quinta-feira, 8 de março de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 09/03/2018

ANO B


Mc 12,28b-34

Comentário do Evangelho

O amor como origem da Lei

O texto que nos ocupa faz parte de uma série de textos que, no evangelho de Marcos, são caracterizados como "diálogos didáticos". Tais diálogos têm por finalidade instruir os discípulos a apresentar o que é fundamental para a vida cristã.
O que é óbvio para muitos de nós, hoje, não o era para os contemporâneos de Jesus. Não era difícil, entre tantos mandamentos a serem observados (613), se perguntar: Qual é o maior? Qual deles é o primeiro, isto é, o fundamento de todos os demais? Qual deles, numa situação de conflito entre dois ou mais preceitos, tem precedência e é exigido pela Lei? A resposta de Jesus é sem equívoco: o amor a Deus que exige o amor ao próximo. O amor não é um entre outros mandamentos, mas é ele que está na origem da Lei. Para o discípulo, o amor é a expressão máxima da vida cristã.
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, faze-me compreender sempre mais que o eixo da minha vida de fé deve consistir num amor entranhado a ti e a meu próximo.
Fonte: Paulinas em 08/03/2013

Vivendo a Palavra

O ser humano é uma síntese de coração, alma, entendimento e força. Assim deve ser o nosso amor a Deus, que se revela no amor ao próximo: envolver nossos sentimentos, espírito, inteligência e corpo – numa grande unidade. Não vivamos fragmentados! Assim como o Deus é UM, sejamos inteiros no amor.
Fonte: Arquidiocese BH em 08/03/2013

VIVENDO A PALAVRA

O mandamento essencial – o Amor a Deus e ao próximo – envolve todo o ser: a força física, a inteligência, os sentimentos e o espírito. O Mestre nos deseja pessoas inteiras, amando os irmãos como o Pai Misericordioso ama e não como seres divididos entre desejos egoístas e preocupações com ilusões e coisas acidentais.

Reflexão

Muitas pessoas acham que para serem salvas, é suficiente cumprir todas as suas obrigações de ordem religiosa como a participação nas celebrações e atos devocionais. O escriba do Evangelho de hoje afirma que amar a Deus e ao próximo é melhor do que as práticas religiosas, no caso os holocaustos e os sacrifícios, e Jesus confirma isso ao afirmar que ele não está longe do reino de Deus. A nossa vida religiosa só tem sentido enquanto é um reflexo do amor vivido concretamente, ou seja, enquanto é manifestação da nossa solidariedade. Caso contrário, a religião se reduz a práticas mágicas, bruxarias, rituais vazios, que nada acrescentam a ninguém e não nos aproxima de Deus.
Fonte: CNBB em 08/03/2013

Reflexão

Ao observar como Jesus interpretava com propriedade a Escritura, um especialista em leis busca solução para uma questão muito debatida. Dentre o grande número de preceitos, o que, de fato, é o mais importante para Deus segundo a tradição de Israel? Jesus, com precisão e cadência, recorda ao povo de Israel que seu único Senhor é Deus e não os dirigentes que exploram o povo. Na antiga Aliança não havia um só mandamento, e sim dois, pois o amor a Deus era inseparável do amor ao próximo. Não se pode honrar a Deus, ignorando o ser humano. Esses dois mandamentos favoreciam a criação de uma sociedade de iguais. A sua prática era a preparação para a plena realidade do Messias, que elevará o nível de exigência do amor ao próximo: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12).
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

ONDE CENTRAR NOSSA VIDA

A pergunta pelo primeiro dos mandamentos comporta uma preocupação: onde a vida humana deve centrar-se? A resposta a este problema é fundamental para a vida do discípulo. Mas não basta responder teoricamente. É mister que discípulo tome consciência onde efetivamente sua vida está centrada. O engano, aqui, pode ser fatal!
A resposta de Jesus ao mestre da Lei aponta para os dois eixos vertebradores da vida do discípulo: Deus e o próximo. Considerando bem, ambos os eixos se exigem mutuamente, a ponto de um levar ao outro, e a ausência de um provocar a ausência do outro.
Quem está centrado em Deus, está necessariamente aberto ao amor e à solidariedade, está sempre pronto para lutar pela justiça, não suportando ver o próximo ser vilipendiado. Sobretudo, torna-se um lutador incansável pela causa do Reino, ansiando por vê-lo acontecer em sua própria vida e na de seus semelhantes.
Por outro lado, tem sua vida centrada no próximo quem é capaz de superar o egoísmo e romper as amarras das paixões, quem se esforça para se libertar da tirania do pecado, tornando-se livre para Deus. Em outras palavras, quem tem Deus no coração.
Todos os demais eixos são espúrios e devem ser rejeitados pelo discípulo do Reino. Basta considerar o modo de proceder de quem não ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. São pessoas desumanizadas e desumanizadoras.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, realiza meu anseio de ver minha vida sempre mais centrada em ti e no meu próximo. Só assim poderei dar testemunho verdadeiro de ser discípulo do Reino.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Amor a Deus e ao Próximo
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Muitas vezes nos evangelhos, algumas pessoas importantes que se aproximam de Jesus para o interrogá-lo, entre elas Escribas e Doutores da Lei, já o rejeitaram e só estão a procura de um argumento para denunciá-lo ao Conselho visando a sua condenação e morte.
Mas no evangelho de hoje esse Escriba procurou Jesus com sinceridade para lhe perguntar qual era o Mandamento mais importante de toda a Lei de Moisés.
Jesus mostra com absoluta clareza aquilo que está no centro da Lei “O amor sem medidas para com Deus, em primeiro lugar, e o amor ao próximo” que é tão importante quanto o primeiro, e que , no dizer de Jesus, não há nenhum outro que supere esses dois.
É fácil percebermos quando a pessoa que se aproxima de Jesus para conhecê-lo e experimentá-lo, está a procura de algo novo. Basta ver o entusiasmo na concordância com a Palavra “Perfeitamente Mestre, dissestes bem...”. E o Escriba repetiu exatamente, palavra por palavra, o ensinamento que Jesus acabara de fazer, respondendo a sua pergunta e ainda fez uma bela interpretação “Esse amor a Deus e ao próximo supera todos os holocaustos e sacrifícios”. O Escriba captou que algo bem maior e mais profundo do que as Verdades do Judaísmo estava ali diante dele, trazido por Jesus, o grande Mestre.
Vivemos em uma sociedade que até conhece e crê em Jesus, mas que dificilmente concorda com a sua Palavra e o seu ensinamento, centralizado na preservação da Vida e da Dignidade humana, em um Reino pautado pela Justiça e Igualdade. Basta ver o que a nefasta cultura da pós Modernidade apregoa sobre aborto, divórcio, eutanásia e outros pontos que contrariam totalmente esse Amor a Deus e ao próximo.
Jesus ao final da conversa encheu o coração daquele Escriba de alegria e esperança quando lhe disse “Na verdade não estás longe do Reino de Deus”. Certamente não dirá o mesmo do Homem ateu da pós-modernidade, perdido na sua arrogância, prepotência e Egocentrismo, sempre pensando que o Homem é o Centro do Mundo. Quanta ilusão.
Fonte: NPD Brasil em 08/03/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Um Escriba Fiel...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Nem todos os Escribas, Fariseus e Doutores da Lei eram cabeças duras e não aceitavam os ensinamentos de Jesus, alguns tinham o coração mais aberto e nutriam pelo Mestre grande admiração e carinho. Assim, não se pode generalizar, em todas as classes e categorias de pessoas há as sensatas e as insensatas, os que creem e os que são indiferentes, os que buscam algo novo e vislumbram isso em Deus, e os que se prendem simplesmente a matéria, rejeitando qualquer experiência mística.
O escriba que hoje Marcos apresenta no evangelho é alguém bem intencionado, embora a pergunta seja um tanto capciosa. A Lei de Moisés tinha 613 mandamentos, sendo 365 negativos e 248 positivos, que eram as obrigações de um Israelita. Entre os 613 qual era o primeiro em termos de importância, é o que quer saber aquele Homem das Letras...
Jesus não revoga 611 mandamentos, ao contrário, de forma magistral apresenta uma belíssima síntese de todo conteúdo Mosaico. "Ouve, Israel, o Senhor, Nosso Deus, é o único Senhor: amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu Espírito e de todas as tuas forças. Eis aqui o segundo: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Outro mandamento maior que este não existe.
O Escriba não só concorda com a afirmativa de Jesus, como vai repeti-la e fazer uma hermenêutica: se estes dois mandamentos não forem praticados, inútil será diante de Deus qualquer sacrifício ou holocausto! Por esta razão Jesus vai dizer a ele "Não estás longe do Reino de Deus".
Ficamos longe do Reino de Deus, quando deturpamos os ensinamentos do evangelho a nosso bel prazer, ficamos longe do Reino de Deus quando fazemos uma interpretação equivocada sobre a Lei do amor, imaginando que são dois amores ou duas formas de amar, em momentos diferentes e circunstâncias diferentes. Ficamos longe do Reino de Deus quando pensamos que nossas práticas piedosas e nossas celebrações são manifestações do nosso amor a Deus, achando que isso é mais que suficiente.
Enfim, ficamos longe de Deus quando deixamos de amar o próximo, mas nos iludimos com nossa prática religiosa, achando que estamos amando a Deus. Quando assim agimos, somos mentirosos e enganadores, segundo São João! Quanto mais perto do próximo, mais perto de Deus e do seu Reino.

2. O primeiro de todos os mandamentos
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Um escriba perguntou a Jesus qual era o maior mandamento. Jesus respondeu o que está escrito na Bíblia, o “Ouve, Israel!”. E acrescentou um segundo mandamento, que é amar o próximo como a si mesmo. O escriba mostrou o seu acordo. Repetiu o que Jesus tinha dito e acrescentou que praticar o amor vale mais do que sacrifícios e holocaustos. Jesus o elogia e diz que ele não está longe do Reino de Deus. Ele só repetiu as palavras de Jesus, que são palavras do Deuteronômio. Resta agora praticá-las, neste tempo de Quaresma: procurar abandonar-se com confiança nas mãos do Pai, entregar-se a ele sem medida, estar pronto para tudo e aceitar tudo com a disposição de realizar a sua vontade. E amar o próximo como a si mesmo, não fazendo aos outros o que não queremos que se faça a nós. Se quisermos repetir também nós as palavras de Jesus, podemos dizer: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.

HOMÍLIA DIÁRIA

Discípulos do Amor Trinitário

Postado por: michelle
março 8th, 2013

Irmãs e irmãos, no Evangelho de Mc 12, 28b-34, Jesus é questionado por um escriba, o qual, aparentemente, fez-lhe uma pergunta de fácil resposta: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?» (v. 28b).
Na verdade, existiam 613 possibilidades de respostas, pois, na lei mosaica, identifica-se 365 proibições e 248 mandamentos no tempo de Jesus. No entanto, Cristo, o intérprete da Lei Antiga e revelador da Nova lei do Espírito (cf. Rm 8,2), fez a junção de duas passagens da Torah (Dt 6, 4-5; Lv 19, 18) e assim respondeu com sabiamente: «O primeiro é: Ouve Israel, o Senhor nosso Deus é único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu pensamento e com toda a tua força. Eis o segundo: Amarás o teu próximo com a ti mesmo» (v. 29-31). Assim o amor é manifestado como a essência da Palavra, afinal é ou não é o amor a essência de Deus?
Jesus, sendo a revelação plena do Amor Trinitário, não deixou escapar a oportunidade de dizer ao interlocutor de ontem e de hoje que fora do amor não existe interpretação correta das Sagradas Escrituras, nem do Antigo nem do Novo. Uma hermenêutica do amor é urgente e sempre atual!
Retornando ao texto bíblico, percebemos também que, pelas citações utilizadas pelo Mestre dos mestres, as Palavras não eram novidades para o povo da Antiga Aliança, mas o original, em Cristo, repousou sobre a união destas verdades em meio a tantas, a ponto de Jesus chancelar a tal inspiração com palavras contundentes: «Não existe outro mandamento maior do que estes» (v. 31).
Assim, Jesus tornou duplo o mandamento supremo do Amor, partindo – na resposta ao escriba – da oração que o judeu reza, pelo menos duas vezes ao dia: «Escuta, Israel! O Senhor, nosso Deus, é o Senhor que é um» (Dt 6,4). Confirmando, ao Primeiro Israel, o caminho da verdade revelada que move o ser humano a responder a Deus a partir da oração. Mas Jesus, pela junção das passagens bíblicas, demonstra que a falta da consciência da necessidade do amor ao próximo, torna anula – na prática – o testemunho do amor a Deus!
Quanto ao Novo Israel, uma novidade basilar é o surgimento de um novo centro que orienta quanto a vivência da Lei e os Profetas. Mais do que uma bússola hermenêutica, Ele é o próprio Filho, apresentado pela Santíssima Trindade à toda humanidade, na ocasião do início da vida pública de Jesus: «Logo que foi batizado, Jesus saiu da água. Eis que os céus se abriram e ele viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e pairar sobre ele, e eis que uma voz vinda dos céus dizia: Este é o meu Filho bem amado, aquele que me aprove escolher» (Mt 3, 16-17). Já no alto do Monte Tabor, qual um novo sinal, o Pai confirma o Seu Messias, o qual inaugura um novo lugar de escuta: «Veio encobri-los uma nuvem, e uma voz soou, vinda da nuvem: Este é meu Filho bem-amado. Ouvi-o!» (Mc 9,7).
De fato, Cristo veio levar a Lei e os Profetas ao cumprimento, sem depender para isto de ideologias, mas de um testemunho vivaz, como o Papa teólogo, agora Emérito, ressaltou desde a sua primeira Encíclica: «No início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com um Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo.
A verdadeira novidade do Novo Testamento não reside em novas ideias, mas na própria figura de Cristo, que dá Carne e Sangue aos conceitos – um incrível realismo. Já no Antigo Testamento, a novidade bíblica não consistia simplesmente em noções abstratas, mas na ação imprevisível e, de certa forma, inaudita de Deus» (BENTO XVI, Deus caritas est, nn. 1.12).
Por fim, como fugir a esta lógica de um amor tão próximo a nós e que nos vocaciona a sermos identificados no mundo por este amor transbordado? Se assim não fosse Jesus, Sacramento do Amor do Pai, não teria revelado com a vida, palavras, gestos, sofrimentos e silêncio a Essência da Nova e Eterna Religião, na qual o relacionamento com o outro será sempre determinante para sermos ou não – para Deus e os outros – reconhecidos como verdadeiros discípulos de Jesus Cristo, como Ele mesmo deu a entender: «Nisto todos reconhecerão que sois meus discípulos: no amor que tiverdes uns para com os outros» (Jo 13, 35).
Padre Fernando Santamaria – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 08/03/2013

Oração Final
Pai Santo, é simples o caminho para o teu Reino – o Amor! Mas, Pai amado, não estamos preparados para compreender o que é simples. Deixamos de ser crianças gostamos de complicar... Envia o teu Espírito e aumenta a nossa fé, te pedimos pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 08/03/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, mantém-nos unidos no Amor! Ajuda-nos, Pai amado, para não nos deixarmos distrair com os apelos sedutores dos tesouros que a traça rói e a ferrugem consome, mas que sejamos seguidores alegres, confiantes e fieis do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.

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