossa história.
Fonte: NPD Brasil em 07/03/2018

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A Lei Verdadeira.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Diz o salmo 19,7 que “A Lei do Senhor é perfeita, restaura a alma e o coração...”, mas a Lei que os Doutores da Lei, Escribas e Fariseus haviam inventado a partir do decálogo, esta estava realmente ultrapassada e se constituía em um peso na costa do povo. Quando Jesus diz nesse evangelho que não veio para revogar a Lei, mas sim leva-la a sua plenitude, estava se referindo a Lei de Deus, aquela Lei perfeita como diz o nosso salmo, e que permitia sintetiza-la no “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, é precisamente esta lei que nas profecias de Ezequiel Deus irá gravar no coração do homem e não mais em uma pedra.
As 613 leis que regiam a Vida e o quotidiano dos Judeus eram a princípio um desdobramento ou uma tentativa de interpretar a Lei, que assim foi se ramificando, em seus mínimos detalhes chegando até ao ponto de determinar, por exemplo, quantos passos alguém poderia dar no Sábado, que era para eles o Dia do Descanso, fundamentado no livro do Gênesis. Esses pormenores minuciosos da Lei, Jesus combateu duramente, pois a defesa e a preservação da Vida Humana, que era a essência da Lei de Deus, tinha sido deixado de lado há muito tempo. Mas quando aquele Doutor da Lei lhe perguntou qual era a Lei mais importante em todo aquele conjunto, Jesus imediatamente se reportou ao coração do Decálogo, o amor a Deus em primeiro lugar, e ao próximo, em segundo, ressaltando que toda Lei e os Profetas estão fundamentados nessa lei.
Em nossa vivência cristã sempre há esse perigo de criarmos certas normas e regrinhas que são periféricas na verdade, isso pode acontecer, como de fato acontece, em alguns movimentos dos nossos tempos, que sem uma boa assessoria religiosa, pode ter em seus estatutos uma excessiva preocupação com a conduta moral menosprezando aquilo que é essencial. Mas não são só nos movimentos, pois também as nossas pastorais podem ser deturpadas em seus trabalhos, com certas regras inventadas pela coordenação, sem nenhum conhecimento do Direito Canônico e sem o aval do Padre, que quando as coisas dão erradas, acabam pagando o pato sem saberem do que se trata, como aquele Ministro da Eucaristia que em uma celebração da Palavra junto com outro ministro, na hora da comunhão, tirou da fila um colega de trabalho, que segundo ele, estava em sério pecado mortal e não poderia comungar. E tudo isso fora o drama das mães solteiras e dos casais de segunda união, que na maioria das vezes, não resistindo a pressão e marcação acirrada, acabam deixando a comunidade.
Por isso é bom nos acautelarmos contra acontecimentos assim, não só em nossas comunidades como também em nossas famílias, a plenitude da Lei de Deus é o Amor, quanto ao resto, de normas de conduta moral, principalmente, não nos esqueçamos daquele sábio ditado popular “Por trás de um grande moralista, está sempre um grande vigarista”.

2. Não vim para abolir, mas para cumprir
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

A Lei e os Profetas são o Antigo Testamento. Jesus diz que não veio abolir o que está escrito na Bíblia Sagrada dos judeus. Ele veio cumpri-la totalmente. Seus mandamentos continuam válidos, devem ser obedecidos e ensinados. Jesus fala como quem conhece a Lei de Moisés e a interpreta corretamente. Seus discípulos devem ouvi-lo. Segundo o Evangelho de São Mateus, Jesus está na montanha anunciando os princípios fundamentais sobre os quais se constrói a vida nova que ele veio trazer. Apresenta uma síntese de seu programa. Por aqui entram os que querem segui-lo. Embora todos os escritos do Novo Testamento deixem claro que a vinda de Jesus ao nosso mundo constitui a inauguração de algo totalmente novo, Mateus se esforça para mostrar que o ensinamento moral de Jesus é a culminação da Lei Mosaica sem rupturas. O que os judeus piedosos do passado observaram, os seguidores de Jesus Cristo continuam observando. No entanto, a autêntica interpretação de Jesus deixa de lado tradições e preceitos para se ater ao genuíno mandamento de Deus. Ao dar cumprimento à Lei, Jesus não veio acrescentar o que lhe faltava, mas fazê-la alcançar a sua plenitude. Jesus se sente muito à vontade para não se submeter a preceitos decorrentes da tradição e devolver-lhes o significado original.

HOMÍLIA DIÁRIA

Jesus ressalta os princípios da Lei Divina

Postado por: homilia
junho 13th, 2012

A Lei de Moisés, como nós a concebemos, é descrita nos livros bíblicos de Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Assim, para Jesus, a lei moral é obra da sabedoria divina. Por isso, podemos defini-la, em sentido bíblico, como uma instrução paterna, uma pedagogia de Deus. Ela prescreve ao homem os caminhos, as regras de procedimento que o levam à bem-aventurança prometida e lhe proíbe os caminhos do mal, que o desvia de Deus e do Seu amor. Eis por que Jesus diz: “o céu e a terra passarão”. Porém, nada será tirado da Lei, nem a menor letra nem qualquer acento.
A questão da obediência aos mandamentos divinos, ou tudo quanto Deus ordena, não visa à salvação, pois entra no campo da santificação e não da justificação. Entender o papel da lei como meio de salvação seria um uso “ilegítimo” dela (1 Timóteo 1,8).
O fracasso espiritual de Israel, que motivou sua rejeição como propriedade de Deus, não estava na lei, que é “perfeita, santa, justa, boa, espiritual e prazerosa” (Salmo 19,7; Romanos 7,12.14.22), mas na atitude de autoconfiança do povo quanto às suas possibilidades de obedecer-lhe plenamente.
Por isso é que Jesus, dirigindo-se ao povo, diz: “Não pensem que eu vim para acabar com a Lei de Moisés ou com os ensinamentos dos profetas. Não vim para acabar com eles, mas para dar o seu sentido completo (cf. Mateus 22,36-40). Assim, Ele ressaltou os princípios básicos da lei divina como sendo “amor a Deus sobre todas as coisas” e “amor ao próximo como a si mesmo”. Paulo confirma, em Romanos 13,8-10, que estes princípios sempre foram reconhecidos pelos cristãos como a síntese da lei divina tanto na linha “horizontal” ou seja, no amor ao próximo, quanto “vertical”, o amor a Deus.
Com pouca margem de erro, eu diria que há preceitos de caráter cerimonial, civil e moral na lei divina, independente de ocorrer tal linguagem “técnica” nas páginas bíblicas, fato reconhecido por confissões de fé e autoridades cristãs de diferentes confissões do passado e do presente. Em toda a Lei está a defesa da vida que, afinal, é um dom de Deus.
No sermão da montanha, bem como no diálogo com o jovem rico, Cristo, ao tratar do verdadeiro espírito da Lei, lembra que Deus leva em conta não só a mera obediência ao seu texto, mas as reais e íntimas intenções do indivíduo quanto a tal obediência.
Nenhum dos mandamentos da lei de Deus tem aplicação limitada a Israel. O próprio princípio do sábado foi estendido aos “filhos dos estrangeiros” (Isaías 56,2-8) e todas as pessoas de todas as nacionalidades têm necessidade de um dia regular de repouso, daí a razão de o “sábado ser feito por causa do homem” (cf. Marcos 2,27).
No novo concerto, os princípios básicos da lei divina são escritos por Deus no coração e na mente de Seus filhos, judeus ou gentios, nos moldes do que havia sido prometido ao antigo Israel em Ezequiel 36,26-27 e Jeremias 31,31-33.
De agora em diante, deve-se viver a novidade do Reino do Céu, que é a prática e o ensino das bem-aventuranças.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 13/06/2012

HOMÍLIA DIÁRIA

A lei se cumprem em Jesus Cristo

Postado por: homilia
março 6th, 2013

Estamos diante de um texto que relaciona a lei e os profetas com o Reino dos Céus. Na primeira parte, vemos o cumprimento da lei e dos profetas na pessoa de Jesus Cristo. Num tom severo, Jesus – dirigindo-se aos cristãos vindos do Judaísmo – diz que n’Ele toda a lei e os profetas encontram a perfeição.
Além disso, Jesus abre o coração do seu discurso sobre a verdadeira justiça. O problema da justiça farisaica tinha sido levantado abertamente e, agora, este pernicioso sistema será destruído metodicamente pelas penetrantes e autoritárias observações do Senhor.
Não foi uma demasiada devoção à lei que provocou o devastador ataque de Jesus aos fariseus, mas sim a falsidade e a pouca devoção. Com hipocrisia arrogante, eles haviam produzido uma paródia vazia da lei do Senhor. Jesus rejeita essa ilusão e a expõe – tal como é – à luz da verdadeira e imutável justiça divina.
A atitude de Jesus, em face da lei, deve ser descrita como negativa. Os publicanos e os pecadores precedem os escribas e fariseus no Reino dos Céus (Mt 21, 28-32), e os pecadores arrependidos são melhores do que os justos (escribas e fariseus) que não têm arrependimento (Lc 15, 1-10).
As bem-aventuranças não contêm nenhum elogio à observância da lei. O reconhecimento, por parte do Pai Celeste, depende da confissão de Jesus. Assim, Jesus declara-se o Senhor do sábado. O publicano arrependido é perdoado, ao passo que o fariseu justo não o é. Aqueles que se reconhecem pecadores pedem perdão e obedecem a todas as ordens do seu Senhor, são servos inúteis que não fazem mais do que o seu dever, mas o seu Senhor escutará as suas súplicas. Ao contrário dos escribas e fariseus, que apropriam-se da chave do Reino dos Céus, de modo que nem eles entram nem permitem que outros entrem. É necessário que o novo povo mude de atitudes diante da Lei, pois esta, em relação às palavras de Jesus, assemelha-se a “um remendo de pano novo colocado numa roupa velha” ou “ao vinho novo guardado em odres velhos”. Jesus, como Filho do Reino, está livre das obrigações impostas pela lei.
O tratamento que lhe dá aqui não tem nada da maneira rabínica; sua antítese é: “Dizia-se” e “Eu vos digo que isto é verdade: enquanto o céu e a terra durarem, nada será tirado da lei – nem a menor letra, nem qualquer acento”.
Portanto, n’Ele e com Ele todos os que professarem a Sua fé terão a vida salva. Aliás, Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 06/03/2013

Oração Final
Pai Santo, dá-nos o dom da contemplação de tua obra. O Universo maravilhoso e o ser humano que Tu criaste sejam portas que nos conduzam ao encontro contigo, já nesta terra, onde peregrinamos para a eternidade do teu Reino de Amor. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/06/2012

Oração Final
Pai Santo, faze-nos compreender a simplicidade do teu Mandamento de Amor. E que nós tenhamos por ele tamanha veneração, que ele seja a diretriz das relações com os companheiros que nos deste para peregrinar nesta terra abençoada. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/03/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos o dom da contemplação de tua obra. O Universo maravilhoso e o ser humano (com seu mistério), que Tu continuas criando, sejam caminhos que nos conduzam ao encontro contigo, já nesta terra abençoada, por onde peregrinamos para a eternidade do teu Reino de Amor. Por Jesus Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.

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