quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

LEITURA ORANTE DO DIA - 15/01/2017



LEITURA ORANTE

Jo 1,29-34 - João testemunha que Jesus é o Salvador


Saudação
- A nós, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Jesus Mestre,
ficai conosco,
aqui reunidos (pela grande rede da internet),
para melhor meditar
e comungar com a vossa Palavra.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o Evangelho do Dia -    Jo 1,29-34
No dia seguinte, João viu Jesus vindo na direção dele e disse:
- Aí está o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! Eu estava falando a respeito dele quando disse: "Depois de mim vem um homem que é mais importante do que eu, pois antes de eu nascer ele já existia." Eu mesmo não sabia quem ele era, mas vim, batizando com água para que o povo de Israel saiba quem ele é.
João continuou:
- Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba e parar sobre ele. Eu não sabia quem ele era, mas Deus, que me mandou batizar com água, me disse: "Você vai ver o Espírito descer e parar sobre um homem. Esse é quem batiza com o Espírito Santo." E eu vi isso e por esse motivo tenho declarado que ele é o Filho de Deus.
Refletindo
Vendo Jesus que vem em sua direção, João testemunha, reconhecendo Jesus com três títulos: Cordeiro de Deus, "Quem batiza com o Espírito Santo" e  Filho de Deus. É o Cordeiro de Deus que tem a missão do sacrifício para a expiação dos pecados.  É o que batiza com o Espírito Santo, despertando uma vida nova.  É o Filho de Deus de quem procede toda graça e salvação.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
O nosso batismo deriva do  batismo de Cristo. Ser batizado é ser enxertado em Cristo, é receber o Espírito Santo, é aceitar os desafios provenientes do anúncio do Evangelho. Ser testemunha de Cristo como João Batista é reconhecer que ele é o Filho de Deus. Ser imerso na água do batismo é aceitar morrer ao pecado. Aquele que recebe a água do batismo nasce para a ressurreição e para a vida eterna (Rm 6, 4-5).
Meditando
Em Aparecida, disseram os bispos: "Jesus é o Filho de Deus, a Palavra feito carne (cf. Jo 1,14), verdadeiro Deus e verdadeiro homem, prova do amor de Deus aos homens. Sua vida é uma entrega radical de si mesmo a favor de todas as pessoas, consumada definitivamente em sua morte e ressurreição. Por ser o Cordeiro de Deus, Ele é o Salvador. Sua paixão, morte e ressurreição possibilita a superação do pecado e a vida nova para toda a humanidade. N’Ele, o Pai se faz presente, porque quem conhece o Filho conhece o Pai (cf. Jo 14,7).
Como discípulos de Jesus reconhecemos que Ele é o primeiro e maior evangelizador enviado por Deus (cf. Lc 4,44) e, ao mesmo tempo, o Evangelho de Deus (cf. Rm 1,3). Cremos e anunciamos “a boa nova de Jesus, Messias, Filho de Deus” (Mc 1,1). Como filhos obedientes á voz do Pai queremos escutar a Jesus (cf. Lc 9,35) porque Ele é o único Mestre (cf. Mt 23,8). Como seus discípulos sabemos que suas palavras são Espírito e Vida (cf. Jo 6,63.68). Com a alegria da fé somos missionários para proclamar o Evangelho de Jesus Cristo e, n’Ele, a boa nova da dignidade humana, da vida, da família, do trabalho, da ciência e da solidariedade com a criação." (DAp 102 e 103).

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Ano Mariano
Rezo com toda a Igreja a Oração Jubilar: 300 Anos de Bênçãos
Senhora Aparecida, Mãe Padroeira, em vossa singela imagem, /
há 300 anos aparecestes nas redes dos três benditos pescadores /
no Rio Paraíba do Sul. /
Como sinal vindo do céu, /
em  vossa cor, /
vós nos dizeis que para o Pai não existem escravos, /
apenas filhos muito amados. /
Diante de vós, embaixadora de Deus, /
rompem-se as correntes da escravidão! /
Assim, daquelas redes, /
passastes para o coração e a vida /
de milhões de outros filhos e filhas vossos. /
Para todos tendes sido bênção: / peixes em abundância, /
famílias recuperadas, /
saúde alcançada, /
corações reconciliados, /
vida cristã reassumida. /
Nós vos agradecemos tanto carinho, tanto cuidado! /
Hoje, em vosso Santuário e em vossa visita peregrina, /
nós vos acolhemos como mãe, /
e de vossas mãos recebemos o fruto de vossa missão entre nós: /
o vosso Filho Jesus, nosso Salvador. /
Recordai-nos o poder, a força das mãos postas em prece! /
Ensinai-nos a viver vosso jubileu com gratidão e fidelidade! /
Fazei de nós vossos filhos e filhas, /
irmãos e irmãs de nosso Irmão Primogênito, Jesus Cristo.
Amém!

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou viver a minha vida cristã coerente com meus compromissos de contínua conversão e de testemunho de minha fé.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patrícia Silva, fsp
http://leituraorantedapalavra.blogspot.com.br/

Leitura Orante
2º domingo do tempo comum, 15 de janeiro de 2017


SOMOS HABITADOS PELO ESPÍRITO

“Vi o Espírito descer do céu como uma pomba e permanecer sobre ele” (Jo 1,32)

Texto Bíblico: João 1,29-34

1 – O que diz o texto?

No evangelho de hoje, mais uma vez o autor do quarto Evangelho nos coloca diante da figura de João Batista, relatando a experiência dele de encontro com Jesus e revelando-o como aquele que “viu” e que “deu testemunho” de que Jesus é “o Filho de Deus”.
Daí sua insistência no verbo “ver”. Não se trata de um “ver” neutro, preso à exterioridade, mas de um olhar contemplativo, capaz de distinguir e apontar quem de fato era o Messias.
João não recebeu o encargo de divulgar uma ideia, uma doutrina... mas apontar uma pessoa.
Como nos evangelistas sinóticos, também o evangelista João faz do batismo de Jesus o acontecimento fundante com o qual Ele inicia sua atividade pública.
Depois do seu batismo e pleno do Espírito, Jesus se faz presente no lugar onde se encontram aqueles que não tem “lugar”, os “deslocados” e que são a razão de seu amor e do seu cuidado; faz-se solidário com os “sem lugares” e os convida a caminhar para um novo lugar. Na Galiléia, Jesus tem suas preferências e escolhe o seu “lugar”, o lugar entre os mais pobres, vítimas daqueles que se fazem donos dos lugares.
Jesus, na Galiléia, encontrou os seus lugares: junto ao mar, nas estradas poeirentas, nas margens...
O(a) seguidor(a) de Jesus não é aquele que, por medo, se distancia do mundo, mas é aquele(a) que, movido(a) por uma radical compaixão, desce ao coração da realidade em que se encontra, aí se encarna e aí revela os traços da velada presença d’Aquele que é a Misericórdia.
Dessa forma, “habitado pelo Espírito”, experimenta que a vida é forte e formosa e que vale a pena acolhê-la e doá-la, como Jesus fez, sabendo que o tempo da opressão, da enfermidade, da morte e da condenação... não tem a última palavra.
A novidade de Jesus consiste justamente em afirmar que existe um caminho para encontrar a Deus que não passa pelo Templo. Desse modo, reconhece-se a vida como lugar privilegiado da Sua Presença.
Esse é o sentido da expressão de João Batista aplicada a Jesus: “Aquele que tira o pecado do mundo”.
Por isso, Jesus e os primeiros cristãos não usaram modelos de poder centralizado para cultivar a presença de Deus. Nem tiveram a preocupação de construir um novo templo, nem formatar uma nova religião, mas descobriram o Templo de Deus na vida mesma, no diálogo e no encontro das pessoas nos espaços públicos, onde sob o impulso do Espírito, buscaram inspiração e sentido para suas existências.
E a vida não é um templo já construído mas uma rede de conexões múltiplas que vão se refazendo, recriando, de um modo incessante, por obra do Espírito de Cristo.

2 – O que o texto diz para mim?

Quê é que João Batista “viu”? Viu um homem cheio de Espírito. Ou seja, Jesus é aquele que, habitado pelo Espírito, se deixa conduzir pelo mesmo Espírito. Ele deixa “transparecer” esta presença do Espírito e só quem tem olhar contemplativo é capaz de perceber quem O move.
Sempre quando tenho a sorte de encontrar uma pessoa “transparente” (não “perfeita”, mas humana), torna-se mais fácil reconhecer, apreciar, “ver” o Mistério que a habita.
Mas não é suficiente encontrar-me com alguém assim; é preciso também desenvolver a própria “capacidade de ver”, ou seja, um “saber olhar” que transcende para além das aparências.
Os sábios sempre foram conscientes de que existem diferentes níveis de realidade aos quais posso ter acesso através de diferentes órgãos de conhecimento. São Boaventura fala do “olho do espírito”, ou seja o “olho da contemplação”.
Empobreço quando me reduzo ao “olho da carne” e também ao “olho da razão”. Preciso ativar o “olho do espírito” que me capacita para “ver” a realidade em sua dimensão mais profunda, para perceber o Mistério em tudo o que me rodeia, eu incluída.
A qualidade humana, o futuro da humanidade e do planeta depende de que eu saiba “ver” deste modo.

3 – O que a Palavra me leva a experimentar?

Minha experiência do seguimento de Jesus brota da capacidade de fixar meu olhar n’Ele. De fato, o olhar é o primeiro sentido que me faz sentir presente junto ao outro.
E, como João Batista, ao fixar meu olhar contemplativo na pessoa de Jesus, o que vejo é o Espírito agindo n’Ele.
E porque se deixa conduzir pelo Espírito, Jesus não suporta lugares fechados, rompe com os “espaços sagrados”, com os esquemas fechados, com as estruturas arcaicas...
O Espírito é “movimento” e Jesus inicia um movimento de vida e vida plena.
Jesus, cheio do Espírito, sempre foi o homem das praças, ruas, caminhos e campos abertos... Não foi o homem dos templos, dos lugares fechados, das cidades fortificadas, mas o “homem em saída”, revelando sua mensagem e sua missão ao ar livre da vida.
A comunidade dos seus seguidores, conduzida pelo Espírito, também não se deixa atrofiar pelos lugares fechados, cheirando a incenso mofado, nem se prende a um ritualismo e religiosidade alienante, mas é aquela que sai para os espaços públicos e ali oferece o testemunho de Jesus.
Sou seguidora de Jesus nos espaços amplos da vida, sem distinção de classes, sem hierarquias, onde todos podem comunicar-se com todos, pois são habitados pelo mesmo Espírito, a força da vida.

4 – O que a Palavra me leva a falar com Deus?

Senhor, a presença provocativa e o chamado exigente de Jesus colocam em questão o costume de me refugiar no mundo asséptico das doutrinas, na tranquilidade de uma vida ordenada e legalista, satisfatória e entorpecida, na segurança de horários imutáveis e de muros de proteção, longe do rumor da vida que luta para ter um lugar ao sol, dos gritos daqueles que sofrem e morrem nas periferias deste mundo.
Como Igreja, temo perder esse estilo itinerante que Jesus propõe.
O caminhar dela é lento e pesado; não acerto o passo para acompanhar a humanidade; não tenho agilidade para deslocar-me em direção à margem sofredora; agarro ao poder e às estruturas que tiram a mobilidade; distraindo-me com interesses que não coincidem com o Reinado de Deus. É preciso uma profunda conversão e voltar à essência do Evangelho: compromisso com a vida, sendo presença misericordiosa.
Como seguidora de Jesus, também vivo à luz do Espírito, não à sua sombra.
Minha existência, em sintonia com o desejo de Deus para que eu viva em plenitude, é enriquecida pelos desejos profundos de me constituir como ser livre, ou seja, ser capaz de tomar decisões oblativas, desafiadas permanentemente por uma pluralidade de opções abertas que se apresentam diante de mim. Não sou escrava de minha pobre condição mortal, mas o espaço livre por onde habita e transita o Espírito.

5 – O que a Palavra me leva a viver?

Escutar e seguir Seu chamado implica abandonar a estreiteza de meus caminhos e deixar o meu coração bater no ritmo do Espírito que me faz romper meus estreitos lugares e me projeta em direção ao mundo dos doentes e marginalizados, vítimas da desumanização de minha sociedade.
“Fazer caminho” com Jesus implica sair pelas estradas e encruzilhadas para escutar o clamor das pessoas e para alargar a minha vida no contato com elas.
A novidade do Espírito aparece sempre fora dos lugares seguros, protegidos e convencionais.
Está iniciando o tempo litúrgico conhecido como “Tempo comum”; tempo para um longo e demorado olhar centrado na pessoa de Jesus: “ver” e “mirar” me conduz a uma identificação com Ele.
Do olhar correspondido brota o seguimento.
Valorizar o tempo que Deus me confiou...
Estar aberta e acolher àquilo que está diante de mim, à novidade que o Espírito está criando...

Fonte:
Bíblia Novo Testamento – Paulinas: João 1,29-34
Pe. Adroaldo Palaoro, sj – reflexão do Evangelho
Desenho: Osmar Koxne

Sugestão:
Música: Divina fonte – fx 09 (02:39)
Autor: Jorge Trevisol
Intérprete: Jorge Trevisol
CD: Amor, mística e angústia
Gravadora: Paulinas Comep

http://www.nospassosdepaulo.com.br/2017/01/leitura-orante-2-domingo-do-tempo-comum.html

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