quinta-feira, 2 de novembro de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 02/11/2017

ANO A



Jo 6,37-40

Meditando o evangelho


DIA DOS FINADOS

DIA DOS FINADOS cristãos batizados são convidados a santificar-se e os que decidem viver plenamente o mistério pascal de Cristo não têm medo da morte. Porque ele disse: "Eu sou a ressurreição e a vida". Para todos os povos da humanidade, seja qual for a origem, cultura e credo, a morte continua a ser o maior e mais profundo dos mistérios. Mas para os cristãos tem o gosto da esperança. Dando sua vida em sacrifício e experimentando a morte, e morte na cruz, ele ressuscitou e salvou toda a humanidade. Esse é o mistério pascal de Cristo: morte e ressurreição. Ele nos garantiu que, para quem crê, for batizado e seguir seus ensinamentos, a morte é apenas a porta de entrada para desfrutar com ele a vida eterna no Reino do Pai. Enquanto para todos os seres humanos a morte é a única certeza absoluta, para os cristãos ela é a primeira de duas certezas. A segunda é a ressurreição, que nos leva a aceitar o fim da vida terrena com compreensão e consolo. Para nós, a morte é um passo definitivo em direção à colheita dos frutos que plantamos aqui na terra. Assim sendo, até quando Nosso Senhor Jesus Cristo estiver na glória de seu Pai, estará destruída a morte e a ele serão submetidas todas as coisas. Alguns são seus discípulos peregrinos na terra, outros que passaram por esta vida estão se purificando e outros, enfim, gozam da glória contemplando Deus. Os glorificados integram a Igreja triunfal e são Todos os Santos, os quais, nós, os intees da Igreja militante, cristãos peregrinos na terra, comemoramos no dia 1o de novembro. Os Finados integram a Igreja da purificação e são todos os que morreram sem arrepender-se do pecado. O culto de hoje é especialmente dedicado a esses. Embora todos os dias, em todas as missas rezadas no mundo inteiro, haja um momento em que se pede pelas almas dos que nos deixaram e aguardam o tempo profetizado e prometido da ressurreição. A Igreja ensina-nos que as almas em purificação podem ser socorridas pelas orações dos fiéis. Assim, este dia é dedicado à memória dos nossos antepassados e entes que já partiram. No sentido de fazer-nos solidários para com os necessitados de luz e também para reflexão sobre nossa própria salvação. Encontramos a celebração da missa pelos mortos desde o século V. Santo Isidoro de Sevilha, que presidiu dois concílios importantes, confirmou o culto no século VII. Tempos depois, em 998, por determinação do abade santo Odilo, todos os conventos beneditinos passaram, oficialmente, a celebrar "o dia de todas as almas", que já ocorria na comunidade no dia seguinte à festa de Todos os Santos. A partir de então, a data ganhou expressão em todo o mundo cristão. Em 1311, Roma incluiu, definitivamente, o dia 2 de novembro no calendário litúrgico da Igreja para celebrar "Todos os Finados". Somente no inicio do século XX, em 1915, quando a morte, a sombra terrível, pairou sobre toda a humanidade, devido à I Guerra Mundial, o papa Bento XIV oficiou o decreto para que os sacerdotes do mundo todo rezassem três missas no dia 2 de novembro, para Todos os Finados.
Oração
Ó Deus, escutai com bondade as nossas preces e aumentai a nossa fé em Cristo ressuscitado, para que sejam mais via a nossa esperança na ressurreição dos vossos filhos e filhas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 02/11/2014

2 de novembro
DIA DOS FIÉIS DEFUNTOS
Por Celso Loraschi

I. Introdução geral

A Igreja celebra o dia dos Fiéis Defuntos ou dia de Finados imediatamente após o dia de Todos os Santos. Ambas as celebrações estão intimamente ligadas, uma vez que fazemos a memória dos que já se encontram na pátria celeste. Veneramos os santos reconhecidos oficialmente pela Igreja e pedimos a sua intercessão. No entanto, todos os que estão junto de Deus são também santos. Muitos deles foram nossos parentes, amigos ou conhecidos. Lembramo-nos deles e também de todas as pessoas que faleceram. Desde os primeiros séculos, os cristãos rezam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires e recordando seus testemunhos de fé e amor. A partir do século V, a Igreja dedica um dia do ano para rezar por todas as pessoas falecidas, também por aquelas que ninguém lembra. É um dia que evoca saudade, esperança e compromisso. Saudade daqueles que partiram e marcaram, de uma maneira ou de outra, a vida de todos nós que ainda peregrinamos neste mundo. Esperança porque nos foi revelado que a morte não tem a última palavra, é passagem para a vida em plenitude. Compromisso porque queremos que nosso tempo histórico seja vivido de acordo com o que nos exorta a palavra de Deus. Como Jó, depositamos nossa confiança naquele que é o defensor da vida (I leitura). Renovamos nossa convicção de que “a esperança não decepciona”, como afirma Paulo em sua carta aos Romanos (II leitura). E nos consolamos, agradecidos, com a declaração de Jesus: “Esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não deixe perecer nenhum daqueles que me deu, mas que os ressuscite no último dia”.

II. Comentário do texto bíblico

1. Evangelho (Jo 6,37-40): A vida eterna

O capítulo 6 do Evangelho de João apresenta o ensinamento de Jesus sobre o pão da vida. Ele se dirige à multidão perto do mar da Galileia. Chama-lhes a atenção para que não se ocupem somente com o alimento que perece, e sim com o “pão da vida”, o alimento que dura para a vida eterna.
O pão da vida é o próprio Jesus, que livremente se doa como alimento: “Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede” (6,35). Na caminhada do Êxodo, rumo à terra prometida, Deus enviou do céu o “maná” que alimentou o povo durante todo o tempo. É o símbolo da palavra de Deus que alimenta e dá a vida. Agora, Jesus é o verdadeiro maná descido do céu como eterno alimento para todos os que nele creem. Ele é a Palavra de Deus que se fez carne. Dele nos alimentamos (palavra e eucaristia) neste novo êxodo rumo à pátria celeste.
Toda pessoa que, pela fé, acolhe Jesus e dele se alimenta já possui a vida eterna. A fé em Jesus não se resume a um assentimento intelectual nem apenas a uma adesão religiosa, sem compromisso concreto. A fé é um jeito de ser que perpassa o cotidiano da vida. É a configuração da nossa vida na vida de Jesus. Assim, todo aquele que vive em Jesus não perecerá. Foi para isso que Deus enviou o seu Filho ao mundo. “Esta é a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”. A fé nos possibilita “ver” Jesus, penetrar no seu mistério e inundar todo o nosso ser pelo dom da verdadeira vida.
A comunidade joanina confessa que Jesus veio ao mundo “para que todos tenham vida e vida em plenitude” (Jo 10,10). Esta é também a nossa confissão de fé: ele é o doador da vida plena já para este mundo e para a eternidade. Ele mostrou o caminho da justiça e da fraternidade a este mundo e venceu a morte pela sua ressurreição. Ele não exclui ninguém. Nele já ressuscitamos para a vida. A morte não tem a última palavra.

III. Pistas para reflexão

- Meus olhos verão a Deus. Deus se revela na história humana de modo processual. Pouco a pouco, conforme atesta a Bíblia. Ele se deu a conhecer juntamente com o seu plano de amor e salvação. O livro de Jó mostra que o ser humano é um buscador de Deus. No meio de muitas perguntas, dúvidas e crises, Deus permite que amadureçamos até nos convencermos de que ele realmente existe e é a fonte de toda a vida. Reconhecemos que, sem sua presença amiga e misericordiosa, a vida perderia todo o sentido. O encontro com Deus transforma o nosso jeito de pensar e agir. Ele é defensor da vida, o doador de todos os bens. Dele viemos e para ele voltamos. Com base nessas afirmações, é importante nos perguntarmos como estamos administrando a vida que Deus nos deu. Que rumo estamos dando à nossa breve existência? Com quais valores irrenunciáveis orientamos os nossos passos na direção da morada definitiva?
- Meus olhos veem a Deus. Enquanto Jó confessa sua fé na futura visão de Deus, o Evangelho de João nos indica que já podemos “ver” a Deus na pessoa de Jesus Cristo. O processo de revelação de Deus e de seu plano de amor e salvação culminou em Jesus. Ele veio ao mundo para que tenhamos a vida, e vida plena. Ver a Jesus com os olhos da fé implica viver conforme sua prática e seus ensinamentos. Quem está em Jesus e dele se alimenta (palavra e eucaristia) já possui a vida eterna. Uma pessoa é irradiadora da verdadeira vida quando pauta seus pensamentos, projetos, palavras e ações no evangelho de Jesus Cristo…
– Caminhar como se víssemos o invisível. A saudade dos nossos entes queridos nos faz refletir sobre a nossa condição de pessoas transitórias neste mundo. Seria uma lástima viver sem conhecer o verdadeiro significado da nossa existência. São Paulo, em sua incansável missão de anunciar o evangelho, insiste na verdade da salvação gratuita de Deus. Seu amor incondicional foi definitivamente comprovado na vida, morte e ressurreição de Jesus. Por ele fomos reconciliados com Deus e, “estando reconciliados, seremos salvos por sua vida”. Essa esperança não decepciona, e sim orienta os nossos passos neste êxodo rumo à pátria eterna. Essa esperança impregna o tempo presente de um sentido “cairológico”: é tempo propício de acolher a graça divina; de desapegar-se do que é efêmero; de cultivar a amizade pessoal com Deus; de discernir e acolher a sua vontade. Como seguidores de Jesus, é tempo de defender e promover a vida neste mundo, sinal da vida futura.
Celso Loraschi
Mestre em Teologia Dogmática com Concentração em Estudos Bíblicos, professor de evangelhos sinóticos e Atos dos Apóstolos no Instituto Teológico de Santa Catarina (Itesc).
E-mail: loraschi@itesc.org.br
Fonte: Vida Pastoral em 2/11/2014

Mt 5,1-12a
Mateus 5,1-12

Comentário do Evangelho

As bem-aventuranças são um apelo a viver na confiança em Deus

As bem-aventuranças fazem parte do longo discurso denominado sermão da montanha (Mt 5–7). As bem-aventuranças fazem parte de um gênero literário bastante atestado no Antigo Testamento.
A primeira bem-aventurança é o fundamento de todas as demais: “Felizes os pobres no espírito, porque deles é o Reino dos Céus” (v. 3). Há um espírito dentro do ser humano; ele o recebeu de Deus, que o chamou à existência (cf. Gn 2,7). A pobreza de espírito é uma pobreza em relação a Deus: diante de Deus, o ser humano se encontra “desnudo”. Viver esta realidade de maneira concreta é assumi-la com um coração puro, experimentá-la no mais profundo do ser, lá onde aflora a presença de Deus. Nesse sentido, as bem-aventuranças são um apelo ao discípulo a viver a vida referida a Deus e na confiança nele. O que cada uma das bem-aventuranças promete é que a realidade escatológica constitui o fundamento da vida moral, do modo de agir do cristão.
Carlos Albewrto Contieri, sj
Oração
Senhor Jesus, não permitas que eu me curve aos caprichos do mundo, e faze-me caminhar firme na estrada das bem-aventuranças.
Fonte: Paulinas em 10/06/2013

Vivendo a Palavra

O Mestre revela para os discípulos o seu segredo, as razões que O faziam feliz e que deviam ser procuradas por todos. Ele era pobre em espírito, manso, tinha fome de justiça, era misericordioso, puro de coração, pacificador... é este o caminho para a felicidade: segui-lo no Amor, na gratuidade, no cuidado pelos irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/06/2013

Reflexão

A partir de hoje, a Igreja nos propõe a leitura continuada do Evangelho de São Mateus nos dias de semana do Tempo Comum, omitindo o seu início porque é apresentado no ciclo litúrgico do Natal e o seu final, que nos é proposto para a reflexão no ciclo da Páscoa, de modo que iniciamos com o sermão da montanha (capítulos 5, 6 e 7). O sermão da montanha nos mostra a moral da Nova Aliança e começa com as bem-aventuranças, apresentadas no Evangelho de hoje, e que nos mostram as motivações e as virtudes que nos são necessárias para que assumamos os valores do Reino de Deus e possamos viver de forma madura o que nos é proposto por Jesus.
Fonte: CNBB em 10/06/2013

Meditando o evangelho

ENTREGUES NAS MÃOS DO SENHOR

A santidade não é um artigo de luxo reservado a um grupo de privilegiados. É um ideal para o qual todos os cristãos devem tender, independentemente de sua condição social ou eclesial. Como ninguém é excluído, também ninguém pode eximir-se de dar sua resposta a este apelo divino. O importante é ter uma visão correta da santidade, para se evitar esmorecimentos diante de concepções falsas, e também para não ir atrás de um projeto de santidade incompatível com a proposta de Jesus.
O Evangelho entende a santidade como a capacidade de entregar-se totalmente nas mãos do Pai, de quem tudo se espera e em nome de quem se age em favor do semelhante. Neste caso, santidade e bem-aventurança identificam-se.
A bem-aventurança dos pobres em espírito, dos mansos, dos aflitos e dos que têm fome e sede de justiça acontece quando as pessoas, nestas condições, contam apenas com o auxílio que vem de Deus. Seria inútil contar com as criaturas e esperar delas o socorro.
Por outro lado, também os misericordiosos, os puros de coração, os construtores de paz e os perseguidos por causa da justiça trilham um caminho de santidade. Sem uma profunda adesão a Deus e a seu Reino, jamais se disporiam a prestar ao próximo um serviço gratuito e desinteressado, e a escolher um projeto de vida em que os interesses pessoais passam para um segundo plano. A santidade, neste caso, consiste em imitar o modo divino de agir.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Pai, move-me pelo Espírito a trilhar o caminho da santidade, colocando minha vida em tuas mãos e buscando viver as bem-aventuranças proclamadas por teu Filho Jesus.
Fonte: Dom Total em 02/11/2016

Meditando o evangelho

BEM-AVENTURANÇA E SANTIDADE

Ao proclamar as bem-aventuranças, Jesus descreveu a dinâmica da santidade. Bem-aventurado é sinônimo de santo. Portanto, santos são os pobres em espírito, cujo coração está centrado em Deus e que rejeita toda espécie de idolatria. Com certeza, possuirão o Reino dos Céus.
Santos são os mansos, que por não responderem a violência com violência, herdarão um bem inalcançável pelos violentos. Santos são os aflitos, que são impotentes diante de situações dramáticas, e não pretendem ter solução para tudo. Sua recompensa será a consolação de Deus. Santos são os famintos e sedentos de justiça, que não pactuam com a maldade, nem se deixam levar pela lógica da dominação. Deus mesmo haverá de realizar seu ideal e fazê-los contemplar o reino da justiça.
Santos são os misericordiosos, cujo destino consistirá em viver a comunhão definitiva com o Deus-misericórdia. Santos são os puros de coração, que não agem com segundas intenções e nem falsidade, mas sim, com transparência. Por isso, serão recompensados com a visão de Deus, em todo seu esplendor.
Santos são os promotores da paz, que procuram criar laços de amizade e banir toda espécie de ódio, a fim de que o mundo seja mais fraterno. Eles serão chamados filhas e filhos de Deus. Santos são os perseguidos por causa da justiça, os que lutam para fazer valer o projeto de Deus para a humanidade.
Este é o caminho da santidade que todos somos chamados a percorrer.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, faze-me trilhar os caminhos das bem-aventuranças, que é o caminho da santidade.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. É POSSÍVEL SER SANTO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A santidade é uma meta a ser atingida por todos os cristãos. Ninguém é excluído deste apelo nem pode eximir-se de dar sua resposta. Mas importa nutrir um ideal sadio de santidade, sem se deixar levar por falsas concepções.
Ser santo é ser capaz de colocar-se totalmente nas mãos do Pai, contar com ele, sabendo-se dependente dele. Por outro lado, é colocar-se a serviço dos semelhantes, fazendo-lhes o bem, como resposta aos benefícios recebidos do Pai. O enraizamento em Deus desabrocha em forma de misericórdia para com o próximo.
A santidade constrói-se no ritmo da entrega da própria vida nas mãos do Pai, explicitada no serviço gratuito e desinteressado aos demais, deixando de lado os interesses pessoais e tudo quanto seja incompatível com o projeto de Deus.
Este ideal não é inatingível. E se constrói nas situações mais simples nas quais a pessoa é chamada a ser bondosa, a não agir com dolo ou fingimento, a criar canais de comunicação entre os desavindos, a superar o ódio e a violência, a cultivar o hábito da partilha fraterna, a ser defensor da justiça.
Qualquer cristão, no seu dia-a-dia, tem a chance de fazer experiências deste gênero. Se o fizer, com a graça de Deus, estará dando passos decisivos no caminho da bem-aventurança.
Oração
Espírito bem-aventurado, coloca-me no caminho da santidade, a ser construída na entrega confiante de minha vida nas mãos do Pai, e na misericórdia para com meu próximo.
Fonte: NPD Brasil em 10/06/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Viver hoje o amanhã
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

É preciso ter os pés no chão, pois uma coisa é enfrentar com coragem os desafios do presente e buscar soluções concretas, o outro é camuflar a situação, fazendo uma belíssima coreografia, sem mudar o cenário! É maquiar para parecer belo!
As bem-aventuranças proclamadas solenemente por Jesus, no alto de um monte, são profundamente realistas: a Primeira e a Oitava trazem o verbo no presente, “... porque deles é o Reino dos Céus”, ao passo que as demais, usam o verbo no futuro, “porque serão, verão, alcançarão...”. Ser pobre em espírito é fazer de Deus a sua única riqueza, é possuir já nesta vida a plenitude da vida futura. É ser discípulo e estar em constante aprendizado a partir do evangelho, vivendo hoje tudo o que cremos e esperamos no amanhã. Esta postura diferente trará incompreensão e perseguição, mas em compensação, a alegria será verdadeira, porque não se fundamenta naquilo que se vê, mas sim no que se espera.
Jesus Cristo trouxe o futuro até nós, sendo precisamente esta crença e esperança que nos faz ter uma identidade própria, fomos marcados para fazer a diferença neste mundo tão descrente, que não consegue vislumbrar a Vida Nova, para a qual fomos destinados por Deus, desde o início da Criação.

2. Pai, quero que estejam comigo aqueles que me deste
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Perguntaram ao irmãozinho Arturo Paoli, da família espiritual do Bem-aventurado Irmão Carlos de Jesus, o Padre de Foucauld, como ele imaginava a passagem desta vida para a outra. Respondeu com uma pequena parábola, dizendo que um amigo o convidou para um passeio. Não sabia para onde iam nem o que iriam ver, mas era um amigo que o levava para um passeio. Entre nós tudo se diz e se explica com o nosso vocabulário. E com esse vocabulário dizemos que um amigo nos levará para uma bela viagem. Esta viagem já fizeram os nossos que adormeceram em Cristo e partiram. Hoje nos lembramos de todos eles, com alegria e não com tristeza, com saudade, certamente, mas também com a certeza de que estão em Deus. Quando veremos a Deus realmente? Decerto não antes de entrarmos no céu. E quando será isso? É preciso primeiro passar pela morte. Que venha então esta morte que é a porta da vida. Ela é passageira, é o tempo da passagem. Deste lado a morte continua sendo um mistério. Nossa experiência fica do lado de cá, sempre marcada por luzes e sombras, alegrias e dores, fé, esperança e caridade. Sentimos as separações, mas nos aprofundamos na fé, esperando o reencontro final no amor de Deus. Aqueles que o Pai deu a Jesus, ele quer que estejam com ele e vejam a glória que o Pai lhe deu. Nestes, que são de Cristo, está o Amor do Pai e o próprio Filho.

HOMÍLIA DIÁRIA

Qual é o sentido da felicidade?

Jesus nos ensina qual é o sentido da felicidade, porque bem-aventurança quer dizer felicidade. Bem-aventurados são aqueles que, na verdade, são felizes.
Jesus disse: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados” (Mt 5,3-4).
Enfim, nós escutamos, do coração de Jesus, qual é o sentido da felicidade, porque bem-aventurança quer dizer felicidade.
Bem-aventurados são aqueles que, na verdade, são felizes. A felicidade consiste em pouca coisa: colocar a vontade de Deus em prática na nossa vida, porque o autor da felicidade é Ele, e se tem alguém que nos quer feliz demais é o Senhor. Mas não é uma “felicidadezinha” qualquer, não é uma alegria que se confunde com uma euforia momentânea, fruto de prazeres ou de outras coisas. É o sentido pleno de ser feliz.
Muitas vezes, estamos envoltos aos sofrimentos e às dificuldades que passamos, na vida presente, mas a felicidade de Deus se estende pela eternidade. Ser feliz é saber que o seu coração está em paz, pois está no Senhor.
A bem-aventurança da pobreza nos chama a viver de forma despojada, sem apego a nada, sem apego às coisas, às pessoas. O que deixa as pessoas muito tristes, sem sentido da vida, é apegar-se demais a um bem material, pois, na hora que esse bem lhes faltar – porque tudo é perecível –, elas sofrerão.
Tudo vem da vaidade; tudo vai, tudo passa. Só permanecem os bens eternos, só permanece o amor que nós praticamos de uns para com os outros, só permanece a bondade que exercemos nessa vida.
“Senhor Deus, dê-nos um coração pobre, despojado, para podermos fazer a Sua vontade em todas as coisas.”
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 10/06/2013

Mãe Maria - Evangelho - Mt 5,1-12a

Bem-aventurados os pobres em espírito.


HOMILIA - Mt 5,1-12ª

ANÚNCIO DO NOVO CÉU E NOVA TERRA

O chamado Sermão da Montanha, faz parte do discurso inaugural do ministério público de Jesus, que se estende entre os capítulos 5 a 7 do Evangelho de S. Mateus. O de hoje o primeiro dos cinco discursos que o evangelista distribui estrategicamente no seu livro.
No texto destacamos dois elementos fundamentais: primeiro está o lugar de onde Jesus fala e o conteúdo do discurso. Depois de pregar nas sinagogas da Galileia, acompanhado de uma grande multidão, Jesus subiu ao monte para rezar, escolhe os doze apóstolos e depois chega a um lugar plano e sentando, os seus discípulos e toda a multidão se aproxima d’Ele e então, Ele tomando a palavra e começa ensinar. Bem-aventurados os pobres em espírito porque deles é o Reino dos céus...
A intenção evidente do evangelista é apresentar-nos um discurso completo. Há, portanto aqui uma unidade retórica, sendo este termo entendido não só como uso de figuras de estilo, mas, sobretudo como forma de usar as palavras e construir o discurso visando cumprir um determinado objetivo, que neste caso é proclamar de um modo novo o Evangelho do Reino.
Não há aqui espaço para uma interpretação detalhada do texto. Utilizaremos como marco hermenêutico a novidade que este sermão nos traz, advertindo desde já que de maneira nenhuma se trata de ruptura com o Antigo Testamento, mas sim do seu pleno cumprimento em Jesus Cristo. De fato, Ele declara: Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição. Levar à perfeição é o mesmo que dar pleno cumprimento, realizar plenamente.
À semelhança de Moisés, que sobe ao monte Sinai para receber as tábuas da Lei que há-de comunicar ao povo de Israel (cf. Ex 19, 3. 20; 24, 15), há quem veja na pessoa de Jesus um “novo Moisés” que surge como Mestre, não apenas de Israel, mas de todos os homens, chamados à vocação universal de serem discípulos de Cristo, pela escuta e vivência da sua Palavra: Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino do Céu, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está no Céu; 7, 24: Ou ainda: Todo aquele que escuta estas minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha). Jesus senta-se na “cátedra” de Moisés (a montanha) como o Moisés maior, que estende a Aliança a todos os povos. Assim podemos ver o Sermão da Montanha como «a nova Torah trazida por Jesus».
Devemos insistir, porém que não se trata aqui de abandonar a Torah dada na aliança do Sinai. É sabido que o primeiro Evangelho foi escrito para uma comunidade de cristãos de origem judaica, enraizados e familiarizados com a Lei de Moisés, que continuava a ser valorizada e praticada. A preocupação do evangelista é mostrar que, sem abolir nada do que Moisés tinha deixado, Cristo, com a sua ação, o supera e leva à perfeição como só Ele pode fazer, absolutamente melhor do que qualquer outro profeta.
O que Mateus nos apresenta no texto de hoje não tenho nem se quer uma sombra de dúvidas de que seja o anúncio de um novo céu e uma nova terra onde haveremos de morar. É como que a realização de todas as promessas e bênçãos de Deus nos discípulos da nova aliança em Cristo, assim como no novo espírito com que se deve cumprir a Lei, concretizado nas práticas da esmola, da oração e do jejum. A atitude dos filhos do Reino traduz-se numa nova relação com as riquezas, com o próprio corpo e as coisas do mundo e com Deus, a quem nos dirigimos como Pai e de cujo Reino se busca a justiça, antes de tudo. Como não se pode dizer que se ama a Deus se não se ama os irmãos, não falta aqui à referência a uma nova relação com o próximo. Finalmente, o epílogo do sermão faz uma recapitulação e um apelo veemente à não apenas escutar a Palavra, mas a pô-la em prática, de forma consciente e deliberada.
Procuramos, da forma mais breve possível, ver como em Jesus Cristo se cumpre a promessa de Deus ao povo de Israel em Dt 18, 15 O Senhor, teu Deus, suscitará no meio de vós, dentre os teus irmãos, um profeta como eu; a ele deves escutar e a Moisés em Dt 18, 18 Suscitar-lhes-ei um profeta como tu, dentre os seus irmãos; porei as minhas palavras na sua boca e ele lhes dirá tudo o que Eu lhe ordenar. Como acontece noutras passagens dos Evangelhos, também aqui Jesus Cristo anuncia o Reino dos céus. Esta é uma forma semítica de dizer “Reino de Deus”, que está no meio de nós e se realiza plenamente no domínio ou reinado de Deus sobre todas as suas criaturas e na aceitação ativa, alegre e jubilosa desse reinado pelas mesmas criaturas, a começar pelo Homem, criado à sua imagem e semelhança.
O Sermão da Montanha é então para nós um autêntico programa de vida cristã que não deixaremos de meditar e pôr em prática em todos os dias, pois ele compreende o ANÚNCIO DE NOVO CÉU E DA NOVA TERRA onde haveremos de morar.
Padre BANTU SAYLA
Fonte: Liturgia da palavra

Jo 17, 24-26

Meu Senhor e Meu Deus - João 17, 24-26

Canal youtube - RedeSeculo21



Jo 17,20-26

Comentário do Evangelho

A unidade é dom do Cristo ressuscitado e parte essencial do testemunho.

A oração de Jesus abre-se para o futuro: ele pede não somente para os atuais discípulos, mas para aqueles, não importa a que tempo, que abraçarão a fé. Há uma unidade, inspirada na união entre o Pai e o Filho, que permanece além de um tempo determinado da história. A unidade deve ser sempre a característica e o desafio da comunidade cristã. A unidade é dom do Cristo ressuscitado e parte essencial do testemunho. É ela o testemunho pelo qual gerações chegarão à fé. A fé é, fundamentalmente, testemunho. Assim sendo, somos responsáveis pela fé uns dos outros e das gerações futuras, pois a adesão dos outros à pessoa de Jesus Cristo depende, em boa parte, de nosso testemunho e da qualidade de nossa vida cristã. A comunhão entre os discípulos oferece a gerações futuras a possibilidade de conhecer que Jesus é o enviado do Pai. Se o mundo não conheceu Deus, foi em razão do seu fechamento. Na plenitude dos tempos Deus se revelou no seu Filho que, antes da criação do mundo, estava voltado para ele (cf. Jo 1,1). Em Jesus é que resplandece a imagem do Deus único e verdadeiro (cf. Jo 14,9). Pelo Filho o Pai se tornou conhecido dos discípulos e eles puderam fazer a experiência de que Deus é amor.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Espírito de comunhão, não permitas que se rompam os laços que me ligam a todos os meus irmãos e irmãs, e faça-me compreender o valor da unidade proclamada por Jesus.
Fonte: Paulinas em 05/06/2014

Reflexão

Jesus nos pede para viver a unidade de tal modo que possamos testemunhar a unidade da Trindade. Esta vivência da unidade não significa uma uniformidade, mas que todos vivamos de acordo com as nossas condições e de diferentes formas os mesmos valores. Assim, encontramos na Igreja diferentes formas de espiritualidade e de ação evangelizadora totalmente diferentes entre si, mas essas diferenças não ferem a unidade dos cristãos porque são formas diferentes e não essências, são formas diferentes de viver a mesma fé e participar no mesmo projeto anunciado por Jesus.
Fonte: CNBB em 05/06/2014

Recadinho

Você testemunha a unidade, vivendo em união em sua família? - Você se lembra de agradecer a Deus esta sublime graça de poder viver em união com ele? - Você pode dizer que seus atos são sempre de um filho de Deus? - Em suas orações, você faz distinção de pessoas? Reza só pelos amigos, por aqueles que lhe querem bem? - Reze, de um modo especial hoje, pela união dos cristãos e de sua família.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 05/06/2014

Comentário do Evangelho

PERFEITOS NA UNIDADE

A unidade foi o tema polarizador da pregação de Jesus, na etapa final do seu ministério. Esta preocupação é facilmente compreensível. Ele conhecia bem o coração humano, e sua tendência para a divisão, os conflitos, e a visão distorcida da realidade. Sintoma do pecado, a ausência de comunhão coloca-se no extremo oposto do ideal de Jesus. Foi este o alvo de sua ação redentora: arrancar o ser humano do egoísmo, que perverte o coração e o afasta de Deus e do próximo, levando a converter-se à unidade.
O modelo de unidade vislumbrado por Jesus é a comunhão trinitária. Portanto, ao apelar para a unidade, sua intenção foi levar os seres humanos a viver de modo semelhante, como vivem o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o mesmo projeto, fundado na comunhão, que Jesus propõe para a humanidade, a começar pelo grupo restrito dos discípulos.
Para Jesus, a comunhão dos discípulos reforçaria a credibilidade de sua condição de enviado. Se implantou uma forma de amor-comunhão, diferente das até então conhecidas, é porque ele, de alguma forma, a tinha previamente experimentado na comunhão com o Pai e o Espírito Santo. Esta experiência prévia, no seio da Trindade, possibilitou a Jesus mostrar aos seres humanos o que seria melhor para eles. Sem amor-comunhão, só existe frustração.
Não existe salvação possível.
É próprio do discípulo cultivar o ideal de ser perfeito na unidade.
Oração
Espírito de comunhão não permitas que se rompam os laços que me ligam a todos os meus irmãos e irmãs, e faça-me compreender o valor da unidade proclamada por Jesus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Interceda por nós, ó Deus, o mártir são Bonifácio, para que guardemos fielmente e proclamemos em nossas obras a fé que ele ensinou com a sua palavra e testemunhou com o seu sangue. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 05/06/2014

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Oração Final
Pai Santo, nós damos graças porque a certeza da morte não nos traz medo nem desesperança, mas traz a certeza de que nos aproximamos, unidos aos irmãos peregrinos, do teu abraço definitivo no Reino de Amor. Dá-nos, Pai amado, sabedoria, força e coragem para seguirmos Jesus Cristo, na certeza de que Ele é o Bom Caminho.
Fonte: Arquidiocese BH em 2/11/2014

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