terça-feira, 6 de junho de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 07/06/2017

Ano A


Mc 12,18-27

Comentário do Evangelho

Deus é surpreendente

Agora, é a vez dos saduceus. Eles não são propriamente um grupo religioso, mas uma espécie de aristocracia ligada ao Templo de Jerusalém. A questão é sobre a ressurreição que eles não acreditam, ao contrário dos fariseus. Apresentam um caso absurdo com o intuito de ridicularizar a fé na ressurreição. Para isso, recorrem à lei do levirato (ver: Dt 25,5-6). Na resposta Jesus revela a ignorância deles: interpretam mal a Escritura e desconhecem o poder de Deus, supondo que a morte anulasse o poder de Deus. Os saduceus, buscando ridicularizar a crença na ressurreição, a apresentam como pura continuidade da vida terrestre. Engano! Deus é surpreendente. É preciso abrir-se à novidade de Deus e nele esperar. Pensaram poder falar da ressurreição prescindindo de Deus. Ora, sem a relação ao Deus dos vivos, a própria Escritura é letra morta.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, tu és o Senhor da vida e me conduzes para a vida eterna junto de ti. Aumenta a minha fé de que não estou destinado à morte, e sim à comunhão contigo.
Fonte: Paulinas em 05/06/2013

Vivendo a Palavra

O Pai de Jesus é Deus de vivos! O Mestre revela o Mistério da Ressurreição dos mortos. Mistério tão essencial para nós que o apóstolo Paulo, referindo-se a ele, diria mais tarde que ‘se não há ressurreição, a nossa fé é vã’. Jesus disse ‘quando’ os mortos ressuscitarem e não ‘se os mortos ressuscitarem’.
Fonte: Arquidiocese BH em 05/06/2013

VIVENDO A PALAVRA

O saduceu que mora em cada um de nós continua, pelos tempos afora, a engendrar dúvidas maliciosas para confundir a Verdade que transparece em Jesus de Nazaré. E somos tentados a substituir a fé simples de uma criança (que também mora em nós…) por raciocínios complicados e enganosos que nos afastam do Reino de Deus.

Reflexão

Tem gente que sente o maior prazer em discutir religião. Essas discussões, na verdade, não significam a busca de uma melhor compreensão da fé com a finalidade de possibilitar uma resposta de qualidade aos apelativos dos valores evangélicos, mas na maioria das vezes se constituem numa discussão sobre posições unilaterais e não negociáveis, muitas vezes posições pessoais, que só servem para aprofundar diferenças e criar divisões e em nada contribuem para que todos possam chegar à verdade, muito menos para viver segundo ela.
Fonte: CNBB em 05/06/2013

Meditando o evangelho

O INTENTO DE RIDICULARIZAR

Os saduceus, diferentemente dos fariseus, não estavam interessados em eliminar Jesus. A questão que lhe propuseram não era de caráter político ou ideológico. Dizia respeito às divergências doutrinárias existentes entre as várias correntes do judaísmo da época. Uma delas versava sobre a existência ou não da ressurreição dos mortos. O intento dos saduceus era o de expor Jesus ao ridículo, diante das pessoas que simpatizavam com ele. Dada a complexidade da questão apresentada, o "mestre" ficaria embaraçado, sem saber como respondê-la. Que moral tem um "mestre ignorante"? Além disso, se respondesse afirmativamente, o seu ensinamento sobre a ressurreição ficaria desacreditado, por faltar-lhe fundamentos lógicos.
A resposta de Jesus desmonta a segurança dos saduceus. A impossibilidade de aceitar a ressurreição não se deve a dificuldades por eles apresentadas, e sim à sua formação religiosa deficiente. Se tivessem estudado com atenção as Escrituras, teriam percebido a imagem de Deus que elas transmitem: o Deus de Israel é o Deus dos vivos, não dos mortos. Por isso, referem-se aos patriarcas, falecidos há muito tempo, como pessoas que ainda estão vivas. Daí a expressão tantas vezes repetida nas Escrituras: "Eu sou o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó". Por que só os pais do povo estariam vivos para Deus, e não todas as pessoas de todos os tempos? Portanto, só nega a ressurreição quem não compreendeu quem é, de fato, o Deus de Israel.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, tu és o Senhor da vida e me conduzes para a vida eterna junto de ti. Aumenta a minha fé de que não estou destinado à morte, e sim à comunhão contigo.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Realidades diferentes...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Tenho um amigo que o pai morreu de Alzheimer e cuja preocupação é que no dia em que ele também morrer e for encontrar-se com o pai na Vida Eterna, este não o reconheça. Outro colega de serviço quis saber, em certa ocasião que falávamos sobre o assunto, se ele na Vida Eterna irá se reencontrar com o cachorrinho de estimação que perdeu vítima de uma doença.
Um outro disse em tom de brincadeira que não quer se encontrar com a sua sogra na Eternidade, e se registrarmos todas as conversas e opiniões sobre o assunto, facilmente percebemos que a maioria confunde ressurreição com ressuscitação, que são coisas bem distintas. Queremos todos chegar na Vida Eterna e dar continuidade a tudo que somos e fizemos nesta vida, com as mesmas emoções e sentimentos, com o mesmo modo de se relacionar com as pessoas.
Os Saduceus, um grupo que não acreditava na ressurreição, resolveu contar uma piadinha para Jesus, sim, uma historinha dessa só pode ser uma piada, é o caso de uma super mulher, que teve sete maridos e todos “bateram a cacholeta”, e por fim um belo dia a viúva por sete vezes também morreu, essa realmente descansou... Só que na cabeça dos Saduceus espirituosos, a história continuou, agora a coitada chega no Céu e dá de cara com os sete que a esperavam, e no final veio a perguntinha descabida : “De quem ela terá que ser esposa?” Pronto! Está feito a “misturança”, uma realidade terrestre com uma realidade ultra-terrestre, alguém aí já imaginou se fosse assim, levar conosco para a Vida Eterna os problemas mal resolvidos ou a resolver aqui nesta terra, para dar continuidade a historia? Podem ter a certeza de que não valeria a pena ressuscitar. Um pouco pior é o pensamento reencarnacionista onde a gente sobe e desce, vai e volta, até terminar o processo de purificação total, pagando todas as nossas faltas.
Ressurreição não é nada disso! Como é que podemos afirmar isso? Na ressurreição de Jesus e nas suas aparições na comunidade. É um processo de continuidade, Jesus é o mesmo, nós seremos os mesmos, a pessoa que construímos com nossas ações boas ou más, porém, de um outro jeito, Jesus Ressuscitado é o Jesus crucificado, mas de um outro jeito, o mesmo irá acontecer com todos nós, seremos os mesmos, mas de um outro jeito.
Por não termos a união hipostática das duas naturezas como Jesus, só seremos revelados o que de fato somos, após a consumação dos séculos, quando a história chegar ao seu final e o Reino atingir a sua plenitude, sempre lembrando que a nossa Vida se dá no tempo e espaço, enquanto que Deus é Eterno, não tem passado nem futuro, e portanto a nossa morte biológica nos permite mergulharmos no infinito de Deus. Não estaremos mais sujeitos ao tempo ou ao espaço, não teremos mais nenhuma necessidade de qualquer ordem, seja ela corporal, afetiva ou espiritual, por isso as relações de afetividade não terão mais razão de ser. Em Deus estaremos completos e perfeitos. O Amor que nos ama nos transformará, e nós também seremos Amor, e viveremos eternamente nesse Amor.

2. O DEUS DOS VIVOS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A ressurreição dos mortos era uma doutrina rejeitada pelos saduceus e aceita pelos fariseus. A pergunta dos saduceus visa, em vão, fazer Jesus optar por uma destas facções.
O exemplo contado pelos saduceus peca gravemente por interpretar, de maneira indevida, a ressurreição dos mortos com categorias terrenas. O esquema da história dos sete casamentos sucessivos da mulher com sete diferentes homens vale para a existência terrena. Com a ressurreição se passa de modo diverso. Aí não se pode falar de casar e dar-se em casamento, pois a condição do ser humano após a morte o faz semelhante aos anjos no céu, ou seja, não subordinado às categorias de espaço e tempo e não sujeitos às carências próprias da existência terrena. Não vale falar em relação matrimonial em se tratando da ressurreição.
A resposta de Jesus redunda em denúncia da concepção de ressurreição tanto dos fariseus quanto dos saduceus. Eles, sem dúvida, viviam em constante litígio por causa de problemáticas inconvenientes em torno das quais giravam suas reflexões. Jesus propõe a ambos refazerem seu modo de pensar e não atrelarem as coisas de Deus a seus próprios esquemas. A perspectiva aberta parte do pressuposto de ser seu Deus o Deus de vivos e não de mortos. Junto dele, as categorias terrenas perdem seu valor. Quem quiser pensar a ressurreição deve partir da indicação dada por Jesus, senão se enredará em falsos problemas.
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a pensar corretamente o mistério da ressurreição sem projetar nele minhas categorias humanas.

Fonte: NPD Brasil em 05/06/2013

HOMILIA DIÁRIA

Procuremos saborear aquilo que é eterno

Uma vez já participantes da eternidade, teremos em nós a condição angelical, espiritual de sermos mais ainda idênticos, ou melhor, parecidos com Deus. Procuremos saborear aquilo que é eterno.
“Quando os mortos ressuscitarem, os homens e as mulheres não se casarão, pois serão como os anjos do céu” (Mc 12,25).
Meu irmão, minha irmã, talvez nós pensemos muito na vida com argumentos e pressupostos que temos aqui na Terra. Nós achamos que, na eternidade, os argumentos, as coisas serão da forma como são aqui, mas não serão mesmo.
Uma vez que a morte decreta o fim da nossa vida aqui em Terra, por mais que continuemos sendo a mesma pessoa, nossa vida assumirá o sentido da eternidade. Morre o que é terreno, o que é deste mundo, mas permanece aquilo que é eterno. Nós temos em nós as sementes da eternidade, e não podemos achar que a única vida com sentido é esta, na Terra. Muito pelo contrário, o sentido da vida é a proximidade com Deus, é assemelhar-se cada vez mais a Ele. O sentido da vida é ser, cada vez mais, menos carnal e mais espiritual. O Evangelho de hoje está nos convidando a assumirmos essa mentalidade.
Na eternidade, nós não seremos de ninguém, seremos unicamente de Deus, pertenceremos para sempre a Ele. Se pertencemos a alguém nessa vida, é só nessa vida; a nossa única relação eterna com alguém é com o Senhor, por isso o ser humano nasce dependente e, cada vez mais, vai se tornando independente. Por mais que estabeleçamos uma relação de dependência do outro, a nossa dependência eterna é de Deus.
Nós seremos como os anjos, não precisaremos mais nos casar, porque a nossa condição não vai ser mais humana, de precisar se reproduzir para a espécie continuar.
Uma vez já participantes da eternidade, teremos em nós a condição angelical, espiritual de sermos mais ainda idênticos, ou melhor, parecidos com Deus.
Procuremos saborear aquilo que é eterno, procuremos em nós, cada vez mais, nos assemelharmos a Deus. Não nos esqueçamos de que nós não nascemos para esse mundo, mais para a eternidade.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 05/06/2013

Oração Final
Pai Santo, faze-nos crianças em teu Reino de Amor. Que a nossa fé seja simples, a nossa confiança em Ti seja apoio e inspiração para nos tornarmos fontes vivas de Esperança para os companheiros de caminhada nesta marcha de volta ao Lar Paterno. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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