terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 17/02/2018

ANO B


Lc 5,27-32

Comentário do Evangelho

Jesus à mesa com os publicanos

A refeição na casa de Levi é a ocasião para Jesus explicitar sua missão ante aqueles que lhe faziam oposição, neste caso, os escribas e os fariseus. Chamado ao seguimento de Jesus, Levi oferece um "grande banquete" em que estão presentes "um grande número de publicanos e de outras pessoas", e Jesus com eles à mesa. Quem diz publicano, diz pecador. A mesa, o banquete, é símbolo da acolhida, de comunhão e prefiguração do banquete escatológico. No episódio de Zaqueu, chefe dos coletores de impostos, o leitor é informado de que não se entra na casa de um pecador: "Foi hospedar-se na casa de um pecador!" (Lc 19,7; ver também Lc 15,1ss). Por isso, a murmuração dos escribas e dos fariseus. Mas não há quem Jesus não acolha. A misericórdia de Deus tem precedência sobre o sistema de pureza. Nesse contexto, a missão de Jesus é afirmada: "Não é justos que vim chamar à conversão, mas sim a pecadores" (v. 32). O final do episódio de Zaqueu é ainda mais explícito: "... o Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido" (Lc 19,10).
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, estou certo de que, mesmo sendo pecador, sou amado por ti, e posso contar com a tua solidariedade, que me descortina a misericórdia e a justiça como jeito novo de ser.
Fonte: Paulinas em 16/02/2013

Vivendo a Palavra

O Mestre nos ensina a ver o ser humano além da sua pequenez aparente. Que nós saibamos enxergar em cada Levi, assentado em sua banca de cobrador de impostos, o futuro Mateus, apóstolo, evangelista, capaz de oferecer a vida em sacrifício pelo Reino que anunciava, a mandato do Senhor.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/02/2013

VIVENDO A PALAVRA

Um simples chamado – «Siga-me.» – transforma uma vida. O Evangelho escrito pela Comunidade de Mateus deixa transparecer a profundidade da conversão daquele homem. Como a Mensagem do Cristo encharcou a vida do cobrador de impostos, tão mal visto pelas autoridades religiosas e pelo povo do seu tempo. Uma ocasião oportuna para pensarmos na nossa própria conversão...

Reflexão

Nós queremos afastar os pecadores da Igreja e isso é o maior erro que podemos cometer. Jesus acolhia todos os pecadores e pecadoras e comia com eles, sendo que muitas vezes como, por exemplo, no evangelho de hoje, os chamava para ser seus seguidores, e até mesmo apóstolos. A nossa prática, no entanto, está na maioria das vezes fundamentada na discriminação das pessoas por causa de determinados tipos de pecado, e isso faz com que sejamos iguais aos fariseus do tempo de Jesus, que discriminavam os pecadores, os expulsavam do Templo e consideravam impuras todas as pessoas que se relacionavam com eles. Devemos acabar com o farisaísmo que muitas vezes marca a Igreja na discriminação dos pecadores e termos a atitude da acolhida que Jesus tinha.
Fonte: CNBB em 16/02/2013

Reflexão

Na época de Jesus, cobradores de impostos eram malvistos por estarem a serviço da autoridade romana: aproveitavam-se do ofício para se enriquecerem à custa do povo. “Os fariseus e seus doutores da Lei” os tachavam de “pecadores”. Por isso, Jesus toma uma atitude ousada ao convidar um desses fiscais a fazer parte do seu grupo de seguidores. Ademais, aceita o convite para comer em sua casa, ocasião em que Levi se despede do passado e presta homenagem ao novo senhor (Jesus). Os fariseus, que classificam as pessoas como puras ou impuras, sentem-se provocados. Questionam o Mestre, o qual esclarece sua missão: “Eu não vim chamar justos, e sim pecadores, para a conversão”. Levi é modelo do pecador arrependido e perdoado que se converte em apóstolo (Mateus).
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

CONVIDADOS À CONVERSÃO

A proximidade de Jesus com os cobradores de impostos e os pecadores era mal vista pelos fariseus e mestres da Lei. Por malevolência, faziam juízos apressados a respeito dele, de forma a levá-lo a perder a credibilidade, tanto diante dos discípulos quanto diante das multidões que o procuravam. Não existe melhor meio de "queimar" alguém, do que levantar suspeitas sobre sua vida moral. No fundo, este era o ponto visado pelos adversários de Jesus: quem se mistura com os pecadores, assim pensavam, só pode ser do mesmo calibre deles.
Entretanto, conviver com os pecadores e excluídos fazia parte da pedagogia de Jesus, a fim de levá-los a converter-se ao Reino. A solidariedade com os pecadores não se estendia aos pecados que cometiam. Era preciso também alertá-los para que banissem de suas vidas tudo quanto os afastava de Deus.
Jesus acreditava, com todas as forças de seu coração, na possibilidade de conversão do coração humano. Por isso, empregava todos os meios disponíveis para atrair os pecadores para Deus, mesmo correndo o risco de ser vítima da maledicência de seus adversários. Menosprezando as críticas alheias, importava mostrar aos pecadores a possibilidade de uma vida fundada na misericórdia e na justiça. O caminho escolhido por Jesus foi o da solidariedade, que revela como cada um de nós é tratado por Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, estou certo de que, mesmo sendo pecador, sou amado por ti, e posso contar com a tua solidariedade, que me descortina a misericórdia e a justiça como jeito novo de ser.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Seguir Jesus com Liberdade e Dignidade
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O chamado do publicano Levi, nos três Evangelhos sinóticos, segue-se à proclamação do perdão dos pecados feita por Jesus ao paralítico. Confirmam-se, assim, com o chamado e o convívio com Levi, a valorização e a libertação que Jesus vem trazer aos "pecadores" discriminados pelo sistema religioso.
Os publicanos, ou coletores de impostos, trabalhavam para administradores romanos e, por sua profissão, tinham contínuos contatos com os comerciantes gentios; com isso, eram considerados impuros e pecadores pelos critérios religiosos raciais da Lei, e excluídos pelos chefes religiosos de Israel, que se achavam "justos".
Jesus não se volta para os excluídos apenas para libertá-los e restituir-lhes a dignidade. Ele os inclui também na colaboração em seu ministério. A sucinta narrativa inicial, do chamado de Levi, é típica das narrativas bíblicas de vocação.
Contudo, compreende-se que o seguimento de Jesus pelo discípulo é resultado de um amadurecimento de convívio e de conhecimento entre ambos.
Fonte: NPD Brasil em 16/02/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A alegria de Mateus...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Um cobrador de impostos deveria ser uma pessoa bem triste, de um lado era usado pelo sistema Imperialista para arrecadar valores, e de outro, eram odiados pela maioria do povo e pela liderança dos Judeus que viam neles pessoas inescrupulosas, exploradoras e que roubavam do povo pobre e dos pequenos lavradores uma vez que, eram eles que faziam suas próprias comissões. Basta aqui lembrar de Zaqueu, que após a experiência com Jesus, se mostrou disposto a restituir até quatro vezes mais, tudo o que tinha roubado...
A verdade é que, viver dessa maneira, embora se possa ter fartura de bens materiais, acaba sendo triste porque se tem poucos amigos (os da mesma laia) não se tem autoestima, não se pode contar com uma amizade sincera. Quando Jesus passou por Levi, que era o nome de Mateus, o olhou de um modo especial, não era um olhar de ódio como os demais Judeus, nem um olhar acusador que o maldiz… Mas era um olhar amigo que manifestava um amor e um afeto gratuito e incondicional, mostrando-lhe que era possível iniciar uma vida totalmente Nova.
Mateus sentiu isso, viu algo diferente em Jesus, senão não seria louco de o seguir, pois poderia cair em uma armadilha. Interessante porque Mateus deixa de lado naquele momento, algo que supostamente lhe dava felicidade, conforto e bem estar material, mas não o fazia feliz enquanto pessoa. Percebeu que aquele homem que o chamava tinha uma proposta inédita, talvez fosse sofrer prejuízos em sua economia, mas havia algo que aquele Homem poderia lhe oferecer, e que o faria realizar-se como pessoa, tendo a partir de então uma nova perspectiva que o dinheiro dos impostos não conseguia lhe dar...
O mesmo se pode dizer hoje do consumismo, que de maneira ilusória pode nos dar tudo, mas não nos pode fazer feliz porque Segurança e Felicidade só encontramos no Senhor como nos diz um Salmo.
Está explicado porque Mateus correu preparar um grande banquete para Jesus em sua casa. Ele queria comemorar a Vida nova que recebera de Jesus naquele simples chamado. Mas aí surgiu um problema... Os amigos que convidara para a festa especial eram todos da mesma laia que ele. Possivelmente foi este o primeiro trabalho de evangelização do mais novo discípulo, o evangelho não menciona, mas quem sabe quantos que estavam ali, vendo o entusiasmo de Mateus e a sua alegria incontida, e conhecendo de perto Jesus de Nazaré, que se sentou à mesa com eles, comeu, bebeu e se divertiu... Não tiveram suas vidas transformadas...
Se Jesus mantivesse a compostura de um Judeu Fiel, jamais iria chamar Mateus para integrar o grupo dos discípulos, e muito menos iria a casa dele, um ambiente mal frequentado, por gente impura e inimiga do seu povo. É isso que os Fariseus e os Escribas não compreendem, pois no modo de pensar deles, Deus só se relaciona e traz a Salvação aos que o obedecem e cumprem a Lei de Moisés. Nem notaram que Deus estava bem ali, ao lado deles, e que a sua Misericórdia e amor pelos pecadores era a maior de todas as novidades que os homens poderiam esperar...
Qual é o Jesus que está em nossas comunidades? O moralista ou Aquele que é todo amor e misericórdia, e que sabe acolher a todos, mesmo os piores pecadores…

2. O chamado de Levi
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Quaresma é tempo de conversão, tempo de retorno e de mudança de rumo, tempo de revisão das ideias que povoam a nossa mente, tempo de mudar de mentalidade e purificar o coração. Levi era considerado pecador público por coletar impostos para os invasores romanos. Passando por ele, Jesus o chama. Ele se levanta, deixa tudo e segue Jesus. Deixa todas as amarras. Uma vez livre, levanta-se e põe-se a andar. Movimento é vida. Antes Levi estava sentado na coletoria de impostos. Agora se levanta e segue Jesus. Levi faz uma festa com seus amigos publicanos e com outras pessoas consideradas pecadoras. E Jesus estava com eles porque precisavam da sua presença salvadora. Fariseus e escribas criticavam tudo o que estavam vendo. Julgavam ser justos. Podiam reconhecer que também eram pecadores necessitados de salvação e então participar da festa, mas não. Afastam-se da fonte da vida, isolam-se em suas críticas. Estão presos na sua imaginária justiça. Se abrirem as portas do coração, Jesus entrará em suas vidas. O início da graça é puro dom de Deus, mas necessita ser acolhido. Jesus o chamou e Levi tomou a iniciativa de preparar-lhe uma festa.

HOMÍLIA DIÁRIA

A misericórdia de Deus vai em busca dos perdidos

Postado por: homilia
fevereiro 16th, 2013

A proximidade de Jesus com os cobradores de impostos e os pecadores era mal vista pelos fariseus e mestres da Lei. Por malevolência, faziam juízos apressados a respeito dele, de forma a levá-lo a perder a credibilidade, tanto diante dos discípulos quanto diante das multidões que o procuravam. Entretanto, conviver com os pecadores e excluídos fazia parte da pedagogia de Jesus, a fim de levá-los a converter-se ao Reino. Chama precisamente o “evitado” por todos para fazê-lo também merecedor do Reino. A solidariedade com os pecadores não se estendia aos pecados que cometiam, mas sim à pessoa deles, pois era preciso também alertá-los para que banissem de suas vidas tudo quanto os afastava de Deus.
Jesus acreditava, com todas as forças de seu coração, na possibilidade de conversão do coração humano. Por isso, empregava todos os meios disponíveis para atrair os pecadores para Deus, mesmo correndo o risco de ser vítima da maledicência de seus adversários. Menosprezando as críticas alheias, importava mostrar aos pecadores a possibilidade de uma vida fundada na misericórdia e na justiça. O caminho escolhido por Jesus foi o da solidariedade, que revela como cada um de nós é tratado por Deus.
Os cobradores de impostos eram marginalizados porque colaboravam com o poder opressor romano, e porque tiravam o seu lucro cobrando a mais, através de extorsão. Jesus, quando entra na casa de Mateus para uma refeição, misturando-se com outros publicanos e pecadores, infringe prescrições fundamentais farisaicas e entra em comunhão com essas pessoas marginalizadas.
O termo “pecadores” era um termo técnico da época para membros de profissões desprezadas e consideradas suscetíveis de impureza ritual. Uma lista indica pessoas que trabalhavam com asnos ou camelos, marinheiros, pastores, comerciantes, médicos (por causa do sangue), açougueiros, curtidores e cobradores de impostos como membros dessa categoria de “pecadores”. Jesus se defende usando um provérbio de bom senso, também conhecido nos escritos de outros autores como Plutarco. Como o médico tem que se expor ao contágio para curar doentes, o médico espiritual se expõe à impurezas legais para salvar os marginalizados.
A misericórdia de Deus não somente acolhe, mas vai em busca dos perdidos, e os reintegra na comunidade de fé, como também mostra especialmente Lucas.
O texto pode nos levar a questionar a nossa prática de misericórdia. Pois nós também criamos categorias de “puros” e “impuros”, muitas vezes em nome de Deus. Sempre existe a tendência de formar comunidades elitizadas, que se gabam de ser praticantes, observadoras da Lei, e quem sabe, desprezam, sem que digam ou notem isso, os que não correspondem aos seus critérios.
Como são tratadas as pessoas com problemas de divórcio, de vícios, ou com uma outra orientação sexual, em nossas comunidades? As nossas comunidades se assemelham a Jesus, que ia atrás das pessoas taxadas de impuras no seu tempo, ou se assemelham aos fariseus, que se fechavam nos seus rituais e rotulavam e marginalizavam os outros – comunicando um Deus mais preocupado com a pureza ritual do que com a misericórdia?
Jesus não condena o sacrifício e os ritos, mas denuncia a situação quando o apego a eles leva ao abandono do mandamento fundamental de misericórdia. Para todos nós ressoa fortemente o desafio lançado por Jesus “aprendam, pois, o que significa: Eu quero a misericórdia e não o sacrifício”.
Seja Jesus o nosso modelo de compaixão, para não cairmos numa prática religiosa que rotula e marginaliza, em nome de Deus, exatamente os que mais precisam sentir o seu rosto misericordioso e compassivo.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 16/02/2013

Oração Final
Pai Santo, ajuda-nos a construir uma Igreja sem preconceitos, isenta de julgamentos entre os irmãos. Que vejamos dentro de todo ser humano o teu Espírito que quer habitá-lo e anseia por se manifestar ao mundo, fazendo o bem a todos. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/02/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-me ouvir o chamado feito a Levi. E me dá força, coragem e perseverança para seguir esse apelo, tornando-me um novo Mateus, seguidor fiel e entusiasmado do Caminho; anunciador alegre da Vida e defensor da Verdade do Cristo Jesus – teu Filho que se fez meu Irmão e contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo. Amém.

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